REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA - Biblioteca do IBGE

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA DA REGIÃO SUDOESTE DA BAHIA 209
das redondezas ou do vale do Corrente; encontram-se como produtos
típicos desta região: mandioca de que se extrai farinha, arroz, feijão,
fumo e frutas. Entretanto êsses produtos não são suficientes para a
exportação, só o couro e o peixe podem ser exportados em grande escala.
Devido à grande distância do rio, têm sido encontradas grandes
dificuldades para a construção do cais, pois têm que ser feitos além da
murada grandes aterros (isto por causa da forte atração do santuário).
O problema destas duas cidades é a falta d'água, que assola tôdas
as cidades ribeirinhas do São Francisco; utilizam-se jumentos com dois
barris, carregadores que trazem latas na cabeça ou nos ombros, e
mesmo carros de boi como pudemos observar em Bom Jesus da
Lapa.
Fig. 30 -
Parte oriental do serrote da Lapa, vendo-se as figuras de erosão de
calcáreo.
(Fot. A. DOMINGUES)
Em tôrno destas duas cidades, encontramos as fazendas, onde se
efetua a criação de gado vacum; o gado vive à sôlta e lambe a argila
da série das Vazantes à procura de sal; alimenta-se na caatinga. É
um conjunto de animais magros na época da sêca mas a variedade
de animais resiste muito bem à falta de alimentos; supre isso comendo
mandacarus que os vaqueiros derrubam. Ê:ste gado faz a retirada
durante as cheias, ficando nas caatingas, mas nas partes altas, longe
das águas.
Na margem do rio costuma-se cercar as roças e deixar o gado à
sôlta; fazem-se pastos onde só se colocam os animais que são mais
necessários, como os bezerros .
Nas fazendas da margem do rio, surge uma outra atividade: a
extração de lenha para vender aos vapôres e que é utilizada como
combustível. Surgem então os portos de lenha.
Pág. 53 - Abril-.Junho de 1947