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1 Gênero no Texto Visual: a (re)produção de ... - Fazendo Gênero

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aproveitaram trabalhos <strong>de</strong>senvolvidos <strong>no</strong> curso <strong>de</strong> Desenho como ponto <strong>de</strong> partida, alu<strong>no</strong>s <strong>de</strong><br />

Design escolheram objetos já estudados anteriormente para fazer agora uma leitura do mesmo sob a<br />

perspectiva <strong>de</strong> gênero, visando outros <strong>re</strong>sultados. Durante esta fase, as <strong>re</strong>uniões foram mais<br />

específicas, voltadas para a discussão em grupo dos trabalhos <strong>de</strong> cada um, o que possibilitou a<br />

<strong>re</strong>flexão coletiva, o levantamento <strong>de</strong> críticas, questionamentos e orientações para cada processo.<br />

Encerrada a fase <strong>de</strong> ent<strong>re</strong>vistas, os trabalhos ou idéias <strong>de</strong> trabalhos foram colocados à<br />

ap<strong>re</strong>ciação <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> ambas as á<strong>re</strong>as, sendo as observações <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> contribuição para a<br />

conclusão dos mesmos. Neste momento, questões estudadas e discutidas ao longo do projeto, como<br />

a <strong>re</strong>p<strong>re</strong>sentação das estruturas sociais nas imagens a partir <strong>de</strong> um <strong>re</strong>pertório <strong>de</strong> artefatos; a<br />

percepção do espaco, o habitus; o olhar do voyeur; hierarquia e imposição <strong>de</strong> gesto; corpo e<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> performática etc; fervilhavam nas cabeças dos alu<strong>no</strong>s e alunas, cuja <strong>re</strong>sponsabilida<strong>de</strong> era<br />

formalizar uma proposta como <strong>re</strong>sultado do projeto. As propostas foram várias.<br />

Numa passagem virtual pela sala da exposição Desfocado, <strong>no</strong> MUSA/UFPR, a proposta dos<br />

alu<strong>no</strong>s do Design foi a seguinte. Maicon Bernard Puppi escolheu como objeto a calça jeans,<br />

vestimenta adotada pela socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> massa. A princípio, a calça era unissex. Hoje ela é car<strong>re</strong>gada<br />

<strong>de</strong> valo<strong>re</strong>s este<strong>re</strong>otípicos, forçando uma dicotomia ent<strong>re</strong> os gêneros. Nos dois primeiros cartazes, <strong>no</strong><br />

espaço <strong>de</strong>ixado pelo zíper aberto <strong>de</strong> cada calça jeans, Maicon fez a colagem <strong>de</strong> símbolos associados<br />

aos gêneros. O terceiro cartaz buscou superar a dicotomia. A forma i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> ap<strong>re</strong>sentação do<br />

trabalho seria em outdoor’s espalhados pela cida<strong>de</strong>. Já Suellen Christine Caviquiolo trabalhou o<br />

frasco <strong>de</strong> perfume, analisando sua função usual, que, além <strong>de</strong> guardar a essência buscou i<strong>de</strong>ntificar,<br />

a partir <strong>de</strong> suas características visuais, o tipo <strong>de</strong> produto que contém – a fragrância – com um tipo<br />

<strong>de</strong> conceito: life-style. Esta i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é sugerida através <strong>de</strong> co<strong>re</strong>s, formas, texturas e outros textos<br />

verbais e não verbais. Antigamente o frasco era um “contenedor do cheiro”, só <strong>de</strong>pois da<br />

industrialização houve a separação visual e conceitual do significado. Além do <strong>re</strong>sgate da idéia<br />

original do contenedor <strong>de</strong> cheiros, o frasco não traria uma fragrância pré-<strong>de</strong>terminada. Suellen<br />

elaborou uma interface <strong>de</strong> se perfumar que apela para as sensações, buscando na forma orgânica e<br />

<strong>no</strong> material ma<strong>de</strong>ira um intercâmbio ent<strong>re</strong> os sentidos e ent<strong>re</strong> as pessoas. Pessoas passam o perfume<br />

com este roll-on em pessoas. Assim, em sua criação, há um contato sensorial, carinhoso ou sensual<br />

que po<strong>de</strong> ser pensado tanto na matriz heterossexual, como também homossexual, ent<strong>re</strong> outros. Anna<br />

Lucia S. A. Vörös exami<strong>no</strong>u a di<strong>re</strong>ção do olhar a partir do objeto óculos e sua história. Ela <strong>de</strong>tectou<br />

formas este<strong>re</strong>otipadas na armação e buscou elaborar um objeto que superasse esta dominação.<br />

Thomaz Aqui<strong>no</strong> Gonçalves trabalhou a partir <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual (lambe-lambe) a<br />

efemerida<strong>de</strong> da intervenção urbana, que <strong>de</strong> maneira sutil se ap<strong>re</strong>senta <strong>re</strong>petitivamente nas ruas <strong>de</strong><br />

Curitiba. A imagem <strong>de</strong> uma mão <strong>de</strong>sfocada que po<strong>de</strong> construir ou <strong>de</strong>sconstruir, evoca várias<br />

leituras.<br />

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