Um estudo de caso sobre as organizações que aprendem - SciELO
Um estudo de caso sobre as organizações que aprendem - SciELO
Um estudo de caso sobre as organizações que aprendem - SciELO
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
COG132A.QXD 09-01-2008 10:23 Page 176<br />
Franco & Ferreira<br />
Para estes autores, a eficácia <strong>de</strong> qual<strong>que</strong>r organização <strong>que</strong> apren<strong>de</strong> gira em torno da sua capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> recolher informações apurad<strong>as</strong> acerca dos efeitos do seu comportamento e <strong>de</strong> usar ess<strong>as</strong><br />
informações para modificar o comportamento.<br />
As organizações têm <strong>que</strong> <strong>de</strong>sapren<strong>de</strong>r os sistem<strong>as</strong> existentes <strong>que</strong> atr<strong>as</strong>am a aprendizagem, a<br />
fim <strong>de</strong> implementar sistem<strong>as</strong> <strong>que</strong> a promovam. No cerne da <strong>de</strong>saprendizagem está a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
se confrontar a <strong>que</strong>stão da informação como forma <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r na organização nos di<strong>as</strong> <strong>de</strong> hoje (Salm<br />
& Amboni, 1997). Em conformida<strong>de</strong> com estes autores, uma d<strong>as</strong> mais importantes fontes <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r é<br />
o controlo ou o excessivo acesso à informação, acerca d<strong>as</strong> activida<strong>de</strong>s da organização, d<strong>as</strong> preferênci<strong>as</strong><br />
e julgamentos <strong>de</strong> outros, do <strong>que</strong> se p<strong>as</strong>sa, e acerca do <strong>que</strong> se está a fazer.<br />
Quando os sistem<strong>as</strong> são projectados para promover a aprendizagem, fazendo com <strong>que</strong> a informação<br />
apurada se torne acessível em tempo razoável, a posição <strong>de</strong> uma empresa muda <strong>sobre</strong> <strong>que</strong>m<br />
obtém qual informação e quando e o <strong>que</strong> ela po<strong>de</strong> fazer com isso (Salm & Amboni, 1997; McGill<br />
& Slocum, 1995).<br />
Os projectos e a execução <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong> <strong>de</strong> aprendizagem re<strong>que</strong>rem <strong>que</strong> os gerentes e restantes<br />
colaboradores transponham vári<strong>as</strong> crenç<strong>as</strong> <strong>que</strong> atr<strong>as</strong>am a precisão, oportunida<strong>de</strong> e utilida<strong>de</strong> da informação<br />
n<strong>as</strong> organizações. As organizações <strong>que</strong> apren<strong>de</strong>m reconhecem a importância do feedback<br />
pleno <strong>que</strong> permita a avaliação da experiência. Os sistem<strong>as</strong> <strong>de</strong> aprendizagem não glorificam a racionalida<strong>de</strong><br />
e tão pouco negligenciam o valor da intuição a favor <strong>de</strong> factos e análises (McGill & Slocum, 1995).<br />
Li<strong>de</strong>rança. Segundo Kotter (1990), numa época <strong>de</strong> revolução tecnológica e mudanç<strong>as</strong> crescentes,<br />
a li<strong>de</strong>rança torna-se cada vez mais crucial, na medida em <strong>que</strong> representa o elemento propulsor<br />
<strong>de</strong> mudanç<strong>as</strong> e é a força básica por <strong>de</strong>trás <strong>de</strong> uma mudança bem sucedida. Para este investigador, sem<br />
li<strong>de</strong>rança, a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> erros aumenta e <strong>as</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> êxito reduzem-se.<br />
Em conformida<strong>de</strong> com Vergara (2003), <strong>de</strong>ntro do contexto apresentado, a li<strong>de</strong>rança possibilita a<br />
cooperação, diminui os conflitos e contribui para a criativida<strong>de</strong>, exercendo um papel integrador, muito<br />
necessário numa época <strong>de</strong> organizações virtuais, pois mantém <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> unid<strong>as</strong>, mesmo sem estarem<br />
fisicamente próxim<strong>as</strong>.<br />
Assim sendo, a li<strong>de</strong>rança <strong>as</strong>socia-se a estímulos e incentivos <strong>que</strong> promovem a motivação d<strong>as</strong><br />
pesso<strong>as</strong> para alcançar os objectivos comuns, apresentando um papel relevante nos processos <strong>de</strong><br />
formação, transmissão e mudança da cultura organizacional (Senge, 1996).<br />
Segundo Barrett (1995), a cultura organizacional tem como b<strong>as</strong>e <strong>que</strong> a personalida<strong>de</strong> dos lí<strong>de</strong>res<br />
tenha impacto significativo na cultura d<strong>as</strong> organizações e <strong>que</strong> o alinhamento d<strong>as</strong> crenç<strong>as</strong> e valores<br />
ocorra quando os valores da organização estão <strong>de</strong> acordo com os dos colaboradores.<br />
Perante esta visão <strong>de</strong> Barrett (1995), os lí<strong>de</strong>res eficazes são a<strong>que</strong>les <strong>que</strong> complementam <strong>as</strong><br />
<strong>de</strong>ficiênci<strong>as</strong> dos seus colaboradores e maximizam <strong>as</strong> su<strong>as</strong> potencialida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> modo a conseguirem<br />
a satisfação individual e colectiva no grupo <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rados, bem como, proporcionando o alinhamento<br />
da cultura organizacional aos objectivos estratégicos da organização.<br />
De acordo com Schein (1999), <strong>as</strong> certez<strong>as</strong> d<strong>as</strong> li<strong>de</strong>ranç<strong>as</strong> formam a cultura <strong>que</strong> é confirmada<br />
pelos membros da organização, quando são post<strong>as</strong> em prática. Cada vez <strong>que</strong> <strong>as</strong> certez<strong>as</strong> são confirmad<strong>as</strong>,<br />
el<strong>as</strong> são reforçad<strong>as</strong>. Ao mesmo tempo, se <strong>as</strong> i<strong>de</strong>i<strong>as</strong> iniciais dos lí<strong>de</strong>res não funcionam, el<strong>as</strong> são abandonad<strong>as</strong><br />
ou substituíd<strong>as</strong> por nov<strong>as</strong> soluções <strong>que</strong> venham a resolver os problem<strong>as</strong> <strong>de</strong> forma a diminuir a<br />
ansieda<strong>de</strong> do grupo.<br />
176