02.09.2014 Views

Concretismo e Utopia: a vanguarda artística nos anos 50 Profª. Msc ...

Concretismo e Utopia: a vanguarda artística nos anos 50 Profª. Msc ...

Concretismo e Utopia: a vanguarda artística nos anos 50 Profª. Msc ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

proporcionou aos críticos e artistas um contato maior com as obras de concretistas<br />

estrangeiros, tais como Max Bill, Sofie Tauber-Arp, Richard Lhose, entre outros que<br />

integravam a representação suíça.<br />

O Grupo Frente e a expressividade<br />

Em 1954, o artista plástico carioca Ivan Serpa (1923-1973) fundou o Grupo<br />

Frente, formado inicialmente por seus ex-alu<strong>nos</strong> da Escola de Arte do Museu de Arte<br />

Moderna do Rio de Janeiro. Faziam parte do grupo Aloísio Carvão, Lygia Clark, João José da<br />

Silva Costa, Vincent Ibberson, Lygia Pape, Carlos Val, Décio Vieira e Abraham Palatnik.<br />

Além das aulas ministradas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Grupo Frente se<br />

reunia geralmente <strong>nos</strong> finais de semana na casa de Ivan Serpa ou de Lygia Pape.<br />

Este grupo caracterizou-se pelo antidogmatismo, não obedecendo ao código<br />

estético rígido do concretismo. A orientação de Ivan Serpa conferia liberdade, pois cada<br />

componente procurava exprimir sua arte através das próprias experiências, imprimindo em<br />

seu trabalho uma visão íntima e pessoal do mundo. Todas as decisões eram tomadas em<br />

conjunto, sendo que um voto contrário anulava tudo e a partir disso reconsideravam o assunto.<br />

Contavam com o apoio do poeta Ferreira Gullar e recebiam a orientação filosófica de Mário<br />

Pedrosa, crítico de arte de renome internacional que apoiava as inovações em arte e que era<br />

um dos grandes defensores da <strong>vanguarda</strong> contra o academicismo. Mário Pedrosa procurava<br />

relacionar em seus estudos a arte e a sociedade e num rompante utópico próprio dos a<strong>nos</strong> <strong>50</strong>,<br />

sonhava com um museu de origens, «reunindo num mesmo lugar a produção <strong>artística</strong> dos<br />

índios, crianças, loucos, primitivos e vanguardistas» (COUTINHO, 1984, p.b-5). Isto<br />

influenciou o Grupo Frente no que dizia respeito aos objetivos e à função regeneradora da<br />

arte, como é possível notar numa afirmação coletiva:<br />

Pretende o Grupo Frente fazer da arte uma atividade prática, objetivando a<br />

sua completa integração na vida e na sociedade contemporânea. Não<br />

admitimos que a arte continue a ser, como é <strong>nos</strong> meios acadêmicos e<br />

burgueses, uma ocupação feminina, um luxo para ociosos. Para nós, a arte<br />

não é coisa desinteressada pela educação do povo. Precisa intervir na<br />

produção industrial moderna, a fim de que os objetos saídos dessa indústria<br />

sejam obras de arte, numa sincronização perfeita entre sua forma e sua<br />

função. (Morais, 1984, P.8).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!