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Outubro, 2011 - International Braz J Urol

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Recuperação de Espermatozóides para Reprodução Assistida<br />

e profunda são examinadas, se necessário, realizando-<br />

-se biópsias testiculares guiadas por microcirurgia,<br />

removendo-se cuidadosamente os túbulos dilatados<br />

com o auxílio de pinças microcirúrgicas. Caso não se<br />

observe túbulos dilatados, excisa-se qualquer túbulo<br />

diferente dos demais em tamanho. Se todos os túbulos<br />

forem semelhantes, realizam-se micro-biópsias aleatórias<br />

em cada polo testicular. As amostras de tecido<br />

testicular removido são colocadas em uma placa de<br />

Petri contendo meio para espermatozóides. As amostras<br />

são abundantemente lavadas para remover coágulos<br />

sanguíneos e enviadas para o laboratório para<br />

processamento e recuperação de espermatozóides (Figura<br />

3). As camadas albuginea e escrotal são fechadas<br />

com suturas não absorvíveis e absorvíveis, respectivamente.<br />

TESE – Conventional Testicular Sperm Extraction<br />

– Extração Convencional de Espermatozóides Testiculares<br />

A extração de parênquima testicular para a<br />

busca de espermatozóides e seu uso em associação a<br />

ICSI foi inicialmente descrita por Devroey et al em<br />

1995 (3). Para a TESE convencional, utiliza-se técnica<br />

padrão de biópsia cirúrgica aberta para recuperar<br />

espermatozóides, sem o auxílio de magnificação óptica.<br />

Pode-se realizar TESE sob anestesia local com<br />

ou sem sedação endovenosa ou anestesia epidural, e<br />

geralmente é realizada utilizando-se a técnica de “janela”.<br />

Em resumo, realiza-se incisão transversa de 2<br />

cm através da pele anterior do escroto, dartos e tunica<br />

vaginalis. Coloca-se um pequeno afastador auto-<br />

-fixante para melhorar a exposição da túnica albuginea,<br />

já que o testículo não é exteriorizado. Incisa-se<br />

a albugínea por aproximadamente 1 cm. Aplica-se<br />

uma pressão suave no testículo para extrusão do parênquima<br />

testicular. Excisa-se um pequeno fragmento<br />

(aproximadamente 5x5 mm) com tesoura afiada, que<br />

é imediatamente colocado em meio de cultura para<br />

espermatozóides (Figura 2B). Pode-se extrair um ou<br />

mais fragmentos de uma mesma incisão. Alternativamente,<br />

pode-se realizar incisões individuais na albugínea<br />

dos polos testiculares superior, médio e inferior<br />

para extrair múltiplas biópsias. As amostras testiculares<br />

são enviadas para o laboratório para processamento<br />

e exame microscópico imediato (Figura 2C).<br />

Fecha-se a albugínea com suturas não absorvíveis.<br />

Cuidados Pós-Operatórios e Complicações Após<br />

a Recuperação de Espermatozóides<br />

Em geral, técnicas de recuperaçâo percutâneas<br />

ou abertas (microcirúrgicas ou convencionais)<br />

são utilizadas ambulatorialmente. Os pacientes em<br />

geral retornam às suas atividades normais no dia<br />

seguinte após os procedimentos percutâneos e, nas<br />

cirurgias abertas, após 2-3 dias. Recomenda-se a utilização<br />

de bolsas de gelo sobre o escroto assim como<br />

suspensório escrotal para diminuir o edema local e<br />

melhorar a dor. Aconselha-se aos pacientes evitar<br />

ejaculação e atividade física extenuante por aproximadamente<br />

7-10 dias. Geralmente são prescritos<br />

analgésicos e antiinflamatórios por via oral devido<br />

à dor e inchaço escrotal, que podem ser mínimos<br />

a moderados. A incidência de complicações após a<br />

recuperação de espermatozóides varia de 0-70% e<br />

inclui dor persistente, inchaço, infecção, hidrocele e<br />

hematoma (18-21). As taxas de complicações variam<br />

de acordo com a técnica de recuperação de espermatozóides<br />

e, numa extensão menor, de acordo com o<br />

tipo de azoospermia.<br />

As complicações de PESA geralmente têm<br />

morbidade mínima, apesar de se observar frequentemente<br />

fibrose no local de aspiração (6). Em ultrassonografias<br />

realizadas após a cirurgia observou-se<br />

hematoma intratesticular na maioria dos pacientes<br />

submetidos a TESE com biópsia única ou múltiplas.<br />

Geralmente, esses hematomas regridem espontaneamente<br />

sem comprometer a função testicular (20).<br />

Entretanto, relatou-se que a TESE convencional de<br />

grande volume está associada a maior risco de diminuição<br />

transitória ou permanente dos níveis séricos<br />

de testosterona devido a desvascularização testicular<br />

(19,22). A incidência de complicações após micro-<br />

-TESE é menor do que a de TESE convencional<br />

(17,19,21,23). Ao se realizar micro-TESE, os vasos<br />

testiculares são identificados sob a túnica albugínea<br />

antes da incisão do testículo. O uso da magnificação<br />

óptica e das técnicas microcirúrgicas permite a<br />

preservação do suprimento sanguíneo intratesticular,<br />

assim como a identificação dos túbulos que mais<br />

provavelmente apresentam produção de espermatozóides<br />

(19). Entretanto, documentou-se redução<br />

dos níveis séricos de testosterona após micro-TESE<br />

em homens com produção já comprometida de andrógenos,<br />

como os pacientes com SK (18). Apesar<br />

9

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