R evista da APM Janeiro/Fevereiro de 2007 - Associação Paulista ...
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R<strong>evista</strong> <strong>da</strong> <strong>APM</strong> <strong>Janeiro</strong>/<strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2007</strong><br />
26<br />
VOLTAÀSAULAS<br />
Cursos <strong>de</strong> Medicina:<br />
o que fazer para melhorar?<br />
Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s médicas abrem <strong>de</strong>bate para encontrar a melhor forma <strong>de</strong> se avaliar<br />
os cursos existentes no país<br />
ADRIANA REIS<br />
F evereiro, início <strong>de</strong> ano letivo nas<br />
escolas <strong>de</strong> todo o país. Ansiosos,<br />
calouros do primeiro ano do curso <strong>de</strong><br />
Medicina começam uma longa jorna<strong>da</strong><br />
<strong>de</strong> formação profissional. Serão pelo<br />
menos seis anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação, horas a<br />
fio <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s aos livros, às aulas e aos<br />
atendimentos nos hospitais-escola. Ao<br />
final <strong>de</strong>ste período, sairão com um diploma<br />
nas mãos e ingressarão no mercado<br />
<strong>de</strong> trabalho. O que muitos médicos<br />
têm se perguntado é: será que esses jovens<br />
estão mesmo preparados para isso?<br />
As facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Medicina têm <strong>da</strong>do<br />
conta <strong>de</strong> formar esses estu<strong>da</strong>ntes para<br />
que sejam profissionais completos?<br />
O <strong>de</strong>bate sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ensino<br />
<strong>de</strong> Medicina não é recente no Brasil,<br />
mas tem ganhado espaço nos últimos<br />
tempos. Os profissionais que estão à<br />
frente <strong>de</strong>ssa discussão atribuem o fato<br />
a dois motivos principais: o crescimento<br />
dos casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> erros médicos<br />
cometidos por profissionais formados<br />
há até cinco anos e o aumento<br />
significativo do número <strong>de</strong> facul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Medicina no país. Diante <strong>de</strong>ste quadro,<br />
grupos e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s médicas estão<br />
levantando a ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> se criar um<br />
sistema <strong>de</strong> avaliação oficial para os<br />
cursos <strong>de</strong> graduação.<br />
Avaliação necessária<br />
É praticamente unânime a opinião dos<br />
médicos sobre a importância <strong>de</strong> se discutir<br />
a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ensino na graduação.<br />
Giovanni Guido Cerri, diretor científico<br />
<strong>da</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong> nacional, a <strong>Associação</strong><br />
Médica Brasileira (AMB), aponta<br />
a baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos cursos na área<br />
médica como um dos gran<strong>de</strong>s problemas<br />
<strong>da</strong> profissão. “Temos visto médicos<br />
com formação insuficiente. Por<br />
isso, acho que a discussão sobre uma<br />
avaliação ao longo do curso é necessária.<br />
Essas escolas precisam ser vigia<strong>da</strong>s<br />
constantemente pela socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />
pela comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> médica”, opina.<br />
“É um <strong>de</strong>bate fun<strong>da</strong>mental. A<br />
Educação é inerente a essa profissão,<br />
porque o médico <strong>de</strong>ve estu<strong>da</strong>r<br />
sempre, mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> formado”,<br />
afirma o professor <strong>da</strong> Unifesp<br />
Álvaro Atallah, diretor Científico<br />
<strong>da</strong> <strong>APM</strong>.