R evista da APM Janeiro/Fevereiro de 2007 - Associação Paulista ...

uma situação muito ruim, preocupante
e extremamente incômoda”, disse, em
entrevista à Agência Brasil.
O sindicalista afirmou ainda que um
eventual auxílio do governo federal
deveria ser analisado com cautela. “É
preciso ver com muita preocupação a
transferência de mais dinheiro público
e de mais recursos sem que seja assegurada
uma administração severa e
rígida no Incor”, observou. Carvalhaes
acrescentou que o Simesp não
compartilhava da idéia de transferir
dinheiro “pura e simplesmente para
tapar buracos e continuar a situação
exatamente da mesma forma”.
No dia 17 de dezembro, o Ministério
Público Federal (MPF), órgão da Procuradoria
da República no Estado de
São Paulo, expediu uma recomendação
aos ministérios da Saúde e da Fazenda
“para que não determinassem ou autorizassem
o repasse de novos recursos
públicos” à Fundação Zerbini, “além
daqueles já ordinariamente previstos
em orçamento ou daqueles que sejam
absolutamente indispensáveis para
manter a continuidade, em curto prazo,
do atendimento aos pacientes do
Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil
SUS”.No dia 20, o promotor Jairo Bisol,
do Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios (MPDFT), disse
que encaminharia denúncia à Justiça
contra a Fundação Zerbini e funcionários
do Governo do Distrito Federal por
irregularidades envolvendo 62 contratos
no valor de R$ 74,8 milhões, na
unidade do Incor de Brasília. Até a Polícia
Federal entrou no debate. No dia
22, a Superintendência do Distrito Federal
determinou a abertura de inquérito
para apurar irregularidades na
instalação do Instituto do Coração (Incor)
no prédio do Hospital das Forças
Armadas (HFA), em Brasília. O pedido
de investigação foi feito pelo procurador
regional do Distrito Federal, José
Robalinho Cavalcanti, no dia 21 de
março de 2005. Os motivos da investigação
seriam os superfaturamentos na
compra de equipamentos e irregularidades
no pagamento de pessoal.Essas
ações do Ministério Público e críticas
à administração foram suficientes para
que o governo federal desse um passo
atrás no pedido feito por Lula.
A pá de cal veio com a reunião entre
o ministro da Fazenda, Guido Mantega,
O ministro da Saúde, Agenor Álvares,
chegou a afirmar que a crise do Incor era
decorrente de problemas de má gestão.
“Uma instituição daquele tamanho tem
que ter uma gestão profissional. Temos que
deixar bem claro que solução não significa
repasse imediato de recursos”, afirmou.
Foto: José Cruz/Agência Brasil
com o governador de São Paulo, Cláudio
Lembo, em São Paulo. Mantega
disse, após o encontro, que o governo
federal vai analisar mais detalhadamente
os problemas financeiros da Fundação
Zerbini, que gerencia o Hospital
do Coração (Incor), antes de liberar dinheiro
para a fundação.
Representantes do Incor ficaram de
fora da reunião entre Mantega e Lembo
e não gostaram. A Fundação Zerbini
divulgou nota lamentando a ausência
no encontro e negando que os problemas
do Incor sejam fruto de má gestão.
Da área técnica e administrativa, a
crise foi parar no Congresso. No dia 13
de dezembro, durante audiência pública
da Comissão de Assuntos Sociais do
Senado, o relator-geral do orçamento de
2007, senador Valdir Raupp (PMDB-
RO), garantiu mais R$ 50 milhões ao
Incor, além dos outros R$ 50 milhões
que já estavam previstos. Com isso, a
proposta orçamentária teve previsão de
R$ 100 milhões para o instituto.
Senador Valdir Raupp: inclusão de R$
50 milhões no orçamento de 2007
Revista da APM Janeiro/Fevereiro de 2007
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