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Um estudo de caso sobre as organizações que aprendem - SciELO

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COG132A.QXD 09-01-2008 10:23 Page 171<br />

<strong>Um</strong> <strong>estudo</strong> <strong>de</strong> <strong>c<strong>as</strong>o</strong> <strong>sobre</strong> <strong>as</strong> organizações <strong>que</strong> apren<strong>de</strong>m<br />

refere Senge (1996), o crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento do mundo e a complexida<strong>de</strong> e dinamismo dos<br />

negócios ten<strong>de</strong> a vincular-se com a própria aprendizagem.<br />

As organizações, hoje em dia, têm <strong>de</strong> ser organizações <strong>que</strong> apren<strong>de</strong>m, pois para <strong>que</strong> est<strong>as</strong><br />

tenham sucesso e consigam <strong>sobre</strong>viver no contexto actual, têm <strong>de</strong> comunicar com o meio on<strong>de</strong> estão<br />

inserid<strong>as</strong>, <strong>as</strong>sim como, com <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> <strong>que</strong> <strong>de</strong>l<strong>as</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m e vice-versa.<br />

Perante tais situações, para <strong>que</strong> a mudança se possa instalar num processo contínuo e não num<br />

processo pontual, é necessário criar organizações voltad<strong>as</strong> para processos permanentes <strong>de</strong> aprendizagem.<br />

Neste sentido, <strong>as</strong> organizações <strong>que</strong> apren<strong>de</strong>m adoptam configurações on<strong>de</strong> os seus membros expan<strong>de</strong>m<br />

continuamente a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar os resultados <strong>que</strong> realmente <strong>de</strong>sejam, on<strong>de</strong> estimulam padrões<br />

<strong>de</strong> pensamento novos e abrangentes, e on<strong>de</strong> <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> apren<strong>de</strong>m continuamente a apren<strong>de</strong>r junt<strong>as</strong>.<br />

Este artigo tem como objectivo principal conhecer e compreen<strong>de</strong>r melhor os procedimentos<br />

e mecanismos <strong>que</strong> a uma organização <strong>de</strong>ve adoptar para se direccionar para o novo paradigma <strong>de</strong><br />

gestão – <strong>as</strong> organizações <strong>que</strong> apren<strong>de</strong>m. A nível prático, este <strong>estudo</strong> contribui ainda para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> prátic<strong>as</strong> <strong>de</strong> gestão e <strong>de</strong> mudanç<strong>as</strong> <strong>de</strong> comportamento <strong>que</strong> possam ajudar <strong>as</strong> organizações<br />

a enveredar por processos <strong>de</strong> contínua aprendizagem. Para alcançar estes objectivos foi realizado um<br />

<strong>estudo</strong> <strong>de</strong> <strong>c<strong>as</strong>o</strong> <strong>que</strong> se limitou à empresa YDreams.<br />

2. Enquadramento teórico<br />

2.1. Organização <strong>que</strong> Apren<strong>de</strong><br />

A literatura revela a falta <strong>de</strong> um corpo teórico convergente <strong>sobre</strong> <strong>as</strong> organizações <strong>que</strong> apren<strong>de</strong>m.<br />

Este resultado surge possivelmente do carácter multidisciplinar nesta área do conhecimento.<br />

Contudo, pelo menos seis disciplin<strong>as</strong> têm contribuído, consistentemente, para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste<br />

tópico: psicologia e <strong>de</strong>senvolvimento organizacional; ciência da administração; sociologia e teoria<br />

organizacional; estratégia; gestão da produção; e antropologia cultural. Essa interdisciplinarida<strong>de</strong> gera<br />

uma área <strong>que</strong> contém contribuições tanto complementares quanto competitiv<strong>as</strong> (E<strong>as</strong>terby-Smith, 1997;<br />

Bontis et al., 2002).<br />

Esta v<strong>as</strong>ta fragmentação <strong>de</strong>u origem a diferentes teori<strong>as</strong>/escol<strong>as</strong>, m<strong>as</strong> nenhuma conseguiu resumir<br />

a literatura importante <strong>sobre</strong> este fenómeno organizacional. Tal como Tsang (1997: 82) enfatiza,<br />

“não existe nenhum quadro conceptual <strong>que</strong> tenha conseguido reunir todos os avanços atingidos no<br />

domínio da aprendizagem organizacional”.<br />

A essência d<strong>as</strong> organizações <strong>que</strong> apren<strong>de</strong>m é a habilida<strong>de</strong> da organização em utilizar a capacida<strong>de</strong><br />

mental <strong>de</strong> todos os seus membros para criar processos <strong>que</strong> melhorem este processo <strong>de</strong> aprendizagem.<br />

<strong>Um</strong>a organização <strong>que</strong> apren<strong>de</strong> é uma organização <strong>que</strong> facilita a aprendizagem <strong>de</strong> todos os<br />

seus membros e ao mesmo tempo transforma-os (Pedler et al., 1991).<br />

Para Senge (1996: 3), organizações <strong>que</strong> apren<strong>de</strong>m são “organizações n<strong>as</strong> quais <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> expan<strong>de</strong>m<br />

continuamente a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar os resultados <strong>que</strong> realmente <strong>de</strong>sejam, on<strong>de</strong> se estimulam<br />

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