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Um estudo de caso sobre as organizações que aprendem - SciELO

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COG132A.QXD 09-01-2008 10:23 Page 173<br />

<strong>Um</strong> <strong>estudo</strong> <strong>de</strong> <strong>c<strong>as</strong>o</strong> <strong>sobre</strong> <strong>as</strong> organizações <strong>que</strong> apren<strong>de</strong>m<br />

por intermédio dos indivíduos <strong>que</strong> a compreen<strong>de</strong>m (Argyris & Schön, 1996; Kim, 1993). Estes investigadores<br />

consi<strong>de</strong>ram os grupos como elos fundamentais entre a aprendizagem individual e a aprendizagem<br />

organizacional. No entanto, o seu sucesso ou insucesso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do grau <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> <strong>que</strong><br />

lhes é permitido, da atribuição <strong>de</strong> taref<strong>as</strong> <strong>de</strong> acordo com <strong>as</strong> capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>monstrad<strong>as</strong>, da gestão e<br />

circulação do conhecimento disponível e do incentivo e apoio prestados pela organização.<br />

Sny<strong>de</strong>r e Cummings (1998: 875) realizaram uma síntese da relação entre a aprendizagem<br />

individual e a aprendizagem organizacional: os indivíduos apren<strong>de</strong>m em organizações, m<strong>as</strong> esta<br />

aprendizagem po<strong>de</strong> ou não contribuir para a aprendizagem organizacional. A aprendizagem é organizacional<br />

na medida em <strong>que</strong>: (1) é realizada para alcançar propósitos organizacionais; (2) é compartilhada<br />

ou distribuída entre os membros da organização (grupos); e (3) os resultados da aprendizagem<br />

são incorporados em sistem<strong>as</strong>, estrutura e cultura organizacionais. Po<strong>de</strong>-se, então, sublinhar <strong>que</strong> a<br />

aprendizagem organizacional é um fenómeno colectivo, dado <strong>que</strong> a organização só po<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r através<br />

dos seus membros.<br />

2.2. Mo<strong>de</strong>lo Conceptual <strong>de</strong> Análise<br />

Com b<strong>as</strong>e numa revisão da literatura <strong>sobre</strong> <strong>as</strong> organizações <strong>que</strong> apren<strong>de</strong>m é possível caracterizar<br />

est<strong>as</strong> últim<strong>as</strong> em vári<strong>as</strong> dimensões/parâmetros:<br />

Cultura organizacional. <strong>Um</strong>a organização com uma cultura <strong>de</strong> aprendizagem possui vári<strong>as</strong><br />

característic<strong>as</strong>. Primeiro, possui processos <strong>de</strong> aprendizagem ao longo da vida, abrangendo a aprendizagem<br />

e a formação contínua, <strong>as</strong>sim como incentiva e/ou facilita os membros <strong>que</strong> apren<strong>de</strong>m e experimentam<br />

(Barrett, 1995; Leitch et al., 1996). Segundo, é uma organização com um ambiente <strong>de</strong> aprendizagem,<br />

<strong>de</strong>monstrado pela liberda<strong>de</strong> <strong>que</strong> <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> têm em fazer algo e <strong>de</strong> não terem medo <strong>de</strong> falhar,<br />

existe a aceitação dos erros e da falha sem punição (Barrett, 1995). Terceiro, é uma organização sem<br />

limites, em <strong>que</strong> os membros <strong>de</strong>sejam a aprendizagem e são forçados para compartilhar e, <strong>de</strong>ste modo,<br />

facilitam uma cultura <strong>de</strong> aprendizagem (Ulrich & Van Glinow, 1993).<br />

Outr<strong>as</strong> variáveis <strong>as</strong>sociad<strong>as</strong> à cultura organizacional pren<strong>de</strong>m-se com a confiança e o envolvimento<br />

d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong>, <strong>as</strong>sim como a inovação e a criativida<strong>de</strong>, isto por<strong>que</strong>, segundo Campos (1999),<br />

uma organização honesta <strong>sobre</strong>vive <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> quando contribui para a satisfação d<strong>as</strong><br />

pesso<strong>as</strong>. A organização <strong>de</strong>ve preocupar-se em pagar bem aos seus empregados, respeitá-los, dar-lhes<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento e os accionist<strong>as</strong> <strong>de</strong>vem ter lucros para o progresso e nov<strong>as</strong> oportunida<strong>de</strong>s.<br />

Os <strong>as</strong>pectos mais visíveis e reconhecidos da cultura organizativa, pese embora <strong>que</strong> a sua interpretação<br />

seja muito complicada (Chiva Gómez & Camisón Zorzona, 1999) são a confiança, os valores<br />

e os objectivos, a comunicação, a implicação do indivíduo, a sua satisfação laboral, o compromisso<br />

(Nevis et al., 1995), a superação no trabalho, a tendência da resistência à mudança, a pró-activida<strong>de</strong> e<br />

a implementação d<strong>as</strong> su<strong>as</strong> contribuições, o ambiente laboral e os mecanismos <strong>de</strong> avaliação.<br />

Segundo Senge (1996), existem <strong>de</strong>terminad<strong>as</strong> característic<strong>as</strong> <strong>que</strong> diferenciam <strong>as</strong> organizações<br />

em aprendizagem d<strong>as</strong> restantes, isto por<strong>que</strong> est<strong>as</strong> são adaptáveis ao seu meio envolvente externo;<br />

apresentam um <strong>de</strong>sempenho contínuo da sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação e mudança; <strong>de</strong>senvolvem o<br />

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