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Nº 28 - PDF - Instituto Politécnico de Castelo Branco

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Divulgação técnica<br />

37<br />

se encontrar ligado aos cursos <strong>de</strong> economia e gestão. Hoje<br />

em dia, esta situação alterou-se e são cada vez mais as<br />

universida<strong>de</strong>s a oferecer cursos nesta área, bem como, a<br />

incorporar temáticas <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo em disciplinas<br />

lecionadas em cursos <strong>de</strong> engenharia e ciências exatas. A<br />

referida mudança <strong>de</strong>ve-se, simultaneamente, à crescente<br />

procura por parte dos alunos e ao reconhecimento da importância<br />

do empreen<strong>de</strong>dorismo na incorporação <strong>de</strong> inovações<br />

e no crescimento económico.<br />

2.2. O Processo <strong>de</strong> Ensino-Aprendizagem<br />

A metodologia <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong>ve ser consequente com os<br />

objectivos do ensino do empreen<strong>de</strong>dorismo. Assim, torna-se<br />

necessário aliar conhecimentos teóricos sobre o modo <strong>de</strong> criar<br />

e gerir uma empresa com a sua aplicabilida<strong>de</strong> prática, saber<br />

analisar o meio envolvente para a <strong>de</strong>teção das oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> negócio que eventualmente surjam e estimular nos alunos<br />

os comportamentos empreen<strong>de</strong>dores acima referidos.<br />

O processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem <strong>de</strong>verá, ainda, encorajar<br />

e apoiar i<strong>de</strong>ias embrionárias <strong>de</strong> modo a pôr em prática<br />

projetos bem alicerçados em estudos prévios e, por fim,<br />

chegar ao mercado (Comissão Europeia, 2004). Para cumprir<br />

este objectivo, o processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem <strong>de</strong>ve<br />

proporcionar ao aluno uma autonomia que, normalmente,<br />

não lhe é dada no processo <strong>de</strong> aprendizagem clássico. O<br />

aluno <strong>de</strong>ve po<strong>de</strong>r discutir os seus objectivos <strong>de</strong> aprendizagem,<br />

as ativida<strong>de</strong>s a pôr em prática, a pesquisar os recursos<br />

necessários para as realizar, e a <strong>de</strong>finir, conjuntamente com<br />

o professor, a metodologia <strong>de</strong> avaliação. Esta abordagem<br />

estimula a motivação, a autonomia e a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />

As aulas expositivas <strong>de</strong>vem ser reduzidas ao mínimo<br />

necessário e o ensino <strong>de</strong>ve ser orientado para a resolução<br />

<strong>de</strong> casos práticos, <strong>de</strong> preferência casos reais, a serem resolvidos<br />

em equipa, <strong>de</strong> modo a envolver os alunos no contexto<br />

empresarial, a proporcionar-lhes uma visão do tipo<br />

<strong>de</strong> problemas que po<strong>de</strong>m ocorrer e alertá-los para a sua<br />

natureza multidisciplinar. O trabalho em equipa permite<br />

estimular as capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cooperação e <strong>de</strong> comunicação.<br />

O ensino centrado na resolução <strong>de</strong> casos também estimula<br />

a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e a tomada <strong>de</strong> risco uma vez<br />

que o aluno é chamado a <strong>de</strong>cidir em situações <strong>de</strong> ambiguida<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong> informação incompleta. Por último, esta metodologia<br />

<strong>de</strong> ensino permite ao aluno colocar em prática,<br />

simultaneamente, as suas capacida<strong>de</strong>s intuitivas e os seus<br />

conhecimentos, ou seja, alia o racional ao intuitivo (Kirby,<br />

2002; Comissão Europeia, 2004).<br />

Normalmente um tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> exigida em todos os<br />

cursos <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo consiste em investigar uma<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mercado e, posteriormente, em elaborar<br />

o plano <strong>de</strong> negócios relativo a essa ativida<strong>de</strong> que explore<br />

e avalie essa oportunida<strong>de</strong>. Este tipo <strong>de</strong>tivida<strong>de</strong> permite<br />

conjugar a teoria com a envolvente externa e posiciona os<br />

alunos num contexto real.<br />

Alguns autores (Rae, 2004; Ussman, 1998) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m<br />

a aplicação do conceito <strong>de</strong> “prática-teórica”, que se baseia<br />

na teoria do construtivismo social e consiste “numa análise<br />

comparativa entre o comportamento individual adotado<br />

numa <strong>de</strong>terminada situação e o que a teoria consi<strong>de</strong>ra<br />

ser o comportamento standard nesse tipo <strong>de</strong> ocorrência”<br />

(Rae, 2004). Quer isto dizer que, a partir das “histórias <strong>de</strong><br />

vida” <strong>de</strong> alguns empresários, é possível construir exemplos<br />

relativos à criação <strong>de</strong> uma empresa, aos problemas<br />

encontrados e à sua resolução, às escolhas e ao processo<br />

<strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Estas “histórias <strong>de</strong> vida” po<strong>de</strong>m ser<br />

obtidas por entrevista ou, então, convidando o empresário<br />

a participar numa sessão com os alunos e a partilhar com<br />

eles a sua experiência. O referido método ajuda os alunos<br />

a contextualizar o fenómeno do empreen<strong>de</strong>dorismo<br />

e permite-lhes testar os pressupostos teóricos a partir <strong>de</strong><br />

vários casos práticos.<br />

A utilização dos vários métodos <strong>de</strong> ensino-aprendizagem<br />

atrás referidos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> quer do envolvimento dos alunos,<br />

quer da ênfase dada no curso ao indivíduo ou à i<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> negócio. Depen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>stes dois factores, Rasmussen e<br />

Sorheim (2005) consi<strong>de</strong>ram que no ensino do empreen<strong>de</strong>dorismo<br />

se po<strong>de</strong>m seguir as seguintes estratégias:<br />

Fig. 1 – Estratégias para Educação <strong>de</strong> Empreen<strong>de</strong>dorismo.<br />

Fonte: Adaptado <strong>de</strong> Rasmussen e Sorheim, (2005)<br />

Num curso ou programa muito centrado no indivíduo<br />

e com um baixo nível <strong>de</strong> envolvimento dos alunos, dificilmente<br />

se po<strong>de</strong>rá fugir do método clássico <strong>de</strong> ensino-<br />

-aprendizagem. No entanto, atualmente, a corrente dominante<br />

no ensino do empreen<strong>de</strong>dorismo enfatiza a criação<br />

<strong>de</strong> novas empresas e exige um maior envolvimento por<br />

parte dos alunos. Assim, o método <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> caso é<br />

Agroforum | n.º <strong>28</strong> Ano 20, 2012

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