Um estudo de caso sobre as organizações que aprendem - SciELO
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COG132A.QXD 09-01-2008 10:23 Page 182<br />
Franco & Ferreira<br />
nest<strong>as</strong> organizações, favorece a criação <strong>de</strong> objectivos em comum, ou seja, <strong>que</strong> sejam partilhados por<br />
todos os indivíduos, o <strong>que</strong> gera um sentimento <strong>de</strong> colectivida<strong>de</strong> <strong>que</strong> contribui para a participação d<strong>as</strong><br />
pesso<strong>as</strong> <strong>de</strong> forma activa na resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong>.<br />
Tanto Nuno Ferreira como Tiago Fonseca realçam <strong>que</strong> “os trabalhadores estão sempre à procura<br />
<strong>de</strong> projectos interessantes. Quando fazemos o recrutamento <strong>de</strong>sejamos <strong>que</strong> <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> tenham ambição,<br />
para trabalhar em projectos e procurarem cois<strong>as</strong> <strong>que</strong> ainda não tenham sido feit<strong>as</strong>; tentamos logo<br />
à partida encontrar pesso<strong>as</strong> com esse perfil. Também, <strong>de</strong>ntro da empresa, existem reuniões com <strong>as</strong><br />
divers<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> funcionais; fazemos vários brainstormings gerais, on<strong>de</strong> estão presentes os responsáveis<br />
d<strong>as</strong> quatro áre<strong>as</strong> <strong>de</strong> negócio, isto por<strong>que</strong> po<strong>de</strong>m gerar-se nov<strong>as</strong> i<strong>de</strong>i<strong>as</strong>.”<br />
Em conformida<strong>de</strong> com o Gestor <strong>de</strong> Projecto, os colaboradores tem tendência a superarem-se,<br />
“por<strong>que</strong> a nossa área <strong>de</strong> negócio é muito competitiva. Embora esta iniciativa não esteja presente<br />
em todos os colaboradores, existem muitos <strong>que</strong>, quando tem uma i<strong>de</strong>ia, propõem-na e muit<strong>as</strong> vezes<br />
executam-na”. Ainda para João Batalha, “a maior parte d<strong>as</strong> propost<strong>as</strong> <strong>de</strong> projectos <strong>que</strong> nos pe<strong>de</strong>m<br />
têm <strong>de</strong> p<strong>as</strong>sar pela parte criativa. Muit<strong>as</strong> vezes, o cliente tem esse objectivo, m<strong>as</strong> somos nós <strong>que</strong><br />
temos <strong>de</strong> criar os meios <strong>de</strong> o alcançar”.<br />
Resumindo, para <strong>as</strong> empres<strong>as</strong> se tornarem em organizações <strong>que</strong> apren<strong>de</strong>m <strong>de</strong>vem acima <strong>de</strong> tudo,<br />
segundo Chiva Goméz e Camisón Zorzona (1999), atribuir maior importância aos <strong>as</strong>pectos mais visíveis<br />
e reconhecidos da cultura organizativa, embora a sua interpretação seja muito complicada. A confiança,<br />
os valores e os objectivos, a comunicação, a implicação do indivíduo, a sua satisfação laboral, o compromisso<br />
(Nevis et al., 1995), a superação no trabalho, a tendência da resistência à mudança a proactivida<strong>de</strong><br />
e a implementação d<strong>as</strong> su<strong>as</strong> contribuições, o ambiente laboral e os mecanismos <strong>de</strong> avaliação,<br />
são <strong>as</strong>pectos a consi<strong>de</strong>rar para uma empresa caminhar para uma organização aprendiz.<br />
Desenho/Estrutura Organizacional. A YDreams possui uma estrutura mecanicista (clássica),<br />
on<strong>de</strong> a formalida<strong>de</strong> não se nota no dia-a-dia, daí os próprios colaboradores afirmarem <strong>que</strong> se trata<br />
<strong>de</strong> uma estrutura completamente horizontal (orgânica), on<strong>de</strong> <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> têm contacto directo com<br />
os superiores.<br />
Segundo Tiago Fonseca e Nuno Ferreira, a estrutura da empresa “é horizontal; possuímos um<br />
organigrama como uma empresa mais formal, m<strong>as</strong> no dia-a-dia a estrutura e <strong>as</strong> relações interpessoais<br />
são informais”.<br />
Em relação ao trabalho em equipa e colaboração, existe a preocupação da empresa em apostar<br />
no trabalho em conjunto, o <strong>que</strong> proporciona na mesma uma maior criativida<strong>de</strong> e envolvimento por<br />
parte dos colaboradores. Esta empresa está a <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> adoptar os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> trabalho individual, isto<br />
é, recusa <strong>que</strong> <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> permaneçam isolad<strong>as</strong> no seu local <strong>de</strong> trabalho. Como refere Kanter (2000), a<br />
individualida<strong>de</strong> não <strong>sobre</strong>viverá no futuro, m<strong>as</strong> po<strong>de</strong>rá ter o seu lugar. Contudo, <strong>as</strong> aptidões d<strong>as</strong><br />
equip<strong>as</strong> serão necessári<strong>as</strong>, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar com outr<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> em pé <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>, o respeito<br />
para com <strong>as</strong> su<strong>as</strong> contribuições e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ouvir <strong>as</strong> su<strong>as</strong> i<strong>de</strong>i<strong>as</strong>, entre outros <strong>as</strong>pectos, bem<br />
como o trabalho em cooperação com outr<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> será essencial.<br />
Na YDreams a maior parte do trabalho realizado é por equip<strong>as</strong>. De acordo com o Director <strong>de</strong><br />
Produção e o técnico <strong>de</strong> R.H., “<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do tipo <strong>de</strong> projectos, alguns são individuais e outros são<br />
constituídos por muit<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> e po<strong>de</strong>m afectar divers<strong>as</strong> áre<strong>as</strong>, m<strong>as</strong> b<strong>as</strong>icamente tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> áre<strong>as</strong><br />
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