R evista da APM Janeiro/Fevereiro de 2007 - Associação Paulista ...

Revista Revista da APM Janeiro/Fevereiro de 2007
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CRISENOINCOR
Dívidas não comprometem
atendimentos
Dívidas da gestora do
Instituto, a Fundação
Zerbini, trazem problemas
para a atual administração,
mas sem comprometer os
serviços, dos quais cerca de
80% são para o SUS
RICARDO BALEGO
Prestes a completar 30 anos, o Instituto
do Coração do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina
da USP (Incor-HCFMUSP) passa por
uma insustentável crise financeira
por conta da situação da entidade que
o administra, a Fundação Zerbini.
A Fundação acumula dívidas num
total de R$ 245 milhões, boa parte –
R$ 117 milhões – com o Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES). Esse valor corresponde a
quase 82% de todo o orçamento do instituto
em 2006, cerca de R$ 300 milhões.
Em sua história, o Instituto, referência
internacional em cardiologia, ostenta
números como poucos: 60 milhões
de exames diagnósticos de alta complexidade
e 78 mil cirurgias realizadas até
hoje, 38 mil trabalhos científicos produzidos,
além de milhares de profissionais
formados e atuando no Brasil e
no exterior.
Anualmente, são mais de 260 mil consultas,
com 14 mil internações e cerca
de 5.000 cirurgias realizadas. Cerca de
80% dos atendimentos realizados são
para pacientes do SUS.
Segundo o presidente do conselho
diretor do Incor, Jorge Elias Kalil Filho,
o instituto apresentava superávit
em suas contas até o ano de 1997, situação
que começou a se alterar a partir
do empréstimo feito junto ao BNDES,
pela Fundação Zerbini, para a construção
do segundo prédio do instituto e da
contratação de mais 1.500 funcionários
para atender à crescente demanda,
em 1999.
“Foi um erro a construção desse
prédio e a contratação de funcionários
sem o devido planejamento e negociação