REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA - Biblioteca do IBGE

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ASPECTOS GEOGRAFICOS DA IMIGRAÇÃO E COLONIZAÇÃO DO BRASIL 259 I ISARITMAS )A DENSIDADE DA POPULAÇÃO DO BRASIL 1940 .. ' Hab. Km. 2 1 . t.ISTtTUTO Bf!.-SIUif!O DE GEOCIIAFI,I, ~ ESTATfSTICit. OONSELHO ~De GEOGRAFIA SERVIÇO DE GEOGRAFIA. E ESTATiSTICA FISI05RÃFICA Mapa 4 - Isaritmas da densidade da população do Brasil em 1940. modo muito genérico entretanto, e apenas para fixar idéias, pode-se utilizar o mapa de BRANDT sôbre o povoamento, no capítulo VI da sua Geografia Cultural do Brasil. Mas o que interessa, ne.ste particular, não é a história dos acontecimentos, mas o resultado prático, e êsse está perfeitamente documentado, no tocante à distribuição de nossa população, referido à densidade demográfica do nosso território, nos dois cartogramas aqui estampados, organizados conforme dados dos recenseamentos de 1920 e 1940. Por êsses dois cartogramas, podemos acompanhar o deslocamento da linha de fronteira econômica, limitar a faixa que realmente se pode denominar de econômicamente ocupada, até 21/2 habitantes por qui- Pág. 103 - Abril-junho de 1947
260 REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA lômetro quadrado de densidade demogrãfica, separando-a do restante do território, onde a densidade demogrãfica é pràticamente inexistente, a não ser em raras ilhas aqui traçadas. Tôda a região mais clara do cartograma, e que ocupa um pouco màis de 2/3 de superfície total do Brasil, pode e deve ser considerada como zona pioneira, dentro da qual cabe a nós, brasileiros, da geração presente, e olhando para o futuro da nacionalidade, construir, por motivos geopolíticos, um império dentro de nossas fronteiras. \ Olhando para os dois cartogramas, verificamos que, nos vinte anos de diferença que entr:e êles medeiam, a fronteira econômica se deslocou relativamente pouco para o interior. Houve, certamente, deslocamentos; êstes podem ser acompanhados no terceiro cartograma, onde estão traçados, sob forma de vetores, e por distâncias entre pontos proporcionais aos deslocamentos das populações nos últimos 20 anos, segundo resultantes cuja direção é indicada pelos próprios vetores. 'í!:ste sistema de representação foi preferido ao de módulos vetoriais proporcionais aos deslocamentos em questão, para maior facilidade de apreciação . Como vemos, se em alguns casos, houve deslocamentos nítidos em direção à hinterlândia, como por exemplo no caso do Acre, existem contudo em diversos Estados movimentos ·do interior para o litoral. Assim, embora na região amazônica, em conseqüência do maior deslocamento verificado no Acre, a resultante regional seja dirigida para o interior, tanto nos Estados do Amazonas, como no do Parã as resultantes estaduais são dirigidas do interior para o oceano. A resultante geral do Brasil, aqui figurada, é de direção geral nordeste para sudoeste, fenômeno que precisa ser corrigido, se desejarmos, efetivamente, ocupar e aproveitar todo o nosso imenso território. A situação mais favorãvel ·seria se êste vetor ocupasse uma posição perpendicular, ou quase, à que estã figurada, apontando no sentido sudeste para noroeste, e apresentasse um módulo de deslocamento muito maior do que ocorre na realidade. Se êste é o resultado almejado, passemos então ràpidamente em revista o que pode ser realizado para corrigir esta situação, através de um planejamento tão completo quanto possível e tendo em conta as circunstâncias atuais. Deixando de lado os tipos de colonização antiga, obsoletos hoje em dia, e caracterizados pela colonização através de feitorias semimilitares, predominantes até o século XVII, e pela colonização de tipo plantation que lhe sucedeu da qual são exemplos entre nós os engenhos de cana do nordeste e mesmo as grandes fazendas de café do século XIX no Estado do Rio e em parte de São Paulo, concentremo-nos nos métodos modernos de colonização, tipo settlement, no qual se propõe fixar o colono ao solo, garantindo-lhe a propriedade da gleba, e planejando o seu estabelecimento de modo racional. É, aliãs, curioso salientar que, no Brasil, de certa forma, esta é a solução tradicional, pois foi a adotada, Pág. 104 - Abril-.Tunho de 1947
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