REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA - Biblioteca do IBGE

CONTRIBUIÇãO' AO ESTUDO DA GEOGRAFIA DA REGIÃO SUDOESTE DA BAIDA 205
mar. Esta formação chega em alguns lugares a ter 9 quilômetros
de largura, e é resultante do entulhamento dos leitos antigos por
sedimentos trazidos pelas cheias, consolidados posteriormente pela vegetação
característica dos alagadiços.
A faixa que marca a passagem do lagamar para a zona não invadida
pelo rio, isto é, o nível correspondente ao barranco alto de 10 a
15 metros, denomina-se "bôca de caatinga", nome êste, que receberam
numerosas fazendas e lugares, situadas nessa faixa.
Em virtude do solo possuir sais calcáreos, a caatinga tende a um
tipo diferente: a caatinga-carrasco. A caatinga aqui não tem aquêle
aspecto tão característico do Nordeste; neste local encontramos uma
formação florística cujos elementos são altos tendo em média 3 metros,
aí se salientando as gigantescas barrigudas (Bombax sp.) com a sua
forma berrante, características do terreno muito rico em cálcio.
Fig. 26- O morro da Lapa, visto da margem cs.qucrda. Em primeiro plano um
furo do rio auora seco e a seguir um banco de areia consolidado e finalmente
o rio.
(Fot. A. DoMINGUES)
Entre os elementos constantes observados salientamos as juremas
(Mimosa sp.), a vaqueta (Combretum anfractuosum), o pau-d'arco roxo
{Tecoma impetiginosa), o calumbi (Mimosa asperata), o juàzeiro (Zi­
.ziphus sp.), a mac~mbira (Encholorium spectabile), as umburanas
(Torresia cearensis), mata pasto (Cassia sp.). Entre as cactáceas encontramos
o mandacaru (Cereus jamacaru), o xiquexique (Pilocereus
setosus), a palmatória (Opuntia palmatoria). Esta vegetação constitui
uma barreira para o homem, e associada à extrema aridez do clima,
torna determinados pontos inaproveitáveis. Assim, para se chegar à
serra do Ramalho na margem esquerda do São Francisco, temos
que atravessar uma zona dificilmente transponível. Esta serra só é
conhecida em alguns pontos por vaqueiros. Aliás, em tôdas as margens
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