REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA - Biblioteca do IBGE
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244 <strong>REVISTA</strong> <strong>BRASILEIRA</strong> <strong>DE</strong> <strong>GEOGRAFIA</strong><br />
seqüente forman<strong>do</strong> o Santo Onofre. Isso explica a dessimetria da<br />
direção <strong>do</strong> rio Santo Onofre e os outros que correm para o rio de ·contas.<br />
Na bacia <strong>do</strong> rio de Contas pre<strong>do</strong>minam, pois, os rios conseqüentes e<br />
vemos vários afluentes cortan<strong>do</strong> cristas paralelas.<br />
Mais tarde em outro relatório procuraremos completar estas idéias<br />
e poderemos então melhor estudar a geomorfologia da região, pois, no<br />
momento, o mapa topográfico não está pronto para podermos tirar<br />
várias e interessantes conclusões. Os croquis foram obti<strong>do</strong>s da nossa<br />
caderneta de campo.<br />
Conclusão<br />
Finalizan<strong>do</strong>, temos uma região em que podemos distinguir várias<br />
paisagens diferentes. Primeiro a chapada cortada por rios paralelos,<br />
depois um outro gênero de terrenos planos no conjunto, mas cheios de<br />
grutas e depressões; os riachos desaparecem e surgem novamente.<br />
Temos o calcáreo com a evolução <strong>do</strong> cárstico. A seguir temos a depressão<br />
central onde está o vale de São Francisco. E' uma região bastante<br />
sêca não haven<strong>do</strong> rios perenes, salvo o rio Corrente e o Carinhanha.<br />
Prosseguin<strong>do</strong> nossa visão ligeira, temos uma continuação da baixada<br />
mas agora cheia de pequenas elevações, que constituem os contrafortes<br />
<strong>do</strong> Espinhaço. E' também uma região bastante sêca devi<strong>do</strong> aos alísios<br />
sêcos que sopram de leste. Passamos agora ao Espinhaço, alto maciço<br />
que constitui o divisor de águas - São Francisco.;. rio de Contas. Temos<br />
finalmente a depressão entre êste maciço e o das Almas onde também<br />
se fazem sentir os efeitos <strong>do</strong>s ventos secos.<br />
O grande problema <strong>do</strong> homem nesta região, como se pode verificar,<br />
é a falta d'água que assola as 3 zonas . A solução dês te problema seria<br />
certamente a construção de açudes com bastante capacidade.<br />
OUtro problema que é geral na região, é o <strong>do</strong>s transportes. Faltam<br />
meios de transporte e vias de comunicação. Urge construir inúmeras<br />
estradas e nelas fazer circular caminhões que transportem os produtos<br />
da região para os portos ou estações da estrada de ferro que breve estará<br />
concluída. Nos rios urge aumentar o número de vapôres fazen<strong>do</strong> o<br />
serviço entre Melancias e Juàzeiro, entre Sítio <strong>do</strong> Mato e Pirapora, bem<br />
como para descer o rio Corrente. Assim a região entrará numa fase de<br />
intenso progresso, pois a navegação beneficia unicamente os portos<br />
extremos e a região ribeirinha intermediária não consegue escoar seus<br />
produtos.<br />
Pãg. 88 - Abrll-.Junho de 1947