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reparacao45_Layout 1 - Reparação Automotiva

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eparacao45_<strong>Layout</strong> 1 23/02/2012 12:37 Page 11<br />

www.reparacaoautomotiva.com.br<br />

Fevereiro de 2012 - Edição 45 | CAPA 11<br />

ANTONIO FIOLA,<br />

PRESIDENTE DO SINDIREPA-SP<br />

muitos abriram oficinas fazendo<br />

com que o negócio<br />

desse certo perante a tecnologia<br />

da época, o que exigia um<br />

mínimo de treinamento e<br />

ferramenta. Creio até que<br />

abrir uma oficina era mais<br />

pelo prazer, do que para ser<br />

um empresário”.<br />

Com o passar do tempo,<br />

veio a divisão entre a parte<br />

técnica e gerencial. “E uma<br />

complementa a outra. Assim,<br />

começaram a surgir movimentos<br />

para conscientizar as<br />

oficinas a terem um perfil de<br />

empresa e cuidarem da parte<br />

gerencial. Paralelamente, a<br />

tecnologia dos veículos<br />

mudou drasticamente, uma<br />

mudança de 180 graus, de<br />

forma que o reparador tem<br />

pela frente dois desafios:<br />

acompanhar a evolução tecnológica<br />

da manutenção e<br />

ter cabeça de empresário”,<br />

expõe Parisi.<br />

Um estágio que, segundo<br />

ele, algumas oficinas não<br />

atingiram. “Talvez por estarem<br />

afastadas dos grandes<br />

centros ou pelos proprietários<br />

já terem certa idade e não<br />

dependerem exclusivamente<br />

da oficina. E, neste caso,<br />

creio que a oficina não irá<br />

adiante. Já outras, que veem<br />

o setor como um investimento,<br />

o dono é automaticamente<br />

um gestor por ter essa<br />

postura de investidor, e há<br />

também várias oficinas com<br />

excelentes profissionais, mas<br />

que não têm um empresário<br />

no comando”, analisa.<br />

MAIS DO QUE<br />

CONSERTAR VEÍCULOS<br />

Na avaliação de Parisi, as<br />

oficinas vão muito além de<br />

consertar veículos, “consertar<br />

para atender às exigências legais<br />

em uma inspeção veicular<br />

é totalmente diferente de<br />

uma manutenção corretiva.<br />

Esse é o novo desafio da parte<br />

técnica que o reparador terá<br />

de vencer. Já é obrigação consertar,<br />

mas dentro desse<br />

parâmetro exige mais investimento<br />

em treinamento e<br />

equipamento. Esses movimentos<br />

acabam fazendo com<br />

que muitas empresas elevem<br />

o seu patamar e, outras, acabam<br />

mudando de atividade”.<br />

Parisi defende que até o<br />

conceito de oficina mecânica<br />

deveria mudar. “É um conceito<br />

sem muita relevância<br />

para o consumidor. Você não<br />

encontra oficina GM, mas<br />

sim concessionária GM, por<br />

exemplo. A titularidade das<br />

empresas do setor deveria ser<br />

revista, como, por exemplo,<br />

para centro de reparação, até<br />

para mostrar para o consumidor<br />

que a empresa de hoje<br />

nada tem a ver com a do passado.<br />

Mesmo porque os veículos<br />

de hoje com alta<br />

tecnologia requerem profissionais<br />

à altura. Há carros<br />

com valores elevadíssimos,<br />

como acima de R$ 200 mil, e<br />

é preciso ser uma empresa<br />

para trabalhar com eles. O<br />

setor tem de enxergar isso e<br />

buscar seu caminho”.<br />

OFERTA E PROCURA<br />

Os desafios são grandes<br />

para o setor e a única saída é<br />

a formação profissional, téc-<br />

nica e de gestão. E, para isso,<br />

diz Palácio, o mercado oferece<br />

as oportunidades. “O<br />

próprio Senai é uma referência<br />

em cursos profissionalizantes,<br />

técnicos de longa<br />

duração, o Sebrae oferece<br />

muitas opções em treinamentos<br />

de gestão. E aqui no IQA,<br />

nós temos cursos informativos<br />

que são desenvolvidos de<br />

acordo com as necessidades<br />

do cliente. Se não tivermos<br />

uma gama de cursos sobre<br />

determinados procedimentos<br />

de prontidão, desenvolvemos”,<br />

ressalta.<br />

Além disso, diz Palácio, as<br />

oficinas podem recorrer às<br />

fábricas pedindo treinamentos.<br />

“Não estamos falando de<br />

apresentação de produtos,<br />

mas sim um treinamento para<br />

trabalhar corretamente a<br />

parte técnica. Acho que vale<br />

muito a pena as oficinas<br />

fazerem essa solicitação<br />

às fábricas”.<br />

Na parte de gestão, informa<br />

ele, “creio que falta aos<br />

reparadores uma direção,<br />

onde eles devem buscar informações<br />

e o ponto de partida<br />

é o Sebrae. Somente com<br />

uma gestão bem feita é<br />

possível organizar a oficina”,<br />

defende.<br />

Salvados Parisi comenta<br />

que os desafios nas oficinas<br />

são diferentes de outras áreas.<br />

“Diferentemente de outras<br />

áreas, onde as pessoas têm<br />

tempo para estudar, têm a<br />

época do estágio, se formam<br />

e são profissionais do mercado,<br />

no nosso setor não tem<br />

esse trajeto e as ofertas de<br />

treinamento ainda não atendem<br />

às necessidades. Por<br />

outro lado, culturalmente,<br />

nós temos a falta de interesse<br />

do próprio reparador. Exemplo<br />

disso é que nós temos<br />

hoje no Sindirepa-SP um<br />

treinamento de uma grande<br />

empresa, que foi divulgado e<br />

é gratuito, que teve pouca<br />

adesão. No entanto, em qualquer<br />

evento ou palestra que<br />

participamos, o pleito dos reparadores<br />

é o mesmo: falta de<br />

treinamento”.<br />

Para Parisi, o profissional<br />

do setor ainda não entendeu<br />

que ele precisa investir em<br />

formação e treinamento. “Se<br />

o curso/treinamento começa<br />

às 19h, ele não consegue chegar.<br />

Se é aos finais de semana,<br />

ele alega que é o tempo que<br />

tem para ficar com a família.<br />

Não que isso não seja importante<br />

ou prioridade, mas ele<br />

tem que administrar o seu<br />

tempo para acompanhar a<br />

evolução. A única solução que<br />

vejo é o reparador acreditar e<br />

se envolver com a atividade”.<br />

Finalizando, o executivo<br />

do Sindirepa-SP comenta que<br />

ante essas dificuldades, muitas<br />

empresas têm oferecido<br />

alternativas com palestras, informações<br />

técnicas e catálogos.<br />

“Isso ameniza um pouco<br />

o trauma de não conseguir resolver<br />

problemas por falta de<br />

conhecimento. Porém, é perceptível<br />

a diferença do profissional<br />

que busca se<br />

aperfeiçoar, a evolução técnica<br />

que ele adquire e, consequentemente,<br />

monetária. Tem<br />

um provérbio que diz que<br />

quem trabalha muito não<br />

ganha dinheiro”.<br />

SALVADOR PARISI,<br />

VICE-PRESIDENTE DO SINDIREPA-SP

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