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1 Gênero no Texto Visual: a (re)produção de ... - Fazendo Gênero

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power and to meaning. (...) Sexuality, mo<strong>de</strong>rnism or mo<strong>de</strong>rnity a<strong>re</strong> organized by and organization<br />

of sexual diffe<strong>re</strong>nce.” (Pollock, 1988, p.124). Este <strong>re</strong>conhecimento exigiu a discussão da construção<br />

e da <strong>re</strong>p<strong>re</strong>sentação assimétrica da dife<strong>re</strong>nça sexual implícitas <strong>no</strong>s mitos da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. Outra<br />

questão abordada foi a análise do lugar <strong>re</strong>p<strong>re</strong>sentado na pintura mo<strong>de</strong>rna e as dife<strong>re</strong>ntes dimensões<br />

<strong>de</strong> space: 1. space como localida<strong>de</strong> (privado – femini<strong>no</strong>/ público masculi<strong>no</strong>), 2. space como or<strong>de</strong>m<br />

espacial (justaposições <strong>de</strong> espaço, acesso ou não acesso) e 3. “social space, from which the<br />

<strong>re</strong>p<strong>re</strong>sentation is ma<strong>de</strong> and its <strong>re</strong>ciprocal positionalities.” (Id., p.128). A cida<strong>de</strong>, as cenas da vida<br />

mo<strong>de</strong>rna, a esfera pública, constituem o topos próprio ao homem, ao qual a mulher possuía acesso<br />

<strong>re</strong>strito. Aqui, importou <strong>re</strong>pensar as assimetrias históricas e os luga<strong>re</strong>s do cotidia<strong>no</strong> <strong>re</strong>p<strong>re</strong>sentados na<br />

arte e <strong>no</strong> <strong>de</strong>sign incluindo as próprias experiências sociais e as inculcações do cotidia<strong>no</strong>.<br />

As discussões em grupo prosseguiram com o texto <strong>de</strong> Bourdieu (1995), com a <strong>re</strong>flexão da<br />

dimensão simbólica contida nas práticas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. A atribuição <strong>de</strong> espaço e materialida<strong>de</strong> cujas<br />

dife<strong>re</strong>nças se esc<strong>re</strong>vem e se <strong>re</strong>gistram na natu<strong>re</strong>za das coisas foi pensada criticamente. Questões<br />

como a aparência do corpo, marcada pela natu<strong>re</strong>za biológica e do vestuário e seus efeitos, a divisão<br />

sexual do trabalho, o ato sexual etc., problematizaram a construção social naturalizada (habitus)<br />

invertendo socialização do biológico e biologização do social. (p.138-145). A partir daí a <strong>re</strong>flexão<br />

dos conceitos sexo, gênero e sexualida<strong>de</strong>, para quais as contribuições filosóficas pós-estruturalistas<br />

<strong>de</strong> J. Butler (2003) foram fundamentais. Enten<strong>de</strong>u-se que o corpo é socialmente formado e o sexo<br />

do corpo é uma construção cultural. Para Butler, só a <strong>de</strong>signação do corpo o constrói. (p.24-27).<br />

Materialida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>signação não po<strong>de</strong>m ser separadas. O tratamento do corpo e sua percepção são<br />

estruturados pelas construções discursivas. Mas o corpo não é só uma construção sócio-cultural e<br />

discursiva, e especialmente nas socieda<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas oci<strong>de</strong>ntais, é também uma construção<br />

midiática. Através da mídia o corpo tor<strong>no</strong>u-se a própria imagem e aumentou o seu significado.<br />

Assim, o corpo ou partes dos aspectos do “Eu corporal” se tornaram pontos <strong>de</strong> concentração da<br />

ap<strong>re</strong>sentação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e alimentam dife<strong>re</strong>ntes comportamentos exigidos ao corpo masculi<strong>no</strong> e<br />

femini<strong>no</strong> para a mo<strong>de</strong>lação <strong>de</strong>ssas partes. Butler <strong>de</strong>fine a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> não como substância, mas sim<br />

como efeito <strong>de</strong> discursos e uma prática <strong>de</strong> significações. I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> como um processo <strong>de</strong>cor<strong>re</strong>nte<br />

<strong>de</strong> auto-encenação. Estes mo<strong>de</strong>los i<strong>de</strong>ntitários, femini<strong>no</strong>s ou masculi<strong>no</strong>s, concebem-se através do<br />

ato performativo <strong>de</strong> afirmação ou negação. Isto quer dizer que, <strong>no</strong> processo cor<strong>re</strong>nte das diversas<br />

construções da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, as pessoas afirmam concepções <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> sexo. Esta gen<strong>de</strong>r<br />

performance na sua diversida<strong>de</strong> e <strong>no</strong> seu caráter processual foi discutida <strong>no</strong> grupo e entendida nas<br />

propostas <strong>de</strong> artistas contemporâneos que consi<strong>de</strong>ram as linguagens da fotografia, performance e<br />

instalação.<br />

1.2 Pesquisa <strong>de</strong> campo ou <strong>re</strong>colhendo a diversida<strong>de</strong><br />

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