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Nº 28 - PDF - Instituto Politécnico de Castelo Branco

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Investigação e experimentação<br />

(artigos com revisão científica por pares)<br />

7<br />

1. Introdução<br />

O solo é um recurso natural não renovável à escala <strong>de</strong><br />

tempo humana. Forma-se ao longo do tempo, na camada<br />

externa da litosfera e constitui o suporte físico e nutritivo<br />

<strong>de</strong> todos os ecossistemas terrestres. Em termos médios,<br />

cada cm <strong>de</strong> solo <strong>de</strong>mora cerca <strong>de</strong> 100 anos a formar-se.<br />

Estima-se que na União Europeia se per<strong>de</strong>m por erosão<br />

entre 6-60 toneladas por ha e ano <strong>de</strong> solo agrícola. Um uso<br />

ina<strong>de</strong>quado do solo conduz à sua <strong>de</strong>gradação física, química<br />

e biológica. O uso agrícola do solo <strong>de</strong>ve, pois, ter por<br />

base o conhecimento da sua constituição a nível do perfil,<br />

localização topográfica, proprieda<strong>de</strong>s físico-químicas e informação<br />

obtida através da cartografia temática disponível<br />

<strong>de</strong> forma a compatibilizar a produção agro-pecuária com<br />

a sustentabilida<strong>de</strong> do recurso solo. O objectivo <strong>de</strong>ve ser<br />

seleccionar o melhor uso da terra com base em critérios<br />

objectivos e salvaguardando a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse uso,<br />

em termos agronómicos, sociais e ambientais (FAO, 1981;<br />

FAO, 1985; FAO, 1998). Por outro lado, as acções que se<br />

exercem sobre o sistema solo po<strong>de</strong>m ter reflexos na qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> outros sistemas da biosfera como o hídrico e a<br />

atmosfera que com ele estão ligados (FAO, 1998). Deste<br />

modo, uma correcta gestão do solo sob o ponto <strong>de</strong> vista do<br />

seu uso agro-pecuário é fundamental para a sustentabilida<strong>de</strong><br />

global dos sistemas da biosfera, e para a manutenção<br />

da sua biodiversida<strong>de</strong>. A Escola Superior Agrária (ESA) situa-se<br />

numa proprieda<strong>de</strong> agrícola, a quinta da Senhora <strong>de</strong><br />

Mércules, com 162 ha. A ESA iniciou ativida<strong>de</strong> agropecuária<br />

nesta quinta há cerca <strong>de</strong> 27 anos. Os sistemas culturais<br />

foram então <strong>de</strong>finidos com base no que se consi<strong>de</strong>rou ser a<br />

potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso <strong>de</strong>sta área e, também, nas necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> formação dos alunos que frequentavam/frequentam<br />

a Escola, sob o ponto <strong>de</strong> vista pedagógico, <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração<br />

e práticas <strong>de</strong> campo dos cursos em funcionamento<br />

na ESA. Em 1983 foi efectuada uma caracterização edáfica<br />

da quinta com a elaboração <strong>de</strong> cartografia específica<br />

(Centro <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Pedologia, 1983; Pinheiro, 1990).<br />

Decorridos estes anos, consi<strong>de</strong>rou-se importante avaliar o<br />

efeito <strong>de</strong>corrente da ativida<strong>de</strong> agropecuária sobre o solo ao<br />

longo <strong>de</strong>stes 27 anos e, com base nessa informação, elaborar<br />

uma proposta <strong>de</strong> gestão sustentável do recurso solo na<br />

quinta da Senhora <strong>de</strong> Mércules. Deste modo, são objectivos<br />

do presente trabalho: (i) a caracterização do uso agro-<br />

-pecuário das parcelas da quinta da Senhora <strong>de</strong> Mércules;<br />

(ii) a avaliação da fertilida<strong>de</strong> do solo e da sua evolução<br />

ao longo do tempo; (iii) a elaboração <strong>de</strong> uma proposta <strong>de</strong><br />

aptidão potencial para uso agropecuário <strong>de</strong>ssas parcelas.<br />

2. Material e Métodos<br />

O trabalho <strong>de</strong>correu na quinta da Senhora <strong>de</strong> Mércules<br />

que é proprieda<strong>de</strong> do <strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> <strong>Castelo</strong> <strong>Branco</strong><br />

– Escola Superior Agrária.<br />

Localização da Quinta da Senhora <strong>de</strong><br />

Mércules e Caracterização da área <strong>de</strong> estudo<br />

A quinta da Senhora <strong>de</strong> Mércules é uma proprieda<strong>de</strong><br />

com 162 ha, situa-se a leste da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Castelo</strong><br />

<strong>Branco</strong>, sendo <strong>de</strong>limitada pelas estradas que seguem na<br />

direcção do Rio Ponsul e da Ermida da Senhora <strong>de</strong> Mércules<br />

(Fig. 1).<br />

Fig. 1 – Localização da quinta Senhora <strong>de</strong> Mércules (Extrato da Carta<br />

Topográfica nº 292, Escala 1:7500)<br />

A área em estudo neste trabalho é <strong>de</strong> 82 ha e correspon<strong>de</strong><br />

a nove parcelas (Fig. 2) com uso agropecuário<br />

(Tab. 1).<br />

Fig. 2 – Parcelas em estudo da quinta da Senhora <strong>de</strong> Mércules.<br />

Agroforum | n.º <strong>28</strong> Ano 20, 2012

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