Nº 28 - PDF - Instituto Politécnico de Castelo Branco
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Ativida<strong>de</strong> Científica<br />
Caraterização molecular <strong>de</strong> Listeria<br />
Monocytogenes Ser. 4b por Amplified<br />
Fragment Length Polymorphism “AFPLP”<br />
Maria Manuela Martins<br />
Francisco Goulão<br />
57<br />
Resumo<br />
O serotipo maioritariamente associado às estirpes <strong>de</strong> Listeria monocytogenes isoladas<br />
<strong>de</strong> queijos Portugueses pertence ao serotipo 4b, o qual está referido na literatura como<br />
o responsável pelo maior número <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> listeriose humana. Tendo em conta a importância<br />
<strong>de</strong> que se revestem estas estirpes, a sua caraterização usando métodos mais<br />
discriminatórios do que a serotipagem é <strong>de</strong> crucial importância. Assim, o presente estudo<br />
teve por finalida<strong>de</strong> a caraterização molecular <strong>de</strong> estirpes <strong>de</strong> L. monocytogenes ser. 4b,<br />
isoladas <strong>de</strong> queijos <strong>de</strong> diferentes zonas do país, e uma primeira avaliação da distribuição<br />
geográfica dos tipos moleculares encontrados. Foi usado o método Amplified Fragment<br />
Length Polymorphism (AFLP) com base no protocolo que se encontra em funcionamento<br />
no Health Protection Agency Department of Gastrointestinal Infections / Centre for Infections,<br />
em Londres. Para a análise da similarida<strong>de</strong> entre estirpes recorreu-se ao programa<br />
Bionumerics. O po<strong>de</strong>r discriminatório do método AFLP foi calculado através do índice<br />
<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Simpson. Das 47 estirpes <strong>de</strong> L. monocytogenes ser. 4b tipadas neste<br />
trabalho resultaram 6 perfis diferentes com um número <strong>de</strong> bandas compreendido entre 5<br />
a 7 no intervalo entre 500 bp e 1500 bp. Todos os perfis AFLP apresentaram uma banda<br />
comum <strong>de</strong> aproximadamente 850 bp. O po<strong>de</strong>r discriminatório do método AFLP foi avaliado<br />
em 0,70. Pela análise do <strong>de</strong>ndrograma observou-se a existência <strong>de</strong> 6 clusters para<br />
uma percentagem <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 98%, os quais foram agrupados <strong>de</strong> acordo com o tipo<br />
AFLP previamente atribuído. A relação <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> mais afastada encontrada entre os<br />
47 isolados foi <strong>de</strong> 67%. Consi<strong>de</strong>rando a totalida<strong>de</strong> dos isolados provenientes da região da<br />
Serra da Estrela, foi possível i<strong>de</strong>ntificar 5 tipos AFLP, quatro dos quais i<strong>de</strong>ntificados apenas<br />
naquela zona e um quinto tipo AFLP com uma distribuição geográfica alargada (Serra<br />
da Estrela, Serpa e São Jorge), o que contraria a sua utilização como marcador geográfico.<br />
Comparando estes 47 perfis com os obtidos anteriormente pelo mesmo método usando<br />
isolados provenientes das zonas produtoras <strong>de</strong> queijo <strong>de</strong> <strong>Castelo</strong> <strong>Branco</strong> e Tolosa (n=61),<br />
conclui-se que os tipos AFLP obtidos são diferentes, não havendo tipos AFLP comuns<br />
entre as zonas <strong>de</strong> Tolosa, <strong>Castelo</strong> <strong>Branco</strong> e Serra da Estrela, indicando uma associação<br />
entre um <strong>de</strong>terminado tipo AFLP <strong>de</strong> L. monocytogenes ser. 4b e cada uma <strong>de</strong>stas regiões.<br />
Dissertação do Mestrado<br />
em Engenharia Zootécnica<br />
ministrado, em colaboração,<br />
pela Universida<strong>de</strong> dos Açores<br />
e pela Escola Superior Agrária<br />
do <strong>Instituto</strong> Politécnico<br />
<strong>de</strong> <strong>Castelo</strong> <strong>Branco</strong><br />
Agroforum | n.º <strong>28</strong> Ano 20, 2012