17 de Setembro - Post Milenio

20 De 17 a 23 de Setembro de 2010 Stadium Suplemento Desportivo
Editorial Desportivo
Prós... e Contras?
Alexandre R. Franco
Director
Fátima Campos Ferreira apresenta na RTP, o
“Prós e Contras” que é o debate mais
alargado da televisão portuguesa. O programa
de informação conduzido pela jornalista
Fátima Campos Ferreira trata semanalmente de
um Assunto diferente, controverso e actual. É
uma janela aberta sobre a sociedade portuguesa,
respeitando a pluralidade de opiniões, e a
representação democrática, mas fora da lógica
das organizações partidárias. O “Prós e Contras”
é tão abrangente quanto é permitido em televisão.
A discussão desta feita, teve como base
os Insultos, as Críticas, os Processos
Disciplinares, as Acusações, as Derrotas, o
Despedimento de Carlos Queiros!
E depois de Queiroz...
O que está a acontecer à Selecção Nacional?
O futuro da Federação.
O próximo seleccionador.
A urgente qualificação para o Europeu.
O Futebol e a Política.
Entretanto (e no mesmo dia) Carlos Queiroz afirmou
que a intervenção do secretário de Estado da Juventude e
do Desporto no seu processo, por alegada perturbação de
um controlo antidoping, teve como "único objectivo" o
seu despedimento do cargo de seleccionador nacional.
Carlos Queiroz disse que Madail lhe ligou após a
reunião da direcção da Federação a dar-lhe conta da sua
tristeza por o despedir do cargo de seleccionador e acusou
o vice Amândio. "Madail foi traído por Amândio
Carvalho. O presidente lamentou, pediu desculpa pelo
meu despedimento quando me ligou e disse que não concordava",
referiu em entrevista à RTP.
O técnico frisou que nunca foi ouvido nos processos
que lhe foram instaurados e que lembra ainda estão a
correr. Por isso, informou. "Hoje entrou no Tribunal
Arbitral do Desporto (TAS) o pedido suspensivo desta
decisão (suspensão de seis meses do ADoP."A decisão
virá do TAS e só depois se poderá dizer se estou castigado",
lembrou, acusando de seguida. "Gostava de saber
porque é que o Secretário de Estado me quis afastar. O
inquérito oficial foi instaurado a partir de 2 de Julho, um
dia depois de sermos eliminados pela Espanha", observou.
Queiroz conclui a ideia. "Houve uma instrumentalização
da parte do ADoP relativamente a esta matéria
[perturbação de um controle anti-doping aos jogadores
da Selecção em Maio] e contra-ataca. "Estou a pensar
fazer uma queixa crime por fraude processual nesta
matéria. Houve viciação de construção relativamente à
acusação de que fui alvo."
Queiroz diz que se sentia marginalizado. "Parecia
que tinha lepra" e disse que os maus resultados com o
Chipre [empate a quatro] e derrota com a Noruega [1-0]
aceleraram o seu despedimento.
Queiroz diz que deu a sua opinião sobre os convocados
para esses dois jogos, mas que não falou ao telemóvel
com ninguém da equipa técnica nos dias dos jogos.
Queiroz insistiu na ideia de que foi alvo de um "ataque
desencadeado pelo Secretário de Estado" que ao referir a
obrigação de o castigar abriu portas ao seu despedimento.
O treinador revelou que enquanto seleccionador
recebeu convites de duas selecções [Austrália e Japão] e
de um clube inglês [Fulham] e que gostava que o seu
sucessor fosse português.”
Perante estas realidades, vimos alguns dos nomes
mais mediáticos do Futebol em Portugal chegarem à
conclusão que o afastamento de Carlos Queiroz foi a
melhor coisa que poderia ter acontecido à Selecção de
Portugal, mas que os meios utilizados não teriam sido os
mais indicados, para além de que deveriam ter sido aplicados
na altura dos acontecimentos, doesse a quem
doesse.
E agora? Um responsável temporário? Alguém que
se atreva a aceitar o jogo da “roleta russa”? Se a “bala”
não fuzilar Portugal contra a Dinamarca, tudo bem?
Um imbróglio que só terá solução quando as coisas
se reestruturarem de base. No entanto, agora, o consenso
geral, é não mexer nas bases. Ou seja não tocar no fulcro
da questão. Conclusão? Nunca mais se resolve o problema,
independentemente da qualificação ou não para o
Euro 2012. Tudo isto para além do facto de existir uma
grande preocupação com a decisão da FIFA no próximo
dia 3 de Dezembro sobre a possibilidade de Portugal e a
Espanha organizarem o Campeonato do Mundo de
Futebol de 2018.
Que confusão!
Benfica pede aos adeptos que
não sigam a equipa fora de casa
Figo descarta suceder a Madail:
«Estou um bocadinho queimado»
Antigo internacional diz que só regressa a Portugal
quando quiser mais problemas
Órgãos sociais reuniramse
para analisar arbitragem
de Olegário
Benquerença
Os órgãos sociais do Benfica reuniram-se
para analisar a arbitragem de
Olegário Benquerença na derrota em
Guimarães. No final foi pedido aos
adeptos que «continuem a apoiar de
forma inequívoca a equipa nos jogos na
Luz», mas «que abstenham de se deslocar
aos jogos fora de casa».
Numa declaração que durou oito
minutos, o presidente da Mesa de
Assembleia-Geral, Luís Nazaré, lançou
suspeitas sobre vários aspectos do futebol
português e ameaçou a Liga de
Clubes com a participação na Taça da
Liga desta época, à semelhança aliás do
que já tinha acontecido na primeira
edição da competição.
Pelo caminho garantiu que «acabou
a tolerância para com árbitros incompetentes»
e revelou que o clube vai pedir
uma audiência a Rui Pereira, Ministro da
Administração Interna. Foi também
lançado um desafio a Vítor Pereira, presidente
da Comissão de Arbitragem, para
ser pronunciar sobre a arbitragem de
Guimarães.
Foi ainda solicitado a Luís Filipe
Vieira «a imediata suspensão das negociações
para venda dos direitos televisivos
relativos à época 2012/13», adiantando
que o clube deve gerir de forma
autónoma os conteúdos audiovisuais.
Foi dito, por fim, que o secretário de
Estado do Desporto, Laurentino Dias, é
agora persona non grata. O Benfica
criticou o governante por não ter
«cumprido a lei» no que se refere à
transferência da arbitragem e da disciplina
do âmbito da Liga de Clubes para
a Federação Portuguesa de Futebol
«como já devia acontecer desde o dia 1
de Julho», disse Luís Nazaré, que fez
apenas uma declaração sem perguntas.
Luís Figo descarta qualquer
hipótese de ser
candidato à presidência
da Federação Portuguesa de
Futebol nas próximas
eleições, que já estão anunciadas
mas ainda não têm
data. O antigo internacional
português mostra alguma
mágoa relativamente a
polémicas recentes em que
esteve envolvido, e por isso
vai dizendo que só regressaria
se quisesse ter mais
problemas.
«Estou um bocado queimado em
relação a Portugal, pelos últimos
acontecimentos relativos à minha
pessoa. Quando quiser mais problemas,
regresso a Portugal», disse o
dirigente do Inter, em visita a Setúbal,
no âmbito de uma iniciativa da fundação
que criou. «Não passa pelos
meus objectivos, neste momento, ser
presidente do que quer que seja em
Portugal», acrescentou ainda, confrontado
com o facto de ser visto por
muitos como um bom sucessor de
Gilberto Madaíl.