17 de Setembro - Post Milenio

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8 De 17 a 23 de Setembro de 2010 Post-Milénio... Às Sextas-feiras, bem pertinho de si! Juridicamente falando de Portugal… para os Portugueses e Luso Descendentes Bagagem perdida em viagens de avião ANTÓNIO DELGADO advogado.lawoffice@gmail.com Esta semana vou apresentar aqui um caso verídico que poderá servir de exemplo e ter utilidade prática, sobretudo, para quem viaja de avião entre países. A perda de bagagem em transporte aéreo é alvo de Regulamentação Europeia, tendo o viajante, nestas situações, direito a 100 euros para comprar bens essenciais como sejam de vestuário e de higiene pessoal. O caso concreto passou-se com uma família composta por quatro membros que foi gozar as suas férias à Disneyland, em Paris. Quando chegaram ao aeroporto, foram informados que a bagagem não seguira no mesmo avião, mas seria entregue mais tarde no hotel onde esta família se encontrasse instalada. A transportadora responsável comunicou ainda que poderiam gastar 100,00 € por cada familiar em bens de primeira necessidade. Os membros desta família esperaram até à noite, mas, como as malas não apareceram, resolveram comprar roupa interior e pijamas gastando cerca de 80 euros.No dia seguinte a bagagem lá apareceu. De regresso a Portugal, esta família escreveu para a companhia aérea e pedir o reembolso dos 80 €, juntando, para o feito, a respectiva factura de compra da roupa. Passadas algumas semanas, receberam a resposta de que a companhia não iria reembolsar justificando esta decisão com o facto de o pedido ter sido apresentado fora do prazo. Contudo, esta família não se conformou com a resposta da companhia aérea e voltou a escrever, desta feita ameaçando recorrer ao Centro Europeu do Consumidor. O certo é que a transportadora mudou de atitude e prometeu reembolsar esta família, creditando os 80 euros na sua conta bancária, assim respeitando um direito expresso na Lei. Como já referi, a perda de bagagem em viagens de avião é alvo de Legislação Europeia. Se existir um conflito transfronteiriço, como o que se verificou no que acabo de ser apresentar, que não se consiga resolver com a companhia aérea, todos aqueles que se sintam prejudicados e pretendam reclamar e apresentar o seu caso concreto tendo em vista a sua resolução, poderão recorrer ao centro Europeu do Consumidor através do seguinte endereço na internet: http://cec.consumidor.pt/ O Centro Europeu do Consumidor faz parte de uma rede, a ECC-Network, promovida em parceria pela União Europeia e os Governos nacionais de 29 Estados- Membros e disponibiliza informação e assistência de forma gratuita através de um atendimento presencial, telefónico e escrito e presta assistência na resolução conflitos de consumo transnacionais, facilitando simultaneamente o acesso aos organismos de resolução extrajudicial de litígios. 20 Anos... Uma vida! O“Abrigo” como é bem conhecido entre todos quantos fazem parte da nossa Comunidade, completou 20 anos de existência. Um serviço que merece o apoio de todos quantos falam a nossa língua, o que aliás tem acontecido ao longo de tantos anos. Para se comemorar esta efeméride, realizou-se uma festa no Grove Park da Dufferin, a qual até soube tirar partido do bom tempo que se fez sentir. Foi uma tarde de muito entretenimento familiar, como aliás foi realçado pela própria Cristina Santos, como sendo esse o objectivo da mesma. O Abrigo é uma organização de caridade, que providencia serviços grátis e confidenciais para mais de 5.000 pessoas, anualmente, em Toronto e arredores. Também são muitas as actividades de apoio a pessoas individuais, casais e famílias, sem esquecerem a ajuda a mulheres e crianças vítimas de agressões familiares. Houve muita musica, muita diversão, a qual até incluiu “Capoeira” e a leitura de uma mensagem do deputado Mário Silva. Parabéns, Abrigo, pela passage deste 20º Aniversário. Espectáculo do Orfeão Stella Maris O"Orfeão Stella Maris" leva a cabo um grandioso espectáculo na Sexta-feira dia 1 de Outubro no Teatro R.B.C do Living Arts Centre em Mississauga com início marcado para as 20 horas, intitulado "A TIMELY TRIBUTE" numa justa homenagem à Comunicação Social da GTA. Para reservarem bilhetes deverão contactar o Living Arts Centre Box Office: 905.306.8000, Toll Free: 1.888.805.8888 ou Online www.livingartscentre.ca ou poderão visitar pessoalmente a Bilheteira do Living Arts Centre de Segunda a Sábado entre 10 horas da manhã e as seis horas da tarde. Informamos também que no dia 15 de Outubro o "Stella Maris" levará a efeito um grandioso Jantar de Gala em celebração do seu 5º Aniversário no "Oásis Convention Centre em Mississauga" sendo a noite abrilhantada pelo famoso conjunto "TABU". Haverão muitas surpresas. Para reserva de lugares, contactem: João Ledo 905.273.5671 ou Rosalina Rodrigues no 416.653.2705.
Post-Milénio... Às Sextas-feiras, bem pertinho de si! De 17 a 23 de Setembro de 2010 9 Desacordo Orthographico AIDA BAPTISTA aidabatista@sapo.pt É conveniente que o português ocupe o lugar que tem entre as línguas mais faladas do Mundo, que é, e que o faça com um texto só. Maria Helena da Rocha Pereira Durante todos estes anos em que, com maior ou menor regularidade, tenho enviado a minha colaboração semanal, nunca nenhum dos responsáveis pelo jornal me deu qualquer indicação sobre os temas a tratar, ou me sugeriu que alterasse algum dos meus textos. Desde os tempos da fundação, com a designação apenas de Milénio, até às mais recentes alterações de natureza gráfica, de conteúdos e de título - que ao longo do tempo a publicação foi sofrendo -, sempre tive a mais completa liberdade para escrever sobre o que bem me apetecesse. É certo que o fiz norteada por um conjunto de valores que acho deverem ser aqueles pelos quais se devem reger todos os que vivem o conceito de liberdade associado sempre ao de responsabilidade. Olhando para trás, sei que, por vezes, algumas das minhas crónicas deixaram transparecer um certo grau de irritação face ao assunto abordado. Contudo, mesmo quando fui mais crítica e acutilante, tenho a convicção de que nunca ultrapassei os limites do decoro e da decência verbal. Também nunca me escondi no anonimato ou sob a forma de pseudónimo, pelo que tudo quanto escrevi foi sempre devidamente assumido e assinado. Feito este intróito, sinto-me muito à vontade para hoje, e como tema da minha crónica, manifestar a minha discordância face a alguns excertos retirados do edital publicado por Alexandre Franco, datado de 27 de Agosto passado, intitulado «Acordo Ortográfico! Sim? Ou Não?». O director do jornal escreveu-o a propósito de uma visita de dois dias a Toronto da Associação Mulher Migrante, com o apoio da Secretaria de Estado das Comunidades, para que, entre outros assuntos, sejam abordadas questões relacionadas com a implementação do recentemente aprovado Acordo Ortográfico. Um dos parágrafos que destaco diz o seguinte: “(...) porque temos que conhecer as comunidades para quem trabalhamos, onde estamos entre uma geração que aprendeu um Português que nada tem a ver com o Acordo Ortográfico, e duas ou três gerações de jovens que mal aprenderam o Português e que estão habituados a tudo menos àquilo que o Acordo Ortográfico prevê”. Sem pretender teorizar sobre o Português do antes e do depois do Acordo, vou apenas dar o exemplo de uma publicação bastante lida e divulgada junto dos titulares dos órgãos de comunicação social de Toronto - o Expresso. Este semanário pratica o Acordo há várias edições, se bem que tenha colaboradores a quem foi dada a liberdade de continuarem a escrever utilizando a grafia anterior - Miguel Sousa Tavares e Inês Pedrosa. Peço, então, ao Alexandre e a todos os que partilham da mesma opinião, que façam o seguinte exercício. Leiam o Expresso de fio a pavio e deixem para o fim os artigos escritos pelos jornalistas atrás referidos. Respondam, depois, a estas três perguntas: 1- Sentiram dificuldades em ler os textos escritos já de acordo com a nova ortografia? 2- Que diferenças notaram nesses textos comparando-os com os que que não a seguem? 3- Acharam que estavam perante uma escrita abrasileirada ou simplesmente deram pela falta de uma consoante aqui e um acento acolá? Tenho quase a certeza de que a maioria dos leitores, se eu não tivesse chamado a atenção para isso, nem sequer tinham reparado que os jornais portugueses já estavam a seguir a nova grafia, o que diz bem que, no que toca à língua, não parece existir a tal diferença de gerações. Muito sinceramente, acho que anda pela mente das pessoas uma enorme confusão, pelo que até considero importante que a Associação Mulher Migrante, com a sensibilidade e competência que todos lhe reconhecemos, se entregue a esta causa de pôr toda a gente a reflectir sobre o assunto. Não se trata de converter cépticos, nem de arregimentar fiéis para a tarefa da mudança, mas tão só de desfazer equívocos. É que já li e ouvi tanta coisa, que chego à conclusão de que existe uma enorme confusão entre o que é falar, o que é escrever e o que é o léxico. Ao nível da oralidade, nada muda. Ou seja: continuamos a pronunciar as palavras exactamente da mesma maneira. Sosseguem os Antónios (que há muito passaram a ser Tonys), porque não vão virar Antônios! Também não se preocupem com o léxico, que é o vocabulário de uma língua, porque vamos continuar a usar as nossas muito queridas palavrinhas. O mesmo acontecerá com todos os falantes da CPLP, já que o português aí usado é portador de especificidades muito próprias. Na parte que me toca, podem ter a certeza de que vou continuar a vestir cuecas (e não as calcinhas do Brasil), a apanhar o autocarro (e não o ônibus), a viajar de comboio (e não de trem), a beber o meu chá na chávena ( e não na xícara) e a lavá-la no lava-loiça (e não na pia). Embora o Alexandre, em resposta a uma das perguntas formuladas, diga que não vai aplicar o Acordo no seu jornal, eu, no uso da liberdade que como colaboradora sempre me foi facultada, estarei a utilizá-lo logo que a aprovação passe a definitiva. Não como afronta ou provocação a uma decisão do director, mas porque gosto de estar em consonância com as alterações ditadas pelas mudanças, mesmo que feitas por decreto. Claro que o Alexandre reservará para si o direito de aceitar ou não esta minha prática, alterando-a se for caso disso. Perdoe-me, Alexandre, se estou a ir muito longe nos meus vaticínios, mas estou certa de que, mais ano menos ano, o Alexandre e os leitores mais renitentes estarão na mesma onda de todos os que, com maior ou menor resistência, se adaptaram a outras mudanças. Se a geração de 1911 tivesse reagido da mesma maneira, o Português que o Alexandre tanto defende nem sequer existiria porque, no princípio do século, a sua forma de escrever era outra – Potuguez! Como era outra a escripta e a syntaxe das cousas e das idéas! NR. Sinto que a Dra. Aida Batista terá o mesmo sentido de liberdade, aquele que sempre lhe foi permitido e até reconheço que as suas alegações são a transparência de quem reconhece uma evolução que deve ser ratificada. Trata-se, na realidade de um Acordo Ortográfico, onde nem está em causa o que é falar ou o que é léxico ou clássico, e onde nem se tenta que “o Português ocupe o lugar que tem entre as línguas mais faladas do mundo e que o faça num texto só.” E é aqui que me deparo com alguma dificuldade. Encontrar o Português num texto só. Como é que o retirar de consoantes e o alterar de acentos, aqui ou acolá, vai permitir que isto aconteça? O Português vai continuar a ser, obrigatoriamente, diferente, muito de acordo com a sua utilização em diversas posições geográficas. Fugindo ao Acordo Ortográfico, para que a minha amiga Aida Batista não me acuse de ser um jornalista antiquado ou inadaptado, nem calculam como me custa ver a RTP- Internacional aceitar todo o género de Línguas Portuguesas (que me perdoem os letrados) com que os programas “Contacto” nos massacram, aceitando com a maior das normalidades as constantes “calinadas” que fazem com que Luiz Vaz de Camões (e o seu Português era Portuguez) dê cambalhotas no seu túmulo. Para terminar e querendo aceitar a teoria da minha amiga Aida Batista, apenas concluo afirmando que acho muito bem que espere pela aprovação definitiva, o que provavelmente poderia dispensar, até porque como se sabe são vários os jornais em Portugal que já utilizam o Acordo Ortográfico. Todavia, também sabemos que estes deixam a tal liberdade a alguns dos seus colaboradores, pelo que eu estou certo de que a Aida Batista também não se zangará com o Director deste jornal se for ele a estar de acordo com a utilização da nova grafia por sua parte, enquanto este seu amigo não digerir esta situação com os olhos que na sua maneira de ver, deveria fazer.
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Page 7: Post-Milénio... Às Sextas-feiras,
Page 15 and 16: Stadium Suplemento Desportivo De 17

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