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Um estudo de caso sobre as organizações que aprendem - SciELO

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COG132A.QXD 09-01-2008 10:23 Page 174<br />

Franco & Ferreira<br />

colectivo como a aprendizagem individual; e utilizam os resultados da aprendizagem para atingir<br />

mais facilmente os resultados propostos.<br />

Neste sentido, está-se perante uma nova concepção <strong>de</strong> gestão <strong>que</strong> consiste no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> uma cultura <strong>que</strong> fomenta um levado grau <strong>de</strong> colaboração e <strong>de</strong> confiança entre os seus<br />

membros e num processo contínuo <strong>de</strong> compreensão e <strong>as</strong>similação d<strong>as</strong> implicações da mudança (Oliveira,<br />

citado por Lisboa et al., 2004).<br />

As organizações <strong>que</strong> apren<strong>de</strong>m necessitam <strong>de</strong> uma cultura, on<strong>de</strong> todos os indivíduos, sem excepção,<br />

compartilhem dos valores organizacionais (López Salazar, & Lopez Sánchez, 2001), confiem nos seus<br />

coleg<strong>as</strong> e superiores, estando satisfeitos com o seu trabalho, comprometidos com este e com os quais<br />

<strong>que</strong> participam nele, dispostos a inovar, a permanecer na organização (Cameron & Freemann, 1991), a<br />

ajudar-se, partilhando os conhecimentos e <strong>as</strong> experiênci<strong>as</strong> <strong>que</strong> conseguiram acumular ao longo da sua<br />

vida laboral, e criando com ele importantes sinergi<strong>as</strong> (Claver et al., 2001). Além disso, são mais<br />

pró-activos do <strong>que</strong> reactivos, evoluindo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua adaptabilida<strong>de</strong> à sua criativida<strong>de</strong> e implementam<br />

<strong>as</strong> su<strong>as</strong> contribuições, já <strong>que</strong> não se <strong>de</strong>smotivam nem se per<strong>de</strong>m nos recursos.<br />

Numa organização com uma cultura <strong>de</strong> aprendizagem, todos (direcção, empregados, clientes,<br />

fornecedores) sentem <strong>que</strong> há oportunida<strong>de</strong>s para apren<strong>de</strong>r e crescer.<br />

Estrutura organizacional. Tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> fronteir<strong>as</strong> numa organização <strong>que</strong> apren<strong>de</strong> são altamente<br />

permeáveis para maximizar o fluxo <strong>de</strong> informação e abrir a organização às su<strong>as</strong> experimentações. A<br />

interligação em re<strong>de</strong> (proximida<strong>de</strong> e abertura entre a direcção, os empregados, os clientes, os concorrentes<br />

e a comunida<strong>de</strong>) torna possível para a organização mais “inteligente” supervisionar constantemente<br />

<strong>as</strong> necessida<strong>de</strong>s e <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> em processo <strong>de</strong> mudança (McGill & Slocum, 1995).<br />

Na configuração em re<strong>de</strong>, segundo os autores supracitados, ao contrário da estrutura mecanicista/<br />

/tradicional, a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão é fre<strong>que</strong>ntemente realizada com um cliente, fornecedor ou parceiro.<br />

De acordo com Salm e Amboni (1997), os projectos <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s capacitam <strong>as</strong> empres<strong>as</strong> a gerir projectos<br />

inter-unida<strong>de</strong>s e a reduzir <strong>as</strong> <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> lançamento. A vantagem principal <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> form<strong>as</strong><br />

<strong>de</strong> organização é a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser internamente flexível, e ao mesmo tempo, <strong>de</strong> se adaptar às mudanç<strong>as</strong><br />

no seu meio envolvente.<br />

Argyris e Schön (1996) comentam <strong>que</strong>, hoje, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> “re<strong>de</strong>s” é o mais a<strong>de</strong>quado à gestão<br />

d<strong>as</strong> organizações. McGill e Slocum (1995) indicam <strong>que</strong> a estrutura organizacional <strong>de</strong> hoje, <strong>de</strong>ve ser<br />

uma organização horizontal (orgânica), estruturada em torno <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> gestão e não <strong>de</strong> funções.<br />

A organização horizontal significa <strong>que</strong> conjuntos <strong>de</strong> clientes <strong>de</strong>finem <strong>as</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio. A organização<br />

<strong>de</strong>ve agrupar os seus recursos em unida<strong>de</strong>s com <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> e processos necessários para<br />

servi-l<strong>as</strong>.<br />

Actualmente, tem-se observado uma tendência cada vez maior <strong>de</strong> reestruturar <strong>as</strong> organizações,<br />

com o objectivo <strong>de</strong> <strong>as</strong> tornar orgânic<strong>as</strong>. Esta tendência é impulsionada pela complexida<strong>de</strong> e pelos<br />

<strong>de</strong>safios do novo mundo <strong>que</strong> “re<strong>que</strong>r organizações vívid<strong>as</strong> e inteligentes” (Pinchot & Pinchot, 1994:<br />

32). A globalização, o aumento da competitivida<strong>de</strong> e o aumento do nível <strong>de</strong> exigência dos clientes são<br />

alguns factores com os quais uma organização tem <strong>de</strong> lidar.<br />

É <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste cenário <strong>de</strong> incertez<strong>as</strong> <strong>que</strong> surge também a estrutura <strong>de</strong> equip<strong>as</strong>. Trata-se <strong>de</strong> uma<br />

estrutura caracterizada por romper <strong>as</strong> barreir<strong>as</strong> <strong>de</strong>partamentais, por <strong>de</strong>scentralizar <strong>as</strong> <strong>de</strong>cisões para<br />

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