REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA - Biblioteca do IBGE

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA DA REGIÃO SUDOESTE DA BAHIA 199
A atividade humana desta zona está dirigida para a agricultura,
fabricação de rapadura e também para a criação. Devido à grande
riqueza em mata das margens dos rios Corrente: Formoso, Arrojado e
das :Éguas, encontramos localizado na cidade de Santa Maria um
estaleiro em que se fazem as célebres barcas que cruzam o São Francisco
além de canoas e paquêtes de diversos tamanhos.
Como vias de comunicações, temos as estradas, na sua maioria
carroçáveis, que ficam em precário estado devido às chuvas, por isso
transformam-se em lamaçais reduzindo as possibilidades das comunicações
entre as várias localidades, que ficam restringidas a trilhas.
Outra via importante é o rio Corrente que apresenta navegação franca
até Santa Maria e mesmo São José que só é entretanto atingido com
sacrifício devido à velocidade das águas .
A oeste, próximo a Goiás, existe uma rodovia que conduz de
Manga e Januária para São Domingos.
Os meios de transporte utilizados nesta zona podem ser grupados
em terrestres e fluviais.
Terrestres
Tipos de transporte
f Carros de boi
l Animais de carga
Fluviais
1
Navios
Barcas
Paquêtes
Canoas
Carro de boi. :É um transporte cômodo e capaz de levar uma
grande quantidade de carga de uma só vez, com uma grande vantagem,
portanto, sôbre os outros terrestres. Torna-se entretanto impraticável
devido às estradas que geralmente são muito ruins. Serve perfeitamente
para distâncias muito pequenas. :É muito utilizado para o
transporte da rapadura.
•
~tes veículos constam de um estrado cercado de varas onde se
traçam gravetos, ou então de madeira-maciça, são as guardas. A roda
é maciça, de madeira, sem aro.
Animais de carga: :É o transporte por excelência do interior e os
animais que melhor se prestam a isso são o burro e o jumento. Todo
caminho, por pior que seja, serve para êste meio de transporte; êsses
animais são conduzidos em grupos de 3 ou mais, podendo chegar até
a duas dezenas e chama-se tropa. O dono da tropa e os indivíduos que
tocam os burros se chamam tropeiros. Os animais não são ferrados, pois
não há muita rocha a não ser na subida da chapada, e em um ou outro
ponto. Quando êstes tropeiros têm que fazer longa travessia levam rêdes
que armam mais ou menos em círculo no centro do qual acendem o
fogo, onde está a trempe; cozinham o feijão de manhã e levam um
recipiente de couro que enchem d'água, denominado "borracha". As
cangalhas são arrumadàs tôdas em linha e os animais, quando não
Pãg. 43 - Abril-.Tunho de 1947