REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA - Biblioteca do IBGE

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA DA REGIÃO SUDOESTE DA BAHIA 187
de verão. Esta época das chuvas é denominada pelos naturais de
"inverno" contrastando com a outra cognominada "verão" em que não
há chuvas.
A primeira chuva cai aproximadamente nos meados de setembro
e é denominada "chuva do caju".
O inverno é muito sêco, tendo como nuvens típicas os cúmulos que
se sucedem no céu produzindo um aspecto magnífico. Estas nuvens
são impelidas pelos ventos de leste. Na zona elevada de Caitité verifi·
camos que em agôsto costuma cair uma chuva do tipo garoa se bem
que raramente. Tal fato deve, sem dúvida, estar ligado à altitude que
Fig. 3 -
Savana entre os rios Oarinhanha e Itauuari, vendo-se a predomindncia
da vegetação rasteira.
(Fot. GJLVANDRO S. PEREIRA)
nas redondezas atinge a 1 000 metros. Esta mesma altitude é responsá·
vel por um outro fenômeno: o nevoeiro. Aquêle pequeno máximo em
agôsto é entretanto quase sem expressão. Os cúmulos se tornam muito
numerosos na época em que no litoral ocorrem muitas chuvas; constituem
êles testemunhos de perturbações da costa que impelidos pelos
alíseos demandam aos Andes. É durante os meses de junho, julho,
agôsto e setembro que encontramos em abundância êste tipo de nuvem.
Em setembro, os cúmulos convertem-se em cúmulos-nimbos que dão
lugar aos nimbos . Esta nova modificação verifica-se nos meses de
outubro e novembro quando começam as chuvas, período que os naturais
denominam de "inverno".
A grande chapada
A oeste da região estudada encontramos uma zona cujo relêvo
apresenta uma feição tabular e um grande planalto com inclinações
tão suaves que lhe dão um aspecto de mesa. O solo é constituído de
arenito (arenito Urucuia) e graças a êle é que pode aí conservar-se
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