Revista ARETÉ – Revista Amazônica - Revistas.uea.edu.br - uea
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<strong>Revista</strong> <strong>ARETÉ</strong> <strong>–</strong> <strong>Revista</strong> <strong>Amazônica</strong> de Ensino de Ciências ISSN: 1984-7505<<strong>br</strong> />
V.2 <strong>–</strong> N.2 - 2008<<strong>br</strong> />
<strong>–</strong> EXPEDIENTE <strong>–</strong><<strong>br</strong> />
Carlos Eduardo de Souza Braga<<strong>br</strong> />
GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS<<strong>br</strong> />
Marilene Corrêa da Silva Freitas<<strong>br</strong> />
REITORA<<strong>br</strong> />
Carlos Eduardo de Souza Gonçalves<<strong>br</strong> />
VICE REITOR<<strong>br</strong> />
Osail Medeiros de Sousa<<strong>br</strong> />
PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO<<strong>br</strong> />
Fares Franc Abinader Rodrigues<<strong>br</strong> />
PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO<<strong>br</strong> />
Edinea Mascarenhas Dias<<strong>br</strong> />
PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO<<strong>br</strong> />
Rogelio Casado Marinho Filho<<strong>br</strong> />
PRÓ-REITOR DE EXTENSAO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS<<strong>br</strong> />
José Luiz de Souza Pio<<strong>br</strong> />
PRÓ-REITOR DE PÓS GRADUAÇÃO E PESQUISA<<strong>br</strong> />
Maria Amélia Freire<<strong>br</strong> />
DIRETORA DA ESCOLA NORMAL SUPERIOR<<strong>br</strong> />
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<strong>Revista</strong> <strong>ARETÉ</strong> <strong>–</strong> <strong>Revista</strong> <strong>Amazônica</strong> de Ensino de Ciências ISSN: 1984-7505<<strong>br</strong> />
V.2 <strong>–</strong> N.2 - 2008<<strong>br</strong> />
Coordenação Editorial:<<strong>br</strong> />
Profª. Dra. Josefina Barrera Kalhil<<strong>br</strong> />
Presidenta<<strong>br</strong> />
Mem<strong>br</strong>os:<<strong>br</strong> />
Prof. Dr. Ângelo Tartaglia .................................... Itália<<strong>br</strong> />
Prof. Dr. César E. Mora Ley .................................... México<<strong>br</strong> />
Profª. Drª. Elena Tresso .................................... Itália<<strong>br</strong> />
Prof. Dr. Olival Freire .................................... Brasil<<strong>br</strong> />
Prof. Dr. Evandro Ghedin .................................... Brasil<<strong>br</strong> />
Prof. Dr. José Miguel Zamarro .................................... Espanha<<strong>br</strong> />
Profª. Drª. Suzana Coelho .................................... Brasil<<strong>br</strong> />
Prof. Dr. Manoel do Carmo .................................... Brasil<<strong>br</strong> />
Prof. Dr. Octavio Calzadilla .................................... Cuba<<strong>br</strong> />
Prof. MSc. Ligio Barrera .................................... Cuba<<strong>br</strong> />
Prof. MSc. Nieves Baade .................................... Argentina<<strong>br</strong> />
Prof. MSc. Emilio Aliss .................................... Bolívia<<strong>br</strong> />
Profª. MSc. Libertad Miranda .................................... Cuba<<strong>br</strong> />
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<strong>Revista</strong> <strong>ARETÉ</strong> <strong>–</strong> <strong>Revista</strong> <strong>Amazônica</strong> de Ensino de Ciências ISSN: 1984-7505<<strong>br</strong> />
V.2 <strong>–</strong> N.2 - 2008<<strong>br</strong> />
<strong>–</strong> EDITORIAL <strong>–</strong><<strong>br</strong> />
É com imensa satisfação que a Universidade do Estado do Amazonas - UEA disponibiliza o segundo<<strong>br</strong> />
número da revista eletrônica <strong>ARETÉ</strong>, editada pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências na<<strong>br</strong> />
Amazônia, pertencente à Escola Normal Superior <strong>–</strong> ENS.<<strong>br</strong> />
Renomados autores locais, nacionais e internacionais nos deram o prazer e o privilégio de colaborarem<<strong>br</strong> />
com seus textos, demonstrando o quanto o trabalho de todos aqueles que se empenharam para que o<<strong>br</strong> />
referido programa se concretizasse está sendo valorizado.<<strong>br</strong> />
<strong>ARETÉ</strong>, que significa virtude em grego, nasceu com uma proposta editorial independente, aberta as<<strong>br</strong> />
todas as tendências investigativas contemporâneas atreladas ao Ensino de Ciências. Como Ciência e<<strong>br</strong> />
Tecnologia caminham juntas, este é mais um espaço para divulgar os resultados de pesquisas científicas<<strong>br</strong> />
e, consequentemente, seus frutos tecnológicos.<<strong>br</strong> />
A diversidade e o caráter vivo que marcam os textos aqui apresentados são os traços marcantes de<<strong>br</strong> />
<strong>ARETÉ</strong> e da política de pós-graduação da Universidade do Estado do Amazonas <strong>–</strong> UEA, um dos pilares<<strong>br</strong> />
fundamentais do desenvolvimento científico-tecnológico.<<strong>br</strong> />
Os textos publicados nesta edição evidenciam a construção de vários pesquisadores, na qual o eixo do<<strong>br</strong> />
progresso científico cruza com os das necessidades sociais, evidenciando que o Ensino de Ciências é<<strong>br</strong> />
também uma ação interpessoal, intencional e flexível, conectada ao seu contexto social mais amplo.<<strong>br</strong> />
Esperamos estar contribuindo para a melhoria do processo ensino-aprendizagem em Ciências não só em<<strong>br</strong> />
nossa região amazônica, mas como em todo nosso imenso Brasil.<<strong>br</strong> />
Bem vindo ao futuro, com <strong>ARETÉ</strong>, e boa leitura!<<strong>br</strong> />
Atenciosamente,<<strong>br</strong> />
Josefina Barrera Kalhil<<strong>br</strong> />
Editora da <strong>Revista</strong> Areté<<strong>br</strong> />
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<strong>Revista</strong> <strong>ARETÉ</strong> <strong>–</strong> <strong>Revista</strong> <strong>Amazônica</strong> de Ensino de Ciências ISSN: 1984-7505<<strong>br</strong> />
V.2 <strong>–</strong> N.2 - 2008<<strong>br</strong> />
ARTIGOS<<strong>br</strong> />
1 - O Conceito Peso dos Corpos: dicotomia entre sua definição teórica e sua aplicação prática no Ensino<<strong>br</strong> />
de Ciências<<strong>br</strong> />
Yuri Nicot Exposito e Josefina Barrera Kalhil ........................................................................................... 006<<strong>br</strong> />
2 - A Contribuição da História das Ciências e da Filosofia das Ciências no Ensino de Física<<strong>br</strong> />
Ana Paula Sá Menezes, Josefina B. Kalhil, Evandro Ghedin, Manuel do C. da Silva Campos ................... 017<<strong>br</strong> />
3 - O Conceito de Função Através da Modelagem Matemática so<strong>br</strong>e a Produção do Espaço Urbano em<<strong>br</strong> />
Manaus<<strong>br</strong> />
Joelma Bezerra da Silva e Helisângela Ramos da Costa ........................................................................... 044<<strong>br</strong> />
4 - A Humanização nas Unidades Estaduais de Saúde em Manaus: aspectos fundamentais no<<strong>br</strong> />
estabelecimento de um modelo de atendimento humanizado<<strong>br</strong> />
Niura Luci Schuch ..................................................................................................................................... 058<<strong>br</strong> />
5 - La Concepción de Ciencia Del Docente y Suas Implicaciones en el Proceso de Enseñanza y Aprendizaje<<strong>br</strong> />
de las Ciencias<<strong>br</strong> />
Josefina Barrera Kalhil e Esperanza Hernandez Ângulo ........................................................................... 076<<strong>br</strong> />
6 - La Preparación em Física y su Enseñanza del Profesor de Ciencias Exactas para el Preuniversitario<<strong>br</strong> />
Cubano y su Ejemplificación em Óptica<<strong>br</strong> />
Moltó Gil Eduardo, Jacas R. Alfredo e Montes de Oca F. Santos ............................................................. 085<<strong>br</strong> />
7 - Presencia de las Ideas Aristotélicas en los Profesores de Física en La Escuela Contemporánea<<strong>br</strong> />
Carlos J. Sierra Mora e Jesús Vila ............................................................................................................. 106<<strong>br</strong> />
8 - La Dirección Del Proceso de Enseñanza-Aprendizaje de las Magnitudes de Masa Del Cuarto Grado em<<strong>br</strong> />
La Escuela Primaria<<strong>br</strong> />
Madelín L. Jímenez, Lourdes Tarifa Lozano e Josefina B. Kalhil ............................................................... 136<<strong>br</strong> />
9 - Las Estrategias de Aprendizaje desde uma Concepción Estimuladora del Desarrollo Personal<<strong>br</strong> />
Sustentada en el Enfoque Histórico-Cultural<<strong>br</strong> />
Yanetsy V. González, Lourdes T.Lozano e Josefina B. Kalhil ..................................................................... 153<<strong>br</strong> />
10 - A Influência das Políticas Educacionais no Desenvolvimento da EAD na Amazônia Brasileira<<strong>br</strong> />
Robson Santos Silva ................................................................................................................................. 178<<strong>br</strong> />
Exemplo para fazer a citação bibliográfica:<<strong>br</strong> />
SOBRENOME, X.Y.; SOBRENOME, W.Z. Título do Artigo. <strong>Revista</strong> Eletrônica Areté. Manaus, v.2, n.2, p.<<strong>br</strong> />
início-fim, jul-dez. 2008. Disponível em: . Acesso em dd/mm/aaaa às hmin.<<strong>br</strong> />
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<strong>Revista</strong> <strong>ARETÉ</strong> <strong>–</strong> <strong>Revista</strong> <strong>Amazônica</strong> de Ensino de Ciências ISSN: 1984-7505<<strong>br</strong> />
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RESENHAS<<strong>br</strong> />
1 - Obstáculos Epistemológicos e Didáticos no Ensino de Ciências<<strong>br</strong> />
Ana Paula Sá Menezes ........................................................................................................................... 207<<strong>br</strong> />
2 - O Desenvolvimento da Ciência: uma construção ambígua<<strong>br</strong> />
Edileuza Maria Lima Belmont ................................................................................................................. 219<<strong>br</strong> />
3 - Um olhar Histórico-filosófico so<strong>br</strong>e a Ciência e a Tecnologia<<strong>br</strong> />
Luís Carlos Lemos da Silva ........................................................................................................................ 234<<strong>br</strong> />
4 - Conhecendo a Ciência e seus pressupostos<<strong>br</strong> />
Celito Nuernberg e Eliana Santos Sampaio .............................................................................................. 243<<strong>br</strong> />
5 - Linguagem Científica: o paradoxo contemporâneo<<strong>br</strong> />
Will Fadul Alencar de Oliveira .................................................................................................................. 256<<strong>br</strong> />
6 - Implicações da Ciência Moderna<<strong>br</strong> />
Dayse Peixoto Maia ................................................................................................................................. 264<<strong>br</strong> />
Exemplo para fazer a citação bibliográfica:<<strong>br</strong> />
SOBRENOME RESENHISTA, X.Y. Título da Resenha. SOBRENOME AUTOR OBRA ORIGINAL, W.Z. Título da<<strong>br</strong> />
O<strong>br</strong>a Original. <strong>Revista</strong> Eletrônica Areté. Manaus, v.2, n.2, p. início-fim, jul-dez. 2008. Disponível em:<<strong>br</strong> />
. Acesso em dd/mm/aaaa às hmin.<<strong>br</strong> />
RESUMO EXPANDIDO<<strong>br</strong> />
1 <strong>–</strong> Educação Científica na Era da TV Digital Interativa<<strong>br</strong> />
Fabiane Araújo e Elizabeth da C. Santos .......................................................................................... 275<<strong>br</strong> />
2 <strong>–</strong> La Mecánica Estudiada Através de um Martillo<<strong>br</strong> />
Jesús Vila Muñoz e Carlos J.S. Mora ......................................................................................... 281<<strong>br</strong> />
Exemplo para fazer a citação bibliográfica:<<strong>br</strong> />
SOBRENOME, X.Y.; SOBRENOME, W.Z. Título do Artigo. <strong>Revista</strong> Eletrônica Areté. Manaus, v.2, n.2, p.<<strong>br</strong> />
início-fim, jul-dez. 2008. Disponível em: . Acesso em dd/mm/aaaa às hmin.<<strong>br</strong> />
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<strong>Revista</strong> <strong>ARETÉ</strong> <strong>–</strong> <strong>Revista</strong> <strong>Amazônica</strong> de Ensino de Ciências ISSN: 1984-7505<<strong>br</strong> />
V.2 <strong>–</strong> N.2 - 2008<<strong>br</strong> />
O CONCEITO PESO DOS CORPOS:<<strong>br</strong> />
DICOTOMIA ENTRE SUA DEFINIÇÃO TEÓRICA E SUA APLICAÇÃO<<strong>br</strong> />
PRÁTICA NO ENSINO DE CIÊNCIAS<<strong>br</strong> />
Yuri Expósito Nicot 1<<strong>br</strong> />
Josefina Barrera Kalhil 2<<strong>br</strong> />
RESUMO: A formação de conceitos físicos é uma habilidade transcendental a desenvolver nos<<strong>br</strong> />
estudantes durante o processo de Ensino Aprendizagem da disciplina Física do nível médio e<<strong>br</strong> />
superior, dado em que contribui ao desenvolvimento do pensamento lógico do indivíduo e a<<strong>br</strong> />
favorecer a solidez de conhecimentos científicos adquiridos na escola. No trabalho se<<strong>br</strong> />
apresentam as valorações dos autores respeito a dificuldades didáticas relacionadas com o<<strong>br</strong> />
conceito peso dos corpos que implicam falta de relação entre as concepções teóricas e práticas<<strong>br</strong> />
que sustentam a formação do conceito peso dos corpos, de maneira que as mesmas servem<<strong>br</strong> />
para um melhor entendimento por parte dos estudantes das questões relacionadas com este<<strong>br</strong> />
conceito em sua aplicação para resolver problemas de mecânica e favorecer o entendimento de<<strong>br</strong> />
outros conceitos físicos. Apresenta-se o conceito peso dos corpos do ponto de vista particular<<strong>br</strong> />
como o resultado das forças de interação entre os corpos e do ponto de vista geral como a<<strong>br</strong> />
interação de todos os corpos com a Terra, interação em que podem mediar outros corpos. Os<<strong>br</strong> />
resultados do trabalho estão apoiados na revisão bibliográfica e a análise teórica das colocações<<strong>br</strong> />
feitas em livros de textos e materiais especializados no tema de didática da Física.<<strong>br</strong> />
PALAVRAS-CHAVES: Formação de conceitos, Peso dos corpos, Imponderabilidade.<<strong>br</strong> />
1 Professor de Física da Escola Normal Superior (UEA) (Universidade do Estado do Amazonas UEA). Doutor em<<strong>br</strong> />
Ciências Pedagógicas, Mestre em Ciências da Educação Superior.<<strong>br</strong> />
2 Doutora em Ciências Pedagógicas. É vice-coordenadora do Mestrado em Ensino de Ciências da UEA. Professora da<<strong>br</strong> />
disciplina o<strong>br</strong>igatória do Mestrado Tendências Investigativas Contemporâneas no Ensino de Ciências. É presidenta<<strong>br</strong> />
do Comitê Organizador do Congresso Internacional so<strong>br</strong>e Ensino da Fisica que se realiza em Cuba bienalmente.<<strong>br</strong> />
Especialista em Formação de Habilidades de Pesquisa no Ensino Superior. Professora do Mestrado de Ensino<<strong>br</strong> />
Superior em Cuba. Mem<strong>br</strong>o do Comitê Editorial da <strong>Revista</strong> Electrônica Latin American Journal of Physics Education<<strong>br</strong> />
de México e Editora da <strong>Revista</strong> Eletrônica Areté da UEA. (e-mail: josefinabk@gmail.com)<<strong>br</strong> />
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<strong>Revista</strong> <strong>ARETÉ</strong> <strong>–</strong> <strong>Revista</strong> <strong>Amazônica</strong> de Ensino de Ciências ISSN: 1984-7505<<strong>br</strong> />
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RESUMEN: La formación de conceptos físicos es uma habilidad transcendental para desarrollar<<strong>br</strong> />
em los estudiantes durante el proceso de enseñanza aprendizaje de la disciplina Física Del nível<<strong>br</strong> />
médio y superior , ya que contribuye al pensamiento lógico del individuo y favorece la solidez de<<strong>br</strong> />
los conocimientos científicos adquiridos en la escuela. En el trabajo se presentan las<<strong>br</strong> />
valoraciones de los autores referidas a las dificultades didácticas relacionadas con el concepto<<strong>br</strong> />
de peso de los cuerpos , lo que significa falta de relación entre las ideas teóricas y prácticas que<<strong>br</strong> />
sustentan el concepto de peso de los cuerpos , de manera que las mismas sirven para una mejor<<strong>br</strong> />
comprensión por parte de los estudiantes de las cuestiones relacionadas com este concepto em<<strong>br</strong> />
su aplicación para resolver problema de mecánica y ayudar en el analisis de otros conceptos<<strong>br</strong> />
físicos. Se presenta el concepto peso desde el punto de vista como resultado de las fuerzas de<<strong>br</strong> />
interacción entre los cuerpos y como la interacción de todos los cuerpos com la tierra y con<<strong>br</strong> />
otros cuerpos. Los resultados de este trabajo se basan em analisis bibliográficos y so<strong>br</strong>e todo<<strong>br</strong> />
li<strong>br</strong>os de textos y materiales especializados en Didáctica de la Física.<<strong>br</strong> />
PALABRAS LLAVES: Formación de Conceptos, Peso de los Cuerpos, Impezantez.<<strong>br</strong> />
INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />
A escola de hoje está recebendo um estudante que chega com maior conhecimento da<<strong>br</strong> />
realidade objetiva que o rodeia em relação com estudantes de gerações passadas, nisto tem<<strong>br</strong> />
que ver a ampla gama de informação que recebe o indivíduo desde os primeiros anos de vida,<<strong>br</strong> />
dada sua interação com os adiantamentos tecnológicos e o desenvolvimento dos meios de<<strong>br</strong> />
comunicação e a informação, o qual não é alheio aos 95% da população. Para a formação e<<strong>br</strong> />
desenvolvimento intelectual deste estudante, que usa o senso comum para os processos de<<strong>br</strong> />
aprendizagem, necessita-se que a escola de maneira coerente e interdisciplinarmente contribua<<strong>br</strong> />
a moldar suas experiências cotidianas no marco de uma concepção científica que lhe permita<<strong>br</strong> />
atuar de forma independente ante situações diferentes e generalizar seus conhecimentos para<<strong>br</strong> />
serem aplicados de maneira consciente na resolução de problemas de diferentes níveis de<<strong>br</strong> />
complexidade, fora e dentro do currículo escolar e das disciplinas que o formam.<<strong>br</strong> />
É por isso que a formação de conceitos como habilidade intelectual deve favorecer o<<strong>br</strong> />
desenvolvimento de outras habilidades e possibilitar um pensamento lógico e criador que faça<<strong>br</strong> />
ao indivíduo capaz de aprender significativamente.<<strong>br</strong> />
No caso da formação do conceito peso dos corpos, no contexto escolar e dentro do conteúdo da<<strong>br</strong> />
Física, em específico da mecânica, aprecia-se uma dicotomia entre os elementos teóricos que se<<strong>br</strong> />
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dirigem para sua formação e o pedestal de uma coluna prático com que se leva a cabo a<<strong>br</strong> />
medição desta magnitude física, que não se pode catalogar como propriedade dos corpos e sim<<strong>br</strong> />
como um elemento que ilustra a interação dos corpos com a Terra que os atrai<<strong>br</strong> />
gravitatoriamente.<<strong>br</strong> />
Elaborar o conceito peso dos corpos seguindo a concepção de causa e efeito, para sua melhor<<strong>br</strong> />
aplicação na solução de problemas de dinâmica, constitui o objetivo geral deste artigo, o qual,<<strong>br</strong> />
além disso, contribui com uma visão mais ampla do conceito de Imponderabilidade em que<<strong>br</strong> />
caem os corpos físicos quando so<strong>br</strong>e eles só atua a atração terrestre sem ter em conta outras<<strong>br</strong> />
forças.<<strong>br</strong> />
O CONCEITO PESO DOS CORPOS: DICOTOMIA ENTRE SUA DEFINIÇÃO TEÓRICA E SUA<<strong>br</strong> />
APLICAÇÃO PRÁTICA<<strong>br</strong> />
Os problemas de mecânica revistam ser os mais difíceis para os estudantes na hora de procurar<<strong>br</strong> />
a solução adequada. Por isso é necessário primeiramente propor aos estudantes a análise das<<strong>br</strong> />
forças que atuam so<strong>br</strong>e o corpo que está sendo estudado em uma situação problemática.<<strong>br</strong> />
O anterior constitui o primeiro elemento a ter em conta para determinar o problema que se<<strong>br</strong> />
apresenta com a formação do conceito Peso dos corpos e que está baseado em que os<<strong>br</strong> />
estudantes não sabem identificar os corpos que interagem e muito menos as forças mediadoras<<strong>br</strong> />
em dita interação.<<strong>br</strong> />
Em um grupo de 30 estudantes se colocou a seguinte pergunta:<<strong>br</strong> />
Considere alguns exemplos físicos como:<<strong>br</strong> />
a) Um corpo é arrojado formando um ângulo com a horizontal,<<strong>br</strong> />
b) Um corpo se desliza por um plano inclinado,<<strong>br</strong> />
c) Um corpo pacote a uma corda gira so<strong>br</strong>e o plano vertical,<<strong>br</strong> />
d) Um pêndulo simples.<<strong>br</strong> />
Explique e faça um diagrama das forças aplicadas aos corpos em cada um dos casos anteriores.<<strong>br</strong> />
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a) b)<<strong>br</strong> />
c) d)<<strong>br</strong> />
A maioria dos estudantes respondeu da seguinte forma:<<strong>br</strong> />
a)<<strong>br</strong> />
b)<<strong>br</strong> />
c)<<strong>br</strong> />
d)<<strong>br</strong> />
No primeiro caso: P é o peso do corpo, F é a força de lançamento. No segundo caso: P é o peso,<<strong>br</strong> />
F a força de deslizamento e FÀ força de atrito. No terceiro caso: P é o peso, Fc é a força<<strong>br</strong> />
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centrípeta e T a tensão da corda. No quarto caso: P é o peso, F a força de restituição e T a<<strong>br</strong> />
tensão da corda.<<strong>br</strong> />
Como se pode observar, os estudantes cometeram enganos em todos os casos, já que o<<strong>br</strong> />
diagrama correta, para cada uma das situações será:<<strong>br</strong> />
a)<<strong>br</strong> />
b)<<strong>br</strong> />
c)<<strong>br</strong> />
d)<<strong>br</strong> />
Para representar as forças aplicadas a um corpo terá que responder primeiro a pergunta: Que<<strong>br</strong> />
corpos interatuam com o objeto considerado?<<strong>br</strong> />
Assim, no primeiro caso, a Terra atrai o objeto e é o único corpo que interage com este.<<strong>br</strong> />
Portanto, o corpo estará submetido à ação de uma só força, a força de gravidade (F g ) e não a<<strong>br</strong> />
seu próprio peso como é costume dizer. Mencionar a palavra Peso para designar uma força do<<strong>br</strong> />
mesmo nome (P) seria ter em conta a definição teórica que muitos livros têm em conta, de que<<strong>br</strong> />
todos os corpos submetidos ao campo gravitacional da Terra, ou melhor dizendo nas<<strong>br</strong> />
proximidades da superfície terrestre, têm associado a eles um peso como medida qualitativa e<<strong>br</strong> />
quantitativa, coisa que não acontece na generalidade dos casos que se levam a estudo prático<<strong>br</strong> />
ou se modelam para a solução de problemas físicos.<<strong>br</strong> />
Se tomar em conta a resistência do ar ou a ação do vento, então terá que introduzir outras<<strong>br</strong> />
forças. Forças de lançamento como as que se indicam nas respostas dos estudantes não existem<<strong>br</strong> />
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na natureza, pois quando o corpo se encontra em movimento depois de ser arrojado, não há<<strong>br</strong> />
interação que conduza à presença de uma força semelhante.<<strong>br</strong> />
Muitos alegarão que para lançar um corpo se precisa aplicar uma força so<strong>br</strong>e este, isto é certo,<<strong>br</strong> />
não obstante no caso considerado, analisa-se o movimento do corpo depois de arrojado, quer<<strong>br</strong> />
dizer, depois de desaparecer a ação da força propulsora, a qual lhe comunicou uma<<strong>br</strong> />
determinada velocidade inicial de lançamento.<<strong>br</strong> />
No segundo caso, o corpo interage com a Terra por meio do plano inclinado que está em<<strong>br</strong> />
repouso so<strong>br</strong>e ela, também não é correto falar da força peso já que esta é o resultado da<<strong>br</strong> />
interação do corpo com o plano inclinado, ou de outra forma, é a ação que exerce o corpo so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
a superfície do plano inclinado, que a sua vez reage com a força normal N, também a força de<<strong>br</strong> />
atrito é resultado da interação do corpo com o plano inclinado, a maioria dos estudantes não<<strong>br</strong> />
acostumam representar a força de gravidade como a principal força na interação do corpo em<<strong>br</strong> />
estudo com a Terra.<<strong>br</strong> />
Alguém pode alegar não entender como é que é, que neste caso o plano inclinado interage com<<strong>br</strong> />
o corpo por meio de duas forças em lugar de uma, para isso, pode-se explicar que é obvio: a<<strong>br</strong> />
força é uma, sozinha. Entretanto, para sua análise é mais cômodo decompô-la em duas<<strong>br</strong> />
componentes, uma das quais é paralela ao plano (força de atrito) e a segunda em direção<<strong>br</strong> />
perpendicular a este (força de reação ao plano). O fato de que estas duas forças tenham uma<<strong>br</strong> />
origem comum, quer dizer sejam as componentes de uma mesma força, reflete-se na seguinte<<strong>br</strong> />
relação universal que existe entre F at e N:<<strong>br</strong> />
onde k é uma constante, chamada coeficiente de atrito<<strong>br</strong> />
No diagrama, os estudantes representam uma força de deslizamento que em realidade é a<<strong>br</strong> />
componente da força de gravidade que atua so<strong>br</strong>e o bloco e aparece ao decompor a força de<<strong>br</strong> />
gravidade em duas componentes, uma na direção da superfície do plano inclinado e a outra na<<strong>br</strong> />
direção perpendicular a esta. Portanto, se no diagrama se representa a força de gravidade,<<strong>br</strong> />
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então não há necessidade de representar a força de deslizamento, quer dizer a componente da<<strong>br</strong> />
força de gravidade paralela ao plano.<<strong>br</strong> />
No terceiro caso o corpo gira em um plano vertical, os corpos que interagem com o corpo são a<<strong>br</strong> />
Terra e a corda, por esta razão so<strong>br</strong>e o corpo que gira só atuam a força de gravidade F g e a<<strong>br</strong> />
tensão da corda T. Muitos se perguntarão: e a força centrípeta? Neste caso, pode-se explicar<<strong>br</strong> />
que a força centrípeta não é uma força, mas, a resultante de todas as forças aplicadas ao corpo.<<strong>br</strong> />
No exemplo considerado, (quando o corpo se encontra no ponto mais baixo de sua trajetória, a<<strong>br</strong> />
força centrípeta é igual à diferença entre a tensão da corda e a força de gravidade).<<strong>br</strong> />
No quarto caso, o corpo considerado interage com a Terra e a corda. Portanto, as forças que<<strong>br</strong> />
atuam são a força de gravidade e a tensão da corda. Isso demonstra que a força restitutora que<<strong>br</strong> />
muitos representam é o resultado das forças mencionadas anteriormente.<<strong>br</strong> />
Em resumo, é necessário sublinhar que toda força aparece como resultado da interação de<<strong>br</strong> />
corpos e não por outras causas. Se souber, que corpos atuam so<strong>br</strong>e o objeto considerado é fácil<<strong>br</strong> />
d<strong>edu</strong>zir as forças que atuam so<strong>br</strong>e este.<<strong>br</strong> />
Na prática pelo termo “peso dos corpos” se entende não à força de atração da Terra e isto é<<strong>br</strong> />
completamente lógico, a não ser à força que se mede com a ajuda das balanças de mola, quer<<strong>br</strong> />
dizer, à força com que o corpo faz pressão so<strong>br</strong>e o apoio, dito em outras palavras, mede-se a<<strong>br</strong> />
força de reação do apoio (a força com que o corpo faz pressão so<strong>br</strong>e o apoio e a força de reação<<strong>br</strong> />
deste, são iguais de acordo com a terceira Lei do Newton).<<strong>br</strong> />
Seguindo esta análise se pode propor que exista unidade entre a teoria e a prática e definir de<<strong>br</strong> />
uma vez e por todas o conceito peso dos corpos, de maneira que sua correta definição ajude ao<<strong>br</strong> />
melhor entendimento de questões relacionadas com a resolução de problemas de mecânica e a<<strong>br</strong> />
análise física das situações envoltas.<<strong>br</strong> />
Definição do conceito “Peso dos corpos”<<strong>br</strong> />
Peso dos corpos é a força resultante com que um corpo de massa m atua so<strong>br</strong>e o apoio que o<<strong>br</strong> />
sustenta ou so<strong>br</strong>e o ponto pendular que o fixa. O peso dos corpos depende do valor da força de<<strong>br</strong> />
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gravidade que atua so<strong>br</strong>e o corpo no local e sob condições determinadas e nem sempre seu<<strong>br</strong> />
valor coincide com o valor desta força de gravidade.<<strong>br</strong> />
Também se pode dizer que o peso dos corpos é a força de reação do apoio que sustenta um<<strong>br</strong> />
corpo ou a resultante das forças que atuam so<strong>br</strong>e um corpo em uma situação pendular que o<<strong>br</strong> />
fixa a um ponto.<<strong>br</strong> />
Quando não existe apoio ou ponto pendular para um corpo físico, nas condições normais da<<strong>br</strong> />
Terra, o corpo indubitavelmente se encontra em queda livre e, nestas condições o corpo não<<strong>br</strong> />
pesa, isso se denomina estado de impezantez ou imponderabilidade.<<strong>br</strong> />
Como explicar o estado de imponderabilidade dos corpos?<<strong>br</strong> />
Já se dizia que o estado de imponderabilidade de um corpo é o estado de um corpo que cai<<strong>br</strong> />
livremente. É necessário esclarecer que muitos textos dão uma interpretação da<<strong>br</strong> />
imponderabilidade como um estado no qual a força de atração da Terra se compensa pela ação<<strong>br</strong> />
de outra força. No caso de um satélite se fala assim da força centrífuga, ou seja: a força que a<<strong>br</strong> />
Terra exerce so<strong>br</strong>e o satélite e as forças centrífugas se compensam entre si e, como<<strong>br</strong> />
conseqüência disto, a resultante das forças aplicadas ao satélite é igual a zero, o que<<strong>br</strong> />
corresponde a imponderabilidade. Já se compreende que esta interpretação é falsa porque<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e o satélite não atua a força centrífuga. Se aceitarem a idéia discutida anteriormente então<<strong>br</strong> />
também seria aceitável chamar imponderável a um corpo que simplesmente se encontra em<<strong>br</strong> />
repouso so<strong>br</strong>e o plano horizontal, posto que a força de gravidade, que nesta situação tem valor<<strong>br</strong> />
igual ao peso, compensa-se com a reação normal do plano.<<strong>br</strong> />
De forma geral, a imponderabilidade não requer a compensação da força de atração, pelo<<strong>br</strong> />
contrário para que um corpo adquira o estado de imponderabilidade, terá que criar condições<<strong>br</strong> />
mediante as quais so<strong>br</strong>e o corpo não atuem mais força que a de atração. Por conseguinte, a<<strong>br</strong> />
imponderabilidade é o resultado de um corpo que cai livremente, por exemplo, a queda de um<<strong>br</strong> />
elevador, ou um satélite terrestre.<<strong>br</strong> />
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No Laboratório de Física, pode-se realizar um experimento que ilustra este fenômeno: tome um<<strong>br</strong> />
corpo de massa m e o fixe a uma mola de constante elástica k, este se sujeita com a mão pelo<<strong>br</strong> />
outro extremo e se coloca verticalmente de maneira que a força de gravidade atue so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />
corpo de massa m e a força elástica da mola apareça como resultado da reação a esta força de<<strong>br</strong> />
atração, este é o princípio de funcionamento de muitos aparelhos para medir a massa e até o<<strong>br</strong> />
peso dos produtos nos comércios atuais, quando lhes incorpora uma escala.<<strong>br</strong> />
Nas condições de equilí<strong>br</strong>io do sistema, ou seja, quando a força de atração se compensa com a<<strong>br</strong> />
força elástica, deixa-se cair o sistema mola-corpo e instantaneamente se notará que a força<<strong>br</strong> />
elástica medida pela deformação da mola deixa de atuar, sendo eloqüente que a força de<<strong>br</strong> />
gravidade não deixa de atuar e é a que provoca a queda livre. Deste resultado se infere que em<<strong>br</strong> />
queda livre o corpo de massa m não pesa, mas é o que se chama estado de Imponderabilidade.<<strong>br</strong> />
l<<strong>br</strong> />
Corpo<<strong>br</strong> />
Mola<<strong>br</strong> />
l<<strong>br</strong> />
x<<strong>br</strong> />
Queda livre<<strong>br</strong> />
É possível convencer aos estudantes de que o movimento de um satélite ao redor da Terra é<<strong>br</strong> />
simplesmente a queda livre deste, com ajuda deste singelo exemplo vamos a explicar o<<strong>br</strong> />
anteriormente dito. Imaginemos que do topo de uma montanha lançamos uma pedra<<strong>br</strong> />
horizontalmente. Desprezamos o efeito do ar, quanto maior seja a velocidade que imprimamos<<strong>br</strong> />
à pedra, mais longe cairá esta da base da montanha. Na figura se mostra como varia a trajetória<<strong>br</strong> />
em dependência da velocidade inicial da pedra.<<strong>br</strong> />
a)<<strong>br</strong> />
V 1<<strong>br</strong> />
b)<<strong>br</strong> />
V 2<<strong>br</strong> />
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A velocidade v 1<<strong>br</strong> />
se denomina primeira velocidade cósmica e se pode determinar a partir da<<strong>br</strong> />
relação:<<strong>br</strong> />
v<<strong>br</strong> />
1<<strong>br</strong> />
=<<strong>br</strong> />
M<<strong>br</strong> />
γ<<strong>br</strong> />
r<<strong>br</strong> />
,<<strong>br</strong> />
se tomar r como o raio da Terra o valor desta velocidade resulta ser de 8 km/s.<<strong>br</strong> />
No caso em que se aumente a velocidade inicial da pedra, esta se moverá ao redor da Terra<<strong>br</strong> />
descrevendo uma órbita elíptica cada vez mais alargada que chegará a ser uma parábola para o<<strong>br</strong> />
caso de uma velocidade v 2 igual à segunda velocidade cósmica de valor 11 km/s e a pedra deixa<<strong>br</strong> />
de ser um satélite da Terra para cair no campo de atração do Sol ou de outro corpo celeste.<<strong>br</strong> />
CONSIDERAÇÕES<<strong>br</strong> />
As idéias expostas neste trabalho precisam deixar claro que não se pode confundir à força de<<strong>br</strong> />
gravidade com que atua a Terra so<strong>br</strong>e todos os corpos próximos a sua superfície, com a força<<strong>br</strong> />
peso dos corpos, já que a primeira é uma força universal que depende da aceleração<<strong>br</strong> />
gravitacional e da massa do corpo<<strong>br</strong> />
No segundo caso a força peso é o resultado da reação (aplicando a terceira lei do Newton) do<<strong>br</strong> />
apoio (so<strong>br</strong>e o que repousa ou se desliza o corpo) ou do ponto pendular (so<strong>br</strong>e o que pendura o<<strong>br</strong> />
corpo), quando so<strong>br</strong>e o mesmo atua um sistema de forças, entre as que sempre estará presente<<strong>br</strong> />
a própria força de gravidade.<<strong>br</strong> />
A análise das idéias expostas permite ao professor e ao estudante desenvolver um processo de<<strong>br</strong> />
resolução de problemas de mecânica, onde o método das forças constitua a via para sua<<strong>br</strong> />
solução, embora não se descarta seu nível de aplicação ao utilizar o método energético.<<strong>br</strong> />
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O trabalho não pretende a realização de mudanças no conteúdo físico que se ministra nos<<strong>br</strong> />
programas atuais da disciplina Física para o Ensino Médio, mas se propor uma análise mais<<strong>br</strong> />
profunda por parte do corpo docente que permita chegar metodológica e didaticamente a uma<<strong>br</strong> />
melhor formação de conceitos, onde não esteja alheio o vínculo entre questões teóricas e<<strong>br</strong> />
práticas, o trabalho experimental e o processo de resolução de problemas com diferentes níveis<<strong>br</strong> />
de complexidade.<<strong>br</strong> />
REFERÊNCIAS:<<strong>br</strong> />
BARRETO, Marcio. Física: Newton para o Ensino Médio. São Paulo: Papirus, 2005.<<strong>br</strong> />
RESNICK<strong>–</strong>Halliday, Krane. Física I. 5.ed. São Paulo: LTC - Livros Técnicos e Científicos S.A., 2004.<<strong>br</strong> />
ZYLBERZTAJN, Arder. Física: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de<<strong>br</strong> />
Educação Básica, 2005.<<strong>br</strong> />
TARASOV, L. Preguntas y Problemas de Física. Moscou: Editora Mir, 1989.<<strong>br</strong> />
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AS CONTRIBUIÇÕES DA HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS E DA FILOSOFIA DAS<<strong>br</strong> />
CIÊNCIAS NO ENSINO DE FÍSICA<<strong>br</strong> />
Ana Paula Sá Menezes 3<<strong>br</strong> />
Josefina Barrera Kalhil 4<<strong>br</strong> />
Evandro Ghedin 5<<strong>br</strong> />
Manuel do Carmo da Silva Campos 6<<strong>br</strong> />
RESUMO: A finalidade desse artigo é refletir so<strong>br</strong>e as contribuições da História e Filosofia das<<strong>br</strong> />
Ciências e suas implicações no ensino de Física. Para tal, abordamos a biografia de alguns<<strong>br</strong> />
cientistas, para contextualizarmos a época em que se dava determinada descoberta para<<strong>br</strong> />
apresentarmos a evolução do conhecimento científico. Concluímos que o estudo da<<strong>br</strong> />
epistemologia da Física é essencial na formação docente, pois amplia nossa concepção so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />
que é Ciência e como ela progride.<<strong>br</strong> />
PALAVRAS-CHAVES: Epistemologia da Física. História e Filosofia das Ciências. Ensino de Física.<<strong>br</strong> />
3 Aluna do Mestrado Profissional em Ensino de Ciências na Amazônia na UEA. Licenciada em Ciências pela Faculdade de<<strong>br</strong> />
Filosofia, Ciências e Letras <strong>–</strong> UNICRUZ/RS. Especialista em Ensino de Matemática pela UFAM. E-mail:<<strong>br</strong> />
mas_bah_tche2@hotmail.com.<<strong>br</strong> />
4 Doutora em Ciências Pedagógicas (Cuba). Professora e Vice-Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação e<<strong>br</strong> />
Ensino de Ciências <strong>–</strong> UEA, Pesquisadora do Grupo de Pesquisa: Metodologias e Tecnologias em Ensino de Ciências <strong>–</strong> UEA. É<<strong>br</strong> />
mem<strong>br</strong>o do Comitê Editorial da <strong>Revista</strong> Electrônica Latin American Journal of Physics Education de México e Editora da <strong>Revista</strong><<strong>br</strong> />
Eletrônica Areté da UEA. E-mail: josefinabk@yahoo.com.<<strong>br</strong> />
5 Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo - USP. Atualmente, coordena o Curso de Mestrado Profissional em Ensino<<strong>br</strong> />
de Ciências na Amazônia da UEA, coordenador Pedagógico do Curso de Filosofia da FSDB - Faculdade Salesiana Dom Bosco -,<<strong>br</strong> />
mem<strong>br</strong>o de corpo editorial da <strong>Revista</strong> Ciências & Cognição, mem<strong>br</strong>o de corpo editorial da Ethos e Episteme e mem<strong>br</strong>o de corpo<<strong>br</strong> />
editorial do Educação e Pesquisa (USP). E-mail: ghedin@usp.<strong>br</strong>.<<strong>br</strong> />
6 Doutor em Teologia Moral pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção. Atualmente, é professor titular<<strong>br</strong> />
da Escola Normal Superior/UEA, FSDB e Centro Universidade Nilton Lins/ UNINILTON LINS. E-mail: mcampos@<strong>uea</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong>.<<strong>br</strong> />
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RESUMEN: El objetivo de este artículo es el de hacer uma reflexión so<strong>br</strong>e las contribuciones de<<strong>br</strong> />
la Historia y la Filosofía de las Ciencias y sus implicaciones en la Educación en Física, así nos<<strong>br</strong> />
acercamos a la biografía de algunos científicos y concluimos que el estudio de la epistemologia<<strong>br</strong> />
de la Física es esencial en la formación de los docentes, por lo tanto, se amplia nuestra<<strong>br</strong> />
concepción so<strong>br</strong>e lo que es la ciencia y como progresa.<<strong>br</strong> />
PALABRAS LLAVES: Epistemologia de la Física. Historia y la Filosofía de las Ciencias. Educación<<strong>br</strong> />
en Física.<<strong>br</strong> />
INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />
Por que se explica e a quem se explica? Sem dúvida, explica-se a quem precisa de<<strong>br</strong> />
explicação e a quem não sabe. Mas, se acaso, sabe-se pouco e se quer saber mais? E se<<strong>br</strong> />
o ignorante quer saber mais, estará disposto a saber de modo diferente? Estará pronto<<strong>br</strong> />
a receber progressivamente toda a problemática do tema estudado? (BACHELARD,<<strong>br</strong> />
1983)<<strong>br</strong> />
A Filosofia sempre se preocupou em refletir so<strong>br</strong>e a ciência. Logicamente, os parâmetros que<<strong>br</strong> />
norteiam essa reflexão se alteram ao passar dos anos devido à própria evolução da ciência. Para<<strong>br</strong> />
compreendermos estas mudanças, há de se considerar três questões que a filosofia tem posto à<<strong>br</strong> />
ciência nesta evolução: a ciência seria ou não possível? Como a ciência se torna possível? O que<<strong>br</strong> />
é ciência?<<strong>br</strong> />
O vocábulo Física provém do grego physiké, que quer dizer natureza. Ela é uma ciência que<<strong>br</strong> />
nasceu com as primeiras indagações so<strong>br</strong>e a natureza e seus fenômenos. Essas indagações<<strong>br</strong> />
surgiram quase que mesmo com o próprio homem e o seu medo da morte. O homem primitivo<<strong>br</strong> />
começou a identificar-se com a planta e seu ciclo de vida: nascer, crescer, alimentar-se,<<strong>br</strong> />
reproduzir-se e morrer.<<strong>br</strong> />
Mesmo os primeiros cientistas <strong>–</strong> observadores da Natureza <strong>–</strong> sempre se indagavam por que há<<strong>br</strong> />
alternância entre o dia e a noite, por que há mudanças no clima, por que o raio vem antes do<<strong>br</strong> />
trovão, a Terra é redonda ou plana? Eles dedicavam suas vidas a responder adequadamente<<strong>br</strong> />
essas questões e desmistificar o maior número possível de dúvidas que o homem antigo e<<strong>br</strong> />
medieval apresentava como ira de algum deus. No século XVIII, era moda nos grandes saraus<<strong>br</strong> />
apresentações de experimentos de Física <strong>–</strong> como a garrafa de Leyde <strong>–</strong>, a elite da sociedade se<<strong>br</strong> />
preocupava em manter conversas intelectuais em seus salões:<<strong>br</strong> />
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A história aí está para mostrar o entusiasmo em relação à eletricidade. Todo<<strong>br</strong> />
mundo se interessa, até o Rei. Numa experiência de gala, o abbé Nollet<<strong>br</strong> />
provocou um choque, na presença do Rei, em cento e oitenta guardas; e no<<strong>br</strong> />
convento dos cartuxos de Paris, toda a comunidade formou uma fila de 900<<strong>br</strong> />
toesas, com um arame ligando uma pessoa à outra... e todo o grupo, quando a<<strong>br</strong> />
garrafa foi descarregada, estremeceu ao mesmo tempo, e todos sentiram o<<strong>br</strong> />
choque. (BACHELARD, 1996, p. 39)<<strong>br</strong> />
O século XX se desvenda com a maravilhosa teoria da Relatividade de Einstein possibilitando<<strong>br</strong> />
entrever o futuro com a Física Quântica. A Física Quântica vem nos proporcionar algo mais que<<strong>br</strong> />
uma simples que<strong>br</strong>a de paradigmas. Ela não nos fala em previsões ou tendências, mas em<<strong>br</strong> />
probabilidades. Ela nos a<strong>br</strong>e infinitas possibilidades de um Universo sem fronteiras. Ela nos<<strong>br</strong> />
sugere que precisamos voltar a ver a mesma paisagem com outros olhos, o<strong>br</strong>igando-nos a<<strong>br</strong> />
mudar nosso modo de pensar e ver o mundo que nos cerca. Faz-nos ver que tudo está<<strong>br</strong> />
conectado, que o Universo está vivo e não inerte, como foi nos ensinado nos últimos<<strong>br</strong> />
quatrocentos anos na Física Clássica Newtoniana. Talvez essa seja justamente a parte mais difícil<<strong>br</strong> />
em aceitá-la: como crer em algo que não nos dá certezas (ARNTZ e CHASSE, 2007)?<<strong>br</strong> />
Mas, o que acontece entre a Física que é estudada nos grandes laboratórios e nas comunidades<<strong>br</strong> />
científicas e o que acaba chegando às salas de aulas de nossas escolas de Educação Básica?<<strong>br</strong> />
Onde se perde essa paixão em dar respostas, em formular hipóteses so<strong>br</strong>e o que nos cerca, em<<strong>br</strong> />
prever acontecimentos do futuro, por exemplo, como será que um dia seremos engolidos por<<strong>br</strong> />
um buraco negro? Onde se perde a paixão de ensinar? Onde está a curiosidade, tão presente na<<strong>br</strong> />
infância e seus intermináveis por quês? Em que parte desse caminho da Educação Básica, que<<strong>br</strong> />
vai dos 6 aos 17 anos de nossos estudantes, anula-se o querer saber, o querer respostas para<<strong>br</strong> />
perguntas simples do nosso cotidiano?<<strong>br</strong> />
A finalidade desse artigo é proporcionar uma visão crítica acerca do problema da origem e<<strong>br</strong> />
justificação do conhecimento científico através do estudo da História e da Filosofia da Física e<<strong>br</strong> />
buscar as implicações destas idéias para o Ensino de Física, pois segundo Ghedin (2008) “o<<strong>br</strong> />
problema da profissionalização está diretamente relacionado com a epistemologia que se<<strong>br</strong> />
constrói no campo do saber”.<<strong>br</strong> />
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Para respondermos a essa questão, esse artigo foi estruturado de acordo com os seguintes<<strong>br</strong> />
objetivos: conceituar Epistemologia; refletir so<strong>br</strong>e os principais períodos históricos de<<strong>br</strong> />
desenvolvimento da Física (Aristotelismo, Física Medieval, a Física de: Copérnico, Kepler,<<strong>br</strong> />
Galileu, Descartes, Newton e a Física do Século XX) e so<strong>br</strong>e os elementos epistemológicos e<<strong>br</strong> />
conceituais que determinam a prática docente nas aulas de Física; revisar a concepção que o<<strong>br</strong> />
docente tem so<strong>br</strong>e o que é Ciência e sua congruência com as novas posturas so<strong>br</strong>e o que<<strong>br</strong> />
representa o conhecimento científico em sua prática pedagógica; comentar a epistemologia<<strong>br</strong> />
empirista-indutivista nos livros de texto atuais e nas concepções de ensino-aprendizagem e as<<strong>br</strong> />
implicações da História e Epistemologia da Física para o processo ensino-aprendizagem.<<strong>br</strong> />
1. CONCEITO DE EPISTEMOLOGIA<<strong>br</strong> />
Se a história da ciência sem a filosofia da ciência é cega, a filosofia da ciência<<strong>br</strong> />
sem a história da ciência é vazia; e que o seu mútuo esclarecimento impõe uma<<strong>br</strong> />
particular atenção à centralidade da argumentação nas diligências quer dos<<strong>br</strong> />
historiadores da ciência quer dos filósofos da ciência. (HANSON apud CARRILHO<<strong>br</strong> />
e SÀÁGUA: 1991, p. XVII)<<strong>br</strong> />
Segundo Carrilho e Sàágua (1991), o termo Epistemologia surgiu em 1901 na língua francesa<<strong>br</strong> />
como epistémologie; em 1954, na língua inglesa como epistemology em oposição à ontology 7 .<<strong>br</strong> />
Contudo, o termo Epistemologia teria significados diferentes no uso continental e no anglosaxônico,<<strong>br</strong> />
pois o termo correspondente a epistemology é théorie de la connaissance 8 (língua<<strong>br</strong> />
francesa) e epistemologie corresponde a philosophy of science 9<<strong>br</strong> />
portuguesa, há uma alternância entre os dois sentidos.<<strong>br</strong> />
(língua inglesa). Na língua<<strong>br</strong> />
Japiassu (1975) apresenta diversas considerações so<strong>br</strong>e o termo Epistemologia construídas a<<strong>br</strong> />
partir da evolução do pensamento científico e da própria filosofia. Ao termo Epistemologia,<<strong>br</strong> />
7 Parte da Filosofia que trata do ser enquanto ser, do ser concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos<<strong>br</strong> />
seus (nota dos autores).<<strong>br</strong> />
8 Teoria do conhecimento (tradução dos autores).<<strong>br</strong> />
9 Filosofia da Ciência (tradução dos autores).<<strong>br</strong> />
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pode-se afirmar que seria o estudo metódico e reflexivo do saber 10 <strong>–</strong> organização, formação,<<strong>br</strong> />
desenvolvimento, funcionamento, produtos intelectuais <strong>–</strong>, produtora de métodos científicos<<strong>br</strong> />
que validam as teorias do conhecimento. Para Japiassu (1975), haveria três tipos de<<strong>br</strong> />
Epistemologia: Global (saber globalmente considerado), Particular (consideração de um campo<<strong>br</strong> />
particular do saber) e Específica (consideração de uma disciplina intelectualmente constituída<<strong>br</strong> />
em uma unidade específica do saber).<<strong>br</strong> />
Para Ceberio e Watzlawick (1998), epistemologia é a maneira como concebemos o mundo que<<strong>br</strong> />
nos rodeia, o modelo que utilizamos para conhecer; é decidir o conjunto de padrões familiares,<<strong>br</strong> />
socioculturais, normas, crenças, escala de valores, que criam um conjunto de significados que<<strong>br</strong> />
impregnam a observação, apresentando um mapa da realidade e enchendo de subjetivismo as<<strong>br</strong> />
hipóteses que dela se constroem.<<strong>br</strong> />
Para Aranha e Martins (2003), epistemologia é o estudo do conhecimento científico do ponto de<<strong>br</strong> />
vista crítico, isto é, do seu valor. Seria uma Teoria do Conhecimento.<<strong>br</strong> />
A Teoria do Conhecimento só aparece de forma autônoma a partir de John Locke (1632-1704),<<strong>br</strong> />
e, podemos dizer que chega ao seu ápice com Imannuel Kant, com sua o<strong>br</strong>a “Crítica da Razão<<strong>br</strong> />
Pura”. Mas, afinal o que é o Conhecimento?<<strong>br</strong> />
“É um esforço psicológico pelo qual procuramos nos apropriar intelectualmente do objeto”<<strong>br</strong> />
(ARANHA e MARTINS: 2003, p.52), ou seja, é a relação dual entre o Sujeito cognoscente (sujeito<<strong>br</strong> />
que conhece) e o Objeto conhecido em si, e a imagem do Objeto que chega ao Sujeito.<<strong>br</strong> />
Mas, a origem desse conhecimento e os critérios de validação desse conhecimento não data<<strong>br</strong> />
apenas de alguns séculos. Essa preocupação vem desde a época de Aristóteles. Segundo Ghedin<<strong>br</strong> />
(apud CAMPOS, 2006, p. 21), tais questionamentos vão dinamizar duas linhas de compreensão:<<strong>br</strong> />
o Racionalismo 11 e o Empirismo 12 . O 1º é demarcado a partir da o<strong>br</strong>a de Descartes (1596-1650)<<strong>br</strong> />
10 Conjunto de conhecimentos metodicamente organizados a serem transmitidos por um processo pedagógico de ensino, podendo ser aplicado<<strong>br</strong> />
na aprendizagem de ordem prática como “saber fazer” (CAMPOS,E.R.G., 2007)<<strong>br</strong> />
11 Doutrina filosófica moderna (século XVII) que admite a razão como única fonte de conhecimento válido; superestima o poder da razão.<<strong>br</strong> />
Forma de raciocínio: D<strong>edu</strong>tivo. Principais representantes: Descartes e Leibniz. Opõe-se ao Empirismo. (nota dos autores)<<strong>br</strong> />
12<<strong>br</strong> />
O conhecimento se encontra fora de nós, é exterior e deve ser buscado. Ao contrário do Racionalismo, enfatiza o papel da experiência<<strong>br</strong> />
sensível no processo do conhecimento. Forma de raciocínio: Indutivo. Principais representantes: Bacon, Locke, Hume. (nota dos autores)<<strong>br</strong> />
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O Discurso do Método, onde o autor sustentava que todo conhecimento era inato. O segundo, a<<strong>br</strong> />
partir da o<strong>br</strong>a de John Locke (1632-1704) Um Ensaio So<strong>br</strong>e o Entendimento, onde o autor<<strong>br</strong> />
sustentava que todo saber era adquirido pela experiência.<<strong>br</strong> />
Kant (1724-1804) supera essa contradição: mesmo negando a teoria platônico-cartesiana das<<strong>br</strong> />
idéias inatas, mostrou que algumas coisas eram inatas como a noção de espaço e de tempo, que<<strong>br</strong> />
não existem como realidades fora da mente, mas apenas como formas para pensar as coisas<<strong>br</strong> />
apresentadas pelos sentidos. Por outro lado, sustentou que o conhecimento do mundo exterior<<strong>br</strong> />
provém de experiência sensível das coisas. É criador da Teoria do Interacionismo.<<strong>br</strong> />
Aranha e Martins (2003) comparam Kant a Copérnico. Na revolução copernicana, a Terra deixa<<strong>br</strong> />
de ser o centro do Universo e passa a ser apenas mais um dos planetas a girar em torno do Sol.<<strong>br</strong> />
Também Kant afirma que o conhecimento não reflete o objeto exterior, mas é o próprio espírito<<strong>br</strong> />
que constrói o objeto do seu saber: é a revolução kantiana na teoria do conhecimento.<<strong>br</strong> />
Ao perpassar por nossa sociedade, o Realismo impregnou todas as atividades relacionadas com<<strong>br</strong> />
a ciência, incluindo seu ensino, a investigação básica e sua divulgação. No âmbito escolar, esta<<strong>br</strong> />
forma de pensamento se traduz numa concepção específica de como se concebe o processo<<strong>br</strong> />
ensino-aprendizagem (que geralmente se r<strong>edu</strong>z a que o estudante conheça ou identifique as<<strong>br</strong> />
Leis que regem os fenômenos que ocorrem ao nosso redor como manifestações do mundo<<strong>br</strong> />
real).<<strong>br</strong> />
Na concepção realista são apresentados numerosos problemas aos docentes em sala de aula.<<strong>br</strong> />
Inconscientemente, temos a intenção que nosso estudante aprenda o que consideramos como<<strong>br</strong> />
obviamente verdadeiro e fácil, esquecendo-nos de que alguns elementos de aprendizagem<<strong>br</strong> />
podem limitar a atenção, a capacidade de retenção, memória, análise e síntese, sem se<<strong>br</strong> />
importar com outros fatores que estão associados ao processo ensino-aprendizagem.<<strong>br</strong> />
Essa forma de conhecer o mundo surge e se consolida entre as chamadas ciências naturais,<<strong>br</strong> />
como a Física, e como esta está im<strong>br</strong>icada no cotidiano, logo o Realismo penetra nas escolas e<<strong>br</strong> />
marca uma nova forma de conceber o mundo. Por causa do Realismo não duvidamos da<<strong>br</strong> />
existência das coisas, mesmo desconhecendo-as, e cremos que ainda há muito a ser descoberto,<<strong>br</strong> />
leis e regularidades, e isso só é possível através da ciência e da tecnologia.<<strong>br</strong> />
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Sem dúvida, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia dos últimos anos, juntamente com o<<strong>br</strong> />
investimento de empresas internacionais, a polarização da riqueza, o desenvolvimento da<<strong>br</strong> />
Internet e o avanço da globalização, entre outros, modificou rapidamente o cenário mundial.<<strong>br</strong> />
Desencadeou-se a sociedade da informação, onde se gerou uma necessidade permanente de<<strong>br</strong> />
conhecimento e, como conseqüência, as principais instituições sociais encarregadas de<<strong>br</strong> />
reproduzir e transmitir a cultura, como a igreja, a família e a escola, cederam seu papel aos<<strong>br</strong> />
meios de comunicação, o que provocou a perda do controle da sociedade so<strong>br</strong>e seus<<strong>br</strong> />
integrantes. Apesar disso, há um engajamento de uma parte da população que se preocupa em<<strong>br</strong> />
manter laços de solidariedade, respeito, cooperação e, so<strong>br</strong>etudo, empenho em ultrapassar o<<strong>br</strong> />
individualismo, onde cada sujeito luta para so<strong>br</strong>eviver, muitas vezes às custas dos demais.<<strong>br</strong> />
Essa crise de valores ante as características da nova sociedade que está a surgir, faz necessário<<strong>br</strong> />
que rompamos com algumas estruturas mentais deterministas e r<strong>edu</strong>cionistas a que estamos<<strong>br</strong> />
acostumados e partir para a premissa aberta pela Física Quântica de que nós podemos<<strong>br</strong> />
influenciar a realidade. Por isso, é necessário reconhecermos que podemos influenciar o mundo<<strong>br</strong> />
em que vivemos e desvelar uma nova epistemologia como sociedade e tomar consciência de<<strong>br</strong> />
nossas atitudes.<<strong>br</strong> />
Ao longo do tempo, esforços constantes nos animam a compreender, a desejar pôr ordem no<<strong>br</strong> />
caos, porque só assim, poderemos nos situar no mundo e sermos capazes de agir so<strong>br</strong>e ele.<<strong>br</strong> />
Mas, como relacionar os diversos conceitos de Epistemologia ao cotidiano da sala de aula?<<strong>br</strong> />
Como relacionar observações e teorias no desenvolvimento do conhecimento científico? Antes<<strong>br</strong> />
de respondermos, precisamos refletir so<strong>br</strong>e a natureza do conhecimento científico, so<strong>br</strong>e como<<strong>br</strong> />
nos posicionamos diante de diferentes idéias, de diferentes respostas. Analisamos o<<strong>br</strong> />
conhecimento científico de forma fragmentada ou em contextos? Qual a melhor maneira de<<strong>br</strong> />
analisarmos as idéias so<strong>br</strong>e a natureza do conhecimento científico?<<strong>br</strong> />
Segundo Borges (1996), não se pode analisar separadamente as visões e concepções das<<strong>br</strong> />
Ciências a partir da Era Moderna, tornando-se necessário analisar essas idéias em conjunto. A<<strong>br</strong> />
autora sugere, então, que, para fazer essa análise, é importante fundamentar a abordagem<<strong>br</strong> />
epistemológica do desenvolvimento das ciências, o chamado Internalismo. Os internalistas<<strong>br</strong> />
abordam as questões epistemológicas analisando como se constrói o conhecimento no interior<<strong>br</strong> />
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da comunidade científica, daí a designação Internalistas. Para esta autora, o Internalismo ainda<<strong>br</strong> />
pode ser dividido em três grandes categorias: Idealismo 13 , Empirismo e Construtivismo 14 . Não<<strong>br</strong> />
usaremos nesse texto a abordagem de Dancy so<strong>br</strong>e Internalismo e Externalismo, onde o autor<<strong>br</strong> />
engendra pelo Cepticismo e traz uma visão diferenciada da abordada por Borges, a qual<<strong>br</strong> />
optamos por ser mais específica com a temática de nossa pesquisa que é voltada para o Ensino<<strong>br</strong> />
de Física.<<strong>br</strong> />
2. CONTRIBUIÇÕES DA HISTÓRIA E DA FILOSOFIA NO ENSINO DE FÍSICA<<strong>br</strong> />
A história, filosofia, e sociologia da ciência podem humanizar as ciências e<<strong>br</strong> />
aproximá-las mais dos interesses pessoais, éticos, culturais e políticos; podem<<strong>br</strong> />
fazer as aulas mais estimulantes e reflexivas, incrementando assim as<<strong>br</strong> />
capacidades do pensamento crítico; podem contribuir para uma compreensão<<strong>br</strong> />
maior dos conteúdos científicos; podem contribuir um pouco para superar o<<strong>br</strong> />
“mar de sem-sentido” em que se transformaram as aulas de ciências, onde se<<strong>br</strong> />
recitam fórmulas e equações, porém onde poucos conhecem seu significado;<<strong>br</strong> />
podem melhorar a formação do professorado contribuindo para o<<strong>br</strong> />
desenvolvimento de uma epistemologia da ciência mais rica e mais autêntica,<<strong>br</strong> />
isto é, um conhecimento melhor da estrutura da ciência e seu lugar no marco<<strong>br</strong> />
intelectual das coisas. (MATTHEWS apud GEBARA, 2001)<<strong>br</strong> />
Muitos foram os pensadores que se ocuparam com os grandes temas hoje tão popularmente<<strong>br</strong> />
conhecidos e estudados nas aulas de Física. Muitos, em busca da verdade, deram grandes saltos<<strong>br</strong> />
na ciência e na tecnologia, e continuarão a dá-los! A partir do século XVIII, a Física progrediu<<strong>br</strong> />
consideravelmente; esse progresso foi tão rápido, que podemos afirmar que entramos no<<strong>br</strong> />
século XX a cavalo e saímos dele a bordo de naves espaciais! E esse desenvolvimento será cada<<strong>br</strong> />
vez maior e mais rápido devido ao desenvolvimento da eletrônica e da computação,<<strong>br</strong> />
principalmente agora, com a nanotecnologia.<<strong>br</strong> />
Mas, o que é a Física e onde ela se encontra? Talvez no lançamento de satélites artificiais ou<<strong>br</strong> />
sondas espaciais? Nos grandes inventos como o laser, o computador, a televisão? Numa<<strong>br</strong> />
13 O conhecimento se encontra armazenado em nós, necessitando apenas ser descoberto através da introspecção. (BORGES, 1996)<<strong>br</strong> />
14 O conhecimento não se encontra nem em nós, nem fora de nós, mas é construído, progressivamente, pelas interações que estabelecemos.<<strong>br</strong> />
Nessa perspectiva, a ciência é vista como um processo dinâmico e sujeito a mudanças. (BORGES, 1996)<<strong>br</strong> />
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explosão termonuclear? Quem pode estudar Física? Grandes físicos teóricos como Einstein e<<strong>br</strong> />
Hawking, junto a quadros negros com complexas equações matemáticas? A Física pode se<<strong>br</strong> />
confundir com a Química? Qual a diferença entre essas duas ciências? Qual o objeto de estudo<<strong>br</strong> />
da Física?<<strong>br</strong> />
Vamos propor uma situação hipotética: um estudante entediado, num determinado momento<<strong>br</strong> />
de uma aula, atira pela janela do 3º andar de sua escola uma pedra que ele encontrara no pátio.<<strong>br</strong> />
O que pode surgir desse fato tão curioso? Que fenômenos poderiam ser analisados? Bem,<<strong>br</strong> />
vamos por partes. Vamos analisar esse fato à luz do ensino fragmentado que temos em nosso<<strong>br</strong> />
país. Se nosso interesse estiver na composição molecular da pedra, encontraríamos respostas<<strong>br</strong> />
na Química. Se quisermos saber quais os músculos usados por esse estudante ao jogar a pedra,<<strong>br</strong> />
a resposta estaria na Biologia. Se, por um infeliz azar, a pedra tivesse atingido a pessoa de uma<<strong>br</strong> />
Embaixada Americana que estivesse tranquilamente a passear pela calçada nesse ínterim, e<<strong>br</strong> />
quiséssemos saber as implicações e conseqüências desse incidente so<strong>br</strong>e o futuro das relações<<strong>br</strong> />
diplomáticas entre os dois países, tal questão poderá ser respondida em Geografia ou História.<<strong>br</strong> />
Mas, se estivermos interessados nas forças que atuaram so<strong>br</strong>e a pedra, na trajetória descrita<<strong>br</strong> />
por esse corpo, ou com que velocidade ela atingiu o solo, estaríamos tratando de questões<<strong>br</strong> />
estudadas em Física.<<strong>br</strong> />
A Física, como ciência da natureza, é um sistema de pensamento lógico em pleno<<strong>br</strong> />
desenvolvimento. Lógico por ser um pensamento necessariamente d<strong>edu</strong>tivo, baseado em<<strong>br</strong> />
conceitos hipotéticos e axiomas. Sendo alicerçada nesses últimos, como confirmá-la? Estando<<strong>br</strong> />
ainda em desenvolvimento, não se pode dizê-la pronta e acabada. Apesar de poder ser obtida<<strong>br</strong> />
através da livre invenção, segundo Einstein (2006), sua legitimidade reside na confirmação, pela<<strong>br</strong> />
experiência sensível 15 , das afirmações d<strong>edu</strong>zidas.<<strong>br</strong> />
Enquanto ciência, os conhecimentos físicos precisam ser transmitidos de alguma forma. A forma<<strong>br</strong> />
mais utilizada para possibilitar essa transmissão de conhecimentos de conceitos físicos é feita<<strong>br</strong> />
ainda hoje através de modelos. Por exemplo, ao iniciarmos o conteúdo de Leis de Newton,<<strong>br</strong> />
explicamos aos nossos estudantes que a Terra é um sistema referencial inercial, quando<<strong>br</strong> />
15 Experiência Sensível é um tipo especial de experiência mental existente e reconhecível (EINSTEIN, 2006)<<strong>br</strong> />
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sabemos que isso é hipotético <strong>–</strong> só é utilizado na resolução de problemas da Física <strong>–</strong>, pois<<strong>br</strong> />
sabemos que a Terra realiza vários movimentos, dentre eles o Movimento de Rotação em torno<<strong>br</strong> />
de seu eixo e o de Translação em volta do Sol. Para elaborar a Lei da Gravitação Universal,<<strong>br</strong> />
Newton se utilizou de modelos criados por Kepler (conhecido como Legislador dos Céus), por<<strong>br</strong> />
Galileu e este, por sua vez, baseou-se no modelo de Sistema de Copérnico (Sistema<<strong>br</strong> />
Heliocêntrico <strong>–</strong> dispunha o Sol como centro do Universo, em oposição ao Geocentrismo de<<strong>br</strong> />
Ptolomeu). O uso de modelos é importante ainda hoje e grande auxiliar no processo ensinoaprendizagem<<strong>br</strong> />
de Física, pois<<strong>br</strong> />
A importância dos modelos científicos é bem aceita e documentada mesmo<<strong>br</strong> />
para os cientistas mais tradicionais. Assim, o entendimento da natureza dos<<strong>br</strong> />
modelos físicos e do processo construção das leis e teorias é um componente<<strong>br</strong> />
fundamental na tentativa de superação de dificuldades de aprendizagem da<<strong>br</strong> />
física, tanto na Universidade quanto no Ensino Fundamental e Médio. Além<<strong>br</strong> />
disso, está de acordo com a psicologia construtivista de que o conhecimento é<<strong>br</strong> />
uma construção humana, na qual a criatividade e a imaginação desempenham<<strong>br</strong> />
importante papel, em que a visão empirista-indutivista se mostra superada, e<<strong>br</strong> />
aonde, contrariamente à visão positivista, não há regras infalíveis que<<strong>br</strong> />
garantam o desco<strong>br</strong>imento de novos fatos e a invenção de novas teorias. Nem<<strong>br</strong> />
tampouco o conhecimento científico é definitivo ou absolutamente verdadeiro,<<strong>br</strong> />
mas sim de natureza conjetural, tentativa, verificável e conseqüentemente<<strong>br</strong> />
falível e não cresce em um vazio cultural. (MOREIRA, MASSONI e OSTERMANN,<<strong>br</strong> />
2007).<<strong>br</strong> />
Outra grande preocupação do homem, através dos tempos, é a noção de movimento. Desde a<<strong>br</strong> />
Antigüidade, filósofos tentavam estabelecer diferenças entre o estado de repouso e o de<<strong>br</strong> />
movimento. Para alguns filósofos dessa época, algo só poderia existir se suas propriedades<<strong>br</strong> />
fossem permanentes. Como corpos 16 em movimento não têm permanência de posição,<<strong>br</strong> />
concluíram que não existiam corpos em movimento, este seria explicado como uma ilusão<<strong>br</strong> />
(SANTOS, 1987). Mais tarde, passaram a aceitar o movimento como real, mas acreditavam que<<strong>br</strong> />
deveria existir uma substância que movimentasse os corpos ou mesmo anjos (HAWKING, 2005).<<strong>br</strong> />
Essas interpretações da Natureza continuaram durante muitos anos, até que se sedimentaram<<strong>br</strong> />
16 Corpo, em Física, é algo (objeto) cujas dimensões podem ser desprezadas quando comparadas com as distâncias envolvidas no fenômeno.<<strong>br</strong> />
Por exemplo, um carro numa Rodovia Federal, uma formiga ao percorrer o tronco de uma árvore. (nota dos autores)<<strong>br</strong> />
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as bases da Mecânica Clássica. Foram vários os cientistas que dedicaram suas vidas a pesquisas<<strong>br</strong> />
a fim de lançarem essas bases, vejamos alguns dados históricos so<strong>br</strong>e os principais deles:<<strong>br</strong> />
Aristóteles (384-322 aC)<<strong>br</strong> />
Filósofo e sábio grego, elaborou uma teoria filosófica para explicar o movimento dos corpos.<<strong>br</strong> />
Essa teoria dominou o pensamento medieval e foi aceita até a Renascença. O principal ponto de<<strong>br</strong> />
discussão era o motivo pelo qual os corpos caem em direção à Terra, ao invés de subirem para o<<strong>br</strong> />
céu, como uma chama (SANTOS, 1987).<<strong>br</strong> />
Sua teoria apela para a crença, corrente na época, na existência de uma esfera ardente de fogo,<<strong>br</strong> />
lugar natural ao qual pertence, da mesma forma que a pedra cai porque procura o seu. Assim<<strong>br</strong> />
sendo, o movimento realizado pelos corpos é um movimento natural. Mas os corpos também<<strong>br</strong> />
podem realizar movimentos que não são naturais, como o de uma pedra lançada para cima.<<strong>br</strong> />
Nesse caso, é preciso que haja um agente externo, que foi chamado de força. Do mesmo modo,<<strong>br</strong> />
para que um corpo se mantivesse em movimento ou parasse seria necessária a interferência de<<strong>br</strong> />
tal agente.<<strong>br</strong> />
Para ele, a Terra ocupava o centro do Universo e era imóvel. Suas teorias foram mantidas por<<strong>br</strong> />
quase dois mil anos, até serem refutadas e corrigidas.<<strong>br</strong> />
Nicolau Copérnico (1473-1543)<<strong>br</strong> />
Nascido na Polônia, matemático, médico e doutor em Direito Canônico. Era apaixonado por<<strong>br</strong> />
Astronomia. Abandonou o Geocentrismo e afirmou que a Terra é um planeta, como Vênus ou<<strong>br</strong> />
Marte, e que todos os planetas giravam ao redor do Sol. Seu modelo, chamado Heliocêntrico,<<strong>br</strong> />
foi duramente combatido, pois contrariava os dogmas da época, segundo os quais o homem e a<<strong>br</strong> />
Terra eram considerados como centro do Universo, as primazias de todas as criações de Deus<<strong>br</strong> />
(SANTOS, 1987).<<strong>br</strong> />
Galileu Galilei (1564-1642)<<strong>br</strong> />
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De origem italiana, Galileu foi matemático, físico e astrônomo. Idealizador do Método Científico,<<strong>br</strong> />
que consiste na verificação das leis da natureza por meio de experiências. Estudou a queda dos<<strong>br</strong> />
corpos e esboçou o conceito de Inércia antes de Newton, introduzindo o conceito de<<strong>br</strong> />
Aceleração. Opôs-se à Mecânica de Aristóteles e defendeu o Sistema de Copérnico. Devido a<<strong>br</strong> />
isso foi perseguido pelo Santo Ofício e o<strong>br</strong>igado a abjurar de suas teorias para não ser queimado<<strong>br</strong> />
vivo nas fogueiras da Santa Inquisição. O paradigma galileano ainda é divisor de águas, um<<strong>br</strong> />
símbolo da Física <strong>–</strong> ultrapassada! <strong>–</strong> nos constructos pessoais de muitos professores dessa<<strong>br</strong> />
disciplina em escolas de Educação Básica e nas próprias instituições de Ensino Superior<<strong>br</strong> />
<strong>br</strong>asileiras.<<strong>br</strong> />
Johanes Kepler (1571-1630)<<strong>br</strong> />
Astrônomo alemão, muito interessado no movimento dos planetas. Baseando-se nas<<strong>br</strong> />
observações do astrônomo dinamarquês Tycho Brahe, fez um estudo cuidadoso do movimento<<strong>br</strong> />
de Marte em torno do Sol. Inicialmente, tentou ajustar as diferentes posições registradas do<<strong>br</strong> />
planeta a órbitas circulares, não obtendo resultados aceitáveis. Somente quando supôs que as<<strong>br</strong> />
órbitas fossem elípticas, com o Sol num dos focos, obteve resultados dentro dos limites<<strong>br</strong> />
permitidos para erros de observação. Entrou para a história como o “legislador dos céus”. Essa<<strong>br</strong> />
alcunha deveu-se ao fato de ter sido ele, a partir do modelo Heliocêntrico proposto por<<strong>br</strong> />
Copérnico, o primeiro a estabelecer as leis que descrevem o movimento dos planetas em torno<<strong>br</strong> />
do Sol. Suas três leis vieram concretizar a fundação de um cálculo astronômico inteiramente<<strong>br</strong> />
novo, a<strong>br</strong>indo caminho para que, 50 anos mais tarde, Newton pudesse estabelecer sua lei da<<strong>br</strong> />
Gravitação Universal.<<strong>br</strong> />
Isaac Newton 17 (1642-1727)<<strong>br</strong> />
Um dos maiores gênios da Ciência, considerado Pai da Física Moderna, inventou o Cálculo<<strong>br</strong> />
Infinitesimal, formulou a Teoria da Gravitação Universal e as Leis do Movimento e explicou a<<strong>br</strong> />
natureza corpuscular da Luz. Lançou os fundamentos da Ótica Moderna, com um estudo so<strong>br</strong>e a<<strong>br</strong> />
17 Arantes, 1988.<<strong>br</strong> />
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luz e as cores. Foi um dos maiores cientistas de todos os tempos. Sua teoria da Mecânica<<strong>br</strong> />
Clássica só foi superada mais de duzentos anos depois com as Teorias da Relatividade e a<<strong>br</strong> />
Quântica.<<strong>br</strong> />
De Kepler, Newton herdou uma decisiva revisão do sistema concebido pelo polonês Copérnico;<<strong>br</strong> />
de Galileu, recebeu uma nova formulação da ciência da Mecânica, baseada no princípio da<<strong>br</strong> />
inércia; de Descartes, a concepção mecanicista do mundo — a visão da natureza como uma<<strong>br</strong> />
grande máquina, que funcionaria para sempre com base apenas no movimento de suas partes <strong>–</strong><<strong>br</strong> />
e a Geometria Analítica, novo ramo da Matemática que permitia resolver problemas, até então<<strong>br</strong> />
insolúveis, pelos métodos algé<strong>br</strong>icos. Nos om<strong>br</strong>os desses três gigantes, o jovem Newton pôde<<strong>br</strong> />
fazer uma crítica da ciência grega que ainda era ensinada na universidade. Anotou em latim<<strong>br</strong> />
num de seus cadernos: “Amicus Plato, amicus Aristoteles, magis amica veritas” (Platão é amigo,<<strong>br</strong> />
Aristóteles é amigo, mas amiga maior é a verdade).<<strong>br</strong> />
As conquistas da Mecânica Newtoniana <strong>–</strong> também chamada de Mecânica Clássica <strong>–</strong> foram tão<<strong>br</strong> />
importantes que na primeira metade do século XVIII se difundiu uma visão mecanicista do<<strong>br</strong> />
mundo, que assegurava que a inteligência humana podia r<strong>edu</strong>zir todos os fenômenos e<<strong>br</strong> />
problemas a uma interpretação mecânica (o Universo como um grande relógio). Essa<<strong>br</strong> />
abordagem mecanicista foi aplicada a todas as ciências. Atualmente, apesar de sua ampla<<strong>br</strong> />
margem de uso, por causa de várias falhas em sua aplicação - principalmente nos fenômenos<<strong>br</strong> />
eletromagnéticos -, essa Mecânica é válida na forma estabelecida apenas numa faixa bem<<strong>br</strong> />
delimitada da ciência, não conseguindo explicar nem prever o mundo microscópico.<<strong>br</strong> />
Mecânica Relativista e a Teoria Quântica<<strong>br</strong> />
A Teoria da Relatividade desenvolvida por Albert Einstein 18 (1879-1955) veio subverter a<<strong>br</strong> />
concepção newtoniana do Universo, so<strong>br</strong>etudo devido a descobertas tais como a curvatura da<<strong>br</strong> />
luz das estrelas. Segundo Bachelard (1983, p.31), a novidade nessa teoria é que ela não é de<<strong>br</strong> />
18<<strong>br</strong> />
Físico alemão radicado nos EUA. Ganhou o Prêmio Nobel da Física de 1921 pela correta explicação do Efeito Fotoelétrico. O<<strong>br</strong> />
seu trabalho teórico possibilitou o desenvolvimento da energia atômica, apesar de não prever tal possibilidade. Nos seus<<strong>br</strong> />
últimos anos, a sua fama excedeu a de qualquer outro cientista na cultura popular, tornando-o sinônimo de gênio. Foi eleito<<strong>br</strong> />
pela <strong>Revista</strong> Time como a "Pessoa do Século" e o seu rosto é um dos mais conhecidos em todo o mundo. (RAMALHO et al, 2007)<<strong>br</strong> />
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essência estática, ela é mais que uma nova maneira de pensar o fenômeno físico, é um método<<strong>br</strong> />
de descoberta progressivo. A relatividade proposta por Galileu e Newton na Física Clássica é<<strong>br</strong> />
reinterpretada pelos postulados de Einstein. Desses Postulados decorrem novas equações e<<strong>br</strong> />
novos conceitos de comprimento, tempo, massa e energia, muitos deles, até então tido como<<strong>br</strong> />
definitivos, passam a ser mais discutidos, questionados e muitas vezes parecem fugir de nosso<<strong>br</strong> />
senso comum. Para Einstein, a Física ocupa-se diretamente apenas com as experiências<<strong>br</strong> />
sensíveis e com a compreensão das relações entre elas, e essa compreensão só seria possível<<strong>br</strong> />
através da ordenação de regras.<<strong>br</strong> />
Apesar de sabermos atualmente que a Mecânica Clássica falhou como base reinante de toda a<<strong>br</strong> />
Física, Einstein acreditava que ela ainda se encontra no centro do pensar físico, por ainda não<<strong>br</strong> />
ser possível chegar a uma nova base na qual se possa estar seguro que a partir dela toda a<<strong>br</strong> />
multiplicidade de fenômenos pesquisados possa ser logicamente d<strong>edu</strong>zida. Einstein nos convida<<strong>br</strong> />
a aceitarmos que o espaço é curvo, que a menor distância entre dois pontos não é uma linha<<strong>br</strong> />
reta, que o Universo é finito (mas ilimitado), que o tempo é relativo e não pode ser medido<<strong>br</strong> />
exatamente do mesmo modo e por toda parte, que as medidas de tamanho variam com a<<strong>br</strong> />
velocidade, que o Universo tem forma cilíndrica e não esférica, que um corpo em movimento<<strong>br</strong> />
diminui de volume (mas aumenta de massa), que uma 4ª dimensão é acrescentada às já<<strong>br</strong> />
conhecidas (comprimento, largura e espessura): o tempo.<<strong>br</strong> />
Na história da Física, há vários exemplos de conceitos que precisaram ser revistos (a Terra era<<strong>br</strong> />
plana, o sistema geocêntrico, por exemplo) ou até mesmo substituídos por outros. Entretanto,<<strong>br</strong> />
no caso do comportamento da Luz, houve a necessidade de aceitar duas teorias completamente<<strong>br</strong> />
opostas, mas que se complementavam: a Luz tem o comportamento dual partícula-onda 19 , em<<strong>br</strong> />
certos fenômenos ora ela se comporta como partícula ora se comporta como onda!O resultado<<strong>br</strong> />
disso foi o desenvolvimento da Mecânica Quântica, o que altera profundamente a nossa<<strong>br</strong> />
maneira de enxergar a Natureza: ela não funciona como a máquina perfeita com mecanismos<<strong>br</strong> />
cujos movimentos são certos e previsíveis (lógica cartesiana). Hoje, a Física pensa em termos de<<strong>br</strong> />
19 Em 1924, De Broglie lançou a hipótese de que, se a luz apresenta natureza dual, uma partícula pode comportar-se de modo semelhante,<<strong>br</strong> />
apresentando também propriedades ondulatórias, diferentemente de Newton (que apresentava a onda como uma perturbação propagando-se<<strong>br</strong> />
e como partícula, isto é, um objeto material localizável). (RAMALHO et al, 2007)<<strong>br</strong> />
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probabilidades e não mais em termos de certeza, é mais holística: “pinta o universo como um<<strong>br</strong> />
todo unificado cujas partes sao interconectadas e se influenciam mutuamente” (ARNTZ et al,<<strong>br</strong> />
2007, p. 56).<<strong>br</strong> />
Na Física Clássica Newtoniana, determinando-se o sistema de forças que age no ponto material,<<strong>br</strong> />
podia-se determinar a posição s de uma partícula conhecendo-se sua velocidade v e indicandose<<strong>br</strong> />
o instante t. Entretanto, em 1927, Heisenberg propôs a indeterminação 20 associada à posição<<strong>br</strong> />
e à velocidade do elétron no interior do átomo. Muitos físicos não aceitaram esse conceito de<<strong>br</strong> />
aleatoriedade, inclusive Einstein que chegou a afirmar que Deus não joga dados com o Universo<<strong>br</strong> />
(numa alusão à probabilidade), o que levou Bohr 21 (1885-1962) a responder-lhe que parasse de<<strong>br</strong> />
dizer a Deus o que Ele podia fazer. Também é de Bohr a frase “quem não se sentiu abalado<<strong>br</strong> />
quando teve contato pela primeira vez com a teoria quântica não pode tê-la entendido” (apud<<strong>br</strong> />
ARNTZ et al, p. 55).<<strong>br</strong> />
A partir do exposto acima, podemos observar muitas transformações na ciência. Hoje, falam-se<<strong>br</strong> />
em ciências hí<strong>br</strong>idas,com cientistas de vários campos interagindo entre si em novas<<strong>br</strong> />
descobertas, diminuindo mais e mais suas fronteiras, tornando-as quase que interdisciplinares.<<strong>br</strong> />
Mas, ainda muito caras e quase inacessíveis à maioria dos habitantes desse planeta.<<strong>br</strong> />
A Física está em nosso cotidiano, faz parte de nossa vida e da realidade que nos cerca. É um<<strong>br</strong> />
conhecimento que permite elaborar modelos de evolução cósmica, investigar os mistérios do<<strong>br</strong> />
mundo submicroscópico, das partículas que compõem a matéria, e que, paralelamente, permite<<strong>br</strong> />
o desenvolvimento de novas fontes de energia e a criação de novos materiais, produtos e<<strong>br</strong> />
tecnologias.<<strong>br</strong> />
Física e Tecnologia 22 caminham juntas e crescem uma dependendo mais e mais do<<strong>br</strong> />
desenvolvimento da outra. A Física também deve ser percebida enquanto construção histórica e<<strong>br</strong> />
20 Princípio da Incerteza de Heisenberg: quanto maior a precisão na determinação da posição do elétron, menor é a precisão na determinação<<strong>br</strong> />
de sua velocidade ou de sua quantidade de movimento e vice-versa (RAMALHO et al, 2007).<<strong>br</strong> />
21 Trabalhou com J.J. Thomson, no laboratório de Cavendish, em Cam<strong>br</strong>idge, e com Einstein, em Princeton. Desco<strong>br</strong>iu propriedades importantes<<strong>br</strong> />
do urânio-235 e participou de pesquisas que resultaram na fa<strong>br</strong>icação da bomba atômica pelos EUA. Por seus trabalhos so<strong>br</strong>e estrutura atômica,<<strong>br</strong> />
recebeu o Prêmio Nobel de Física de 1922. (RAMALHO et al, 2007)<<strong>br</strong> />
22 A Tecnologia pode ser compreendida como o conhecimento que nos permite controlar e modificar o mundo e que está associada à ciência.<<strong>br</strong> />
(SANTOS e MORTIMER, 2002)<<strong>br</strong> />
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social a partir da sucessão das diversas teorias através dos séculos, apresentadas nesse artigo,<<strong>br</strong> />
constituindo numa promoção sine qua non de uma responsabilidade social e ética. Ao se<<strong>br</strong> />
incorporar à cultura e ao se integrar à Tecnologia como instrumento tecnológico, o ensino de<<strong>br</strong> />
Física torna-se indispensável à formação da cidadania contemporânea.<<strong>br</strong> />
3. INTERNALISMO<<strong>br</strong> />
3.1. Empirismo<<strong>br</strong> />
Nessa concepção, uma das tarefas mais importantes da Ciência era a formulação de Leis que<<strong>br</strong> />
regessem os fenômenos da Natureza. O método utilizado para conhecer e explicar esses<<strong>br</strong> />
fenômenos é o método experimental (de Galileu) que consiste em:<<strong>br</strong> />
Observar um fenômeno;<<strong>br</strong> />
Medir as principais grandezas envolvidas;<<strong>br</strong> />
Buscar as relações entre essas grandezas com o objetivo de desco<strong>br</strong>ir as leis que regem os<<strong>br</strong> />
fenômenos que estão sendo pesquisados.<<strong>br</strong> />
Esse processo, a Indução, permite-nos chegar a conclusões gerais partindo de casos<<strong>br</strong> />
particulares, possibilitando-nos atingir um conhecimento seguro, estático, baseado na evidência<<strong>br</strong> />
observacional e experimental. É um recurso muito utilizado na Matemática, mas que, segundo<<strong>br</strong> />
Einstein, não deveria ser usado em Física, pois é meramente analítica (ROHDEN, 2007). É a visão<<strong>br</strong> />
mais tradicional da Ciência:<<strong>br</strong> />
Método científico: empirista-indutivo (parte da observação à formulação de teorias);<<strong>br</strong> />
Conhecimento Científico: seguro (baseado em evidências observacionais e experimentais,<<strong>br</strong> />
que podem ser repetidas);<<strong>br</strong> />
Defensores: Francis Bacon (1561-1626) e Positivismo Lógico.<<strong>br</strong> />
Tradicionalmente, esse método ainda persiste nas aulas, nos livros didáticos e nos cursos de<<strong>br</strong> />
Física no Brasil, resultando em práticas docentes inadequadas. Isso é visível na metodologia<<strong>br</strong> />
utilizada nessas aulas, onde há um enfoque no qual o conhecimento advém da generalização<<strong>br</strong> />
indutiva a partir da observação, sem qualquer influência teórica ou subjetiva, numa visão já<<strong>br</strong> />
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superada até mesmo pela Física atual. Ao se fazer uma análise na maioria dos livros didáticos de<<strong>br</strong> />
Física adotados nas escolas amazonenses, sempre é solicitado ao estudante observar o que está<<strong>br</strong> />
sendo realizado no experimento, formular as suas hipóteses, medir as grandezas (e transformálas,<<strong>br</strong> />
se necessário) e concluir se suas hipóteses estavam ou não corretas, se faziam ou não<<strong>br</strong> />
sentido com o propósito (objetivo) da experiência. Em nenhum momento, levam-se em conta as<<strong>br</strong> />
variáveis e que o erro também faz parte do processo ensino-aprendizagem.<<strong>br</strong> />
3.2. Racionalismo Crítico ou Hipotético-D<strong>edu</strong>tivismo de Popper<<strong>br</strong> />
Karl Popper (1902 — 1994) é considerado por muitos como o filósofo mais influente do século<<strong>br</strong> />
XX a tematizar a ciência. Rejeita a indução e se aproxima do empirismo, pois acredita ser<<strong>br</strong> />
possível refutar, experimentalmente, teorias científicas, utilizando critérios lógicos e imparciais,<<strong>br</strong> />
ou seja, sem influência das idéias do pesquisador. Ficou conhecido pelo enunciado do Critério<<strong>br</strong> />
da Falsificabilidade (demarcação entre ciência e não-ciência): argumentou que a teoria científica<<strong>br</strong> />
será sempre conjectural e provisória. Essa teoria traça o paralelo entre a testabilidade científica<<strong>br</strong> />
e a discutibilidade filosófica, gerando um programa metafísico de um conjunto de idéias<<strong>br</strong> />
heuristicamente interessantes e cientificamente fecundas, ainda que não fosse possível testarse<<strong>br</strong> />
(CARRILHO e SÀÁGUA: 1991, p. XIX).<<strong>br</strong> />
É a visão falseacionista da Ciência:<<strong>br</strong> />
Método Científico: Hipotético-d<strong>edu</strong>tivo;<<strong>br</strong> />
Conhecimento Científico: nunca se pode provar que é verdadeiro, mas, às vezes, pode-se<<strong>br</strong> />
provar que não é verdadeiro. Usa-se o critério da Falsificabilidade das teorias para distinguir<<strong>br</strong> />
ciência de não-ciência. A ciência evolui através de refutações.<<strong>br</strong> />
Defensores: Popper e seus seguidores.<<strong>br</strong> />
3.3. Contextualismo de Kuhn<<strong>br</strong> />
Thomas Samuel Kuhn (1922 - 1996) foi um físico americano cujo trabalho incidiu so<strong>br</strong>e história<<strong>br</strong> />
e filosofia da ciência, tornando-se um marco importante no estudo do processo que leva ao<<strong>br</strong> />
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desenvolvimento científico. A polêmica so<strong>br</strong>e sua o<strong>br</strong>a gira em torno da noção de paradigma<<strong>br</strong> />
científico e da "incomensurabilidade" entre os paradigmas. Para ele, a ciência depende do<<strong>br</strong> />
contexto em que se desenvolve, conforme o paradigma 23 adotado pela comunidade científica.<<strong>br</strong> />
Esta é conservadora quanto a teorias, métodos e possíveis soluções, desenvolvendo um<<strong>br</strong> />
conhecimento progressivo e cumulativo em períodos de ciência normal (BORGES, 1996, p. 18).<<strong>br</strong> />
Nos períodos de crise das revoluções científicas, esse conhecimento sofre rupturas e o antigo<<strong>br</strong> />
paradigma já não corresponde aos anseios, não serve mais. Paralelamente, surgem novas<<strong>br</strong> />
teorias emergentes competindo entre si procurando substituir o paradigma em conflito.<<strong>br</strong> />
É a visão contextualista da Ciência, pela qual a comunidade científica é conservadora e resiste a<<strong>br</strong> />
mudanças, sendo considerado ciência apenas o que os cientistas aceitam por consenso. Nessa<<strong>br</strong> />
visão, o cientista luta com os seus instrumentos e suas equações até obter os resultados que<<strong>br</strong> />
comprovem que sua teoria está certa e irrefutável aos olhos de seus pares na comunidade<<strong>br</strong> />
científica (BORGES, 1996).<<strong>br</strong> />
Entretanto, no que se refere à apreensão da História das Ciências pelos estudantes, Khun sugere<<strong>br</strong> />
que a mesma exerceria uma má influência so<strong>br</strong>e os estudantes, abalando sua confiança no<<strong>br</strong> />
dogma científico. Para evitar que isso ocorresse, ele sugere até mesmo uma “distorção” da<<strong>br</strong> />
História, apresentando os cientistas do passado trabalhando nos mesmos problemas que os<<strong>br</strong> />
cientistas modernos, para que o jovem estudante possa sentir-se parte dessa tradição de “busca<<strong>br</strong> />
da verdade” (GEBARA, 2001).<<strong>br</strong> />
3.4. Racionalismo Aplicado ou Racionalismo Dialético de Bachelard<<strong>br</strong> />
Essa Epistemologia prioriza os métodos histórico-críticos para explicar a atividade científica,<<strong>br</strong> />
partindo de uma análise da história das ciências e da revolução do conhecimento.<<strong>br</strong> />
Gaston Bachelard (1884-1962) nasceu em Champagne (França). Vindo de uma família humilde,<<strong>br</strong> />
Bachelard sempre trabalhou enquanto estudava. Sonhava em ser engenheiro até que a I Guerra<<strong>br</strong> />
23 Conjunto de teorias, métodos, problemas considerados como relevantes e soluções consensualmente aceitáveis. (KUHN apud BORGES, 1996,<<strong>br</strong> />
p. 17)<<strong>br</strong> />
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Mundial eclodiu e impossibilitando-lhe a conclusão deste projeto, o<strong>br</strong>igando-o a lecionar no<<strong>br</strong> />
curso secundário as matérias de Física e Química. Após sua vivência como professor dessas duas<<strong>br</strong> />
disciplinas, por mais de 15 anos, passou a lecionar Filosofia.<<strong>br</strong> />
A proposta de Bachelard (1996) é mostrar a supremacia do conhecimento abstrato e científico<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e o conhecimento primeiro e intuitivo no pensamento científico, ou seja, seguir a via<<strong>br</strong> />
psicológica normal do pensamento científico:<<strong>br</strong> />
IMAGEM FORMA GEOMÉTRICA FORMA ABSTRATA<<strong>br</strong> />
(matematização)<<strong>br</strong> />
Em sua formação individual, o espírito científico passa necessariamente, segundo Bachelard<<strong>br</strong> />
(1996), pelos três estados abaixo:<<strong>br</strong> />
1º - O Estado Concreto: o espírito se entretém com as primeiras imagens do fenômeno e se<<strong>br</strong> />
apóia numa literatura que exalta a Natureza, a unidade harmônica do mundo e sua rica<<strong>br</strong> />
diversidade.<<strong>br</strong> />
2º - O Estado Concreto-abstrato: o espírito acrescenta esquemas geométricos à sua experiência<<strong>br</strong> />
física, apoiando-se numa filosofia de simplicidade.<<strong>br</strong> />
3º - O Estado Abstrato: o espírito adota informações voluntariamente subtraídas à intuição do<<strong>br</strong> />
espaço real, voluntariamente desligadas da experiência imediata e até em polêmica declarada<<strong>br</strong> />
com a realidade primeira, sempre impura, sempre informe (BACHELARD: 1996, p. 11).<<strong>br</strong> />
Bachelard (1996) também nos apresenta a noção de obstáculos epistemológicos que são as<<strong>br</strong> />
causas de estagnação e inércia no processo ensino-aprendizagem e na apropriação do<<strong>br</strong> />
conhecimento científico. Ele nos aponta alguns desses obstáculos epistemológicos:<<strong>br</strong> />
O 1º Obstáculo: a Experiência Primeira;<<strong>br</strong> />
O Conhecimento Geral como Obstáculo ao Conhecimento Científico;<<strong>br</strong> />
O Obstáculo Verbal: Extensão Abusiva de Imagens Usuais;<<strong>br</strong> />
O Conhecimento Unitário e Pragmático como Obstáculo ao Conhecimento Científico;<<strong>br</strong> />
O Obstáculo Substancialista;<<strong>br</strong> />
O Obstáculo Animista e<<strong>br</strong> />
Os Obstáculos do Conhecimento Quantitativo (Matemática).<<strong>br</strong> />
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A condição essencial para a superação dos obstáculos epistemológicos, dentre eles o obstáculo<<strong>br</strong> />
da realidade (crítica ao empirismo) e o do senso comum, é a consciência por parte dos cientistas<<strong>br</strong> />
de que eles existem e que podem comprometer o fundamento e o resultado de uma pesquisa<<strong>br</strong> />
científica. Era favorável a uma cultura científica especializada como fator determinante e<<strong>br</strong> />
comprometido às pesquisas.Acreditava que as ciências, em suas diversas especializações,<<strong>br</strong> />
ensina-nos não só o progresso, mas também que apenas devemos insistir nos erros do passado<<strong>br</strong> />
se for para expulsá-los da história. Para ele, o epistemólogo deve se ater aos fatos históricos<<strong>br</strong> />
como idéias, inserindo-as num sistema de pensamentos e estabelecer uma escala que<<strong>br</strong> />
demonstre onde um conceito se ligou a outro.<<strong>br</strong> />
A idéia central de Bachelard era unir dialeticamente o racionalismo aplicado e o materialismo<<strong>br</strong> />
instruído. Faz-se necessário uma maturidade tal que possa se atingir um racionalismo concreto,<<strong>br</strong> />
solidário com experiências sempre especiais e rigorosas, e que esse racionalismo seja aberto<<strong>br</strong> />
para adquirir da experiência determinações novas.<<strong>br</strong> />
É a visão dialética da Ciência:<<strong>br</strong> />
Método Científico: Dialético, onde a experimentação depende de uma elaboração teórica<<strong>br</strong> />
anterior (a necessidade da experiência é identificada pela teoria antes de ser descoberta pela<<strong>br</strong> />
observação);<<strong>br</strong> />
Conhecimento Científico: O pensamento científico é ao mesmo tempo racionalista e realista,<<strong>br</strong> />
pois a prova científica se afirma tanto no raciocínio como na experiência. O conhecimento se<<strong>br</strong> />
estabelece a partir de uma ruptura com o senso comum e com conhecimentos anteriores.<<strong>br</strong> />
(BORGES, 1996);<<strong>br</strong> />
Defensores: Bachelard (1934), Kuhn (1962) e Feyerabend (1969). (BORGES, 1996, p. 16).<<strong>br</strong> />
3.5. Anarquismo Epistemológico de Feyerabend<<strong>br</strong> />
Paul Karl Feyerabend (1924 — 1994) foi um filósofo da ciência que se tornou famoso pela sua suposta<<strong>br</strong> />
visão anarquista da ciência e por sua rejeição da existência de regras metodológicas universais. É uma<<strong>br</strong> />
figura influente na filosofia da ciência, e também na sociologia do conhecimento científico. Defendia que<<strong>br</strong> />
o conhecimento científico é viável a partir dos métodos mais diversificados, havendo pluralismo na<<strong>br</strong> />
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comunidade científica. É mais radical na crítica aos métodos, considerando que as emoções, a teimosia e<<strong>br</strong> />
a irracionalidade influem no desenvolvimento das ciências (Anarquismo Epistemológico). Criticou<<strong>br</strong> />
também o que chamou de falsificacionismo (de Popper). Ele argumenta que nenhuma teoria<<strong>br</strong> />
interessante é completamente consistente com todos os fatos relevantes. Isso equivaleria a se deixar<<strong>br</strong> />
levar por uma ingênua regra falsificacionista que afirma que teorias científicas devam ser rejeitadas se<<strong>br</strong> />
elas não estão de acordo com os fatos conhecidos. Ele acredita que as emoções, a teimosia e a<<strong>br</strong> />
irracionalidade influem no desenvolvimento das ciências (BORGES, 1996).<<strong>br</strong> />
É a visão anarquista da metodologia científica:<<strong>br</strong> />
Método Científico: sem regras rígidas, diversidade de métodos (não existe regra de pesquisa<<strong>br</strong> />
que não tenha sido violada alguma vez, e as mesmas são necessárias ao progresso da<<strong>br</strong> />
ciência) 24<<strong>br</strong> />
Conhecimento Científico: Semelhante à crítica de Bachelard, acredita que procedimentos<<strong>br</strong> />
dogmáticos quanto a teorias e métodos podem transformar a ciência em ideologia, não<<strong>br</strong> />
trazendo benefícios à humanidade.<<strong>br</strong> />
Defensor: Feyerabend.<<strong>br</strong> />
3.6. Construtivismo<<strong>br</strong> />
Caracteriza o conhecimento como construções funcionais da experiência humana e as teorias<<strong>br</strong> />
científicas como construções do ser humano e não como teorias da natureza. O Construtivismo<<strong>br</strong> />
aborda o conhecer desde uma perspectiva diferente ao do pensamento tradicional, mostrando<<strong>br</strong> />
que temos assimilado, numa concepção onde se considera a existência de um mundo real,<<strong>br</strong> />
objetivo, único, causal e independente ao sujeito que conhece e com a possibilidade de<<strong>br</strong> />
conhecê-lo tal qual ele é.<<strong>br</strong> />
Segundo Kalhil (2002), no entanto, as contribuições da psicologia cognitiva nos últimos trinta<<strong>br</strong> />
anos, coincidem no que os processos de aprendizagem (em particular o escolar), têm um<<strong>br</strong> />
caráter eminentemente construtivo, onde toda a construção em aula está permeada pelo<<strong>br</strong> />
24 Borges, 1996, p.14.<<strong>br</strong> />
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conhecimento prévio dos estudantes, a biologia do que aprende e pelos núcleos sociais que<<strong>br</strong> />
conformam sua zona de desenvolvimento.<<strong>br</strong> />
Refletir e discutir os pontos centrais do Construtivismo são, em nosso ponto de vista, condições<<strong>br</strong> />
necessárias para que o docente transcenda sua prática, para que possa modificá-la e aproveitar<<strong>br</strong> />
todas as ferramentas didáticas que estão ao seu redor.<<strong>br</strong> />
3.7. Externalismo: o Paradigma Social<<strong>br</strong> />
O capital controla e influencia o domínio do pensar, do conhecimento e do agir<<strong>br</strong> />
por meio da imposição de seus valores, sua cultura e sua <strong>edu</strong>cação [...] É a<<strong>br</strong> />
situação nevrálgica de fomento do poder. (CEZÁRIO e MOREIRA, 2006)<<strong>br</strong> />
Ao contrário do Internalismo, o Externalismo destaca influências externas, considera que<<strong>br</strong> />
fatores sócio-políticos e econômicos direcionam as investigações científicas (BORGES, 1996).<<strong>br</strong> />
Antes da Revolução Industrial, a Igreja é quem impunha os limites à Ciência. Depois da<<strong>br</strong> />
Revolução Industrial, a Ciência passa a se submeter aos interesses da Burguesia, cujas<<strong>br</strong> />
necessidades técnicas e econômicas determinaram o desenvolvimento posterior das teorias<<strong>br</strong> />
científicas. E no século XXI, qual o papel dessas influências externas so<strong>br</strong>e o desenvolvimento<<strong>br</strong> />
das ciências? Isso pode ser facilmente constatado, verificando-se em quais pesquisas as<<strong>br</strong> />
agências financiadoras investem seus recursos.<<strong>br</strong> />
Numa sociedade multimídia e globalizada, onde a informática assume o papel de controle e<<strong>br</strong> />
expansão do capital, faz-se necessário um mercado mais competitivo, com uma mão-de-o<strong>br</strong>a<<strong>br</strong> />
mais qualificada e uma maior modernização do setor produtivo. São necessários sujeitos<<strong>br</strong> />
individualizados, com um currículo voltado, é óbvio, para a lógica do mercado capitalista. Para<<strong>br</strong> />
que isso aconteça, precisa-se de professores qualificados (mas não críticos) que preparem<<strong>br</strong> />
alunos que atendam à essa lógica capitalista e que possam carregar o sonho e ilusão que, algum<<strong>br</strong> />
dia, também serão detentores dos meios de produção. Mas, se por um lado, o sistema busca<<strong>br</strong> />
mão-de-o<strong>br</strong>a qualificada, isso não quer dizer que esses sujeitos possam ter acesso a uma<<strong>br</strong> />
universidade pública, daí a falta de base dos nossos alunos da escola pública. A prática<<strong>br</strong> />
pedagógica também é influenciada, pois é r<strong>edu</strong>zida a um mero tarefismo e tendo que carregar<<strong>br</strong> />
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em seus om<strong>br</strong>os a culpa pelo Fracasso Escolar. O reflexo disso está na formação dos<<strong>br</strong> />
professores, na fragmentação do sistema <strong>edu</strong>cacional e no processo do conhecimento<<strong>br</strong> />
científico. Uma formação abstrata, polivalente e flexível... E pior, totalmente sem criticidade.<<strong>br</strong> />
CONSIDERAÇÕES<<strong>br</strong> />
Por que não deixar o filosofar para os filósofos? Porque o Físico não pode<<strong>br</strong> />
relegar à Filosofia a análise crítica dos fundamentos da Física. Ao contrário, ele<<strong>br</strong> />
precisa ser esclarecido so<strong>br</strong>e a necessidade e legitimidade dos conceitos por ele<<strong>br</strong> />
usados. (EINSTEIN, 2006)<<strong>br</strong> />
Nos últimos anos tem sido crescente a produção científica na área que relaciona História e<<strong>br</strong> />
Educação em Ciências, investigando os possíveis usos didáticos da História das Ciências. Os<<strong>br</strong> />
próprios veículos oficiais como os PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais) apontam para o<<strong>br</strong> />
uso da história como forma importante de organizar o ensino da Física. Encontramos<<strong>br</strong> />
concepções diversas nas propostas que de algum modo procuram relacionar história e ensino.<<strong>br</strong> />
Essas concepções estão presentes nos fundamentos das propostas didáticas com base na<<strong>br</strong> />
epistemologia da Física.<<strong>br</strong> />
No processo de formação docente, ensinam-nos teorias e leis tidas como verdades absolutas e<<strong>br</strong> />
inquestionáveis. No decorrer de nossa formação, aprendemos que, apesar dessas leis serem<<strong>br</strong> />
baseadas em experiências e observações da natureza, o cientista, como qualquer ser humano,<<strong>br</strong> />
tem suas convicções, seus preconceitos, suas ideologias, sua imaginação. E isso é reconfortante,<<strong>br</strong> />
pois leva-nos a refletir que a Física é muito mais desafiadora e interessante e que ainda falta<<strong>br</strong> />
muito o que se pensar, criar e responder. A partir de Einstein, aprendemos que todos nós, seres<<strong>br</strong> />
formados por átomos, apesar de sermos autônomos, estamos intrinsecamente ligados como<<strong>br</strong> />
numa autocracia: “Einstein, [...], cosmificou e imanentizou o monarca solar e galáctico que, na<<strong>br</strong> />
teoria de Newton, ainda ocupava um determinado trono local” (RHODEN, 2007, p. 73). Para ele,<<strong>br</strong> />
a <strong>edu</strong>cação deveria ser vista na forma de um pensamento livre e não numa o<strong>br</strong>igação penosa<<strong>br</strong> />
como vemos nos dias de hoje, por isso, defendia uma <strong>edu</strong>cação que desenvolvesse o espírito<<strong>br</strong> />
crítico na inteligência do jovem (RHODEN, 2007, p. 164).<<strong>br</strong> />
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Precisamos ter referências pelas quais concebemos o mundo que nos rodeia, servindo-nos de<<strong>br</strong> />
modelo para conhecermos e decidirmos, no conjunto de padrões familiares, socioculturais,<<strong>br</strong> />
normas, crenças, escala de valores, aqueles que devemos seguir para termos uma cidadania<<strong>br</strong> />
realmente consciente. Precisamos saber que não podemos mais tratar nosso planeta como se<<strong>br</strong> />
vem fazendo em nome de um discurso falacioso de progresso. Apesar de muitas vezes<<strong>br</strong> />
acharmos que temos esses valores im<strong>br</strong>icados em nós, muitas vezes nossas incertezas faz-nos<<strong>br</strong> />
distanciarmos dos mesmos, por isso, precisamos ter bem claro os critérios que nos orientam a<<strong>br</strong> />
vida e que validam nossos atos.<<strong>br</strong> />
Precisamos também vencer a visão cartesiana e inaugurar uma visão holística, no Ensino de<<strong>br</strong> />
Ciências em nossas escolas, em especial da Física. Faz-se necessário que se vença o paradigma<<strong>br</strong> />
mecanicista apoiado na Física Clássica Newtoniana que ainda reina em nossas escolas de Ensino<<strong>br</strong> />
Médio e propor uma <strong>edu</strong>cação em Ciências que trate de vencer e banir o analfabetismo<<strong>br</strong> />
científico, pois não é possível que, num mundo dominado por novas tecnologias de 3ª geração,<<strong>br</strong> />
muitos ainda não saberem o princípio de funcionamento de uma garrafa térmica, por exemplo.<<strong>br</strong> />
Precisamos urgentemente inaugurar uma visão transdisciplinar capaz de vencer a lógica<<strong>br</strong> />
predominante da exclusão, da certeza, da verdade absoluta e estabelecer uma lógica do que é<<strong>br</strong> />
comum a todos, de inclusão e aceitação do imprevisível das várias possibilidades da Mecânica<<strong>br</strong> />
Quântica, do imponderável, da dúvida e do mistério de todas as coisas no mundo.<<strong>br</strong> />
Muitas dessas referências podem ou não ser ensinadas na escola. Mas, não é novidade que<<strong>br</strong> />
nossas escolas são po<strong>br</strong>es de recursos, que nossa comunidade escolar é desestimulada, que<<strong>br</strong> />
nossos professores estão desatualizados e que não valorizam ou incentivam a curiosidade de<<strong>br</strong> />
seus estudantes. Nesse quadro lamentável, então por que ainda se ensinar Ciência na escola,<<strong>br</strong> />
especialmente a Física? Apenas para direcionar jovens para a área de Ciência e Tecnologia?<<strong>br</strong> />
Por isso acreditamos que o estudo da epistemologia da ciência é essencial na formação<<strong>br</strong> />
docente, pois amplia nossa concepção so<strong>br</strong>e o que é ciência, como ela progride e quais suas<<strong>br</strong> />
características, ajudando-nos, inclusive, a romper com a visão ingênua da ciência - que esta veio<<strong>br</strong> />
para dar todas as respostas que não sabemos. A partir dessa concepção, podemos oferecer uma<<strong>br</strong> />
explicação, entre tantas, de que precisamos continuar a ensinar Física em nossas escolas porque<<strong>br</strong> />
o homem precisa entender como ele construiu so<strong>br</strong>e o mundo material (e seu entorno), seus<<strong>br</strong> />
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riscos e fatores, sua maneira de olhar o mundo. Isso precisa ser desenvolvido na escola e não<<strong>br</strong> />
conceitos factuais que serão apenas co<strong>br</strong>ados em provas, numa aprendizagem mecânica e<<strong>br</strong> />
descontínua. O docente que conhece o saber epistemológico por detrás de sua disciplina<<strong>br</strong> />
(mesmo quando ensinada de forma fragmentada, como ocorre na maioria de nossas escolas)<<strong>br</strong> />
deve ser apto a exercer uma ação didática fundamentada em conhecimentos históricos,<<strong>br</strong> />
filosóficos, sociológicos, psicológicos, pedagógicos, etc., e não em mero conhecimento empírico<<strong>br</strong> />
ou de senso comum.<<strong>br</strong> />
As vantagens de se dominar o objeto de estudo de uma ciência, de conhecer sua epistemologia,<<strong>br</strong> />
em especial a Física, são muitas: aproximar a imagem da Física ao contexto histórico-social que<<strong>br</strong> />
ela faz parte, mostrá-la como fruto do trabalho exaustivo e coletivo de homens e mulheres,<<strong>br</strong> />
apresentar a existência das crises ou mudanças conceituais nas idéias aceitas pela comunidade<<strong>br</strong> />
científica <strong>–</strong> que se traduzem na que<strong>br</strong>a de paradigmas <strong>–</strong> , considerá-la como construção de<<strong>br</strong> />
conhecimento e não como uma mera idéia de desco<strong>br</strong>imentos, etc.<<strong>br</strong> />
Enfim, precisamos de uma <strong>edu</strong>cação científica inovadora e sintonizada com as necessidades<<strong>br</strong> />
maiores de nossa sociedade, onde possamos nos utilizar da história e filosofia das ciências e de<<strong>br</strong> />
sua epistemologia para compreendermos a sociedade humana e os mecanismos de produção e<<strong>br</strong> />
reprodução social e individual dos conhecimentos.<<strong>br</strong> />
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O CONCEITO DE FUNÇÃO ATRAVÉS DA MODELAGEM MATEMÁTICA<<strong>br</strong> />
SOBRE A PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO EM MANAUS<<strong>br</strong> />
Joelma Bezerra da Silva 25<<strong>br</strong> />
Helisângela Ramos da Costa 26<<strong>br</strong> />
RESUMO: Este artigo busca discutir a utilização da modelagem matemática na construção do<<strong>br</strong> />
conhecimento matemático, em especial, aquele relacionado ao conceito de função. Para isso, o<<strong>br</strong> />
estudo foi fundamentado nas teorias construtivistas de Ausubel, Piaget e Vygotsky além dos<<strong>br</strong> />
princípios que norteiam a modelagem matemática como estratégia de ensino-aprendizagem. O<<strong>br</strong> />
tema escolhido para explorar este conceito foi “A produção do espaço urbano em Manaus” com<<strong>br</strong> />
destaque ao período áureo da borracha e a implantação da Zona Franca de Manaus utilizando<<strong>br</strong> />
dados coletados em documentos do projeto Programa Social e Ambiental dos Igarapés de<<strong>br</strong> />
Manaus <strong>–</strong> PROSAMIM e so<strong>br</strong>e a Produção da Borracha no Estado do Amazonas.<<strong>br</strong> />
PALAVRAS-CHAVES: Construtivismo. Ensino-aprendizagem. Modelagem matemática.<<strong>br</strong> />
ABSTRACT: This article aims to discuss the use of mathematical modeling in the construction of<<strong>br</strong> />
mathematical knowledge, especially that related to the concept of function. For this reason, the<<strong>br</strong> />
study was based on theories of constructivist Ausubel, Piaget and Vygotsky than the principles<<strong>br</strong> />
that guide the mathematical modeling as a strategy for teaching-learning. The theme chosen to<<strong>br</strong> />
explore the concept was "The production of urban space in Manaus" with emphasis on the<<strong>br</strong> />
golden period rubber and deployment of the Manaus Free Trade Zone using data collected in<<strong>br</strong> />
the project documents Social and Environmental Program of Igarapés in Manaus - PROSAMIM<<strong>br</strong> />
and about the Production of Rubber in the State of Amazonas.<<strong>br</strong> />
KEYWORDS: Constructivism. Mathematical modeling. Production of Rubber.<<strong>br</strong> />
INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />
25 Graduanda do 8º período do Curso de Licenciatura em Matemática. Área: Matemática. jbs.mat@<strong>uea</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
26 Mestranda em Ensino de Ciências da Amazônia. Área: Educação Matemática. Profª Espec. da Escola Normal Superior da<<strong>br</strong> />
Universidade do Estado do Amazonas. E-mail: helisangelar@gmail.com<<strong>br</strong> />
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Considerando que vivemos em uma sociedade em constante transformação, principalmente no<<strong>br</strong> />
que diz respeito à informação e a tecnologia, e que a Matemática está presente em vários<<strong>br</strong> />
setores da sociedade, tem-se procurado promover um ensino desta disciplina de forma mais<<strong>br</strong> />
prazerosa, apresentando sugestões de atividades que incentivem o aluno a pesquisar e a utilizar<<strong>br</strong> />
o conhecimento matemático de modo a torná-lo um jovem cidadão ativo, crítico e autônomo<<strong>br</strong> />
nas questões culturais, econômicas e sociais que o rodeiam.<<strong>br</strong> />
Para auxiliar o aluno neste processo de construção do conhecimento matemático existe a<<strong>br</strong> />
modelagem matemática. Como o conceito a ser explorado na proposta deste artigo é o de<<strong>br</strong> />
função, a modelagem será utilizada na construção e interpretação de dados contidos em tabelas<<strong>br</strong> />
e gráficos, que são duas das representações de uma função.<<strong>br</strong> />
O ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA<<strong>br</strong> />
Os resultados das provas de Matemática obtidos Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), no<<strong>br</strong> />
Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e no Programme for International Student<<strong>br</strong> />
Assessment (PISA) confirmam a situação em que se encontra o ensino de Matemática,<<strong>br</strong> />
principalmente nas escolas públicas, onde estuda a maioria dos alunos <strong>br</strong>asileiros. Os motivos<<strong>br</strong> />
deste quadro são bem conhecidos e concentram-se, dentre outros fatores, nos baixos salários,<<strong>br</strong> />
na má formação acadêmica, nas orientações pedagógicas equivocadas, na falta de bibliotecas e<<strong>br</strong> />
laboratórios adequados, nas condições inadequadas de trabalho e no apoio da escola. É<<strong>br</strong> />
importante esclarecer que a resistência à Matemática por parte de muitos estudantes não é um<<strong>br</strong> />
sentimento <strong>br</strong>asileiro, eles são tão competentes e criativos quanto seus colegas de outros<<strong>br</strong> />
países.<<strong>br</strong> />
A dificuldade dos estudantes com a Matemática ocorre em todo o mundo em virtude de como<<strong>br</strong> />
na maioria das vezes é ensinada, de modo seqüencial e conteúdista, onde se um determinado<<strong>br</strong> />
conteúdo não é aprendido compromete todos os outros conteúdos onde aquele é considerado<<strong>br</strong> />
pré-requisito. Ou seja, não há uma preocupação voltada para a integração dos conteúdos na<<strong>br</strong> />
própria disciplina, quanto mais em integrar a Matemática às demais.<<strong>br</strong> />
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Além disso, aprender Matemática requer alguma disciplina e algum esforço, e isso nem sempre<<strong>br</strong> />
é fácil de conseguir. Tornar uma aula de matemática divertida e apreciada não é difícil para o<<strong>br</strong> />
professor que ama a Matemática e a conhece em profundidade. Contagiar jovens e crianças<<strong>br</strong> />
com o entusiasmo e a criatividade e fornecer-lhes os instrumentos lógicos e científicos para o<<strong>br</strong> />
entendimento e a crítica da realidade é papel importante do professor de Matemática. Neste<<strong>br</strong> />
sentido muitas pessoas questionam so<strong>br</strong>e o papel da Matemática na formação de nossos<<strong>br</strong> />
alunos, qual o professor que nunca ouviu aquela velha pergunta que os alunos sempre fazem:<<strong>br</strong> />
“pra que serve esta matéria que eu estou aprendendo?”<<strong>br</strong> />
Essa questão pode encontrar soluções na Modelagem Matemática, uma vez que tem como<<strong>br</strong> />
objetivo interpretar e compreender os mais diversos fenômenos do nosso cotidiano, através do<<strong>br</strong> />
“poder” que a Modelagem proporciona pelas aplicações dos conceitos matemáticos. Podemos<<strong>br</strong> />
descrever estes fenômenos, analisá-los e interpretá-los com o propósito de gerar discussões<<strong>br</strong> />
reflexivas so<strong>br</strong>e tais fenômenos que cercam nosso cotidiano.<<strong>br</strong> />
A MODELAGEM MATEMÁTICA, OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E AS TEORIAS<<strong>br</strong> />
CONSTRUTIVISTAS<<strong>br</strong> />
A modelagem matemática apesar de não ser uma idéia nova, somente nas últimas décadas tem<<strong>br</strong> />
sido utilizada com mais freqüência nas escolas <strong>br</strong>asileiras. Biembengut e Hein (2003) definem a<<strong>br</strong> />
modelagem matemática como instrumento de expressão da realidade utilizando a linguagem<<strong>br</strong> />
matemática.<<strong>br</strong> />
A modelagem matemática é a arte de expressar por intermédio de linguagem matemática<<strong>br</strong> />
situações-problema de nosso meio tem estado presente desde os tempos mais primitivos. Isto<<strong>br</strong> />
é, a modelagem é tão antiga quanto a própria matemática, surgindo de aplicações na rotina<<strong>br</strong> />
diária dos povos antigos. (BIEMBENGUT e HEIN, 2003, p.7).<<strong>br</strong> />
Mas, embora a modelagem tenha sido explorada desde os primórdios, percebe-se que sua<<strong>br</strong> />
utilização no ensino de Matemática ainda é insipiente. Isto ocorre, pois durante décadas os<<strong>br</strong> />
estudantes aprendiam os conteúdos matemáticos de forma passiva e abstrata. Não havia a<<strong>br</strong> />
preocupação de estabelecer relações entre os conteúdos matemáticos e a realidade do<<strong>br</strong> />
cotidiano do aluno.<<strong>br</strong> />
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Somente na década de 90 quando foram elaborados os Parâmetros Curriculares Nacionais<<strong>br</strong> />
(PCNs), é que houve uma preocupação voltada para o relacionamento da Matemática com<<strong>br</strong> />
questões cotidianas e com outras disciplinas. Com isso, metodologias, estratégias e recursos de<<strong>br</strong> />
ensino-aprendizagem foram recomendadas para facilitar o estudo desta disciplina. Dentre as<<strong>br</strong> />
tendências que inserem-se nesta perspectiva encontra-se o lúdico, que aproveita a criatividade<<strong>br</strong> />
humana para a aprendizagem de conteúdos de uma forma prazerosa. Biembengut e Hein (2003)<<strong>br</strong> />
mostram como o lúdico pode relacionar-se com a modelagem matemática.<<strong>br</strong> />
Modelagem matemática é o processo que envolve a obtenção de um modelo. Este, sob certa<<strong>br</strong> />
óptica, pode ser considerado um processo artístico, visto que, para se elaborar um modelo,<<strong>br</strong> />
além de conhecimento de matemática o modelador precisa ter uma dose significativa de<<strong>br</strong> />
intuição e criatividade para interpretar o contexto, saber discernir que conteúdo matemático<<strong>br</strong> />
melhor se adapta e também ter senso lúdico para jogar com as variáveis envolvidas.<<strong>br</strong> />
(BIEMBENGUT e HEIN, 2003, p.12).<<strong>br</strong> />
Par que seja utilizada em sala de aula Blum (1991 apud BARBOSA, 2003), fundamenta a<<strong>br</strong> />
modelagem em cinco argumentos destacando a importância do seu uso no currículo:<<strong>br</strong> />
- motivação: os alunos podem sentir-se mais estimulados para o estudo de Matemática, uma<<strong>br</strong> />
vez que perceberiam a aplicabilidade do que estudam no dia a dia e na resolução de problemas<<strong>br</strong> />
de outras áreas do conhecimento;<<strong>br</strong> />
- facilitação da aprendizagem: os alunos podem ter mais facilidade em compreender as idéias<<strong>br</strong> />
matemáticas, já que podem conectá-las a outros assuntos;<<strong>br</strong> />
- preparação para utilizar a matemática em diferentes áreas: os alunos tem a oportunidade de<<strong>br</strong> />
desenvolver a capacidade de aplicar Matemática em diversas situações;<<strong>br</strong> />
- desenvolvimento de habilidades gerais de exploração: os alunos podem desenvolver<<strong>br</strong> />
habilidades gerais de investigação defendidas dentre outros pelos Parâmetros Curriculares<<strong>br</strong> />
Nacionais;<<strong>br</strong> />
- compreensão do papel sócio-cultural da matemática: os alunos podem analisar como a<<strong>br</strong> />
Matemática é usada nas práticas sociais.<<strong>br</strong> />
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Com base nesses argumentos, Biembengut e Hein (2003) recomendam que sejam utilizadas 3<<strong>br</strong> />
etapas para desenvolver a modelagem matemática em sala de aula:<<strong>br</strong> />
a) Interação: compreende o reconhecimento da situação-problema e a familiarização. Nesta<<strong>br</strong> />
etapa é feito, inicialmente, uma <strong>br</strong>eve exposição so<strong>br</strong>e o tema de forma interessante para que<<strong>br</strong> />
haja uma motivação dos alunos. Em seguida, faz-se o levantamento de questões relacionados<<strong>br</strong> />
ao tema e ao problema a ser explorado, instigando os alunos a participarem.<<strong>br</strong> />
b) Matematização: compreende a formulação e a resolução do problema. Formulam-se o<<strong>br</strong> />
problema estabelecendo-se hipóteses, escolhendo as variáveis e constantes e resolve-se o<<strong>br</strong> />
problema através do modelo obtido com o conhecimento matemático que se possui.<<strong>br</strong> />
c) Modelo matemático: compreende a interpretação e a validação da solução obtida para o<<strong>br</strong> />
modelo. É nesse momento que se avalia o modelo matemático quanto à sua validade perante a<<strong>br</strong> />
realidade estudada e à sua importância. Biembengut e Hein (2003, p. 23) ressaltam a<<strong>br</strong> />
importância das etapas que compreendem a elaboração e análise do modelo ao afirmar que :<<strong>br</strong> />
“O trabalho de modelagem tem como objetivo principal criar condições para que os alunos<<strong>br</strong> />
aprendam a fazer modelos matemáticos, aprimorando seus conhecimentos.”<<strong>br</strong> />
Através das etapas sugeridas, são notórias as contribuições que a Modelagem Matemática<<strong>br</strong> />
oferece para o ensino-aprendizagem, onde o professor tem a possibilidade de transformar sua<<strong>br</strong> />
prática em um ambiente onde estejam presentes a motivação, o interesse, o animo de<<strong>br</strong> />
aprender, a participação e a colaboração, a pesquisa, a reflexão e a crítica. Ao mesmo tempo, a<<strong>br</strong> />
aprendizagem é promovida por meio de métodos facilitadores que considerem o estudante de<<strong>br</strong> />
hoje, inserido em um contexto de mundo globalizado e acompanhado pelo avanço tecnológico.<<strong>br</strong> />
Um estudante voltado mais para a ação, que não se conforma somente com atividades de<<strong>br</strong> />
ensino passivas.<<strong>br</strong> />
Analisando as teorias da aprendizagem dos teóricos da <strong>edu</strong>cação Piaget e Vygotsky, podemos<<strong>br</strong> />
observar uma relação entre suas teorias construtivistas e o recurso metodológico da<<strong>br</strong> />
Modelagem. Na teoria piagetiana, a interação social se dá através da linguagem e da <strong>edu</strong>cação,<<strong>br</strong> />
da experiência física com os objetos e, principalmente, da equili<strong>br</strong>ação dos esquemas mentais.<<strong>br</strong> />
Segundo esta teoria, é necessário que a estrutura cognitiva se desenvolva para que seja possível<<strong>br</strong> />
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enfrentar as demandas ambientais. (PIAGET, 1989). Na teoria vygotskyana, a construção do real<<strong>br</strong> />
pela criança, ou seja, a apropriação que esta faz da experiência social, parte, pois, do social (da<<strong>br</strong> />
interação com os outros e com a realidade atual) sendo paulatinamente internalizada por ela.<<strong>br</strong> />
(VYGOTSKY, 1989).<<strong>br</strong> />
Mas, para que estas teorias sejam realmente aplicadas no ensino-aprendizagem de Matemática,<<strong>br</strong> />
é preciso que desde o início das séries escolares haja incentivo para que o estudante questione<<strong>br</strong> />
os acontecimentos do dia-a-dia e analise suas conseqüências políticas, econômicas, sociais e<<strong>br</strong> />
ambientais. Desta forma, o ensino estará voltado para a formação de cidadãos críticos e capazes<<strong>br</strong> />
de reconhecer a Matemática em diversas situações. É importante perceber que os conceitos e o<<strong>br</strong> />
rigor matemáticos podem ser aplicados em outras áreas do conhecimento. Por exemplo, na<<strong>br</strong> />
Álge<strong>br</strong>a se aprende a respeitar as propriedades, os axiomas que relacionam os números, os<<strong>br</strong> />
polinômios, as funções para desenvolver teorias algé<strong>br</strong>icas. Nas outras áreas há também de se<<strong>br</strong> />
respeitar propriedades para se desenvolver teorias. Na vida em sociedade é necessário ter<<strong>br</strong> />
clareza dos pensamentos e consciência das atitudes corretas para que os seres humanos<<strong>br</strong> />
tenham condições de exercitar sua cidadania.<<strong>br</strong> />
Na maioria das vezes, o aluno por não estar motivado e/ou por não ter uma aprendizagem<<strong>br</strong> />
significativa não sabe o porquê de aprender determinado assunto, bem como aplicar os<<strong>br</strong> />
conhecimentos adquiridos e fazer uma relação entre os conteúdos de Matemática com outras<<strong>br</strong> />
disciplinas. Um exemplo é a função exponencial, que é um conteúdo de Matemática que<<strong>br</strong> />
começa ser estudado desde a última série do ensino fundamental, tendo prosseguimento no 1°<<strong>br</strong> />
ano do ensino médio, mas que poucos alunos se questionados “para que serve a função<<strong>br</strong> />
exponencial?” saberão responder. Através desta função pode ser calculado o crescimento da<<strong>br</strong> />
população do município, estado, país ou continente onde mora. As funções de modo geral<<strong>br</strong> />
compreendem os conceitos de tabelas, gráficos de vários tipos (colunas simples, colunas duplas,<<strong>br</strong> />
de barras, de pizza, linha, etc.) e expressões algé<strong>br</strong>icas que podem ser aplicadas nos mais<<strong>br</strong> />
variados contextos. De acordo com Bassanezi (2004, p. 16): “A modelagem matemática consiste<<strong>br</strong> />
na arte de transformar problemas da realidade em problemas matemáticos e resolvê-los<<strong>br</strong> />
interpretando suas soluções na linguagem do mundo real.”<<strong>br</strong> />
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Considerando a importância do conteúdo matemático função este artigo irá utilizá-lo para<<strong>br</strong> />
discorrer so<strong>br</strong>e a Produção do Espaço Urbano em Manaus proporcionado por dois eventos<<strong>br</strong> />
importantes na história político-econômica-sócio-cultural de Manaus: A produção da Borracha e<<strong>br</strong> />
a Zonas Franca de Manaus.<<strong>br</strong> />
A PROPOSTA<<strong>br</strong> />
Para que os alunos compreendam o tema “A produção do espaço urbano de Manaus”, o<<strong>br</strong> />
professor pode fornecer um texto so<strong>br</strong>e o crescimento do espaço urbano em Manaus<<strong>br</strong> />
relacionado ao seu processo histórico de desenvolvimento econômico influenciado pelo período<<strong>br</strong> />
áureo da borracha e da Zona Franca de Manaus. Por exemplo, o texto a seguir foi extraído dos<<strong>br</strong> />
materiais: Cadeia Produtiva da Borracha do Estado do Amazonas (AMAZONAS, 2005) e A<<strong>br</strong> />
modificação do espaço urbano em Manaus: O caso do projeto PROSAMIM e o papel da<<strong>br</strong> />
Educação Ambiental para fomentar a participação da sociedade. (SILVA, 2008).<<strong>br</strong> />
O crescimento do espaço urbano em Manaus está relacionado com seu processo histórico de<<strong>br</strong> />
desenvolvimento econômico, que foi destacado pelo período áureo da borracha de 1877 a 1912<<strong>br</strong> />
onde houve o primeiro impulso no crescimento populacional, pois nessa época a produção e<<strong>br</strong> />
exportação da borracha somavam de acordo com Oliveira (2003, p. 17) 38.177 toneladas e<<strong>br</strong> />
divisas na ordem de 24.646.000 li<strong>br</strong>as esterlinas, representando quase 40% das exportações<<strong>br</strong> />
<strong>br</strong>asileiras. Este fato faz com que a história da Amazônia se confunda com a história da<<strong>br</strong> />
borracha, pois nesse período a Amazônia tornou-se uma região de grande importância<<strong>br</strong> />
estratégica no mundo e Manaus passou a ser um dos mais importantes centros econômicos do<<strong>br</strong> />
país. (AMAZONAS, 2005).<<strong>br</strong> />
Outro fator que contribui para a aceleração da ocupação populacional foi a implantação da Zona<<strong>br</strong> />
Franca de Manaus, em 1967, pelo governo federal com o objetivo principal de promover o<<strong>br</strong> />
desenvolvimento da região, através do oferecimento de incentivos fiscais para as empresas,<<strong>br</strong> />
inaugurando uma área de livre comércio de importação e exportação de mercadorias. Dessa<<strong>br</strong> />
forma, começam as ofertas de empregos em Manaus e, consequentemente, um grande fluxo<<strong>br</strong> />
migratório de pessoas que por não terem onde morar procuraram as margens dos igarapés<<strong>br</strong> />
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como alternativa de moradia. Por esta razão, foi implantado o Programa Social e Ambiental dos<<strong>br</strong> />
Igarapés de Manaus <strong>–</strong> PROSAMIM, como o objetivo de melhorar a qualidade de vida da<<strong>br</strong> />
população. Segundo Silva (2008, p. 01): “O Projeto em sua proposta de urbanização visa<<strong>br</strong> />
primordialmente, o saneamento dos igarapés com a construção de casas, avenidas, ruas e áreas<<strong>br</strong> />
de lazer, so<strong>br</strong>e o argumento de melhorar a qualidade de vida da população residente na área e<<strong>br</strong> />
adjacência.”<<strong>br</strong> />
Mas, o projeto do PROSAMIM também teve suas conseqüências ambientais, pois não atentaram<<strong>br</strong> />
para as particularidades da cidade. Os canais naturais dos igarapés estão sendo ignorados,<<strong>br</strong> />
aterrados ou tendo suas margens compactadas para construções de ruas e etc.,<<strong>br</strong> />
comprometendo os lençóis freáticos e aumentando o número de inundações na época das<<strong>br</strong> />
chuvas.<<strong>br</strong> />
A partir desta problemática que envolve a realidade vivenciada por grande parte da população<<strong>br</strong> />
amazonense é que se busca utilizar a modelagem matemática como estratégia de ensinoaprendizagem<<strong>br</strong> />
capaz de não apenas facilitar o entendimento dos alunos so<strong>br</strong>e os conceitos<<strong>br</strong> />
matemáticos, mas chamá-los a atenção, e assim, motivá-los para a discussão de temas sóciopolitico-econômico-culturais.<<strong>br</strong> />
Conforme Bassanezi (2004, p.17):<<strong>br</strong> />
No caso específico da Matemática, é necessário buscar estratégias alternativas de<<strong>br</strong> />
ensino-aprendizagem que facilitem sua compreensão e utilização. A modelagem<<strong>br</strong> />
matemática, em seus vários aspectos, é um processo que alia teoria e prática, motiva<<strong>br</strong> />
seu usuário na procura do entendimento com a realidade que o cerca e na busca de<<strong>br</strong> />
meios para agir so<strong>br</strong>e ela e transformá-la.<<strong>br</strong> />
A seguir será apresentada a situação-problema so<strong>br</strong>e a produção da borracha no período de<<strong>br</strong> />
1990 a 2003 em vários municípios do Amazonas. Embora este período não seja o período<<strong>br</strong> />
áureo da borracha, ele foi escolhido para que o aluno verifique que na última década, o<<strong>br</strong> />
Amazonas teve a menor r<strong>edu</strong>ção no volume anual de produção de borracha da região,<<strong>br</strong> />
reforçando a constatação de que a atividade pode restabelecer-se, gerando riqueza para o<<strong>br</strong> />
estado e mantendo o seringueiro na floresta com melhores condições de vida. Boa parte da<<strong>br</strong> />
estrutura estabelecida no Amazonas para exploração dos seringais mantém-se produtiva ou em<<strong>br</strong> />
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condições de revitalização, dada a relevância que a exploração do látex continua tendo para as<<strong>br</strong> />
economias locais, regional e nacional. (AMAZONAS, 2005).<<strong>br</strong> />
SITUAÇÃO-PROBLEMA SOBRE A PRODUÇÃO DE BORRACHA EM ALGUNS MUNICÍPIOS DO<<strong>br</strong> />
ESTADO DO AMAZONAS<<strong>br</strong> />
A partir dos dados da tabela a seguir resolva as questões.<<strong>br</strong> />
Tabela 1 <strong>–</strong> Produção de Borracha em alguns Municípios do Estado do Amazonas (em toneladas de frutos)<<strong>br</strong> />
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002<<strong>br</strong> />
Boca do Acre 813 573 1149 1436 1579 1421 192 205 218 220 227 241 265<<strong>br</strong> />
Eirunepé 136 118 120 195 128 115 40 42 46 47 48 51 56<<strong>br</strong> />
Humaitá 242 175 26 125 125 113 162 172 181 183 190 198 218<<strong>br</strong> />
Lá<strong>br</strong>ea - 111 217 210 175 157 284 304 316 320 334 353 388<<strong>br</strong> />
Manaus - - 24 28 29 31 2 3 3 3 3 3 3<<strong>br</strong> />
Manicoré 117 69 53 100 124 134 108 115 123 124 128 133 146<<strong>br</strong> />
Novo Aripuanã 34 13 9 6 8 7 356 384 404 409 423 440 484<<strong>br</strong> />
Pauini 219 108 28 226 266 293 61 66 69 70 72 75 83<<strong>br</strong> />
a) Quais as variáveis envolvidas no problema?<<strong>br</strong> />
b) Obtenha o gráfico em colunas e em linha utilizando o Excel.<<strong>br</strong> />
c) Descreva o que observou de semelhante entre os dois gráficos obtidos.<<strong>br</strong> />
d) Quantas funções existem para representar a produção de borracha no estado do Amazonas?<<strong>br</strong> />
e) É possível expressar através de uma única função linear a produção da borracha no período<<strong>br</strong> />
de 1990 a 1995 em Novo Airão? Por quê?<<strong>br</strong> />
f) Em qual município houve maior e a menor produção de borracha no período de 1990 a<<strong>br</strong> />
1995?<<strong>br</strong> />
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g) No ano de 2002 somente dois municípios obtiveram um número de produção da borracha<<strong>br</strong> />
superior a 300 toneladas. Estabeleça a diferença de produção existente entre eles e o que<<strong>br</strong> />
significa.<<strong>br</strong> />
h) De acordo com aos dados da tabela observa-se o baixo índice da produção da borracha na<<strong>br</strong> />
cidade de Manaus. A partir de qual ano essa produção teve um equilí<strong>br</strong>io? Como é chamada<<strong>br</strong> />
uma função que apresenta uma seqüência de valores iguais? Como pode ser representada<<strong>br</strong> />
alge<strong>br</strong>icamente?<<strong>br</strong> />
Solução:<<strong>br</strong> />
a) As variáveis para cada município são o ano e a produção de borracha<<strong>br</strong> />
b)<<strong>br</strong> />
Produção de borracha em 8 municipios do Estado do Amazonas<<strong>br</strong> />
toneladas de frutos<<strong>br</strong> />
2000<<strong>br</strong> />
1500<<strong>br</strong> />
1000<<strong>br</strong> />
500<<strong>br</strong> />
0<<strong>br</strong> />
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002<<strong>br</strong> />
ano<<strong>br</strong> />
Boca do Acre<<strong>br</strong> />
Eirunepé<<strong>br</strong> />
Humaitá<<strong>br</strong> />
Lá<strong>br</strong>ea<<strong>br</strong> />
Manaus<<strong>br</strong> />
Manicoré<<strong>br</strong> />
Novo Aripuanã<<strong>br</strong> />
Pauini<<strong>br</strong> />
Gráfico 01: Produção de borracha em 8 municípios do Estado do Amazonas (Gráfico do tipo colunas)<<strong>br</strong> />
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Produção de borracha em 8 municipios do Estado do Amazonas<<strong>br</strong> />
toneladas de frutos<<strong>br</strong> />
1800<<strong>br</strong> />
1600<<strong>br</strong> />
1400<<strong>br</strong> />
1200<<strong>br</strong> />
1000<<strong>br</strong> />
800<<strong>br</strong> />
600<<strong>br</strong> />
400<<strong>br</strong> />
200<<strong>br</strong> />
0<<strong>br</strong> />
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002<<strong>br</strong> />
ano<<strong>br</strong> />
Boca do Acre<<strong>br</strong> />
Eirunepé<<strong>br</strong> />
Humaitá<<strong>br</strong> />
Lá<strong>br</strong>ea<<strong>br</strong> />
Manaus<<strong>br</strong> />
Manicoré<<strong>br</strong> />
Novo Aripuanã<<strong>br</strong> />
Pauini<<strong>br</strong> />
Gráfico 02: Produção de borracha em 8 municípios do Estado do Amazonas (Gráfico do tipo linhas)<<strong>br</strong> />
c) Cada linha ou cada coluna possui uma cor diferente para representar os 8 municípios.<<strong>br</strong> />
Embora os gráficos sejam de tipos diferentes o aluno deverá perceber que para cada ano tem-se<<strong>br</strong> />
todas as cores referentes aos municipais estão presentes, exceto quando determinado município<<strong>br</strong> />
não teve produção naquele ano. Cada linha do gráfico 02 é obtida a partir da união dos pontos,<<strong>br</strong> />
que representam a produção de borracha em toneladas em cada ano. Esses pontos<<strong>br</strong> />
correspondem às alturas das colunas exibidas no Gráfico 01.<<strong>br</strong> />
d) 8, pois para cada município a produção muda.<<strong>br</strong> />
e) Não, pois para definir uma função linear é necessário determinar a inclinação da reta, que<<strong>br</strong> />
neste caso muda a cada dois pontos. Nesse momento o professor pode utilizar o conceito de<<strong>br</strong> />
inclinação da reta para construir o conceito de coeficiente angular da reta.<<strong>br</strong> />
f) A maior produção ocorreu no município de Boca do Acre e a menor em Novo Aripuanã. Com<<strong>br</strong> />
essa questão, o professor pode construir o conceito matemático de máximo e mínimo de uma<<strong>br</strong> />
função.<<strong>br</strong> />
g) ara ter precisão dos dados, o aluno terá que localizar na tabela os maiores valores obtidos em<<strong>br</strong> />
2002. No caso, foram 484 e 388, obtidos em Novo Aripuanã e Lá<strong>br</strong>ea, respectivamente. Para<<strong>br</strong> />
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obter a diferença da produção entre os municípios terá que realizar a subtração: 484 <strong>–</strong> 388 = 96.<<strong>br</strong> />
Isso significa que faltaram 96 toneladas para que Lá<strong>br</strong>ea superasse a produção de borracha de<<strong>br</strong> />
Novo Aripuanã.<<strong>br</strong> />
h) A partir de 1997. A função chama-se constante. Expressão algé<strong>br</strong>ica: f (x) = 3, x ≥ 1997 .<<strong>br</strong> />
Nessa questão, o professor deve chamar a atenção para a restrição do domínio da função.<<strong>br</strong> />
CONCLUSÃO<<strong>br</strong> />
A partir dos estudos realizados so<strong>br</strong>e a Modelagem Matemática e as atividades propostas a<<strong>br</strong> />
partir do tema “A produção do espaço urbano em Manaus” verificou-se que é possível<<strong>br</strong> />
aproximar a realidade do estudante através da interdisciplinaridade, neste caso, revelada entre<<strong>br</strong> />
a Matemática e a Geografia, pois para resolver os problemas sugeridos o aluno precisa<<strong>br</strong> />
compreender e analisar informações. A aplicação das atividades permite ainda que o aluno<<strong>br</strong> />
compreenda e analise as conseqüências da queda da produção da borracha para a economia,<<strong>br</strong> />
aplicando conceitos matemáticos so<strong>br</strong>e função. Dessa forma, permite que a o ensino de<<strong>br</strong> />
Matemática ocorra a partir de assuntos do cotidiano.<<strong>br</strong> />
Para que haja aprendizagem significativa, é então necessário que o aluno tende a construir seu<<strong>br</strong> />
conhecimento e dele se aproprie e que estabeleça relações entre os conhecimentos e<<strong>br</strong> />
significados da matemática em relação a outras situações, sejam do cotidiano, da própria<<strong>br</strong> />
matemática, ou de outras áreas do conhecimento. Com essa necessidade da conquista de<<strong>br</strong> />
situações que possibilitem a construção do conhecimento pelo aluno e, com isso, percebendo a<<strong>br</strong> />
Modelagem Matemática como uma possibilidade para isso, Barbosa (2001, p. 31), esclarece<<strong>br</strong> />
que: “Modelagem é um ambiente de aprendizagem no qual os alunos são convidados a indagar<<strong>br</strong> />
e/ou investigar, por meio da matemática, situações com referência na realidade”. O ambiente<<strong>br</strong> />
de Modelagem está associado à problematização e investigação. O primeiro refere-se ao ato de<<strong>br</strong> />
fazer perguntas e/ou elaborar problemas enquanto que o segundo refere-se à busca, seleção,<<strong>br</strong> />
organização e manipulação de informações e reflexão so<strong>br</strong>e elas. Este ambiente permite<<strong>br</strong> />
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levantar questões e realizar investigações que atingem o âmbito do conhecimento reflexivo.<<strong>br</strong> />
(BARBOSA, 2004).<<strong>br</strong> />
Por isso é fundamental não subestimar o potencial matemático dos alunos, reconhecendo que<<strong>br</strong> />
são capazes de resolver problemas, mesmo que razoavelmente complexos, ao lançar mão de<<strong>br</strong> />
seus conhecimentos so<strong>br</strong>e o assunto e buscar estabelecer relações entre o já conhecido e o<<strong>br</strong> />
novo.<<strong>br</strong> />
Dessa forma, a Matemática através da modelagem não é mais vista como um conjunto de<<strong>br</strong> />
regras e fórmulas para os alunos decorarem ou como um conjunto de problemas sem<<strong>br</strong> />
significado a serem resolvidos por todos os alunos da mesma forma. Mas sim, vista como um<<strong>br</strong> />
conhecimento acessível a todos e relacionado a situações cotidianas e de outras áreas do<<strong>br</strong> />
conhecimento.<<strong>br</strong> />
Percebe-se que a modelagem tem princípios comuns as teorias de aprendizagem<<strong>br</strong> />
construtivistas, pois busca construir o conhecimento matemático a partir da definição de<<strong>br</strong> />
estratégias de ação que oferecem condições de análise global da realidade investigada. Dessa<<strong>br</strong> />
forma, o tema “A produção do espaço urbano em Manaus” com destaque a influência da<<strong>br</strong> />
produção da borracha revela-se como um tema capaz de propiciar a aprendizagem significativa<<strong>br</strong> />
do conceito de função além de despertar no aluno o interesse em conhecer o processo histórico<<strong>br</strong> />
de desenvolvimento econômico do estado.<<strong>br</strong> />
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A HUMANIZACAO NAS UNIDADES ESTADUAIS DE SAÚDE EM MANAUS:<<strong>br</strong> />
ASPECTOS FUNDAMENTAIS NO ESTABELECIMENTO DE UM MODELO DE<<strong>br</strong> />
ATENDIMENTO HUMANIZADO<<strong>br</strong> />
Niura Luci Schuch 27<<strong>br</strong> />
RESUMO: Este artigo se propõe a examinar questões importantes para o entendimento da<<strong>br</strong> />
necessidade da implantação de um atendimento humanizado nas Unidades Estaduais de Saúde<<strong>br</strong> />
em Manaus. Entendendo humanização como um processo que promove a melhoria da<<strong>br</strong> />
qualidade de vida daqueles que procuram e dos que atuam nas instituições hospitalares, realizase<<strong>br</strong> />
um <strong>br</strong>eve aporte teórico so<strong>br</strong>e conceitos necessários à compreensão do tema e ao<<strong>br</strong> />
entendimento do modelo proposto. Conclui-se com a proposta de um modelo de atendimento<<strong>br</strong> />
humanizado para os setores de registro e recepção. Enfatizam-se a importância da criação de<<strong>br</strong> />
consultorias psicológicas, de equipes multidisciplinares e de equipes de apoio para a efetivação<<strong>br</strong> />
da implantação da humanização.<<strong>br</strong> />
PALAVRAS-CHAVES: Humanização, modelo de atendimento humanizado, consultorias<<strong>br</strong> />
psicológicas, equipe multidisciplinar e de apoio.<<strong>br</strong> />
ABSTRACT: The article examines important questions for the understanding of a service<<strong>br</strong> />
humanized in the State Unities of Health in Manaus. One concludes with the proposal of a<<strong>br</strong> />
model of service humanized for the sectors of register and receptions.<<strong>br</strong> />
Key words: Humanization, model of service humanized, multidisciplinary group and of support<<strong>br</strong> />
.<<strong>br</strong> />
INTRODUCÃO<<strong>br</strong> />
A Organização Mundial de Saúde (OMS), com base nos avanços da pesquisa medica<<strong>br</strong> />
psicológica e fisiológica, define saúde como “[...] um estado de completo bem-estar físico,<<strong>br</strong> />
mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade” (OMS, 2002),<<strong>br</strong> />
27 Psicóloga, Mestre em Psicologia, Professora de Universidade do Estado do Amazonas, Coordenadora do Projeto Humanização<<strong>br</strong> />
das Unidades Estaduais de Saúde em Manaus. “Amigos da Saúde”. E-mail: niurals@hotmail.com ; amigos_saude@hotmail.com.<<strong>br</strong> />
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oportunizando, o surgimento de uma nova maneira de pensar so<strong>br</strong>e saúde e doença, implicado<<strong>br</strong> />
em uma complexidade maior de conhecimentos.<<strong>br</strong> />
Esta nova conceituação exigiu um processo de especialização, a definição de novas áreas<<strong>br</strong> />
de atuação, o aparecimento de vários grupos de profissionais e a criação de um novo modelo de<<strong>br</strong> />
atenção.<<strong>br</strong> />
Este artigo expõe so<strong>br</strong>e aspectos fundamentais para a instalação efetiva da humanização<<strong>br</strong> />
nas Unidades de Saúde Estaduais, em Manaus, comentando colocações bibliográficas ao mesmo<<strong>br</strong> />
tempo em que registra e analisa situações vivenciadas durante a realização do projeto<<strong>br</strong> />
Humanização das Unidades Estaduais de Saúde em Manaus - Amigos da Saúde.<<strong>br</strong> />
1 APORTE TEORICO<<strong>br</strong> />
1.1 A Humanização do atendimento no curso da história<<strong>br</strong> />
Com a finalidade de conceituar humanização, se examinará a história das práticas<<strong>br</strong> />
médicas desde os princípios hipocráticos até o surgimento da bioética.<<strong>br</strong> />
Já na época hipocrática, a Medicina tinha por objeto o homem doente em sua<<strong>br</strong> />
totalidade, onde o temperamento do doente e sua história de vida deviam ser valorizados na<<strong>br</strong> />
compreensão do adoecer. A doença era concebida como uma reação global do individuo que<<strong>br</strong> />
compreendia tanto o seu corpo físico quanto o seu espírito. A intervenção terapêutica deveria<<strong>br</strong> />
estabelecer a harmonia perdida do homem com o seu meio e com ele mesmo. Hipócrates,<<strong>br</strong> />
nascido em 460 a.C. enfocou, também, uma questão essencial: a importância da relação<<strong>br</strong> />
medico-paciente.<<strong>br</strong> />
No decorrer de séculos, grandes transformações ocorreram no campo médico. No<<strong>br</strong> />
entanto, no século XIX a visão humanística da Medicina ainda dominava, pois o médico era<<strong>br</strong> />
conhecedor da alma humana e da cultura em que se inseria. Desta forma, sabia que curar não<<strong>br</strong> />
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dependia apenas da técnica, mas, era uma condição humano <strong>–</strong> cientifica, algo que envolvia<<strong>br</strong> />
vários aspectos: biológico, cultural, psicológico.<<strong>br</strong> />
Segundo Gallian, (2000), a partir da segunda metade do século XIX, entretanto, as<<strong>br</strong> />
descobertas da microbiologia e da patologia levaram a profundas transformações na ciência<<strong>br</strong> />
médica, uma vez que na medida em que o prestigio das ciências experimentais foi crescendo, o<<strong>br</strong> />
das ciências humanas se esvaziava, no meio médico.<<strong>br</strong> />
Segundo Martins (2001) nesse processo, o doente foi perdendo suas marcas para passar<<strong>br</strong> />
a ser objeto do saber reconhecido cientificamente. Assim perdeu sua identidade, seu nome,<<strong>br</strong> />
passando a chamar-se, ou o número de seu leito, ou sua patologia, ou ainda, outro codinome<<strong>br</strong> />
com que a equipe de saúde lhe reconhecia, ou que descrevia alguma observação realizada. Se, a<<strong>br</strong> />
marca individual, nome e so<strong>br</strong>enome são desprezados, quanto mais à identidade social e<<strong>br</strong> />
psicológica.<<strong>br</strong> />
Nessa época, a Medicina perde seu caráter humanista devido a enorme influência que a<<strong>br</strong> />
prática médica sofre de uma visão r<strong>edu</strong>cionista e mecanicista, tanto do Homem, quanto da<<strong>br</strong> />
Ciência. Para Schraiber (1993), Troncon e cols. (1998) o ato médico se desumanizou e passou a<<strong>br</strong> />
se configurar como mero repetidor dos conhecimentos científicos, entrando na produção em<<strong>br</strong> />
série, uma vez que, o sujeito da ação médica era visto como instrumento de aplicação de<<strong>br</strong> />
conhecimentos e, anos mais, como um ser humano com identidade, preocupações, desejos e<<strong>br</strong> />
temores.<<strong>br</strong> />
Nesse contexto, ocorrem transformações na formação médica, cada vez mais<<strong>br</strong> />
especializada, que fizeram com que condições de trabalho passassem a restringir a<<strong>br</strong> />
disponibilidade do médico para o contato com o seu paciente. Isto proletarizou o médico, de<<strong>br</strong> />
acordo com o que afirmam Nogueira-Martins (1998), que complementam dizendo que a atual<<strong>br</strong> />
condição do exercício da Medicina, não tem contribuído para a melhoria do relacionamento<<strong>br</strong> />
entre médicos e enfermos.<<strong>br</strong> />
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Para Caprara & Franco (1999), a formação dos profissionais da saúde enquanto restrita<<strong>br</strong> />
ao modelo biomédico, está impossibilitada para considerar a experiência do sofrimento como<<strong>br</strong> />
integrante da relação profissional.<<strong>br</strong> />
A proposta do modelo biopsicossocial se faz necessária e imprescindível quando se<<strong>br</strong> />
pretende desenvolver um atendimento humanizado.<<strong>br</strong> />
1.2 Modelo biomédico e modelo biopsicossocial<<strong>br</strong> />
O tradicional modelo biomédico cede lugar ao Modelo Biopsicossocial de atenção, que<<strong>br</strong> />
vê a saúde e a doença como produtos de uma combinação de fatores que incluem<<strong>br</strong> />
características biológicas, fatores comportamentais, psicológicos e condições sociais. (APA,<<strong>br</strong> />
2002.)<<strong>br</strong> />
Entretanto, o impacto no processo de transição de um modelo para outro, ainda não está<<strong>br</strong> />
concluído, pois se observa que as Instituições, os profissionais de saúde e até mesmo, a clientela<<strong>br</strong> />
mantêm internalizado o Modelo Biomédico, calcado nos princípios de causalidade linear, análise<<strong>br</strong> />
e generalização, tendo como foco, o corpo, a doença, a lesão.<<strong>br</strong> />
Embora, o Modelo Biopsicossocial tenha evoluído ao longo do século XX, fazendo com<<strong>br</strong> />
que, os profissionais da saúde passassem de um sistema tradicional, centrado no médico e que<<strong>br</strong> />
visava à cura da doença, para um modelo que inclui diferentes categorias profissionais, cada<<strong>br</strong> />
uma com conhecimento, habilidades técnicas e perspectivas distintas, e, que têm como<<strong>br</strong> />
objetivo, a promoção da saúde, o que se observou, em geral, foi um grande contingente de<<strong>br</strong> />
profissionais, elaborando suas identidades no cotidiano das Instituições de saúde, tentando<<strong>br</strong> />
uma organização, como conjuntos interdependentes de especialidades.<<strong>br</strong> />
1.3 Equipe multiprofissional<<strong>br</strong> />
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Moniz (2003) define Equipe Multiprofissional de saúde como uma associação de pessoal<<strong>br</strong> />
da saúde, de formação diversa, justificada por possuir um fim último, como responsabilizar-se<<strong>br</strong> />
pela saúde global de um individuo e de sua comunidade.<<strong>br</strong> />
Esse enfoque, contudo, apesar de global, pressupõe não apenas a somatória das diversas<<strong>br</strong> />
práticas, mas sua integração através da construção coletiva de um saber mais amplo e próprio,<<strong>br</strong> />
de uma equipe, que discuta a possibilidade de articulação da atuação de diversos profissionais<<strong>br</strong> />
da saúde, de modo, a superar a fragmentação resultante da compartimentalizacao do<<strong>br</strong> />
conhecimento, em disciplinas estanques (DURAND, 1985).<<strong>br</strong> />
Trabalhar em equipe multidisciplinar não significa buscar uma síntese de saberes, ou uma<<strong>br</strong> />
identidade teórica, mas criar a possibilidade de um diálogo entre profissões vizinhas que, em<<strong>br</strong> />
muitos momentos, possuem temáticas comuns, mas que mantêm a especificidade do seu saber.<<strong>br</strong> />
Assim, para qualquer formação de equipe, há necessidade de uma adequada definição das<<strong>br</strong> />
identidades profissionais (ALMEIDA, 2000).<<strong>br</strong> />
Ainda hoje, não há consenso, entre os autores so<strong>br</strong>e que denominação mais especifica<<strong>br</strong> />
dar a essa equipe multidisciplinar. Alguns a denominam de multidisciplinar, outros referem a ela<<strong>br</strong> />
como interdisciplinar (JIAPIASSU, 1976; NINA, 1995; HYER & MARIANO, 1999; LONG & WILSON,<<strong>br</strong> />
2001).<<strong>br</strong> />
No decorrer do desenvolvimento do Projeto “Amigos da Saúde” procurou-se entender a<<strong>br</strong> />
multiprofissionalidade conforme a proposta de Turato, (2003), que a conceitua como a<<strong>br</strong> />
ocorrência de atividades realizadas entre profissionais de múltiplas especializações dentro de<<strong>br</strong> />
uma pretendida harmonia e complementaridade, num determinado ambiente de trabalho.<<strong>br</strong> />
Quando se pratica “atos de saúde” e não “atos isolados”, se entende a<<strong>br</strong> />
multiprofissionalidade como um conjunto de ações. Para tanto, uma equipe multiprofissional<<strong>br</strong> />
implica duas dimensões do trabalho, indissociáveis: a articulação das ações e a interação dos<<strong>br</strong> />
profissionais (PEDUZZI, 1998).<<strong>br</strong> />
a) Articulação das ações: pressupõe uma integração de trabalhos distintos considerando as<<strong>br</strong> />
conexões e interfaces peculiares às intervenções técnicas especificas de cada área profissional,<<strong>br</strong> />
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flexibilizando as fronteiras entre as mesmas, mas com a preservação das respectivas<<strong>br</strong> />
especificidades e diferenças técnicas, trabalhando numa conjugação de especificidade e<<strong>br</strong> />
flexibilidade. Há centralização das ações na obtenção dos resultados, na ação integral as<<strong>br</strong> />
necessidades de saúde da clientela.<<strong>br</strong> />
b) Interação dos profissionais: as inter-relações e o vínculo entre os integrantes da equipe<<strong>br</strong> />
potencializam a realização da tarefa (não é um objetivo em si, porque não se trata de um grupo<<strong>br</strong> />
terapêutico e, sim de uma equipe, que utiliza a interação como meio de trabalho). Os<<strong>br</strong> />
integrantes se colocam de acordo quanto a um projeto comum, quanto ao que dizem e quanto<<strong>br</strong> />
aos valores pressupostos. Para tanto, a comunicação entre os profissionais faz parte do<<strong>br</strong> />
exercício cotidiano do trabalho.<<strong>br</strong> />
Desta forma, se entende o trabalho multiprofissional: profissionais interagindo entre si,<<strong>br</strong> />
desde uma simples comunicação de idéias até a integração real de conceitos, terminologia,<<strong>br</strong> />
metodologia e procedimentos.<<strong>br</strong> />
1.4 Fatores Intervenientes no trabalho em equipe<<strong>br</strong> />
Segundo Nina (1995), um trabalho em equipe exige de profissionais com formações<<strong>br</strong> />
disciplinares, paradigmas de pensamento profissional e abordagens metodológicas diferentes e,<<strong>br</strong> />
muitas vezes, conflitantes, no desenvolvimento de ações integradas. Geralmente, estas<<strong>br</strong> />
interações não encontram subsídios nas diversas formações acadêmicas, uma vez que, os<<strong>br</strong> />
profissionais da área da saúde, não chegam instrumentalizados para a atuação integrada com<<strong>br</strong> />
outros mem<strong>br</strong>os da equipe. Além disso, algumas categorias profissionais, ainda apresentam<<strong>br</strong> />
insuficiência na sua formação acadêmica fazendo com que o desempenho dos integrantes da<<strong>br</strong> />
equipe seja muito desigual em qualidade.<<strong>br</strong> />
Almeida (2000), ainda coloca que, ao lado do desconhecimento dos benefícios advindos<<strong>br</strong> />
da prática integrada, das diversas áreas da saúde, o ideal do trabalho solidário em equipe,<<strong>br</strong> />
muitas vezes, é substituído por uma organização de trabalho que promove a competição entre<<strong>br</strong> />
as especificidades e estimula o corporativismo, gerando situações de conflito.<<strong>br</strong> />
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Muitas vezes, a utilização de uma linguagem técnica, pelos profissionais, cria uma<<strong>br</strong> />
barreira lingüística que dificulta a comunicação, impede a compreensão e o estabelecimento de<<strong>br</strong> />
uma relação de cooperação.<<strong>br</strong> />
Além disso, de acordo com vários autores, (DURAND, 1985; NINA, 1995; PEDUZZI,<<strong>br</strong> />
1998), pode-se dizer que todo “novo” é fonte de ameaça e ansiedade e cria resistências,<<strong>br</strong> />
descrença e desestímulo, favorecendo, de modo defensivo, maior vinculação dos profissionais<<strong>br</strong> />
aos seus grupos de origem/ referência, fonte de sua identidade profissional.<<strong>br</strong> />
Para que seja possível uma sólida construção de equipe e atuações favoráveis, por<<strong>br</strong> />
parte de todos os envolvidos, a literatura destaca alguns pré-requisitos que se fazem<<strong>br</strong> />
necessários na postura dos profissionais (DURANT, 1995; NINA, 1985; PEDUZZI, 1998; ALMEIDA,<<strong>br</strong> />
2000):<<strong>br</strong> />
• Disposição não só para encarar o desafio que representa a formação de uma<<strong>br</strong> />
equipe, como também para provocar tal desafio;<<strong>br</strong> />
• Conhecimento e reconhecimento, por todos os mem<strong>br</strong>os do grupo, dos<<strong>br</strong> />
diferentes campos de competência;<<strong>br</strong> />
• Resgate da identidade profissional na relação funcional com a tarefa grupal;<<strong>br</strong> />
• Consideração da prática dos demais como interdependente e complementar;<<strong>br</strong> />
• Não so<strong>br</strong>evalorização de um discurso que reafirme a hegemonia de um saber<<strong>br</strong> />
em relação ao outro;<<strong>br</strong> />
• Amplificação do referencial específico;<<strong>br</strong> />
• Colaboração complementar entre todos os profissionais;<<strong>br</strong> />
• Manutenção de um diálogo contínuo: tomar a comunicação como dimensão<<strong>br</strong> />
intrínseca do trabalho;<<strong>br</strong> />
• Conduta profissional adequada;<<strong>br</strong> />
• Constante aprimoramento técnico de todos os profissionais;<<strong>br</strong> />
• Desenvolvimento de habilidades interpessoais;<<strong>br</strong> />
• Desenvolvimento de sentimento de pertinência ao grupo;<<strong>br</strong> />
• Aprendizagem com a tarefa compartilhada;<<strong>br</strong> />
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• Geração de um paradigma grupal propicio à resolução de problemas.<<strong>br</strong> />
Após estas considerações é possível esquematizar os fatores que influenciam na<<strong>br</strong> />
formação de equipes multiprofissionais:<<strong>br</strong> />
1) Fatores extra-hospitalares:<<strong>br</strong> />
-políticas de saúde;<<strong>br</strong> />
-política salarial<<strong>br</strong> />
-mercado de trabalho.<<strong>br</strong> />
2) Fatores intra-hospitalares:<<strong>br</strong> />
-política de cargos e salários<<strong>br</strong> />
-situação econômico-financeira da Unidade<<strong>br</strong> />
-condições ambientais de trabalho<<strong>br</strong> />
3) Fatores relativos ao trabalho:<<strong>br</strong> />
-tipo de atribuição de cada servidor<<strong>br</strong> />
-nível de exigência das tarefas de cada um<<strong>br</strong> />
-desgaste que a atividade impõe<<strong>br</strong> />
4) Fatores relativos ao grupo:<<strong>br</strong> />
- profissionais integrantes<<strong>br</strong> />
-tipo de integração pretendida<<strong>br</strong> />
-grau de motivação dos profissionais<<strong>br</strong> />
-grau de envolvimento de cada um nas tarefas propostas<<strong>br</strong> />
-grau de maturidade profissional<<strong>br</strong> />
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5) Fatores relativos ao individuo:<<strong>br</strong> />
-formação acadêmica<<strong>br</strong> />
-aspectos culturais<<strong>br</strong> />
-conteúdos afetivo/emocionais predisponentes aos relacionamentos<<strong>br</strong> />
-repertório comportamental disponivel para uma adequada adaptação<<strong>br</strong> />
-facilidade para o relacionamento interpessoal que propicie trabalho em grupo.<<strong>br</strong> />
Um modelo de multiprofissionalidade também requer que os profissionais envolvidos<<strong>br</strong> />
possam se questionar quanto às intervenções técnicas que executam, para colocar-se de acordo<<strong>br</strong> />
com as ações especificas necessárias para o trabalho comum.<<strong>br</strong> />
A reflexão so<strong>br</strong>e a situação do sistema público vigente, sua organização de acesso da<<strong>br</strong> />
população aos serviços, às condições institucionais, nas quais o trabalho dos profissionais se<<strong>br</strong> />
realiza às particularidades de cada unidade de saúde, onde a assistência é oferecida, às<<strong>br</strong> />
características sociais da população atendida, enfim o conhecimento e a articulação de todos os<<strong>br</strong> />
fatores envolvidos no processo saúde-doenca são aspectos imprescindíveis, quando se pensa na<<strong>br</strong> />
instalação das equipes multiprofissionais e, diretamente implicados, na implantação da<<strong>br</strong> />
humanização nos serviços de saúde.<<strong>br</strong> />
1.5 As relações interpessoais na Unidade de Saúde<<strong>br</strong> />
O profissional de saúde além das ações e procedimentos técnicos ligados à sua área<<strong>br</strong> />
especifica, estabelece, sempre, com as pessoas que atende relações interpessoais. Seu trabalho<<strong>br</strong> />
depende, portanto, da qualidade técnica e da sua qualidade interacional.<<strong>br</strong> />
Assim, como em cada área se desenvolvem temas específicos que constituem parte de<<strong>br</strong> />
conhecimentos e habilidades relativos à área técnica, a abordagem da qualidade interacional<<strong>br</strong> />
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torna necessário o estudo de vários temas teóricos e a reflexão so<strong>br</strong>e o desenvolvimento de<<strong>br</strong> />
atitudes.<<strong>br</strong> />
O alívio e melhora das condições do trabalho na área da saúde é considerável quando o<<strong>br</strong> />
profissional pode conhecer tanto os motivos do comportamento do usuário, quanto os efeitos<<strong>br</strong> />
que esse comportamento provoca (ansiedades, angústias, raivas, dor, impotência), como as<<strong>br</strong> />
defesas que desencadeia.<<strong>br</strong> />
Muitas queixas e problemas dos usuários podem ser resolvidos, ou atenuados, quando<<strong>br</strong> />
se sentem compreendidos e respeitados pelos profissionais que os cuidam.<<strong>br</strong> />
A falta de acolhimento ao cliente e à continência de seus aspectos emocionais pode<<strong>br</strong> />
conduzir ao abandono ou a não adesão ao tratamento. Estudos têm mostrado que a relação<<strong>br</strong> />
profissional-paciente é considerada como extremamente relevante no processo de adesão ao<<strong>br</strong> />
tratamento, conforme Mion, Pierin & Ortega (2000). Estes mesmos autores, afirmam que a não<<strong>br</strong> />
adesão envolve, além da relação do usuário com o profissional, fatores como sexo, idade, etnia,<<strong>br</strong> />
estado civil, escolaridade, contexto familiar, auto-estima, crenças, hábitos de vida e outros;<<strong>br</strong> />
fatores relacionados às doenças: cronicidade, ausência de sintomas e dor; aos tratamentos:<<strong>br</strong> />
custo, efeitos indesejáveis, esquemas complexos e outros; à instituição: política de saúde,<<strong>br</strong> />
acesso ao serviço de saúde, tempo de espera, tempo de atendimento, e outros.<<strong>br</strong> />
A atividade de assistência à saúde não pode ocupar-se de seres humanos como se não o<<strong>br</strong> />
fossem. Seres humanos são tanto os usuários, quanto os profissionais, ou seja, ambos têm<<strong>br</strong> />
necessidades, desejos, medos e carências.<<strong>br</strong> />
Bleger (1979) afirma que “o mais alto grau de eficiência em uma tarefa é obtido quando<<strong>br</strong> />
se incorpora sistematicamente à mesma, o ser humano total” (p.59). Refletindo so<strong>br</strong>e o que<<strong>br</strong> />
Bleger coloca entende-se que, no âmbito humano alcança-se mais objetividade, incorporando<<strong>br</strong> />
os fatores subjetivos, ou melhor, tomando as coisas conforme acontecem, para entendê-las e<<strong>br</strong> />
poder fazer com que aconteçam da melhor maneira. Esta é a forma de evitar a atividade<<strong>br</strong> />
desumanizada e desumanizante.<<strong>br</strong> />
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Uma das maneiras mais significativas para o entendimento do contexto interpessoal,<<strong>br</strong> />
interacional, relacional é o estudo da intimidade da relação profissional-usuário. As ansiedades<<strong>br</strong> />
e angústias ligadas ao adoecer são partes integrantes dessa relação que é o campo dinâmico<<strong>br</strong> />
que se estabelece entre o usuário e aquele que o assiste, onde surgem as ansiedades básicas<<strong>br</strong> />
profundas e intensas que se desenvolvem no vínculo estabelecido.<<strong>br</strong> />
Vários são os autores que ressaltam a complexidade do atendimento prestado ao<<strong>br</strong> />
usuário do SUS, assinalando que na assistência realizada em Unidades de Saúde públicas devese<<strong>br</strong> />
considerar que:<<strong>br</strong> />
• O cliente está inserido em um contexto pessoal, familiar e social complexo que deve ser<<strong>br</strong> />
considerado;<<strong>br</strong> />
• A assistência deve efetuar uma leitura das necessidades pessoais e sociais do usuário;<<strong>br</strong> />
• Na instituição interatuam as necessidades de quem assiste e de quem é assistido, e<<strong>br</strong> />
ambas devem ser consideradas.<<strong>br</strong> />
Para Caprara e & Franco (1999), é importante que o profissional de saúde utilize e<<strong>br</strong> />
desenvolva a sensibilidade para conhecer a realidade do usuário, ouvir suas queixas e encontrar<<strong>br</strong> />
junto com ele, estratégias que facilitem sua aceitação e a compreensão de sua doença,<<strong>br</strong> />
contribuindo para a adaptação às modificações que por acaso tenha que fazer, por conta de seu<<strong>br</strong> />
problema.<<strong>br</strong> />
Além disso, é importante salientar que o contato direto com os enfermos e seus<<strong>br</strong> />
familiares coloca o profissional de saúde, diante de sua própria vida, de sua própria saúde ou<<strong>br</strong> />
doença, de seus próprios conflitos e frustrações, que fazem com que corra o risco de<<strong>br</strong> />
desenvolver mecanismos rígidos de defesa que podem lhe prejudicar, tanto pessoal, quanto<<strong>br</strong> />
profissionalmente.<<strong>br</strong> />
Em seu dia-a-dia, o profissional de saúde atende pais, mães, crianças, pessoas que se<<strong>br</strong> />
assemelham aos seus entes queridos e que também, podem representar imagens de si próprio,<<strong>br</strong> />
como criança ou adulto. Segundo Botega & Nogueira Martins (1997), nos atendimentos em<<strong>br</strong> />
saúde, há um constante movimento identificatório dos profissionais com as pessoas que sofrem<<strong>br</strong> />
que estão cansadas, desanimadas e frustradas. O profissional, de certa forma, também sofre,<<strong>br</strong> />
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fica cansado, desanimado e frustrado. Somente através das vivências diárias, no atendimento às<<strong>br</strong> />
pessoas doentes é que conseguirá o equilí<strong>br</strong>io entre a empatia insuficiente e a empatia<<strong>br</strong> />
excessiva.<<strong>br</strong> />
Todas estas reflexões também conduzem ao campo ético que surge toda vez que alguém<<strong>br</strong> />
se preocupa com as conseqüências que sua conduta tem so<strong>br</strong>e o outro (REGO & SCHRAMM,<<strong>br</strong> />
1999). A percepção ética exige que se perceba o outro, para se realizar um atendimento<<strong>br</strong> />
personalizado e que, portanto, também é preciso ver e perceber o outro. Conclui-se, então, que<<strong>br</strong> />
o atendimento humanizado e a preocupação ética são indissociáveis.<<strong>br</strong> />
É importante que se assinale que o aprimoramento da relação profissional-usuario é<<strong>br</strong> />
apenas um dos lados da humanização.<<strong>br</strong> />
1.6 Um modelo para atendimento humanizado<<strong>br</strong> />
Após as considerações teóricas apresentadas, se oferece uma proposta para efetivação de<<strong>br</strong> />
um atendimento humanizado nas Unidades de Saúde Estaduais em Manaus.<<strong>br</strong> />
Esta proposta resulta da observação e da pesquisa realizada no decorrer do segundo<<strong>br</strong> />
semestre do ano de 2005 e primeiro semestre de 2006, durante o desenvolvimento do Projeto<<strong>br</strong> />
Humanização das Unidades Estaduais de Saúde em Manaus - “Amigos da Saúde”.<<strong>br</strong> />
Entre as principais queixas apontadas pelos usuários entrevistados estava o atendimento<<strong>br</strong> />
dos setores de recepção e registro.<<strong>br</strong> />
Os serviços dos setores de registro/recepção são um dos mais problemáticos, em relação<<strong>br</strong> />
aos demais setores das Unidades Estaduais de Saúde. Têm por objetivo identificar, registrar,<<strong>br</strong> />
informar e direcionar os usuários que chegam em busca de atendimento. Depoimentos dos<<strong>br</strong> />
usuários e observações realizadas evidenciaram a falta de preparo dos servidores responsáveis<<strong>br</strong> />
por estes serviços.<<strong>br</strong> />
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O documento “Proposta para um modelo de humanização nas unidades estaduais de<<strong>br</strong> />
saúde” foi um produto da pesquisa realizada. Este documento analisa a questão de<<strong>br</strong> />
atendimento dos setores de registro e recepção e propõe algumas medidas para melhorar o<<strong>br</strong> />
desempenho dos servidores desses setores e, conseqüentemente, elevar o grau de satisfação<<strong>br</strong> />
do usuário.<<strong>br</strong> />
Para tanto, se reuniu em três categorias as sugestões da proposta de um modelo de<<strong>br</strong> />
atendimento humanizado:<<strong>br</strong> />
a) Quanto à escolha das pessoas para trabalharem nestes setores: Os gestores<<strong>br</strong> />
deverão ter a preocupação de escolherem pessoas que percebam e tenham sensibilidade para<<strong>br</strong> />
perceberem o sofrimento humano. Pessoas com boa dicção, que sejam treinadas para<<strong>br</strong> />
informarem aos usuários e que respondam às suas perguntas com atenção. Pessoas com<<strong>br</strong> />
aparência tranqüila, adaptadas ao setor e ao serviço que oferecem. Prestativas, solidárias, com<<strong>br</strong> />
habilidades sociais e que tenham conhecimento da importância da sua função. Uma seleção<<strong>br</strong> />
psicológica seria o recomendável. Pessoas que se sintam valorizadas profissionalmente, que<<strong>br</strong> />
gostem do que fazem e do ambiente em que atuam.<<strong>br</strong> />
A documentação exigida na hora do registro deveria se restringir, inicialmente, a<<strong>br</strong> />
Carteira de Identidade ou a qualquer documento identificatório do usuário. A ficha de registro<<strong>br</strong> />
seria acrescida, neste primeiro momento, com dados pessoais simples do usuário, como o seu<<strong>br</strong> />
endereço. Outros dados suplementares poderão ser acrescentados pela equipe de saúde<<strong>br</strong> />
quando da efetivação do atendimento propriamente dito, ou, enquanto o usuário esperasse sua<<strong>br</strong> />
chamada. Com este procedimento se visaria à rapidez do preenchimento da ficha na hora do<<strong>br</strong> />
registro do usuário, pretendendo-se, conseqüentemente, a diminuição das filas, ou, até mesmo,<<strong>br</strong> />
sua extinção.<<strong>br</strong> />
Para que todas estas sugestões fossem passíveis de execução, seria preciso que,<<strong>br</strong> />
primeiramente, se oportunizasse o treinamento e a <strong>edu</strong>cação continuada dos servidores desses<<strong>br</strong> />
setores, se oferecendo treinamentos introdutórios, treinamentos em habilidades sociais e<<strong>br</strong> />
treinamentos específicos para o desempenho da função.<<strong>br</strong> />
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Um aspecto importante a salientar é a necessidade de se treinarem também os<<strong>br</strong> />
seguranças que geralmente ficam nas portas das recepções das Unidades e que quase sempre,<<strong>br</strong> />
ou inúmeras vezes, desconhecem a proposta de humanização. Em razão do poder que lhes é<<strong>br</strong> />
conferido, e pela falta de orientação e treinamento, em geral, essas pessoas são hostis com os<<strong>br</strong> />
usuários, impedem o acesso de familiares e/ou acompanhantes, não sabem o que informar, não<<strong>br</strong> />
tem paciência, chegando serem grosseiros e agressivos. Geralmente são profissionais<<strong>br</strong> />
terceirizados, que não pertencem ao quadro funcional da Unidade, nem da SUSAM e por isto<<strong>br</strong> />
mesmo são pessoas que não investem no local em que trabalham, pois, não raras vezes são<<strong>br</strong> />
sistemática e constantemente deslocados para outros locais. Uma sugestão seria rever-se a<<strong>br</strong> />
situação dessas pessoas terceirizadas, sem vínculo com a instituição. Caso não fosse possível<<strong>br</strong> />
mudar a situação, fazer com que também tenham treinamentos constantes de <strong>edu</strong>cação<<strong>br</strong> />
continuada, enfocando-se especificamente a implantação da humanização, ou que se fizessem<<strong>br</strong> />
acordos com as empresas, para que estes funcionários recebessem também, treinamentos<<strong>br</strong> />
semelhantes aos da equipe de saúde.<<strong>br</strong> />
Chamar os servidores destes setores e conversar com eles, ouvi-los e acolhê-los,<<strong>br</strong> />
cuidando para que despertem para o processo de humanização com certeza melhorará em<<strong>br</strong> />
muito o atendimento prestado aos usuários, na chegada a Unidade de Saúde.<<strong>br</strong> />
b) Quanto às condições físicas do ambiente: que as salas fossem amplas, ventiladas e<<strong>br</strong> />
climatizadas, com cadeiras suficientes para acomodarem o número de usuários que recebem.<<strong>br</strong> />
Com paredes pintadas de cores alegres, mas claras e suaves. Salas limpas, com bebedouros e<<strong>br</strong> />
copos descartáveis. Sanitários limpos e confortáveis. Som ambiente e/ou aparelhos de TV, vídeo<<strong>br</strong> />
e DVD, com programação variada e especifica, com revistas para serem folheadas, enquanto as<<strong>br</strong> />
pessoas aguardam o atendimento. Salas com condições para que se realizem palestras para os<<strong>br</strong> />
familiares e/ou acompanhantes que esperam e, <strong>br</strong>incadeiras para as crianças, alegrando o<<strong>br</strong> />
ambiente hospitalar e as crianças presentes, acalmando-as com a proposta de jogos e<<strong>br</strong> />
<strong>br</strong>incadeiras, contando histórias infantis e/ou incentivando-as a realizarem desenhos e pinturas,<<strong>br</strong> />
atividades desenvolvidas pelos estagiários do projeto “Amigos da Saúde”.<<strong>br</strong> />
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c) Quanto ao tempo de espera pelo atendimento: este deverá ter um tempo médio,<<strong>br</strong> />
não ultrapassando 30 minutos. Caso isso acontecesse que houvessem apoiadores, como os<<strong>br</strong> />
“Amigos da Saúde”, para dar suporte, conversando e explicando o porquê da demora pelo<<strong>br</strong> />
atendimento, orientando, inclusive so<strong>br</strong>e o tempo ainda necessário de espera, ou oferecendo<<strong>br</strong> />
novas orientações. Que as pessoas, acompanhantes ou familiares que necessitassem<<strong>br</strong> />
permanecer por mais tempo na Unidade tivessem garantidos aspectos simples para sua<<strong>br</strong> />
permanência como alimentação e “hospedagem”.<<strong>br</strong> />
CONSIDERAÇÕES FINAIS<<strong>br</strong> />
Com esta proposta de modelo de atendimento humanizado, a ser implantado nos setores<<strong>br</strong> />
de recepção e registro se entende que imediatamente o usuário se sentiria acolhido, pois teria<<strong>br</strong> />
alguém para lhe acompanhar, orientar e atender. O tempo de espera seria o estritamente<<strong>br</strong> />
necessário e ele teria as orientações, caso esse tempo não fosse respeitado.<<strong>br</strong> />
Também teria alguém para lhe ouvir e orientar, alguém que lhe explicasse o que estava<<strong>br</strong> />
acontecendo e que mostrasse interesse com sua pessoa e sua história. Alguém em quem ele<<strong>br</strong> />
poderia confiar.<<strong>br</strong> />
Estaria num ambiente relativamente confortável onde seria ouvido e compreendido ao<<strong>br</strong> />
falar de seus sentimentos em relação a si mesmo e à situação. Sentir-se-ia respeitado como<<strong>br</strong> />
cidadão merecedor de cuidados.<<strong>br</strong> />
A preocupação com seu bem-estar perspassaria a situação da procura pelo atendimento.<<strong>br</strong> />
Seria uma proposta utópica?<<strong>br</strong> />
Ao se examinarem as sugestões apresentadas, verifica-se que poucas coisas precisariam<<strong>br</strong> />
ser alteradas ou precisariam ser mudadas. O enfoque central para que o usuário tenha a oferta<<strong>br</strong> />
de um serviço humanizado reside basicamente no seu acolhimento e, na atenção ao servidor<<strong>br</strong> />
que lhe presta serviços. Portanto, não só o usuário seria o alvo de toda a proposta, também o<<strong>br</strong> />
servidor se sentiria e seria cuidado, seria trabalhada sua auto-estima, ele seria estimulado a<<strong>br</strong> />
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prosseguir com sua jornada, tornando-a prazerosa, uma vez que seria valorizado naquilo que<<strong>br</strong> />
faz.<<strong>br</strong> />
É importante, também, que se ressalte que a humanização do atendimento aos usuários<<strong>br</strong> />
do SUS e a humanização das condições de trabalho dos profissionais da saúde, se iniciam pela<<strong>br</strong> />
efetiva integração dos profissionais em equipes multidisciplinares e com a criação de serviços de<<strong>br</strong> />
apoio (Amigos da Saúde). Neste sentido, merecem destaque a implantação de serviços de<<strong>br</strong> />
consultoria psicológica (interconsultas), a criação de equipes multidisciplinares e a criação de<<strong>br</strong> />
serviços de apoio à tarefa assistencial.<<strong>br</strong> />
A implantação de serviços de consultoria psicológica (interconsultas) nas unidades de<<strong>br</strong> />
saúde deveria ser uma medida prioritária, uma vez que este serviço auxiliaria, não só o<<strong>br</strong> />
profissional, no tratamento de clientes com problemas psicológicos e psicossociais, mas<<strong>br</strong> />
também contribuiria no tratamento de disfunções e distúrbios interpessoais e institucionais,<<strong>br</strong> />
envolvendo o usuário, a família e a equipe de saúde.<<strong>br</strong> />
A criação de equipes multidisciplinares além de representar uma melhoria na atenção ao<<strong>br</strong> />
usuário, mediante a integração de conhecimentos específicos, possibilita a troca de experiências<<strong>br</strong> />
profissionais, propiciando o compartilhar de saberes e a discussão de idéias, visando a melhor<<strong>br</strong> />
compreensão de cada caso e a escolha da terapêutica mais indicada.<<strong>br</strong> />
O estabelecimento de equipes de apoio, principalmente nos setores de recepção e<<strong>br</strong> />
registro oportuniza que os servidores responsáveis por estes setores possam realizar suas<<strong>br</strong> />
tarefas sabendo que outras pessoas complementarão o que por acaso não pode ser realizado<<strong>br</strong> />
plenamente. Estas equipes oferecem segurança e tranqüilidade aos servidores, na medida em<<strong>br</strong> />
que, estão sempre a postos para ajudar e colaborar no que for preciso.<<strong>br</strong> />
Resta salientar, que estas medidas, deveriam ser inseridas num conjunto amplo de<<strong>br</strong> />
propostas que consolidariam os projetos de implantação de modelos de atendimento<<strong>br</strong> />
humanizado com a garantia de qualidade e aceitação institucional.<<strong>br</strong> />
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Finalmente, se salienta que toda e qualquer medida profilática envolve um processo de<<strong>br</strong> />
conscientização, demorado e doloroso pois, implica, necessariamente, em mudança de valores<<strong>br</strong> />
e atitudes. As resistências existem e com freqüência crescem ao longo do processo.<<strong>br</strong> />
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LA CONCEPCION DE CIENCIA DEL DOCENTE Y SUS IMPLICACIONES EM EL<<strong>br</strong> />
PROCESO DE ENSEÑANZA Y APRENDIZAJE DE LAS CIENCIAS<<strong>br</strong> />
Josefina Barrera Kalhil 28<<strong>br</strong> />
Esperanza Hernandez Angulo 29<<strong>br</strong> />
RESUMEN: La realidad es un proceso de construcción a partir de nuestras experiencias, validada<<strong>br</strong> />
socialmente con base en su funcionalidad y admite la posibilidad de generar un mundo en el<<strong>br</strong> />
que el ser humano puede ser li<strong>br</strong>e, responsable y conciliador. Planteamos la necesaria reflexión<<strong>br</strong> />
del docente e investigador, so<strong>br</strong>e los elementos epistemológicos y conceptuales que<<strong>br</strong> />
determinan su práctica en el aula y revisar la concepción que tiene el docente so<strong>br</strong>e la Ciencia y<<strong>br</strong> />
su congruencia con las nuevas posturas so<strong>br</strong>e lo que representa el conocimiento científico. La<<strong>br</strong> />
estrategia a utilizar consiste en comparar dos concepciones del mundo: El Realismo y El<<strong>br</strong> />
Constructivismo con sus implicaciones psicopedagógicas en el proceso de enseñanza y<<strong>br</strong> />
aprendizaje de las Ciencias.<<strong>br</strong> />
PALABRAS LLAVES: Proceso de enseñanza y aprendizaje de las Ciencias; El Realismo; El<<strong>br</strong> />
Constructivismo.<<strong>br</strong> />
RESUMO: A realidade é um processo de construção a partir de nossas experiências, validada<<strong>br</strong> />
socialmente com base em sua funcionalidade e admite a possibilidade de gerar um mundo onde<<strong>br</strong> />
o homem possa ser livre, responsável e conciliador. Propomos uma reflexão necessária do<<strong>br</strong> />
professor-pesquisador, so<strong>br</strong>e os elementos epistemológicos e conceituais que determinam sua<<strong>br</strong> />
prática na aula e revisar a sua concepção so<strong>br</strong>e Ciência e sua congruência com as novas<<strong>br</strong> />
posturas so<strong>br</strong>e o que representa o mundo: O Realismo e o Construtivismo com suas implicaçõs<<strong>br</strong> />
psicopedagógicas no processo ensino-aprendizagem de Ciências.<<strong>br</strong> />
PALAVRAS-CHAVES: Processo ensino-aprendizagem de Ciências; Realismo; Construtivismo.<<strong>br</strong> />
28 Doutora em Ciências Pedagógicas (Cuba). Professora e Vice-Coordenadora do Curso de Mestrado Profissional em Ensino de<<strong>br</strong> />
Ciências na Amazônia (UEA). Representante do RINFOTALCUE no Brasil. Integrante do Comitê Editorial das <strong>Revista</strong>s Eletrônicas<<strong>br</strong> />
Areté (UEA-Brasil) e LAJPE (México) E-mail: josefinabk@yahoo.com<<strong>br</strong> />
29 Professora da Universidade Federal do Acre.<<strong>br</strong> />
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INTRODUCCIÓN<<strong>br</strong> />
Las aportaciones en el campo de la epistemología señalan la emergencia de nuevas formas y<<strong>br</strong> />
modelos de concebir el mundo que nos rodea (eso que llamamos la realidad).<<strong>br</strong> />
Una de estas formas de ver al mundo rompe con la visión realista dominante (especialmente en<<strong>br</strong> />
el campo de las ciencias), al postular la imposibilidad de acceder al conocimiento de la realidad<<strong>br</strong> />
tal cual es. Esta visión alternativa de concebir al mundo, llamada Constructivismo o indagación<<strong>br</strong> />
de la realidad, caracteriza al conocimiento como construcciones funcionales de la experiencia<<strong>br</strong> />
humana y a las teorías científicas como construcciones del ser humano y no como teorías de la<<strong>br</strong> />
naturaleza.<<strong>br</strong> />
El Constructivismo (o indagación de la realidad), aborda el conocer desde una perspectiva<<strong>br</strong> />
diferente a la del pensamiento tradicional, mostrando que hemos asimilado (y que forma parte<<strong>br</strong> />
de nuestras teorías implícitas), una concepción en donde se considera la existencia de un<<strong>br</strong> />
mundo real, objetivo, único, causal e independiente al sujeto que conoce y con la posibilidad de<<strong>br</strong> />
conocerlo tal cual es.<<strong>br</strong> />
Al trascender en nuestras sociedades, el Realismo ha impregnado todas las actividades<<strong>br</strong> />
relacionadas con la ciencia, incluyendo su enseñanza, la investigación básica y la divulgación. En<<strong>br</strong> />
el ámbito escolar, esta forma de pensamiento se traduce en una concepción específica de cómo<<strong>br</strong> />
concebir el proceso de enseñar y de aprender (que generalmente se encamina a que el<<strong>br</strong> />
estudiante llegue a conocer o a identificar las leyes que rigen los fenómenos que ocurren en<<strong>br</strong> />
nuestro alrededor como manifestaciones del mundo real).<<strong>br</strong> />
Es en esta concepción realista donde se presentan numerosos problemas para los docentes en<<strong>br</strong> />
el aula. Sin ser concientes, intentamos que el estudiante aprenda lo que consideramos como<<strong>br</strong> />
obviamente verdadero, bajo procedimientos de aprendizaje que se limitan a conjugar la<<strong>br</strong> />
atención, la capacidad de retención, memoria, análisis y síntesis, sin importar otros factores que<<strong>br</strong> />
están asociados al proceso de aprendizaje.<<strong>br</strong> />
Sin embargo los aportes hechos por la psicología cognitiva en los últimos treinta años, coinciden<<strong>br</strong> />
en que los procesos de aprendizaje (en particular el escolar), tienen un carácter eminentemente<<strong>br</strong> />
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constructivo, donde toda construcción en el aula está permeada por las ideas previas de los<<strong>br</strong> />
estudiantes, la biología del que aprende y por los núcleos sociales que conforman su zona de<<strong>br</strong> />
desarrollo.<<strong>br</strong> />
Reflexionar y discutir los planteamientos centrales del Constructivismo, son, desde nuestro<<strong>br</strong> />
punto de vista, condiciones necesarias para que el docente trascienda su práctica, para que<<strong>br</strong> />
pueda modificarla y aprovechar todas las herramientas didácticas que están a su alrededor.<<strong>br</strong> />
EL REALISMO<<strong>br</strong> />
Nuestra epistemología rige nuestra observación, nos permite interpretar un hecho, emitir un<<strong>br</strong> />
juicio determinado acerca de algo o construir una hipótesis so<strong>br</strong>e determinada situación<<strong>br</strong> />
(CEBERIO y WATZLAWICK, 1998).<<strong>br</strong> />
Pero ¿cuál es la epistemología que actualmente sustenta el quehacer de nuestra sociedad? ¿De<<strong>br</strong> />
donde proviene esa forma de concebir el mundo que nos rodea? y ¿cuál es su naturaleza?<<strong>br</strong> />
Para efectos de este trabajo, entenderemos por epistemología a la manera en cómo<<strong>br</strong> />
concebimos el mundo que nos rodea, el modelo que utilizamos para conocer; es decir, al<<strong>br</strong> />
conjunto de patrones familiares, socioculturales, normas, creencias, escala de valores, que<<strong>br</strong> />
crean un conjunto de significados que impregnan la observación, presentando un mapa de la<<strong>br</strong> />
realidad y poblando de subjetivismo las hipótesis que de ella se construyen (CEBERIO y<<strong>br</strong> />
WATZLAWICK, 1998).<<strong>br</strong> />
Esta manera de percibir la realidad tiene un carácter eminentemente implícito, que se<<strong>br</strong> />
construye en la cotidianidad de la experiencia humana, lejos de nuestros actos concientes, pero<<strong>br</strong> />
que, desde temprana edad, orientan nuestro quehacer en el mundo y van determinando una<<strong>br</strong> />
manera específica de los criterios que validan nuestros actos y los de los demás; es decir,<<strong>br</strong> />
conforman lo que se llama la certidum<strong>br</strong>e humana (MATURANA y VARELA , 1990).<<strong>br</strong> />
La historia de la ciencia y de la epistemología señala que el Realismo (forma de pensamiento<<strong>br</strong> />
asociada a la cultura occidental), se consolida a finales del siglo XVII con el surgimiento de la<<strong>br</strong> />
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racionalidad en el campo del conocimiento científico. El desarrollo de las ciencias clásicas han<<strong>br</strong> />
llevado a suponer que la objetividad, linealidad, causalidad, certeza, orden y verdad han sido<<strong>br</strong> />
formas de construir al mundo, y que el lenguaje tiene fines de representación, o sea que<<strong>br</strong> />
reproduce una imagen del mundo que ha sido apropiada y que se expresa por medio de la<<strong>br</strong> />
pala<strong>br</strong>a.<<strong>br</strong> />
El Realismo puede sintetizarse en tres postulados:<<strong>br</strong> />
1. Existe una realidad exterior, independiente al sujeto que conoce.<<strong>br</strong> />
2. Es única, y<<strong>br</strong> />
3. Aprehensible (puede llegar a conocerse)<<strong>br</strong> />
Aunque esta forma de concebir al mundo surge y se consolida entre las llamadas ciencias<<strong>br</strong> />
naturales, como la física; pronto trasciende a los ámbitos del conocimiento cotidiano, penetra<<strong>br</strong> />
en las instituciones de la sociedad (principalmente en la Escuela) y marca una forma de concebir<<strong>br</strong> />
al mundo.<<strong>br</strong> />
A ello se debe que actualmente no dudemos de la existencia de las cosas independientemente<<strong>br</strong> />
de que las conozcamos, de que pensemos que hay un mundo que está esperando ser<<strong>br</strong> />
descubierto por nosotros y que es posible (con la ayuda de la ciencia y la técnica), conocer<<strong>br</strong> />
cuales son sus propiedades, leyes o regularidades.<<strong>br</strong> />
Ceberio y Watzlawick (1998), señalan que este modelo de pensamiento conduce a la<<strong>br</strong> />
convicción de que las cosas suceden ajenas a los humanos y por lo tanto fuera de la esfera de<<strong>br</strong> />
nuestra influencia.<<strong>br</strong> />
Concebir al mundo de esta manera, indudablemente lleva a la construcción de una escala de<<strong>br</strong> />
valores, en la que muchos de ellos están más allá de la experiencia humana.<<strong>br</strong> />
Sin embargo, el desarrollo de la ciencia y la técnica de los últimos años, junto con la aparición de<<strong>br</strong> />
las empresas transnacionales, la polarización de la riqueza, el desarrollo de Internet y el avance<<strong>br</strong> />
de la interrelación global, entre otros; modificó rápidamente el escenario mundial. Se<<strong>br</strong> />
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desencadenó la sociedad de la información, se generó la necesidad de un aprendizaje<<strong>br</strong> />
permanente y, como consecuencia, las principales instituciones sociales encargadas de<<strong>br</strong> />
reproducir y transmitir la cultura, como la iglesia, la familia y la escuela, cedieron su papel a los<<strong>br</strong> />
medios de comunicación, lo que provocó la pérdida del control de la sociedad so<strong>br</strong>e sus<<strong>br</strong> />
integrantes. También se relajaron los lazos de solidaridad, respeto y cooperación y, so<strong>br</strong>e todo,<<strong>br</strong> />
empezó a tomar fuerza considerable el individualismo, donde cada sujeto o familia lucha por<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>evivir, muchas veces a costa de los demás.<<strong>br</strong> />
Aquí ubicamos en buena parte la crisis de nuestros valores. Consideramos que éstos han dejado<<strong>br</strong> />
de ser funcionales ante las nuevas características de las sociedades y que no es posible pedir o<<strong>br</strong> />
exigir el mismo tipo de conductas cuando las condiciones en las que so<strong>br</strong>evivimos han cambiado<<strong>br</strong> />
radicalmente.<<strong>br</strong> />
Por esto, es necesario desandar el camino, es necesario reconocer desde qué referentes hemos<<strong>br</strong> />
construido el mundo en que vivimos, y develar nuestra epistemología como sociedad y tomar<<strong>br</strong> />
conciencia de nuestros actos.<<strong>br</strong> />
EL CONSTRUCTIVISMO O INDAGACIÓN DE LA REALIDAD<<strong>br</strong> />
En las últimas décadas una forma alternativa de concebir al mundo se está a<strong>br</strong>iendo paso al<<strong>br</strong> />
interior de las sociedades. Esta forma de concebir al mundo demanda el reconocimiento de que<<strong>br</strong> />
la realidad es producto de la experiencia humana; que hemos sido nosotros (y sólo nosotros),<<strong>br</strong> />
quienes hemos atribuido significado a cuanto nos rodea (WATZLAWICK, 1988).<<strong>br</strong> />
Esta epistemología, denominada Constructivismo, plantea, a diferencia del Realismo, que la<<strong>br</strong> />
realidad no puede ser conocida tal cual es y en consecuencia sólo no queda la posibilidad de<<strong>br</strong> />
inventar o construir realidades.<<strong>br</strong> />
Glasersfeld (1996) condensa lo anterior en sus postulados del constructivismo:<<strong>br</strong> />
La relación entre saber y realidad es una adaptación o ajuste en el sentido funcional.<<strong>br</strong> />
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El conocimiento no se recibe pasivamente, ni a través de los sentidos, ni por medio de la<<strong>br</strong> />
comunicación, sino que es construido activamente por el sujeto cognoscente.<<strong>br</strong> />
La función de la cognición es adaptativa y sirve a la organización del mundo experiencial<<strong>br</strong> />
del sujeto, no al descu<strong>br</strong>imiento de una realidad ontológica objetiva.<<strong>br</strong> />
Lo anterior nos lleva a tener otra perspectiva del mundo que nos rodea. Se abandona el<<strong>br</strong> />
absolutismo de la certeza, y las preguntas auto-referenciales acerca de ¿quién soy? ¿Dónde<<strong>br</strong> />
estoy? introducen al contexto como matriz de significados y posibilitan situar al ser humano en<<strong>br</strong> />
el sistema de creencias al cual pertenece (CEBERIO y WATZLAWICK, 1998).<<strong>br</strong> />
Esta visión del mundo permite generar otras formas de explicar la realidad. En principio<<strong>br</strong> />
considera al ser humano como un constructor de conocimientos, lo que implica que no es<<strong>br</strong> />
posible transmitir conocimiento y que la conducta del otro es producto de las significaciones y<<strong>br</strong> />
resignificaciones que éste realiza en función de sus conocimientos previos.<<strong>br</strong> />
Desde esta perspectiva, el lenguaje permite construir realidades en la práctica y no reproducir<<strong>br</strong> />
imágenes del mundo.<<strong>br</strong> />
En este sentido, podemos entender al conjunto de valores como construcciones sociales viables<<strong>br</strong> />
que contribuyen a la supervivencia de determinado núcleo social, que son construidas en el<<strong>br</strong> />
entramado de las interacciones y que son corresponsables de su funcionalidad los que en ellas<<strong>br</strong> />
participan.<<strong>br</strong> />
Esta perspectiva permite entonces, recuperar la potencia de instituciones como la familia o la<<strong>br</strong> />
escuela en el proceso de construir el contexto en el que se vive.<<strong>br</strong> />
Desde esta manera, el contexto escolar adquiere una dimensión diferente y, con ello, tiene la<<strong>br</strong> />
posibilidad de influir en la construcción de una sociedad diferente, donde valores como<<strong>br</strong> />
solidaridad y cooperación sean retomados.<<strong>br</strong> />
IMPLICACIONES EN EL AULA<<strong>br</strong> />
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Al sostener el Realismo la posibilidad de conocer la realidad tal cual es, se generan implicaciones<<strong>br</strong> />
psicopedagógicas que convierten al proceso de aprendizaje en una actividad que posibilita al<<strong>br</strong> />
estudiante apropiarse de las características y propiedades del mundo que le rodea.<<strong>br</strong> />
Al asumir implícitamente o explícitamente esta visión realista, el papel del docente y del<<strong>br</strong> />
estudiante queda definido de antemano. El docente será el que sabe y el estudiante el que<<strong>br</strong> />
aprende. El aprendizaje consistirá en la aprehensión de la realidad como conocimiento único. La<<strong>br</strong> />
enseñanza entonces se centrará en los procedimientos y se podrán evaluar objetivamente los<<strong>br</strong> />
aprendizajes.<<strong>br</strong> />
La reflexión so<strong>br</strong>e el impacto social de esta visión del mundo, permite al maestro comprender<<strong>br</strong> />
que su práctica docente se rige por imaginarios sociales que tienen un carácter eminentemente<<strong>br</strong> />
implícito y que, sólo en la medida que estos elementos se hagan explícitos, podrá efectuarse en<<strong>br</strong> />
él un cambio que lo lleve a modificar sus concepciones.<<strong>br</strong> />
Por otra parte, el Constructivismo asume una visión del mundo que propone la imposibilidad de<<strong>br</strong> />
poder aprehender la realidad tal cual es, quedándonos sólo la posibilidad de construir<<strong>br</strong> />
realidades a partir de nuestras experiencias; por lo que toda explicación del mundo o de los<<strong>br</strong> />
fenómenos que en él ocurren, son construcciones cognitivas que lejos de aprehenderlo, lo<<strong>br</strong> />
modelan o lo construyen.<<strong>br</strong> />
Las implicaciones psicopedagógicas derivadas del constructivismo son muy diferentes (y hasta<<strong>br</strong> />
excluyentes) a las implicaciones del Realismo. Entre otras, podemos citar que el estudiante sería<<strong>br</strong> />
el constructor de su conocimiento, el maestro se convertiría en un facilitador, las bases del<<strong>br</strong> />
aprendizaje serían las ideas previas, el aprendizaje escolar consistiría en la formación de<<strong>br</strong> />
consensos con base en diferenciación de modelos y el aprendizaje sería reflexivo y cooperativo.<<strong>br</strong> />
Estas implicaciones son incompatibles con la gran mayoría de propuestas <strong>edu</strong>cativas que se han<<strong>br</strong> />
derivado desde una perspectiva realista, en donde la enseñanza y el aprendizaje de la ciencia<<strong>br</strong> />
tienen como finalidad la aprehensión de las propiedades del mundo que nos rodea.<<strong>br</strong> />
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CONCLUSIONES<<strong>br</strong> />
Partiendo de que el conocimiento se construye desde una perspectiva individual y social, los<<strong>br</strong> />
roles de los actores en el aula son redimensionados: por un lado el estudiante se convierte en<<strong>br</strong> />
un constructor de conocimientos a partir de sus ideas previas, que se adquieren no solo en la<<strong>br</strong> />
escuela sino en el contexto social en el que se desarrolla.<<strong>br</strong> />
Por otro lado y ante la imposibilidad de transmitir conocimientos, el maestro se convierte en un<<strong>br</strong> />
facilitador, en un mediador, que proporciona ayuda pedagógica para que el estudiante pueda<<strong>br</strong> />
realizar por si solo, lo que en cierto momento no puede hacer si no es con ayuda de un adulto o<<strong>br</strong> />
de un experto.<<strong>br</strong> />
Pero la clave está en lo que el estudiante aprende bajo la perspectiva constructivista. El<<strong>br</strong> />
conocimiento, en particular el científico, no es un conjunto de teorías que recuperan las<<strong>br</strong> />
propiedades de la naturaleza. La visión constructivista del mundo sostiene que el hom<strong>br</strong>e ha<<strong>br</strong> />
generado una serie de representaciones sociales, que lejos de descu<strong>br</strong>ir al mundo, lo modelan o<<strong>br</strong> />
lo construyen (POZO y GÓMEZ, 2000).<<strong>br</strong> />
Esto lleva a una imagen diferente de lo que es ciencia y del quehacer científico, una imagen en<<strong>br</strong> />
donde no hay verdades acabadas, sino la búsqueda de procedimientos y modelos que den<<strong>br</strong> />
respuesta cada día de manera más funcional a los problemas que enfrentamos como seres<<strong>br</strong> />
humanos.<<strong>br</strong> />
Asumir esta concepción podría cambiar las dinámicas de las aulas: Partiendo del respeto por las<<strong>br</strong> />
construcciones iniciales de los estudiantes, el docente podría idear estrategias que permitan<<strong>br</strong> />
confrontar dichas construcciones con las de sus compañeros y compararlas con las explicaciones<<strong>br</strong> />
socialmente validadas, compartiendo significados que le permitan moverse funcionalmente en<<strong>br</strong> />
diversos contextos.<<strong>br</strong> />
Si trasladamos este procedimiento fuera de la escuela y entendemos que cada individuo tiene<<strong>br</strong> />
diferentes representaciones y significados (que no forzosamente coinciden con las personales),<<strong>br</strong> />
que en el fondo tienen para cada quien la misma validez, y respetamos de principio la<<strong>br</strong> />
característica que tiene el construir conocimientos y representaciones; estaremos en<<strong>br</strong> />
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condiciones de empezar a buscar nuevas vías de entendimiento y nuevas formas de<<strong>br</strong> />
relacionarnos, en donde cada uno de nosotros juguemos concientemente nuestro papel de<<strong>br</strong> />
corresponsables en la solución de los problemas que enfrentamos como sociedad.<<strong>br</strong> />
Quizá así entonces el respeto y la tolerancia podrían ser la base de convivencia en la sociedad,<<strong>br</strong> />
para afrontar las diferencias de ideas, costum<strong>br</strong>es y creencias.<<strong>br</strong> />
De esta forma estaremos en condiciones de mantener o replantear nuestra escala de valores<<strong>br</strong> />
para vivir de forma humana en esta sociedad, aprovechando el conocimiento y las tecnologías,<<strong>br</strong> />
que nos permitan afrontar con éxito y viabilidad los grandes retos que tenemos como raza<<strong>br</strong> />
humana.<<strong>br</strong> />
REFERENCIAS<<strong>br</strong> />
CEBERIO, M.; WATZLAWICK, P. La Construcción del universo. España: Herder, 1998.<<strong>br</strong> />
CHALMERS, A. ¿Que es esa cosa llamada ciencia? 3.ed., México: Siglo XXI editores, 2001.<<strong>br</strong> />
CORTINA, A. La <strong>edu</strong>cación y los valores. Madrid: Fundación Argentaria/ Biblioteca Nueva, 2000.<<strong>br</strong> />
GLASERSFELD, E. von. Construcciones de la Experiencia Humana. V.1. España: Pakman M.<<strong>br</strong> />
Gedisa, 1996.<<strong>br</strong> />
JUÁREZ, A.; JUÁREZ, J. La magia de construir y aprender ciencia. 3.ed. México: Ed. Lunarena,<<strong>br</strong> />
2004.<<strong>br</strong> />
MATURANA, H.; VARELA, F. El árbol del conocimiento. España: Ed. Debate, 1990.<<strong>br</strong> />
POZO, J. I.; GÓMEZ, C. M. A. Aprender y enseñar ciencia. 2.ed. España: Morata, 2000.<<strong>br</strong> />
WATZLAWICK, P. La realidad inventada. Argentina: Ed. Gedisa, 1988.<<strong>br</strong> />
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LA PREPARACIÓN EN FÍSICA Y SU ENSEÑANZA DEL PROFESOR DE<<strong>br</strong> />
CIENCIAS EXACTAS PARA EL PREUNIVERSITARIO CUBANO Y SU<<strong>br</strong> />
EJEMPLIFICACIÓN EN ÓPTICA<<strong>br</strong> />
Moltó Gil Eduardo<<strong>br</strong> />
Jacas Rodríguez Alfredo<<strong>br</strong> />
Montes de Oca Fernández Santos 30<<strong>br</strong> />
RESUMEN: Actualmente en Cuba se forma para el nivel preuniversitario un profesor de Ciencias<<strong>br</strong> />
Exactas capacitado para enseñar las asignaturas de Matemática, Física y Computación en ese<<strong>br</strong> />
nivel de <strong>edu</strong>cación. En su preparación el profesor recibe un primer año con un alto componente<<strong>br</strong> />
académico en la universidad y un tiempo de familiarización laboral en la escuela. En este primer<<strong>br</strong> />
año comienza su preparación en Física y el resto de estas asignaturas. A partir del segundo año,<<strong>br</strong> />
pasa a enseñar en uno o dos grupos las referidas asignaturas bajo la asesoría de un profesor de<<strong>br</strong> />
la escuela y continúa su formación académica en Física con un menor tiempo académico<<strong>br</strong> />
presencial. En este trabajo se analiza cómo es la preparación de este profesor en general y se<<strong>br</strong> />
explica cómo es en particular en Física y su enseñanza para desarrollar su labor en la escuela. Se<<strong>br</strong> />
ejemplifica cómo se desarrolla esta preparación en los aspectos de Optica y se explican los<<strong>br</strong> />
materiales elaborados para la misma, los cuales se encuentran en un CD elaborados por los<<strong>br</strong> />
autores de este trabajo.<<strong>br</strong> />
PALABRAS LLAVES: Educación Preuniversitario de Cuba; Preparación del docente en Física;<<strong>br</strong> />
Óptica.<<strong>br</strong> />
RESUMO: Atualmente, em Cuba, forma-se um professor universitário de Ciências Exatas<<strong>br</strong> />
capacitado para ensinar as disciplinas de Matemática, Física e Informática. Em sua formação, o<<strong>br</strong> />
professor recebe no primeiro ano um alto componente acadêmico na universidade e um tempo<<strong>br</strong> />
de estágio na escola. A partir do segundo ano, passa a ensinar em um dos grupos das referidas<<strong>br</strong> />
disciplinas assessorando o professor titular da escola e continua sua formação acadêmica em<<strong>br</strong> />
Física com um menor tempo de aulas presenciais. Neste artigo, analisamos como é a preparação<<strong>br</strong> />
deste professor em geral e se explica como, em particular na Física, se desenvolve de estágio na<<strong>br</strong> />
escola, exemplica-se como se desenvolve esta formação no conteúdo de Óptica e os materiais<<strong>br</strong> />
elaborados para o mesmo, os quais se encontram em um CD elaborado pelos autores deste<<strong>br</strong> />
trabalho.<<strong>br</strong> />
PALAVRAS-CHAVES: Ensino Superior Cubano; Formação do professor de Física; Óptica.<<strong>br</strong> />
30 Universidad Pedagógica “Enrique José Varona”. Ciudad Habana, Cuba. E-mail: emolto@info.isctn.<strong>edu</strong>.cu<<strong>br</strong> />
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INTRODUCCIÓN<<strong>br</strong> />
La formación de profesores de Física en Cuba comenzó en las Facultades de Educación de las<<strong>br</strong> />
universidades cubanas en 1964. Hasta ese momento no se habían formado profesores de Física<<strong>br</strong> />
en Cuba. Se comenzó a formar un profesor de Física para el nivel medio de <strong>edu</strong>cación<<strong>br</strong> />
(Preuniversitario) y otro para el nivel básico de <strong>edu</strong>cación. Este último se preparaba para<<strong>br</strong> />
enseñar otra asignatura además de la Física. Esto fue así hasta que en 1971 se comenzó a<<strong>br</strong> />
formar un profesor de Física preparado para enseñar en ambos niveles de <strong>edu</strong>cación pero<<strong>br</strong> />
solamente Física<<strong>br</strong> />
En 1976 las Facultades de Educación de las universidades se convirtieron en universidades<<strong>br</strong> />
pedagógicas y se crearon nuevos planes de formación de profesores. Se adaptó el modelo de la<<strong>br</strong> />
Unión Soviética y se continúo formando un profesor de Física preparado para enseñar la Física<<strong>br</strong> />
en cualquier nivel de <strong>edu</strong>cación, así era en la antigua URSS también. El título que recibía este<<strong>br</strong> />
profesor era el de Licenciado en Educación en una determinada especialidad, en este caso<<strong>br</strong> />
Física. Esta formación continúa así hasta que en el curso 2002-2003 se comienzan a introducir<<strong>br</strong> />
importantes transformaciones en la escuela cubana teniendo como una idea central la<<strong>br</strong> />
disminución del número de profesores por alumnos y del número de grupos y de alumnos por<<strong>br</strong> />
profesor.<<strong>br</strong> />
La aplicación de esta idea exigió la transformación de la formación de profesores en Cuba. A<<strong>br</strong> />
partir del curso 2003-2004 se ha comenzado a formar un profesor para el nivel básico de<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cación capaz de impartir cualquier asignatura y un profesor para el nivel medio de<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cación preparado para enseñar tres asignaturas al mismo grupo, en este caso Física,<<strong>br</strong> />
Computación y Matemáticas. Con estos cambios en la preparación de profesores se logra<<strong>br</strong> />
materializar la mencionada idea.<<strong>br</strong> />
En este trabajo se analiza cómo es la preparación de este profesor en general y se explica cómo<<strong>br</strong> />
es en particular en Física y su enseñanza para desarrollar su labor en la escuela. Se ejemplifica<<strong>br</strong> />
cómo se desarrolla esta preparación en los aspectos de Óptica y se explican los materiales<<strong>br</strong> />
elaborados para la misma los cuales se encuentran en un CD elaborados por los autores de este<<strong>br</strong> />
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trabajo cuyo contenido es analizado aquí. Un CD con la misma estructura para cada una de las<<strong>br</strong> />
asignaturas de Física y el mejoramiento de este mismo, es objetivo del colectivo de profesores<<strong>br</strong> />
de Física de esta universidad.<<strong>br</strong> />
También para un mejor entendimiento de esta preparación se plantean las ideas generales en<<strong>br</strong> />
que se sustenta el contenido y la estructuración metodológica del curso de Física de<<strong>br</strong> />
Preuniversitario. También se plantean y analizan cuestiones de la Óptica en el Preuniversitario<<strong>br</strong> />
en este trabajo.<<strong>br</strong> />
PRINCIPALES CARACTERÍSTICAS DE LA PREPARACIÓN INICIAL DEL PROFESOR DE FÍSICA,<<strong>br</strong> />
MATEMÁTICA Y COMPUTACIÓN PARA EL PREUNIVERSITARIO CUBANO<<strong>br</strong> />
A continuación se plantea un esquema del plan de estudio para esta preparación. El esquema<<strong>br</strong> />
incluye los módulos y asignaturas con sus respectivas horas, año y periodo en que se imparte.<<strong>br</strong> />
La duración de este plan de estudio es de cinco años. Posterior al cuadro mostrado se explica la<<strong>br</strong> />
preparación general del estudiante por año de carrera<<strong>br</strong> />
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Esquema del plan de estúdio<<strong>br</strong> />
El modelo de preparación inicial del profesor de Física, Matemática y Computación para la<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cación media concibe la preparación para el trabajo directo con el objeto de su profesión<<strong>br</strong> />
desde el primer año de formación. Para ello tiene un primer año intensivo dividido en tres<<strong>br</strong> />
periodos o bloques. En el primer período que es de ocho semanas, recibe una preparación<<strong>br</strong> />
inicial general. En el segundo período recibe durante 24 semanas un conjunto de asignaturas<<strong>br</strong> />
vinculadas directamente al objeto de su profesión. El ultimo periodo es de práctica laboral en<<strong>br</strong> />
grupo en un Preuniversitario durante 8 semanas. Este bloque no aparece en el esquema<<strong>br</strong> />
mostrado pues este solamente tiene en cuenta las asignaturas y disciplinas que se imparten en<<strong>br</strong> />
el componente académico.<<strong>br</strong> />
En esta práctica visita y analiza clases de Física, Matemática y Computación en los distintos<<strong>br</strong> />
grados para valorar y poner en práctica lo estudiado en los dos periodos anteriores de este<<strong>br</strong> />
primer año. También imparte al menos una clase de cada una de estas asignaturas. Estas clases<<strong>br</strong> />
son observadas,, analizadas y valoradas por los estudiantes formados en equipos. El alumno<<strong>br</strong> />
asiste a esta práctica laboral con los profesores del primer año de la carrera relacionados con<<strong>br</strong> />
estas asignaturas.<<strong>br</strong> />
A partir del segundo año, el estudiante estará al frente de al menos un grupo bajo la dirección<<strong>br</strong> />
de un tutor cada año de estudio para poner en práctica lo aprendido. Un día a la semana los<<strong>br</strong> />
estudiantes lo tienen para el trabajo didáctico en la escuela con su tutor y en el colectivo de la<<strong>br</strong> />
asignatura. En este trabajo en el caso de la Física, preparan clases, resuelven y discuten los<<strong>br</strong> />
problemas y ejercicios de los li<strong>br</strong>os de texto de la escuela, realizan las prácticas de laboratorio y<<strong>br</strong> />
se familiarizan con los materiales didácticos de trabajo entre otras cuestiones.<<strong>br</strong> />
También a partir de este año los estudiantes a la par que hacen su práctica docente cursan las<<strong>br</strong> />
asignaturas de los diferentes módulos que le sirven de fundamento para su trabajo práctico.<<strong>br</strong> />
Esta preparación la hace dividida en tres bloques por año. En tercer año en la asignatura<<strong>br</strong> />
Metodología de la Investigación Educativa, comienzan su preparación para su trabajo de<<strong>br</strong> />
investigación. Este trabajo lo realizan durante los años cuarto y quinto de su carrera bajo la<<strong>br</strong> />
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dirección de un tutor. Termina con la defensa de una tesis de diploma al final del quinto año.<<strong>br</strong> />
Periódicamente se van valorando los resultados que los estudiantes van alcanzando en su<<strong>br</strong> />
trabajo de investigación.<<strong>br</strong> />
Los módulos Formación General, Fundamentos Ideológicos de la Educación Cubana y<<strong>br</strong> />
Fundamentos Pedagógicos de la Educación Cubana en el esquema del plan de estudio<<strong>br</strong> />
planteado, son comunes para la formación de cualquier profesor del Preuniversitario cubano.<<strong>br</strong> />
Los módulos Fundamentos Metodológicos de la Enseñanza y Fundamentos Científicos de las<<strong>br</strong> />
Disciplinas del Área, son específicos para la formación del profesor de Matemática,<<strong>br</strong> />
Computación y Física. A continuación se analiza la preparación específica en Física y su<<strong>br</strong> />
enseñanza de este profesor en estos módulos.<<strong>br</strong> />
ANÁLISIS DE LA PREPARACIÓN ACADÉMICA EN FÍSICA Y SU ENSEÑANZA DEL PROFESOR DE<<strong>br</strong> />
MATEMÁTICA, FÍSICA Y COMPUTACIÓN PARA EL PREUNIVERSITARIO CUBANO<<strong>br</strong> />
Fundamentos Metodológicos para la Enseñanza<<strong>br</strong> />
El estudiante se prepara en el curso de Física del Preuniversitario en la asignatura Física del<<strong>br</strong> />
Preuniversitario y su Enseñanza en este módulo. El mismo se imparte en el segundo bloque del<<strong>br</strong> />
primer año de la carrera en 240 horas. Este curso es impartido por profesores de experiencia en<<strong>br</strong> />
el trabajo en Preuniversitario y en Metodología de la Enseñanza de la Física. Es objetivo de este<<strong>br</strong> />
curso la preparación en la Física del Preuniversitario y su metodología de enseñanza para la<<strong>br</strong> />
futura actuación profesional de este estudiante y en particular para su práctica docente a partir<<strong>br</strong> />
del segundo año También tiene como objetivo servirle al estudiante como modelo de actuación<<strong>br</strong> />
para estos desempeños. En este curso los estudiantes se preparan para el trabajo con los<<strong>br</strong> />
materiales didácticos de la asignatura Física en el Preuniversitario. Al final de cada tema existen<<strong>br</strong> />
horas para que los estudiantes preparen clases y las impartan a sus compañeros de clases. Estas<<strong>br</strong> />
clases son analizadas y valoradas en el grupo de estudio bajo la dirección del profesor de esta<<strong>br</strong> />
asignatura.<<strong>br</strong> />
En este módulo, pero en el último año, se estudia la asignatura Historia de la Ciencia. En la<<strong>br</strong> />
misma se estudia en un primer tema cuestiones generales de la ciencia y su metodología.<<strong>br</strong> />
Posteriormente se pasa a estudiar la historia de la Física, la Matemática y la Computación en<<strong>br</strong> />
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tres temas, uno para cada una. La historia de la Física se estudia de manera conjunta hasta el<<strong>br</strong> />
Renacimiento pasándose a estudiar posteriormente la historia de diferentes temas de la Física.<<strong>br</strong> />
Esto contribuye a que el futuro profesor pueda contar con un material que le <strong>br</strong>inde<<strong>br</strong> />
información directa al enseñar cada parte de la Física en la escuela. Para el estudio de la Historia<<strong>br</strong> />
de la Física se cuenta con un li<strong>br</strong>o electrónico que contiene un li<strong>br</strong>o de Temas de Historia de la<<strong>br</strong> />
Física elaborado por el autor principal de este trabajo, la biografía de los principales físicos que<<strong>br</strong> />
tuvieron que ver con el desarrollo los principales temas de Física se que se estudian en el<<strong>br</strong> />
Preuniversitario cubano y de los premios Nobel de Física hasta el año 2004.<<strong>br</strong> />
Fundamentos Científicos de las Disciplinas del Área<<strong>br</strong> />
El estudiante recibe los contenidos de Matemática que le hacen falta para la Física y para su<<strong>br</strong> />
trabajo además como profesor de Matemáticas y Computación en este módulo. El curso de<<strong>br</strong> />
Física es una profundización, generalización y sistematización de la Física estudiada en el<<strong>br</strong> />
primer año. Su nivel de profundidad en cuanto a la Matemática es la Matemática Elemental, el<<strong>br</strong> />
Alge<strong>br</strong>a, la Geometría Euclidiana y el Cálculo Diferencial e Integral; las ecuaciones diferenciales<<strong>br</strong> />
en una variable se plantean pero no se resuelven por la vía directa de solución de estas. Este<<strong>br</strong> />
curso está dividido en varias asignaturas, como puede verse en el esquema de contenidos<<strong>br</strong> />
planteados anteriormente. Se estudian contenidos de las siguientes partes de la Física:<<strong>br</strong> />
Mecánica, Física Molecular y Teoría de los Gases, Termodinámica, Electromagnetismo, Óptica,<<strong>br</strong> />
Nociones de Teoría de la Relatividad, Física del Átomo y del Núcleo y Partículas Elementales. Los<<strong>br</strong> />
temas de Física que se estudian en su desarrollo tienen en cuenta las características del curso de<<strong>br</strong> />
Física del Preuniversitario y en particular sus ideas básicas, forma de trabajo y ordenamiento de<<strong>br</strong> />
manera que pueda contribuir también al modelo de actuación de este profesional. Le sirven de<<strong>br</strong> />
base fundamentalmente los cursos de, Matemáticas, Física del Preuniversitario y su Enseñanza e<<strong>br</strong> />
Informática en la Enseñanza de la Física y la Matemática. Los li<strong>br</strong>os básicos y otros materiales<<strong>br</strong> />
didácticos para las distintas asignaturas del curso de Física han sido elaborados por profesores<<strong>br</strong> />
de Física de la Universidad Pedagógica “Enrique José Varona”. Los autores de cada uno de estos<<strong>br</strong> />
li<strong>br</strong>os y materiales tuvieron la responsabilidad de la elaboración de los programas actuales del<<strong>br</strong> />
Preuniversitario y los materiales didácticos para los temas correspondientes a estas asignaturas<<strong>br</strong> />
en el mismo. Esto ha garantizado en estos momentos, por primera vez, una relación muy<<strong>br</strong> />
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estrecha entre los programas y materiales con que se cuenta para la preparación en Física del<<strong>br</strong> />
profesor de Preuniversitario y los programas y materiales del curso con los que se trabaja en la<<strong>br</strong> />
escuela .En el caso de la Óptica el programa, ideas básicas, formas de trabajo y los materiales<<strong>br</strong> />
para el Preuniversitario, así como el programa, el li<strong>br</strong>o básico y otros materiales para esta<<strong>br</strong> />
asignatura en la formación de profesores, han sido elaborados por los autores de este trabajo.<<strong>br</strong> />
En los dos epígrafes que siguen a continuación se muestra en el ejemplo de la Óptica cómo las<<strong>br</strong> />
ideas planteadas aquí se aplican. En el resto de las asignaturas de Física se cumple la misma<<strong>br</strong> />
relación. Para ello se analiza primero el estudio de esta rama del saber en el Preuniversitario y<<strong>br</strong> />
posteriormente en la formación de profesores.<<strong>br</strong> />
LA ÓPTICA EN EL CURSO DE FÍSICA DEL PREUNIVERSITARIO CUBANO<<strong>br</strong> />
La Óptica en el curso de Física del Preuniversitario cubano corresponde a la unidad No. 6 del<<strong>br</strong> />
onceno grado y se estudia en 20 horas en un tema titulado Optica Ondulatoria y Cuántica. Esta<<strong>br</strong> />
se estudia a continuación del estudio de las oscilaciones y las ondas mecánicas y<<strong>br</strong> />
electromagnéticas y antes del curso de Física del Átomo. Las ideas so<strong>br</strong>e el contenido y la<<strong>br</strong> />
estructura metodológica en que se sustentan este curso son las mismas que para todo el curso<<strong>br</strong> />
de Física del preuniversitario cubano actualmente. Estas se plantean a continuación.<<strong>br</strong> />
1. Plantear al inicio de cada tema problemáticas globales de interés social y personal para los<<strong>br</strong> />
estudiantes y/o preguntas claves derivadas de estas problemáticas cuyas respuestas servirán de<<strong>br</strong> />
hilo conductor para el desarrollo del tema. Durante el desarrollo del tema irán apareciendo<<strong>br</strong> />
problemáticas particulares que son resueltas a lo largo de cada tema.<<strong>br</strong> />
2. Dirigir el proceso de aprendizaje a través de sistemas de tareas previamente diseñadas que<<strong>br</strong> />
guíen al estudiante en la solución de las problemáticas planteadas y la respuesta a las preguntas<<strong>br</strong> />
claves.<<strong>br</strong> />
3. Formar en los estudiantes, conocimientos, habilidades, valores morales y desarrollar su<<strong>br</strong> />
pensamiento, su imaginación y su creatividad.<<strong>br</strong> />
4. El estudio de las temáticas debe partir de la valoración por los estudiantes de la importancia<<strong>br</strong> />
de lo que va a ser estudiado para su vida y para la sociedad.<<strong>br</strong> />
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5. Incluir temas actuales y más aplicaciones a otras ciencias, la tecnología y la sociedad en<<strong>br</strong> />
general con énfasis en la <strong>edu</strong>cación energética y medio ambiental, la ciencia de materiales, los<<strong>br</strong> />
equipos tecnológicos y la biomedicina.<<strong>br</strong> />
6. Reflejar el carácter cultural, humanista y social de la ciencia.<<strong>br</strong> />
7. En el curso deben existir los siguientes conocimientos generales que se particularizarán en<<strong>br</strong> />
cada temática: utilización de modelos para la explicación de los fenómenos estudiados, sistema,<<strong>br</strong> />
movimiento, interacción, energía, fuerza, trabajo, masa, campo ( hay que analizar la ampliación<<strong>br</strong> />
de estos conocimientos).<<strong>br</strong> />
8. Las leyes deben ser formuladas primero con pala<strong>br</strong>as y después matematizarlas.<<strong>br</strong> />
9. Debe partirse siempre de la valoración de lo que el estudiante debe haber aprendido en la<<strong>br</strong> />
secundaria básica o en su vida diaria, precisando la existencia en ellos de ideas y<<strong>br</strong> />
procedimientos alternativos.<<strong>br</strong> />
10. Los estudiantes deben construir sus propios conocimientos a partir de hacer<<strong>br</strong> />
generalizaciones usando tanto la inducción como la d<strong>edu</strong>cción, así como, deben ser capaces de<<strong>br</strong> />
expresar los significados de los diferentes símbolos y la relación entre los elementos<<strong>br</strong> />
componentes de cada conocimiento y del nuevo conocimiento con otros ya aprendidos.<<strong>br</strong> />
11. Aplicar lo que va a ser aprendido a situaciones fundamentalmente cualitativas y nuevas.<<strong>br</strong> />
Las situaciones cuantitativas serán usadas principalmente para contribuir al aprendizaje de las<<strong>br</strong> />
leyes expresadas en forma Matemática y los algoritmos de trabajo.<<strong>br</strong> />
12. El uso de los procedimientos de trabajo debe ser ejemplificado y debe lograrse que los<<strong>br</strong> />
estudiantes lleguen a ellos como generalización, producto de la realización del sistema de<<strong>br</strong> />
acciones componentes del procedimiento.<<strong>br</strong> />
13. Dar importancia al planteamiento de hipótesis, al desarrollo de habilidades generales y la<<strong>br</strong> />
creatividad del estudiante, al trabajo en equipo, al diseño de experimentos por parte de los<<strong>br</strong> />
estudiantes, al uso correcto de la Matemática y de la expresión oral y escrita en la lengua<<strong>br</strong> />
materna, a la acotación de problemáticas abiertas y al uso de la Informática en los aspectos<<strong>br</strong> />
siguientes: búsqueda y planteamiento de información, realización de cálculos numéricos, uso de<<strong>br</strong> />
programas inteligentes, simulación y automatización de experimentos.<<strong>br</strong> />
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14. Planteamiento de trabajos de investigación referativos y tareas extraclases so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
aplicaciones de la Física y la vida de físicos.<<strong>br</strong> />
15. Existir al final de cada tema tareas de sistematización y consolidación tanto cualitativas<<strong>br</strong> />
como cuantitativas de los contenidos del tema, así como propiciar que los estudiantes hagan<<strong>br</strong> />
resúmenes y generalizaciones del estudio realizado.<<strong>br</strong> />
16. Ser más sistemática la evaluación en correcta armonía con la evaluación parcial y final y que<<strong>br</strong> />
tenga en cuenta además del dominio por parte de los alumnos de los conocimientos y<<strong>br</strong> />
habilidades, aspectos tales como: realización de los informes y trabajos extraclases; asistencia,<<strong>br</strong> />
puntualidad, disciplina en las actividades docentes, participación en las clases, solidaridad con<<strong>br</strong> />
sus compañeros de aula y otros valores Morales.<<strong>br</strong> />
17. Introducir en los temas lo histórico y el estudio de las biografías de físicos, siempre que sea<<strong>br</strong> />
posible.<<strong>br</strong> />
18. Lograr la relación interdisciplinaria con las asignaturas de Matemática, Química,<<strong>br</strong> />
Informática. y Español.<<strong>br</strong> />
19. Contribuir a una conducta autodidacta, privilegiando, como objetivo y contenido esencial,<<strong>br</strong> />
que el alumno estudie y se prepare de forma independiente, no solo en su actividad extra clase<<strong>br</strong> />
sino en la propia clase, desarrollando sus capacidades y habilidades en correspondencia con las<<strong>br</strong> />
características de la actividad científica investigadora.<<strong>br</strong> />
20. Propiciar la correcta comunicación, en particular, el uso adecuado del idioma español tanto<<strong>br</strong> />
en su forma oral como escrita.<<strong>br</strong> />
21. Propiciar una visión global de la naturaleza física de los sistemas y sus cambios, sus<<strong>br</strong> />
relaciones con la estructura y las propiedades de los mismos, su comportamiento energético a<<strong>br</strong> />
partir de sus interacciones entre estos y el medio ambiente.<<strong>br</strong> />
22. Propiciar la participación de los estudiantes en la planificación de las acciones que realizará<<strong>br</strong> />
con determinada instalación experimental.<<strong>br</strong> />
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23. Hacer que los estudiantes busquen independientemente en li<strong>br</strong>os, revistas, medios<<strong>br</strong> />
electrónicos, u otros, información necesaria para solucionar un problema.<<strong>br</strong> />
24. Propiciar la planificación, construyendo una guía, la confección del informe so<strong>br</strong>e la solución<<strong>br</strong> />
de un problema en clases.<<strong>br</strong> />
25. Establecer las ventajas y limitaciones de una idea teórica, de un experimento o de un<<strong>br</strong> />
problema resuelto.<<strong>br</strong> />
Los objetivos y temáticas de la Óptica en el Preuniversitario se plantean a continuación.<<strong>br</strong> />
Objetivos<<strong>br</strong> />
• Valorar el impacto que en la ciencia, la tecnología, la sociedad y en general en la cultura,<<strong>br</strong> />
ha tenido la Óptica desde finales del siglo XIX hasta la actualidad.<<strong>br</strong> />
• Explicar qué es la luz, la luz polarizada y sus principales características<<strong>br</strong> />
• Explicar fenómenos naturales tales como: el arcoiris, el azul del cielo, la coloración de las<<strong>br</strong> />
pompas jabonosas y el funcionamiento de equipos y dispositivos que se basan en los<<strong>br</strong> />
fenómenos estudiados tales como: el ojo humano, las láminas polarizadoras, los<<strong>br</strong> />
polarímetros, diferentes alarmas optoelectrónicas,<<strong>br</strong> />
• Caracterizar el patrón de interferencia obtenido en el experimento de Young y con una<<strong>br</strong> />
red de difracción, precisando los cambios que sufren los mismos al variar algunos de los<<strong>br</strong> />
parámetros de los que depende su obtención.<<strong>br</strong> />
• Explicar en qué consiste el modelo de cuerpo negro<<strong>br</strong> />
• Plantear las características de algunos tipos de radiación luminosa correspondiente a<<strong>br</strong> />
diferentes zonas del espectro luminoso<<strong>br</strong> />
• Plantear las principales características y aplicaciones de la luz producida por un LASER .<<strong>br</strong> />
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• Explicar la hipótesis de Planck.<<strong>br</strong> />
• Establecer la relación entre la energía, la masa y la cantidad de movimiento (magnitudes<<strong>br</strong> />
corpúsculares) y la frecuencia y la longitud de onda (magnitudes ondulatorias) de la luz.<<strong>br</strong> />
• Valorar los principales problemas relacionados con el respeto ambiental, la emisión de<<strong>br</strong> />
gases de efecto invernadero que enfrenta la humanidad y la situación de nuestro país.<<strong>br</strong> />
• Interpretar filosóficamente la relación entre la masa y la energía.<<strong>br</strong> />
• Calcular la longitud de onda de la luz con el experimento de Young y con una red de<<strong>br</strong> />
difracción a partir del conocimiento de los parámetros que los caracterizan<<strong>br</strong> />
• Calcular la intensidad de la luz después que atraviesa una lámina polarizada o una<<strong>br</strong> />
superficie de un espesor dado.<<strong>br</strong> />
• Calcular de la energía cinética de los fotoelectrones conocida la frecuencia de la luz<<strong>br</strong> />
incidente y el trabajo de extracción de un material.<<strong>br</strong> />
• Hallar la energía, la masa y la cantidad de movimiento de una luz conocida su frecuencia<<strong>br</strong> />
o su longitud de onda y/o su velocidad.<<strong>br</strong> />
• Valorar en qué consiste la dualidad ondulatorio - corpúscular de la materia.<<strong>br</strong> />
• Exhibir, durante la resolución de las situaciones problémicas, rasgos positivos de la<<strong>br</strong> />
personalidad de los hom<strong>br</strong>es de ciencia como: actitud inquisitiva, de penetración en la<<strong>br</strong> />
esencia de las cosas, fenómenos o procesos, espíritu crítico ante la labor realizada,<<strong>br</strong> />
tenacidad, disciplina, iniciativa, independencia y creatividad.<<strong>br</strong> />
Temáticas<<strong>br</strong> />
Radiaciones luminosas. Velocidad de la luz. Refracción de la luz. Índice de refracción. Dispersión<<strong>br</strong> />
de la luz. Principales características y aplicaciones de la luz producida por un LASER .Absorción<<strong>br</strong> />
de la luz. Leyes de la reflexión y refracción de la luz. Paso de la luz a través de un prisma.<<strong>br</strong> />
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Obtención de luz blanca. Difusión de la luz. Interferencia de la luz. Experimento de Young.<<strong>br</strong> />
Interferencia en láminas delgadas. Difracción de la luz. Redes de difracción. Luz natural y luz<<strong>br</strong> />
polarizada. Ley de Malus. Polarización por reflexión y por difusión de la luz.. Actividad óptica.<<strong>br</strong> />
Radiación térmica. Cuerpo negro. Leyes de la radiación del cuerpo negro. Calentamiento Global<<strong>br</strong> />
y efecto invernadero. Cuantos de luz. Efecto fotoeléctrico. Fotones. Dualidad corpuscularondulatoria<<strong>br</strong> />
de la luz.<<strong>br</strong> />
Para el estudio del tema se ha escrito un material didáctico confeccionado en forma de sistema<<strong>br</strong> />
de tareas por los autores de este trabajo que le sirve a los profesores para la realización de sus<<strong>br</strong> />
clases. Este sistema de tareas conforman las distintas clases que se encuentran filmadas en<<strong>br</strong> />
vídeo. Estas clases filmadas contienen demostraciones experimentales y orientaciones para el<<strong>br</strong> />
trabajo de laboratorio. Existe un conjunto de cassettes de vídeo con estas clases filmadas en<<strong>br</strong> />
cada Preuniversitario del país. Este sistema de tareas se encuentra en el CD confeccionado por<<strong>br</strong> />
los autores de este trabajo. El mismo fue entregado a cada provincia de <strong>edu</strong>cación y<<strong>br</strong> />
universidades pedagógicas del país para su instalación en las redes internas de informática de<<strong>br</strong> />
los distintos Preuniversitarios del país y en las universidades pedagógicas por lo que le sirve<<strong>br</strong> />
tanto a los profesores en ejercicio, como a los profesores en formación y a los alumnos de<<strong>br</strong> />
Preuniversitario directamente.<<strong>br</strong> />
LA ÓPTICA EN EL CURSO DE FÍSICA PARA LA FORMACIÓN INICIAL DE PROFESORES DE ESTA<<strong>br</strong> />
ASIGNATURA<<strong>br</strong> />
La Óptica en la formación inicial de profesores se estudia en el tercer año de la carrera en dos<<strong>br</strong> />
bloques de 10 y 14 horas cada uno, después de estudiarse la Mecánica y el Electromagnetismo,<<strong>br</strong> />
incluyendo las ondas mecánicas y electromagnéticas y antes de la Física del Átomo. Las ideas<<strong>br</strong> />
metodológicas fundamentales en que se basa el desarrollo de este curso se plantean a<<strong>br</strong> />
continuación. La ideas generales planteadas aquí son válidas para los distintos cursos de Física:<<strong>br</strong> />
1. Dirigir el proceso de aprendizaje a través de sistemas de tareas previamente diseñadas<<strong>br</strong> />
que guíen al estudiante en la solución de situaciones físicas planteadas y den respuesta<<strong>br</strong> />
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a preguntas claves derivadas de problemáticas de interés social y personal para los<<strong>br</strong> />
Estudiantes.<<strong>br</strong> />
2. Inclusión de aplicaciones de lo estudiado a otras ciencias, la tecnología y la sociedad en<<strong>br</strong> />
general.<<strong>br</strong> />
3. Tomar la magnitud energía y el concepto de campo electromagnético como hilo<<strong>br</strong> />
conductor para el desarrollo del curso.<<strong>br</strong> />
4. D<strong>edu</strong>cir la mayoría de las ecuaciones con las que se trabaje, después que estas han sido<<strong>br</strong> />
inducidas, considerando que se está formando un profesor de Física y Matemática.<<strong>br</strong> />
5. Explicar los fenómenos estudiados a partir de la utilización de modelos para la luz.<<strong>br</strong> />
6. Partir siempre de la valoración de lo que el estudiante debe haber aprendido en la<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cación general, en su vida diaria, en cursos anteriores de Física o en el propio curso,<<strong>br</strong> />
precisando la existencia en ellos de ideas y procedimientos alternativos.<<strong>br</strong> />
7. Aplicar lo aprendido a situaciones físicas tanto cualitativas como cuantitativas aunque<<strong>br</strong> />
las cuantitativas son más bien para la fijación de las leyes. Todas las tareas extraclases<<strong>br</strong> />
cualitativas y cuantitativas de la <strong>edu</strong>cación general cubana están contenidas en el<<strong>br</strong> />
material.<<strong>br</strong> />
8. La Matemática utilizada es el Alge<strong>br</strong>a, la Geometría, la Trigonometría, el conocimiento<<strong>br</strong> />
de las Funciones Elementales y del Cálculo Diferencial e Integral en una variable.<<strong>br</strong> />
9. Planteamiento de trabajos de investigación referativos y tareas extraclases so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
aplicaciones de la Física y el estudio de la vida de físicos.<<strong>br</strong> />
LOS TEMAS, SUS OBJETIVOS Y TEMÁTICAS DEL CURSO DE ÓPTICA EN ESTE NIVEL DE<<strong>br</strong> />
EDUCACIÓN SE PLANTEAN A CONTINUACIÓN<<strong>br</strong> />
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Tema 1: Introducción al estudio de la Óptica. Leyes y principios de la Óptica Geométrica<<strong>br</strong> />
Temáticas:<<strong>br</strong> />
Radiaciones luminosas. Velocidad de la luz. Refracción de la luz. Índice de refracción.<<strong>br</strong> />
Dispersión de la luz. Absorción de la luz. Visibilidad de los objetos. Reflexión de la luz.<<strong>br</strong> />
Reflexión total. Fi<strong>br</strong>as ópticas. Principios de la Óptica Geométrica. Leyes de la reflexión y<<strong>br</strong> />
refracción de la luz. Paso de la luz a través de un prisma. Principio de Fermat. Coloración de<<strong>br</strong> />
los objetos. Paso de la luz a través de medios no homogéneos. Difusión de la luz<<strong>br</strong> />
Objetivos:<<strong>br</strong> />
1. Explicar qué estudia la Óptica, qué es la luz y sus principales características.<<strong>br</strong> />
2. Explicar en qué consisten los fenómenos de reflexión, reflexión total, refracción,<<strong>br</strong> />
absorción de la luz, dispersión y difusión de la luz.<<strong>br</strong> />
3. Expresar los principios de la Óptica Geométrica y las leyes de la reflexión y la refracción<<strong>br</strong> />
de la luz explicando qué información dan estas leyes.<<strong>br</strong> />
4. D<strong>edu</strong>cir las leyes de la reflexión y de la refracción a partir del Principio de Fermat.<<strong>br</strong> />
5. Plantear las condiciones para que exista reflexión total.<<strong>br</strong> />
6. Explicar la Ley de Bouguer para la absorción y la de Rayleigh para la difusión.<<strong>br</strong> />
7. Explicar por qué se ven los objetos y por qué estos se ven coloreados.<<strong>br</strong> />
8. Explicar cómo es que el prisma descompone la luz blanca en sus colores componentes.<<strong>br</strong> />
9. Explicar situaciones físicas y el funcionamiento de equipos y dispositivos que se basan en<<strong>br</strong> />
los fenómenos estudiados.<<strong>br</strong> />
Tema 2 Aplicaciones de la Óptica Geométrica<<strong>br</strong> />
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Temáticas:<<strong>br</strong> />
Obtención de imágenes con espejos planos y esféricos. Refracción en una superficie esférica.<<strong>br</strong> />
Obtención de imágenes con lentes delgadas convergentes y divergentes. Aberraciones de las<<strong>br</strong> />
lentes. Estudio de los instrumentos ópticos siguientes: el ojo humano, diferentes tipos de<<strong>br</strong> />
telescopios, los espejuelos para corregir aberraciones del ojo humano, la cámara fotográfica, la<<strong>br</strong> />
cámara de vídeo, microscopio compuesto, prismáticos o antojos<<strong>br</strong> />
transparencias o filminas.<<strong>br</strong> />
y proyectores de<<strong>br</strong> />
Objetivos:<<strong>br</strong> />
1. Obtener imágenes con espejos planos, cóncavos y convexos utilizando el método gráfico<<strong>br</strong> />
y el analítico, precisando las magnitudes fundamentales que los caracterizan, el convenio<<strong>br</strong> />
de signo utilizado y de la imagen lo siguiente: tamaño, distancia al espejo, aumento y si<<strong>br</strong> />
es real e invertida.<<strong>br</strong> />
2. Obtener imágenes con lentes delgadas convergentes y divergentes utilizando el método<<strong>br</strong> />
gráfico y el analítico, precisando las magnitudes fundamentales que las caracterizan, el<<strong>br</strong> />
convenio de signo utilizado y de la imagen lo siguiente: tamaño, distancia a la lente,<<strong>br</strong> />
aumento y si es real e invertida.<<strong>br</strong> />
3. Explicar algunas aberraciones de las lentes.<<strong>br</strong> />
4. Explicar el funcionamiento de los instrumentos ópticos siguientes: el ojo humano,<<strong>br</strong> />
diferentes tipos de telescopios, los espejuelos para corregir aberraciones del ojo<<strong>br</strong> />
humano, la cámara fotográfica, la cámara de vídeo, microscopio compuesto, prismáticos<<strong>br</strong> />
o antojos y proyectores de transparencias o filminas.<<strong>br</strong> />
5. Explicar situaciones físicas y el funcionamiento de equipos y dispositivos que se basan en<<strong>br</strong> />
los fenómenos estudiados.<<strong>br</strong> />
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Tema 3: Interferencia y difracción de la luz.<<strong>br</strong> />
Temáticas<<strong>br</strong> />
Interferencia de la luz. Coherencia. Experimento de Young. Interferencia en láminas delgadas.<<strong>br</strong> />
Difracción de rayos paralelos o de Franhoufer por una rendija. Redes de difracción. Difracción<<strong>br</strong> />
de rayos paralelos en un orificio circular. Breve estudio de los rayos x. Interferencia de rayos X<<strong>br</strong> />
Objetivos:<<strong>br</strong> />
1. Explicar en qué consiste la interferencia y la difracción de la luz y cuáles son las<<strong>br</strong> />
condiciones para que estos fenómenos ocurran.<<strong>br</strong> />
2. Explicar por qué es necesario la coherencia de los haces luminosos para que se produzca<<strong>br</strong> />
un patrón de interferencia de la luz .<<strong>br</strong> />
3. Explicar el patrón de interferencia obtenido con un experimento de Young y con una red<<strong>br</strong> />
de difracción y el patrón obtenido con una rendija.<<strong>br</strong> />
4. Explicar qué variaciones sufren cada uno de los patrones mencionado anteriormente<<strong>br</strong> />
cuando se varían algunos de los parámetros de los que depende su obtención.<<strong>br</strong> />
5. Calcular la longitud de onda de la luz con un experimento de Young y con una red de<<strong>br</strong> />
difracción.<<strong>br</strong> />
6. Plantear las condiciones para la anulación de máximos de interferencia debido a la<<strong>br</strong> />
consideración del ancho de la rendija.<<strong>br</strong> />
7. Explicar en qué consisten los anillos de Newton y cuál es la utilidad de su estúdio.<<strong>br</strong> />
8. Expresar las condiciones de máximo y mínimo para el caso del experimento de Young y<<strong>br</strong> />
para la interferencia en láminas delgadas.<<strong>br</strong> />
9. Plantear aplicaciones de la interferencia en láminas delgadas.<<strong>br</strong> />
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10. Plantear aplicaciones de la difracción de Franhoufer por una rendija y por un orificio<<strong>br</strong> />
circular.<<strong>br</strong> />
11. Plantear en qué consiste el poder separador y la dispersión angular y el criterio de<<strong>br</strong> />
Rayleigh, precisando con qué aspectos de patrón obtenido están relacionados ambos<<strong>br</strong> />
conceptos.<<strong>br</strong> />
12. Hallar el poder separador y la dispersión angular de una red de difracción.<<strong>br</strong> />
13. Explicar algunas características de los rayos X, en qué consiste la interferencia de los<<strong>br</strong> />
mismos por los cristales, precisando la utilidad de su estúdio.<<strong>br</strong> />
14. Explicar situaciones físicas y el funcionamiento de equipos y dispositivos que se basan en<<strong>br</strong> />
los fenómenos estudiados.<<strong>br</strong> />
Tema 4. Polarización de la Luz<<strong>br</strong> />
Temáticas<<strong>br</strong> />
Luz natural y luz polarizada. Ley de Malus. Paso de la luz a través de sustancias anisótropas.<<strong>br</strong> />
Dicroismo. Prisma de Nicol. Polarización por reflexión y por difusión de la luz.. Actividad óptica.<<strong>br</strong> />
Objetivos:<<strong>br</strong> />
1. Explicar las características de la luz natural, lineal, parcial, circular y elípticamente<<strong>br</strong> />
polarizada.<<strong>br</strong> />
2. Explicar la Ley de Malus, la Ley de Brewster, la actividad óptica, el paso de la luz a través<<strong>br</strong> />
de sustancias anisótropas y la polarización de la luz por difusión.<<strong>br</strong> />
3. Explicar qué son y el funcionamiento de una lámina polarizadora y de un prisma de Nicol.<<strong>br</strong> />
4. Explicar el funcionamiento de los polarímetros y sus posibles aplicaciones.<<strong>br</strong> />
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5. Determinar si estamos en presencia de una luz natural o linealmente polarizada.<<strong>br</strong> />
6. Explicar situaciones físicas y el funcionamiento de equipos y dispositivos que se basan en<<strong>br</strong> />
los fenómenos estudiados.<<strong>br</strong> />
Tema 5: Nociones de Óptica Cuántica<<strong>br</strong> />
Temáticas<<strong>br</strong> />
Radiación térmica. Cuerpo negro. Leyes de la radiación del cuerpo negro. Calentamiento<<strong>br</strong> />
Global y efecto invernadero. Estudio y aplicaciones de algunas fuentes de radiación. Cuantos<<strong>br</strong> />
de luz. Efecto fotoeléctrico. Fotones Efecto Compton. Fotoquímica. Fotoluminiscencia<<strong>br</strong> />
Dualidad corpuscular <strong>–</strong> ondulatoria de la luz<<strong>br</strong> />
Objetivos:<<strong>br</strong> />
1. Valorar el impacto de la solución que la ciencia ha <strong>br</strong>indado a los problemas<<strong>br</strong> />
fundamentales de la Física de finales del siglo XIX y su incidencia en la ciencia, la<<strong>br</strong> />
tecnología, la sociedad y en general en la cultura.<<strong>br</strong> />
2. Enunciar e interpretar las leyes de la radiación térmica y del cuerpo negro en particular,<<strong>br</strong> />
a partir de la solución de problemas asociados al campo de las ciencias o de interés<<strong>br</strong> />
social y la explicación de fenômenos.<<strong>br</strong> />
3. Plantear las características de algunas fuentes de radiación luminosas y de algunos tipos<<strong>br</strong> />
de luces correspondientes a las diferentes zonas del espectro.<<strong>br</strong> />
4. Explicar la hipótesis de Planck para los cuantos de luz.<<strong>br</strong> />
5. Establecer a través de ejemplos concretos la relación entre la energía, la masa y la<<strong>br</strong> />
cantidad de movimiento (magnitudes corpusculares) y la frecuencia y la longitud de<<strong>br</strong> />
onda (magnitudes ondulatórias).<<strong>br</strong> />
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6. Explicar en qué consiste el efecto fotoeléctrico y sus leyes.<<strong>br</strong> />
7. Aplicar las leyes del efecto fotoeléctrico a la solución de problemas.<<strong>br</strong> />
8. Valorar los principales problemas relacionados con el respecto ambiental, la emisión de<<strong>br</strong> />
gases de efecto invernadero que enfrenta la humanidad y la situación de nuestro país.<<strong>br</strong> />
9. Explicar en que consiste el Efecto Compton, la fotoluminiscencia, la fotoquímica y la<<strong>br</strong> />
dualidad onda-partícula para la luz.<<strong>br</strong> />
10. Explicar situaciones físicas y el funcionamiento de equipos y dispositivos que se basan en<<strong>br</strong> />
los fenómenos estudiados.<<strong>br</strong> />
Si se hace un análisis del curso de Óptica en Preuniversitario y en la formación de profesores se<<strong>br</strong> />
observa que en ambos se estudian los temas de Óptica con el mismo ordenamiento y todas las<<strong>br</strong> />
temáticas que se estudian en el Preuniversitario y los objetivos que se plantean, así como los<<strong>br</strong> />
ejercicios que se plantean resolver se estudian en la formación de profesores, aunque en este<<strong>br</strong> />
último curso algunos aspectos se estudian a un nivel de profundidad mayor desde el punto de<<strong>br</strong> />
vista de la Matemática y el modelo utilizado. Esto permite apreciar que el curso de Óptica en la<<strong>br</strong> />
formación de profesores tiene una salida directa al objeto de la profesión como se planteó<<strong>br</strong> />
anteriormente y constituye una profundización generalización y sistematización del curso de<<strong>br</strong> />
Preuniversitario como se había planteado y por ende del curso la Física del Preuniversitario y su<<strong>br</strong> />
metodologia<<strong>br</strong> />
Por otro lado las ideas en que se basa el curso están en correspondencia con las del curso de<<strong>br</strong> />
Física de Preuniversitario por lo que este curso va a contribuir directamente a la formación del<<strong>br</strong> />
modelo de actuación de este profesional<<strong>br</strong> />
Para el estudio individual por parte del estudiante y como orientación al trabajo de los<<strong>br</strong> />
profesores existe una guía elaborada que contiene además de los aspectos expuestos aquí las<<strong>br</strong> />
orientaciones metodológicas para el trabajo en cada tema y el sistema de evaluación. También<<strong>br</strong> />
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están confeccionados con el mismo objetivo un conjunto de presentaciones en Power Point con<<strong>br</strong> />
animaciones que contienen los principales conocimientos y procedimientos que deben ser<<strong>br</strong> />
aprendidos, además de tablas y otros instrumentos auxiliares para el trabajo en el curso. Se ha<<strong>br</strong> />
elaborado además un material con aplicaciones de la Óptica en donde se explica el<<strong>br</strong> />
funcionamiento de muchos equipos ópticos.<<strong>br</strong> />
ANÁLISIS DEL CD DE APOYO<<strong>br</strong> />
Este CD constituye un elemento trascendente tanto para la labor del estudiante como del<<strong>br</strong> />
profesor. El mismo contiene lo siguiente:<<strong>br</strong> />
• Programa de Óptica para la formación de profesores de Física, Matemática y<<strong>br</strong> />
Computación;<<strong>br</strong> />
• Programa de onceno grado que contiene la unidad de Óptica;<<strong>br</strong> />
• Li<strong>br</strong>o de Óptica para la mencionada carrera. Este fue confeccionado por los autores de<<strong>br</strong> />
este trabajo;<<strong>br</strong> />
• Sistema de tareas de Optica para el Preuniversitario;<<strong>br</strong> />
• Material de estudio del noveno grado de la secundaria básica donde se estudia ;<<strong>br</strong> />
• La unidad de Óptica con el nom<strong>br</strong>e de Luz y Dispositivos Ópticos;<<strong>br</strong> />
• Un artículo que analiza las características principales del curso de Física de la secundaria<<strong>br</strong> />
básica y otro del preuniversitario;<<strong>br</strong> />
• Un artículo en donde se plantean las principales ideas alternativas que presentan los<<strong>br</strong> />
estudiantes en los cursos de Física y en la Óptica en particular;<<strong>br</strong> />
• El mencionado li<strong>br</strong>o electrónico de Historia de la Física;<<strong>br</strong> />
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• Las presentaciones en PowerPoint con animaciones para el estudio individual de los<<strong>br</strong> />
Estudiantes;<<strong>br</strong> />
• Un conjunto de aplicaciones de la Optica al funcionamiento de dispositivos y equipos<<strong>br</strong> />
ópticos. Esto es de gran ayuda para los trabajos de investigación so<strong>br</strong>e el funcionamiento<<strong>br</strong> />
de equipos y aplicaciones de la Óptica que se plantean a los estudiantes tanto en la<<strong>br</strong> />
formación de profesores como en el Preuniversitario.<<strong>br</strong> />
CONCLUSIONES<<strong>br</strong> />
La formación inicial de profesores para la asignatura Física en el Preuniversitario cubano logra<<strong>br</strong> />
desde el primer año de la carrera una preparación directa del estudiante para el trabajo con el<<strong>br</strong> />
objeto de su profesión tanto en lo académico como en lo laboral. En lo académico a través de<<strong>br</strong> />
un curso en el que estudia los contenidos del preuniversitario y su forma de enseñarlos, el cual<<strong>br</strong> />
constituye un modelo de actuación para él. En lo laboral a través de la enseñanza de los<<strong>br</strong> />
mencionados contenidos en el Preuniversitario, primero como familiarización en primer año y<<strong>br</strong> />
como profesor al frente de un grupo a partir del segundo año. Siempre bajo la asesoría de un<<strong>br</strong> />
profesor tutor<<strong>br</strong> />
Existe una correspondencia entre los contenidos y formas de trabajo de la Física que se enseña<<strong>br</strong> />
en el Preuniversitario y el curso de Física Universitaria de la carrera, siendo este último un curso<<strong>br</strong> />
de profundización, generalización y sistematización del primero. Esto le <strong>br</strong>inda a este curso un<<strong>br</strong> />
marcado carácter profesional. Esto se ejemplifica en el estudio de la Óptica. Para el logro de<<strong>br</strong> />
este objetivo en la Óptica existe un CD que es de gran ayuda.<<strong>br</strong> />
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PRESENCIA DE LAS IDEAS ARISTOTÉLICAS EN LOS PROFESSORES DE<<strong>br</strong> />
FÍSICA EN LA ESCUELA CONTEMPORÁNEA<<strong>br</strong> />
Carlos J. Sierra Mora 31<<strong>br</strong> />
Jesús Vila 32<<strong>br</strong> />
RESUMEN: La reiteración del hecho de la presencia de las ideas aristotélicas en los profesores<<strong>br</strong> />
de Física como algo cuasi inevitable, motivó la realización de esta investigación que a<<strong>br</strong> />
continuación exponemos. Presentamos los resultados de una muestra de licenciados en Física,<<strong>br</strong> />
Química, Ingenierías, Farmacia, de la encuesta realizada a la que debían voluntaria y<<strong>br</strong> />
anónimamente responder a dicho cuestionario. Los objetivos fueron los siguientes: evidenciar la<<strong>br</strong> />
regularidad de la existencia de representaciones aristotélicas en el pensamiento de los<<strong>br</strong> />
profesores, investigar en la literatura docente la existencia de trabajos en este sentido y<<strong>br</strong> />
estudiar las opiniones de especialistas de la formación del profesorado en relación con el tema.<<strong>br</strong> />
PALABRAS LLAVES: Las ideas aristotélicas; Escuela contemporánea; Formación del Profesor del<<strong>br</strong> />
Física.<<strong>br</strong> />
RESUMO: A reafirmação do facto da presença das ideias aristotélicas nos professores de Física<<strong>br</strong> />
como algo quase inevitável, motivou ‐nos a realização desta investigação. Apresentamos os<<strong>br</strong> />
resultados de uma amostra de Licenciados em Física, Química, Engenharia, Farmácia, de um<<strong>br</strong> />
questionário realizado de forma voluntária e anonimamente. Os objectivos eram: a regularidade<<strong>br</strong> />
da existência de representações Aristotélicas no pensamento de professores, investigação na<<strong>br</strong> />
literatura docente a existência de trabalhos a este respeito e estudar as opiniões dos<<strong>br</strong> />
especialistas da formação de professores de em relação ao tema.<<strong>br</strong> />
PALAVRAS‐CHAVES: as Ideias Aristotélicas; Escola Contemporânea; Formação do Professor de<<strong>br</strong> />
Física.<<strong>br</strong> />
INTRODUCCIÓN<<strong>br</strong> />
¿Hemos logrado, los que en buena medida tenemos ese privilegio, que es trabajar en el<<strong>br</strong> />
desarrollo de contenidos (conocimientos y habilidades) con las nuevas generaciones, los<<strong>br</strong> />
31 Colégio Los Penascales. Las Matas (Madrid). Espanha.<<strong>br</strong> />
32 Universidad Del Pais Vasco. Espanha.<<strong>br</strong> />
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métodos y procedimientos que permitan el acceso a la cultura científica en los planos internos<<strong>br</strong> />
del pensamiento de nuestros alumnos? ¿Son los planes, programas, li<strong>br</strong>os y so<strong>br</strong>e todo las<<strong>br</strong> />
acciones profesionales de los docentes (me referiré en particular a la Física) portadores en sí,<<strong>br</strong> />
del dominio de las regularidades que se dan en el proceso de la formación de una concepción<<strong>br</strong> />
científica contemporánea del mundo de los <strong>edu</strong>candos?.<<strong>br</strong> />
¿Tenemos que asom<strong>br</strong>arnos una y otra vez cuando los alumnos respondan - según ellos - con las<<strong>br</strong> />
leyes de Newton, pero de manera aristotélica, al expresar sutilmente o no, que :<<strong>br</strong> />
I: La fuerza es la causa de la velocidad, del movimiento de los cuerpos.<<strong>br</strong> />
II: Existencia de fuerzas permanentes en los cuerpos, más allá de la interacción e inclusive sin<<strong>br</strong> />
que existan o hayan existido interacciones.<<strong>br</strong> />
¿Es que sólo nos queda lamentarnos de que nuestros alumnos no sean capaces de acceder al<<strong>br</strong> />
pensamiento newtoniano - al menos - y quedarse en la apariencia fenomenológica, sin ahondar<<strong>br</strong> />
en la esencia?¿Somos conscientes de que los estudiantes deben transitar por diferentes<<strong>br</strong> />
estadios del conocimiento, y no por trayectorias difusas, incontroladas, sino dirigidas,<<strong>br</strong> />
organizadas, provocadas inclusive?... y entonces alegrarnos cuando sean aristotélicos -que ya es<<strong>br</strong> />
un magnífico nivel de referencia-, cuando sean galileanos ¡vaya conquista del pensamiento!.<<strong>br</strong> />
Cuando construyan sus ideas newtonianas, cele<strong>br</strong>arlo merecidamente y cuando logren uma<<strong>br</strong> />
concepción einsteniana, sentirnos satisfechos de haber sido capaces de servir de puente que<<strong>br</strong> />
permite un desplazamiento racional y lógico (no una trayectoria azarosa) en este intervalo de 3<<strong>br</strong> />
milenios de cultura humana.<<strong>br</strong> />
Por otro lado y siendo más prioritario aun: ¿estamos los profesores científica y técnicamente<<strong>br</strong> />
preparados para lograr esa evolución o es que en nosotros mismos no se ha producido<<strong>br</strong> />
adecuadamente la formación que nos permita dirigir la referida construcción en los<<strong>br</strong> />
estudiantes?<<strong>br</strong> />
PREMISAS:<<strong>br</strong> />
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I. En el desarrollo de nuestras actividades docentes con estudiantes del nivel secundario y de<<strong>br</strong> />
bachillerato, de primeros de carreras universitarias de ciencias y tecnologías y en una alta<<strong>br</strong> />
incidencia entre los profesores de la enseñanza media con los cuales hemos desarrollado<<strong>br</strong> />
decenas de cursos de superación pedagógica, simultaneando lo anterior: en su formación inicial,<<strong>br</strong> />
sistemática y en años sabáticos, hemos podido advertir la reiteración constante de errores -<<strong>br</strong> />
reflejo de insuficiencias en las concepciones físicas- en la interpretación y durante la resolución<<strong>br</strong> />
de cuestiones, preguntas y problemas, relacionados con la aparición de ideas aristotélicas, en la<<strong>br</strong> />
mayoría de los casos de manera inconsciente.<<strong>br</strong> />
II. Los profesores podemos declararnos auténticos newtonianos, einstenianos; partidarios al<<strong>br</strong> />
100% de las ideas de Planck, defensores a ultranza de las ideas de D´Broglie... somos capaces de<<strong>br</strong> />
repetir los postulados, teoremas, de resolver problemas muy complejos con algoritmos<<strong>br</strong> />
matemáticos con sistemas de ecuaciones diferenciales, interpretar experiencias, notas<<strong>br</strong> />
históricas..., pero ante un simple problema de cinemática lineal, de un cuerpo cayendo por un<<strong>br</strong> />
plano inclinado, de un sistema cuerpo-resorte, de un satélite alrededor del planeta,<<strong>br</strong> />
representamos fuerzas inexistentes y/o asignamos la dirección y sentido de la velocidad de un<<strong>br</strong> />
objeto basados exclusivamente en las características de la fuerza (resultante o no) y<<strong>br</strong> />
defendemos igualmente apasionados conclusiones con razonamientos científicamente alejados<<strong>br</strong> />
unos 2. 500 años, que han sido desterrados de la Física por las conquistas de una gran cantidad<<strong>br</strong> />
de pensadores postaristotélicos, galileanos, newtonianos, hasta nuestros días.<<strong>br</strong> />
III. No sólo tiene una importancia pragmática, r<strong>edu</strong>cida a la Física como Ciencia Exacta -que ya<<strong>br</strong> />
es suficiente-, sino además es esencial para la cosmovisión del mundo, digamos en la<<strong>br</strong> />
conformación del Cuadro Científico del Mundo contemporáneo; es decir es un hecho cultural.<<strong>br</strong> />
Un núcleo esencial, una metaidea de la Física (llamadas también ideas rectoras).<<strong>br</strong> />
La reiteración del hecho como algo cuasi inevitable, motivó la realización de esta investigación<<strong>br</strong> />
que a continuación exponemos. Presentamos los resultados de una muestra de 68 licenciados<<strong>br</strong> />
en Física, Química, Ingenierías, Farmacia, de la encuesta realizada durante las Conferencias<<strong>br</strong> />
ofrecidas (fe<strong>br</strong>ero de 2005) como parte de la preparación o formación inicial (CAP) en la UCM<<strong>br</strong> />
en la que, bajo el título de Ideas Previas, los licenciados debían voluntaria y anónimamente<<strong>br</strong> />
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responder a dicho cuestionario. Además se incluyen los resultados correspondientes a<<strong>br</strong> />
estudiantes de bachillerato.<<strong>br</strong> />
2. ESTUDIO DE LAS CONCEPCIONES RELACIONADAS CON EL TRABAJO<<strong>br</strong> />
II.1. Desde el punto de vista del Conocimiento Profesional y Epistemológico<<strong>br</strong> />
Hemos podido encontrar y estudiar varios trabajos relacionados con este tema, que a<<strong>br</strong> />
continuación comento y que organizo del modo siguiente:<<strong>br</strong> />
A) Conocimiento profesional de los profesores.<<strong>br</strong> />
B) Concepciones y obstáculos epistemológicos de los profesores.<<strong>br</strong> />
C) Aspectos metodológicos en el estudio del conocimiento de los profesores.<<strong>br</strong> />
A) Conocimiento profesional de los profesores<<strong>br</strong> />
En este sentido Porlán, 1993; Martín en 1994 y García 1995, permiten resumir las tres<<strong>br</strong> />
perspectivas siguientes:<<strong>br</strong> />
a) Perspectiva constructivista, según la cual los alumnos y profesores, al igual que el resto de las<<strong>br</strong> />
personas, poseen un conjunto de concepciones so<strong>br</strong>e el medio en general, y so<strong>br</strong>e el medio<<strong>br</strong> />
escolar en particular. Estas concepciones son, al mismo tiempo; “herramientas” para poder<<strong>br</strong> />
interpretar la realidad y conducirse a través de ellas y “barreras” que impiden adoptar<<strong>br</strong> />
perspectivas y cursos de acción diferentes…<<strong>br</strong> />
Luego apuntan que basado en la interacción y contraste con otras ideas y experiencias, las<<strong>br</strong> />
concepciones y las conductas pueden evolucionar.<<strong>br</strong> />
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b) La perspectiva sistémica y compleja, según la cual tanto las ideas como la realidad-incluye la<<strong>br</strong> />
realidad escolar- pueden ser consideradas como conjuntos de “sistemas en evolución”. De esta<<strong>br</strong> />
manera las concepciones de alumnos y profesores pueden ser consideradas como “sistemas de<<strong>br</strong> />
ideas en evolución”.<<strong>br</strong> />
El sistema cognitivo humano-añaden- puede contener zonas de mayor o menor densidad de<<strong>br</strong> />
elementos interactuantes. Una misma persona puede manifestar diferentes niveles de<<strong>br</strong> />
desarrollo en diferentes circunstancias cotidianas, lo que no implica la imposibilidad de<<strong>br</strong> />
establecer interacciones e integraciones parciales entre ellas. “Los aprendizajes realizados en un<<strong>br</strong> />
contexto concreto, que han provocado un incremento del grado de complejidad de las<<strong>br</strong> />
concepciones asociadas, no se transfieren automática y mecánicamente a otros contextos o a<<strong>br</strong> />
otros asuntos de la misma clase, pero pueden influir en ellos”.<<strong>br</strong> />
Se define metaidea como un tipo de concepción especialmente importante cuya evolución<<strong>br</strong> />
puede favorecer la transición de lo simple a lo complejo de nuestras ideas acerca de la<<strong>br</strong> />
naturaleza de los conocimientos, de sus formas de organización y cambio, y del papel que estas<<strong>br</strong> />
juegan en el conjunto del sistema cognitivo. En cierta medida a procesos de generalización,<<strong>br</strong> />
transferencia e integración del conocimiento personal. Es por eso importante el estudio de las<<strong>br</strong> />
concepciones epistemológicas de los profesores.<<strong>br</strong> />
Todo lo anterior pone de relieve la importancia de estar informados de forma rigurosa de las<<strong>br</strong> />
concepciones de los profesores y de los obstáculos intrínsecos asociados y de hipótesis acerca<<strong>br</strong> />
de la posible y deseable progresión de dichas concepciones y que el profesor ha de desarrollar<<strong>br</strong> />
un método de negociación y ajuste entre las hipótesis de progresión y el desarrollo real de los<<strong>br</strong> />
acontecimientos, evitando el espontaneísmo errático carente de un referente racional.<<strong>br</strong> />
c) La perspectiva crítica: las ideas y las conductas de las personas y los procesos de contraste y<<strong>br</strong> />
comunicación no son neutrales. De manera que la transición de lo simple a lo complejo no<<strong>br</strong> />
garantiza por sí sola la consecución de los fines formativos; es una condición necesaria, pero no<<strong>br</strong> />
suficiente.<<strong>br</strong> />
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Así en este apartado se insiste en el nexo entre el interés y conocimiento, que refleja nuestra<<strong>br</strong> />
visión interesada o condicionada por determinados intereses. Favorecer el espíritu crítico, la<<strong>br</strong> />
autonomía, el respeto a la diversidad, la cooperación y la acción transformadora por una<<strong>br</strong> />
sociedad más justa y más armónica con la naturaleza, son elementos a considerar en los<<strong>br</strong> />
procesos de investigación escolar, que trascienden a los objetivos estrictamente académicos.<<strong>br</strong> />
Por ello los contrastes de ideas y experiencias han de reflejar diferentes posiciones, intereses<<strong>br</strong> />
sociales y puntos de vistas, tratando de favorecer dilemas intelectuales, éticos e ideológicos.<<strong>br</strong> />
Más adelante los autores exponen algunos elementos para una teoría del conocimiento<<strong>br</strong> />
profesional de los profesores y argumentan acerca de la importancia de investigar sus<<strong>br</strong> />
concepciones epistemológicas. Se apoyan en el siguiente cuadro:<<strong>br</strong> />
Nivel Explícito<<strong>br</strong> />
Nivel Tácito<<strong>br</strong> />
Nivel Racional Saber Académico Teorías Implícitas<<strong>br</strong> />
Nivel Experiencial Creencias y Principios de<<strong>br</strong> />
Actuación<<strong>br</strong> />
Rutinas y Guiones de Acción<<strong>br</strong> />
Saberes académicos: conjunto de concepciones disciplinares y metadisciplinares que poseen los<<strong>br</strong> />
profesores: relacionadas con las disciplinas referidas a los contenidos escolares tradicionales, a<<strong>br</strong> />
los psicológicos, pedagógicos y didácticos y los vinculados a los diversos tipos de conocimientos<<strong>br</strong> />
y sus nexos con la realidad: epistemológicos.<<strong>br</strong> />
Saberes experienciales que son las ideas conscientes que los profesores desarrollan durante el<<strong>br</strong> />
ejercicio de la profesión: proceso enseñanza-aprendizaje, metodologías, objetivos,<<strong>br</strong> />
programaciones, evaluación etc. Se relacionan con las tradiciones, son influenciables y<<strong>br</strong> />
adaptativos.<<strong>br</strong> />
Rutinas y guiones de acción: resultan inherentes a la actividad humana, son el saber próximo a<<strong>br</strong> />
la conducta, muy útiles y socorridas y altamente resistentes a los cambios.<<strong>br</strong> />
Teorías implícitas: aquellas que pueden explicar los porqués de las creencias y de las acciones de<<strong>br</strong> />
los profesores atendiendo a categorías externas, aunque frecuentemente los propios profesores<<strong>br</strong> />
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no suelen saber de la existencia de estas posibles relaciones entre sus ideas y determinadas<<strong>br</strong> />
formalizaciones conceptuales. No son teorizaciones conscientes propias ni el resultado de<<strong>br</strong> />
aprendizajes académicos convertidos en puntos de vistas, pautas de conductas.<<strong>br</strong> />
B) Concepciones y obstáculos epistemológicos de los profesores<<strong>br</strong> />
A continuación se resumen las opiniones de los autores, relacionadas con la yuxtaposición de los<<strong>br</strong> />
saberes antes mencionados:<<strong>br</strong> />
a)Tendencia a la fragmentación y disociación entre la teoría y la acción y entre lo explícito y lo<<strong>br</strong> />
tácito: la actuación según rutinas no fundamentadas y poco reflexionadas, apoyadas en<<strong>br</strong> />
evidencias empíricas aportadas por la experiencia ignorando los modelos explicativos de la<<strong>br</strong> />
conducta profesional. Se desprecia la teoría por rechazo al academicismo racionalista.<<strong>br</strong> />
b)Tendencia a la simplificación y al r<strong>edu</strong>ccionismo: la fragmentación del conocimiento<<strong>br</strong> />
profesional y <strong>–</strong>añado- la incoherencia, favorece una visión superficial que impide reconocer las<<strong>br</strong> />
esencias del proceso de enseñanza aprendizaje.<<strong>br</strong> />
c)Tendencia a la conservación-adaptativa y rechazo a la evolución-constructiva: mantener las<<strong>br</strong> />
normas, principios y rutinas en el contexto escolar, resulta más cómodo y aparentemente<<strong>br</strong> />
adecuado y es bien visto y aceptado por la comunidad <strong>edu</strong>cativa y por la sociedad. Cuestionarse<<strong>br</strong> />
tales normas de conducta y acciones es, además de arriesgado, en cierto sentido<<strong>br</strong> />
contraproducente y requiere mayor preparación teórico-práctica.<<strong>br</strong> />
d)Tendencia a la uniformidad y rechazo a la diversidad: analizadas las tendencias mencionadas<<strong>br</strong> />
resulta fácil concluir que se tienda a concepciones profesionales y modelos didácticos que a su<<strong>br</strong> />
vez retroalimentan dichas tendencias en detrimento de un nuevo conocimiento profesional<<strong>br</strong> />
generador de teorías y prácticas que sustenten puntos de vistas menos estereotipados y más<<strong>br</strong> />
aperturistas y progresistas.<<strong>br</strong> />
La maravilla de esta empresa de profesor, sin embargo, es que con una actitud<<strong>br</strong> />
constructiva se puede mejorar, e intentando mejorar nunca se saldrá<<strong>br</strong> />
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perdiendo. Lo que se intenta hacer bien aunque sea opuesto a lo bueno, es algo<<strong>br</strong> />
normalmente bueno aunque sea imperfecto. El antagonismo mutuo y la<<strong>br</strong> />
reconciliación consiguiente son el camino de la perfección (PORLAN, 1997,p.<<strong>br</strong> />
15)<<strong>br</strong> />
El conocimiento profesional, en consecuencia, no es ni con mucho el resultado de una li<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
elección consciente de los profesores, sino un proceso de adaptación social y a los diferentes<<strong>br</strong> />
elementos que influyen académicamente en la formación previa y permanente del profesional<<strong>br</strong> />
de la enseñanza.<<strong>br</strong> />
C) Aspectos metodológicos en el estudio del conocimiento de los profesores<<strong>br</strong> />
Continuando con el artículo de Porlán, Rivero y M del Pozo, paso a sustentar mis ideas<<strong>br</strong> />
relacionadas con las concepciones aristotélicas de los profesores y sus raíces en la propia<<strong>br</strong> />
formación como estudiantes en la enseñanza secundaria y universitaria e inclusive en la<<strong>br</strong> />
formación profesional inicial y en la asistemática e incoherente continuidad de las labores de<<strong>br</strong> />
formación profesional de los profesores, no obstante poseer nuestro país una experiencia<<strong>br</strong> />
positiva acumulada y en evolución y desarrollo, además de las redes estructurales en las<<strong>br</strong> />
entidades del Ministerio de Educación y Ciencias y en la universidades.<<strong>br</strong> />
Con este trabajo pretendo sencillamente evidenciar la existencia de un problema en los<<strong>br</strong> />
estudiantes de secundaria, que no podemos resolver sin antes darle solución en los profesores y<<strong>br</strong> />
enfatizar en la necesidad de ofrecer una atención adecuada y sistemática.<<strong>br</strong> />
En el sistema de categorías que aparecen en el anexo I del artículo ya varias veces mencionado,<<strong>br</strong> />
mi trabajo queda enmarcado en:<<strong>br</strong> />
A) Nivel de fundamentos:2. Concepciones generales so<strong>br</strong>e el conocimiento: su génesis y<<strong>br</strong> />
desarrollo; 3. Concepciones generales so<strong>br</strong>e el aprendizaje y desarrollo personal.<<strong>br</strong> />
B) Nivel didáctico descriptivo-explicativo: 1. Concepciones so<strong>br</strong>e los fines de la <strong>edu</strong>cación y de la<<strong>br</strong> />
formación del profesorado; 2. Concepciones so<strong>br</strong>e la naturaleza del conocimiento escolar y<<strong>br</strong> />
profesional; 3. Concepciones so<strong>br</strong>e el cambio y la evolución del conocimiento escolar y<<strong>br</strong> />
profesional.<<strong>br</strong> />
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C) Nivel didáctico normativo o curricular: 1. Qué enseñar a los alumnos y a los profesores?; 2.<<strong>br</strong> />
¿Cómo deben aprender los profesores?.<<strong>br</strong> />
D) Nivel de la acción: 1. Concepciones acerca de lo que realmente aprenden unos profesores<<strong>br</strong> />
determinados; 2. ¿Cómo aprenden realmente unos profesores determinados?<<strong>br</strong> />
Y aunque indiscutiblemente que la elección de este tema implica cierto condicionamiento de la<<strong>br</strong> />
idea primaria de la existencia de preconcepciones aristotélicas en los profesores, no queda duda<<strong>br</strong> />
alguna de dicho problema cuando se resumen y procesan las respuestas.<<strong>br</strong> />
Por otro lado, es conocido que las ideas previas -que incluyen a las aristotélicas- provienen de<<strong>br</strong> />
tres fuentes:<<strong>br</strong> />
A. Sensorial: mediante la percepción dan significado a la cotidianidad<<strong>br</strong> />
B. Social: reflejo del entorno y medio social.<<strong>br</strong> />
C. Analógico: analogías y extrapolaciones a otras áreas del conocimiento.<<strong>br</strong> />
Las características generales, parecen ser de amplio consenso:<<strong>br</strong> />
• resistentes al cambio, pero no constituyen un conjunto estático de nociones.<<strong>br</strong> />
• resultan estables y coherentes dentro del contexto cultural.<<strong>br</strong> />
• son compartidas socialmente.<<strong>br</strong> />
• suelen resultar muy útiles.<<strong>br</strong> />
• invocan fuerzas animistas, terror al vacío, se basan en la exclusividad del reposo como estado natural<<strong>br</strong> />
de los cuerpos, y no enfatizan en el carácter vectorial de la velocidad.<<strong>br</strong> />
Los profesores y formadores tendemos a reprimir, de entrada, la aparición de estas ideas<<strong>br</strong> />
aristotélicas por parte de nuestros alumnos. Creemos que deben nacer vacunados contra ellas.<<strong>br</strong> />
Se nos escapa que en nosotros mismos la lucha ha sido larga. Por el contrario, es preferible que<<strong>br</strong> />
emerjan y se expliciten una y otra vez en las hipótesis. También con los experimentos, es posible<<strong>br</strong> />
provocar la aparición de estas preconcepciones aristotélicas o no y crear conflictos cognitivos<<strong>br</strong> />
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permitiendo que construyan su nueva concepción y comprobando cómo las ideas newtonianas<<strong>br</strong> />
son más próximas a la verdad, accediendo al cambio conceptual.<<strong>br</strong> />
Es conocido que la Psicología Experimental sirvió de base a corrientes conductistas y cognitivas<<strong>br</strong> />
enfatizando en el empirismo y en el inductivismo. Gagné da más importancia a la formación de<<strong>br</strong> />
conceptos que caracterizan a elaboraciones más complejas, sin que el significado conceptual<<strong>br</strong> />
tenga una gran importancia.<<strong>br</strong> />
Piaget, por otro lado le presta mayor atención a la actividad del aprendiz. Asume que el<<strong>br</strong> />
estudiante <strong>–</strong>profesor- es capaz de ir adaptándose a los cambios mediante los procesos de<<strong>br</strong> />
asimilación y acomodación. El primero ayuda a captar la realidad mediante esquemas y<<strong>br</strong> />
operaciones y si los recursos mentales no son los más adecuados, tendrá que modificar:<<strong>br</strong> />
acomodar.<<strong>br</strong> />
Ausubel defiende la estructuración cognitiva en la cual los conceptos están jerarquizados desde<<strong>br</strong> />
los más altos y abstractos niveles hasta los subordinados, más concretos. Concede una esencial<<strong>br</strong> />
importancia a los preconceptos respecto a los contenidos a aprender, no obstante no los<<strong>br</strong> />
concibe de modo dinámico, capaces de evolucionar y resulta incapaz de acceder a los cambios<<strong>br</strong> />
conceptuales.<<strong>br</strong> />
II.2. Desde el punto de vista de las concepciones de la Física.<<strong>br</strong> />
II.2.1 Aristóteles. (384-322 a. c.)<<strong>br</strong> />
Pasaremos a describir <strong>br</strong>evemente las ideas aristotélicas más significativas.<<strong>br</strong> />
Sabio de una vastísima cultura que ejerce una influencia muy fuerte en el mundo científico de la<<strong>br</strong> />
época y trasciende. Basa sus conclusiones en las observaciones y explica que conocer significa<<strong>br</strong> />
contar las causas. Reconoce la Física como causas y movimientos. La idea de la causa es uno de<<strong>br</strong> />
los pilares de la filosofía aristotélica. La causa puede ser: material, formal, eficiente y final.<<strong>br</strong> />
Causa material: la tierra, el agua, el aire, el fuego y el éter; la causa formal: según lo cual la cosa<<strong>br</strong> />
se hace; la causa eficiente: razón de la existencia o comportamiento de la cosa; y la causa final:<<strong>br</strong> />
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cada cosa está dotada del propósito de alcanzar fines apropiados. Esta es la causa más<<strong>br</strong> />
importante en su pensamiento y atribuye a cada ente una naturaleza que lo orienta hacia la<<strong>br</strong> />
consecución de su fin, predeterminado en el orden del mundo.<<strong>br</strong> />
A diferencia con Platón, en cuya academia estuvo 20 años, Aristóteles plantea que el mundo<<strong>br</strong> />
sensorial es real y que la sustancia es la identidad permanente e inteligible que subyace detrás<<strong>br</strong> />
de los cambios que experimenta el mundo.<<strong>br</strong> />
Cada cosa tiene un lugar hacia el que tiende y en el cual se mantiene cuando lo alcanza. El<<strong>br</strong> />
movimiento natural es la realización de este fin. El fin de una piedra que cae es llegar al centro<<strong>br</strong> />
del Universo (Tierra) y formar parte de él, porque es su lugar natural. Su naturaleza es ser<<strong>br</strong> />
pesada para facilitar su fin y es la causa eficiente. Su concepción de movimiento va mas allá de<<strong>br</strong> />
la simple traslación (local); lo extiende a cambio: sustancial, cantidad, cualidad y lugar.<<strong>br</strong> />
Las causas material y formal determinan la naturaleza de la sustancia (materia y forma), en<<strong>br</strong> />
tanto que las causas eficiente y final son las responsables del movimiento. El cómo ocurre no<<strong>br</strong> />
tiene para él tanta trascendencia, mas que todo su interés es por qué ocurre el movimiento.<<strong>br</strong> />
Los movimientos son naturales o violentos. El primero es diferente para los cuerpos según su<<strong>br</strong> />
estado de perfección. Los cuerpos perfectos se mueven en líneas rectas, los imperfectos no. Al<<strong>br</strong> />
poder ser caracterizado un cuerpo por su movimiento, obtenemos información de su<<strong>br</strong> />
naturaleza: perfecta o no. Considera la perfección desde un punto de vista teológico.<<strong>br</strong> />
El universo lo clasifica en sublunar y supralunar.<<strong>br</strong> />
El mundo sublunar de Aristóteles.<<strong>br</strong> />
Limitado por la órbita Lunar: es imperfecto, sometido a cambios, perecedero, mutable.<<strong>br</strong> />
Separado del mundo supralunar (celeste) que es el espacio <strong>–</strong> finito -, donde se encuentra lo<<strong>br</strong> />
perfecto: inalterable. La primera región es temporal; la segunda eterna.<<strong>br</strong> />
Las sustancias que componen los dos mundos aristotélicos son diferentes, aunque admite que<<strong>br</strong> />
ambas son divisibles sin límites, continuidad total. No acepta el átomo.<<strong>br</strong> />
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En el mundo sublunar, la materia está compuesta por las cuatro sustancias primas: agua, tierra,<<strong>br</strong> />
fuego y aire; que tienen formas: caliente, frío, húmedo, seco. El movimiento natural de las dos<<strong>br</strong> />
primeras es hacia abajo, mientras que el del fuego y el aire es hacia arriba. La tierra tiene mayor<<strong>br</strong> />
grado de pesadez que el agua; el fuego mayor levedad que el aire. El movimiento natural de los<<strong>br</strong> />
elementos es imperfecto: rectilíneo.<<strong>br</strong> />
El cambio tiene lugar de una cualidad a su contraria: el fuego y el aire tienen una cualidad<<strong>br</strong> />
común: caliente; las opuestas, lo seco y lo húmedo. Los materiales corrientes están formados<<strong>br</strong> />
por los cuatro elementos en diversas proporciones, el movimiento se desarrolla en la dirección<<strong>br</strong> />
del elemento que predomina en la composición. Si la sequedad es dominada por la humedad,<<strong>br</strong> />
puede producirse aire partiendo del fuego; de igual manera, si el frío es dominado por el calor,<<strong>br</strong> />
puede producirse agua del aire. Así mismo si en el elemento tierra lo frío es dominado por lo<<strong>br</strong> />
caliente, se genera fuego o si en el fuego, lo frío domina lo caliente, se produce tierra etc.<<strong>br</strong> />
El fuego es admitido más bien como principio de combustión, fácilmente encendido por el<<strong>br</strong> />
movimiento. En la esfera del fuego (más próxima a la región celeste) se producen los<<strong>br</strong> />
fenómenos asociados a la meteorología: cometas, estrellas fugaces, auroras, entre otros.<<strong>br</strong> />
Los alquimistas tuvieron su predecesor en Aristóteles. Sus postulados acerca de la maduración<<strong>br</strong> />
de los metales, que se formaban en el interior de la Tierra, dieron lugar a los sueños<<strong>br</strong> />
transformadores en oro de cuanta piedra seleccionaban.<<strong>br</strong> />
En oposición a los movimientos naturales, los violentos se producen contrariando la tendencia<<strong>br</strong> />
de los cuerpos en la búsqueda de sitio natural. La física aristotélica es animista, es decir, los<<strong>br</strong> />
cuerpos tienen movimiento por sí mismos con su dirección hacia la perfección, hacia su<<strong>br</strong> />
satisfacción potencial. La causa eficiente y final está en el propio cuerpo y éste no necesita una<<strong>br</strong> />
causa eficiente externa para moverse. Esto sí se requiere en los movimientos forzados. Sin causa<<strong>br</strong> />
externa los elementos leves ascienden alejándose del centro. Todo ser que se mueva es<<strong>br</strong> />
necesariamente movido por alguna cosa, d<strong>edu</strong>ciéndose así la existencia del primer motor.<<strong>br</strong> />
La causa eficiente externa sólo actúa mientras dura el contacto entre los cuerpos, un cuerpo<<strong>br</strong> />
lanzado no debería avanzar mas allá desde donde se lanzó. ¿Entonces cómo explicaba<<strong>br</strong> />
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Aristóteles el ascenso de una piedra o la trayectoria de una jabalina? Es que el aire para él tenía<<strong>br</strong> />
la propiedad de mover y ser movido, de modo que en este movimiento violento puro, el motor<<strong>br</strong> />
está en el aire y no en el objeto. Para la jabalina concibe una composición de movimientos:<<strong>br</strong> />
natural en la vertical y violento en la horizontal.<<strong>br</strong> />
De aquí d<strong>edu</strong>ce que la región sublunar tiene que estar llena de aire y no admite el vacío y todo<<strong>br</strong> />
movimiento encontrará resistencia, aún para los movimientos naturales. Por otra parte de no<<strong>br</strong> />
existir aire, entonces tampoco ha<strong>br</strong>ía resistencia a los movimientos y los cuerpos se moverían<<strong>br</strong> />
infinitamente en velocidad y extensión. Postula la idea de horror al vacío, que perduró durante<<strong>br</strong> />
varios años, ya que como todo movimiento tiene que ser finito en extensión (so<strong>br</strong>e todo en el<<strong>br</strong> />
mundo sublunar) porque todo cuerpo tiene su lugar natural al que tiende. La noción de arriba y<<strong>br</strong> />
abajo alcanzan un matiz absoluto, puesto que cualifican el espacio, diferenciando los lugares<<strong>br</strong> />
naturales de los cuerpos livianos y pesados. En el vacío arriba, abajo y centro no se diferencian,<<strong>br</strong> />
por tanto un objeto en movimiento o en reposo podría estarlo infinitamente y en consecuencia<<strong>br</strong> />
el resultado estaría en total contradicción con la causa final.<<strong>br</strong> />
El peso de un cuerpo no depende de la Tierra sino que es una propiedad intrínseca del objeto,<<strong>br</strong> />
ya que su causa final es estar en el centro del mundo.<<strong>br</strong> />
En relación con el movimiento:<<strong>br</strong> />
Clasifica los movimientos locales en rectos, circulares y mixtos, y plantea la necesidad de una<<strong>br</strong> />
fuerza para mantener a un cuerpo en movimiento, por tanto, el reposo es el estado natural de<<strong>br</strong> />
la materia.En los movimientos participan dos factores: la fuerza ( F ) y la resistencia ( R ). Define<<strong>br</strong> />
la fuerza como empujón o tirón que es la causa del movimiento. En relación con la velocidad<<strong>br</strong> />
expresa que debe de haber siempre una cierta distancia recorrida y una cierta cantidad de<<strong>br</strong> />
tiempo que ha sido ocupado. No plantea la velocidad como la relación entre ambas magnitudes.<<strong>br</strong> />
En general no se apoyó en las matemáticas para expresar sus ideas.De haberlo hecho, quedaría:<<strong>br</strong> />
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Estas ideas pueden aplicarse al movimiento natural y al forzado. El movimiento, agrega,<<strong>br</strong> />
depende de su potencial de pesadez o ligereza, y siempre va a la perfección.<<strong>br</strong> />
Su ley del movimiento no es una aproximación cuantitativa, y como excepción, si R > F ⇒ V = 0.<<strong>br</strong> />
R : resistencia del medio<<strong>br</strong> />
El movimiento del proyectil no fue fácilmente explicado, y daba dos posibles soluciones:<<strong>br</strong> />
- Antiperístasis<<strong>br</strong> />
- Poder de movimiento al aire.<<strong>br</strong> />
La primera consiste en el desplazamiento del aire (comprimido) en la punta de la flecha hasta su<<strong>br</strong> />
parte trasera, empujándolo reiteradamente. Idea Platónica rechazada por Aristóteles que él<<strong>br</strong> />
asumía el poder de movimiento al aire. El movimiento violento, no es por tanto, posible en el<<strong>br</strong> />
vacío. En la segunda solución se otorgan poderes especiales al aire, para mantener al proyectil<<strong>br</strong> />
en movimiento.<<strong>br</strong> />
Al considerar el rozamiento como fuerza esencial al movimiento, resultó impensable para<<strong>br</strong> />
Aristóteles su ausencia y por tanto, la inercia no es una propiedad intrínseca. La fuerza requiere<<strong>br</strong> />
contacto directo, no admite acciones a distancias. En cuanto a la caída de los cuerpos, afirmaba<<strong>br</strong> />
que lo que generó al cuerpo, le otorgó también la tendencia de caer. Por tanto el peso es una<<strong>br</strong> />
propiedad intrínseca, no de relación. De esta manera explica el funcionamiento de la palanca<<strong>br</strong> />
(corrientemente atribuida a Arquímedes ). Según Aristóteles, el movimiento de los cuerpos en la<<strong>br</strong> />
palanca, que es circular, no es natural, sino violento, pues necesita una fuerza que impida el<<strong>br</strong> />
movimiento rectilíneo. Mientras se asemeje el movimiento circular al rectilíneo, menor será la<<strong>br</strong> />
fuerza necesaria para mantenerlo: es mas fácil mover un cuerpo a lo largo de una circunferencia<<strong>br</strong> />
de mayor radio que de una de radio menor. A mayor <strong>br</strong>azo, menor fuerza, pues la trayectoria se<<strong>br</strong> />
acerca mas a la rectilínea. Arquímedes ( 287-212 a.c.) después, con argumentos muy diferentes,<<strong>br</strong> />
basado en el equili<strong>br</strong>io de sistemas simétricos.<<strong>br</strong> />
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Horror al vacío: De la relación o Ley:<<strong>br</strong> />
se d<strong>edu</strong>ce que, en ausencia de un medio resistente ( R = 0 ) el movimiento sería con velocidad y<<strong>br</strong> />
extensión infinitos y por tanto el vacío es inadmisible, teoría que perduró hasta Torricelli (1608-<<strong>br</strong> />
1647 ). En el vacío no hay arriba, abajo, ni centro. De ser posible un movimiento en el vacío “<<strong>br</strong> />
una cosa permanecería en reposo o se movería ad infinitum a menos que algo más poderoso se<<strong>br</strong> />
interpusiera en su camino” y esto contradice la idea de la finalidad e implica la falta de<<strong>br</strong> />
direccionalidad del espacio. Obsérvese que al invalidar la idea de inercia, el vacío es inexistente.<<strong>br</strong> />
El mundo supralunar de Aristóteles<<strong>br</strong> />
El vacío es consecuencia con la visión de Aristóteles mas allá de la Luna, en el mundo<<strong>br</strong> />
supralunar. En su cosmología, que comienza mas allá de la esfera Lunar, existe un solo<<strong>br</strong> />
elemento: el éter, cuerpo eterno, indestructible, incorruptible. Al éter no se asignan<<strong>br</strong> />
propiedades o cualidades como humedad, sequedad y su movimiento natural es el círculo. Es un<<strong>br</strong> />
elemento simple, sin gravedad, ni levedad. Los movimientos celestes son perpetuos además de<<strong>br</strong> />
periódicos. La perpetuidad distingue los movimientos celestes de los terrenales, donde los<<strong>br</strong> />
movimientos son finitos, alternando el movimiento y el reposo. El quinto elemento: el éter, está<<strong>br</strong> />
siempre en su estado final, en su lugar natural.<<strong>br</strong> />
La Tierra, esférica, está inmóvil y es el centro del mundo. Si la Tierra rotara alrededor de si<<strong>br</strong> />
misma, cada parte de ella describiría una circunferencia. Este movimiento no sería natural, sino<<strong>br</strong> />
violento y por tanto no puede ser eterno como el de los demás astros. Por otro lado un cuerpo<<strong>br</strong> />
lanzado verticalmente hacia arriba, vuelven al mismo sitio de lanzamiento y esto no ocurriría -<<strong>br</strong> />
según Aristóteles, si la Tierra rotara so<strong>br</strong>e si misma o si se moviera alrededor del fuego central,<<strong>br</strong> />
pues los cuerpos lanzados se rezagarían.<<strong>br</strong> />
Aristóteles supone nueve esferas concéntricas transparentes (“esferas cristalinas”) a las que<<strong>br</strong> />
están unidos los planetas, en su orden: Mercurio, Venus, Sol, Marte, Júpiter y Saturno, las<<strong>br</strong> />
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estrellas fijas y una estrella exterior, inmóvil que representa a Dios, que es el motor que hace<<strong>br</strong> />
mover a las demás. Esta es la primera causa a la cual deben su ser todas las demás causas de<<strong>br</strong> />
movimiento y cambio del mundo.<<strong>br</strong> />
No obstante de las observaciones astronómicas se d<strong>edu</strong>cía claramente que los movimientos de<<strong>br</strong> />
los planetas no eran ni circulares y mucho menos uniformes. Avanzaban cierto tiempo, se<<strong>br</strong> />
detenían, retrocedían. Eudoxio (408-355 ac) contemporáneo de Platón, adopta un sistema de<<strong>br</strong> />
esferas que giran uniformemente unas dentro de otras, centradas en la Tierra, considerada en<<strong>br</strong> />
reposo. Escogiendo velocidades de rotación y mediante el auxilio de 27 esferas: 1 para estrellas<<strong>br</strong> />
fijas, 3 para el Sol, 3 para la Luna, y 4 para cada uno de los 5 planetas, Eudoxio consigue explicar<<strong>br</strong> />
el movimiento celeste con sus retrogradaciones.<<strong>br</strong> />
Como el movimiento de Venus y Marte no coincidían exactamente, Calipo <strong>–</strong> después de la<<strong>br</strong> />
muerte de Eudoxio <strong>–</strong>añade 2 esferas al Sol, 2 a la Luna y 1 a Mercurio, 1 a Venus y 1 a Marte,<<strong>br</strong> />
elevó a 34 las esferas.<<strong>br</strong> />
La visión astronómica de Aristóteles se compone de 55 esferas concéntricas alrededor de la<<strong>br</strong> />
Tierra. La esfera exterior es la que corresponde a las estrellas, el primer motor, inmóvil e<<strong>br</strong> />
incorpóreo, que mueve al éter que hace girar la esfera de Saturno y de Júpiter, y así hasta la<<strong>br</strong> />
Luna, la cual agita a las regiones del mundo sublunar.<<strong>br</strong> />
La Tierra es esférica y el centro de todo. Su sistema es geocéntrico y antropocéntrico, la Tierra<<strong>br</strong> />
no rota ni cae hacia el centro, es inmóvil.<<strong>br</strong> />
Entre las particularidades de la Física aristotélica se destacan las particularidades siguientes:<<strong>br</strong> />
Lugar: Es el límite del cuerpo que contiene. El cambio de lugar presupone la existencia de al<<strong>br</strong> />
menos dos cuerpos. Lo concibe inmóvil. No obstante, al referirse a la rotación de la esfera<<strong>br</strong> />
mundial, no pudo mantener la hipótesis anterior.<<strong>br</strong> />
Tiempo: Lo plantea en primera instancia como número enumerable, y posteriormente, como<<strong>br</strong> />
enumerador.<<strong>br</strong> />
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La Física aristotélica es lógicamente independiente, y con la ley del movimiento llegaba a<<strong>br</strong> />
conclusiones coherentes. Al mismo tiempo, es completa, ya que discute y explica todo lo<<strong>br</strong> />
observado.<<strong>br</strong> />
Enfrentarse a la Física aristotélica era desafiar a todo un sistema.<<strong>br</strong> />
Por otra parte, su filosofía trasciende y se complementa con ideas más allá de la Mecánica:<<strong>br</strong> />
La luz es una modificación del medio transparente, bajo la influencia de la fuente de luz, y esta<<strong>br</strong> />
acción se prolonga mientras se conserva la fuente luminosa.<<strong>br</strong> />
Para que la luz llegue al ojo, se requiere un elemento intermedio.<<strong>br</strong> />
La propagación de la luz es instantánea.<<strong>br</strong> />
El arco iris es la reflexión del Sol en las gotas de una nube oscura. Los colores espectrales se<<strong>br</strong> />
mezclan en la nube.<<strong>br</strong> />
El sonido es el movimiento del aire producido por el golpe de dos cuerpos.<<strong>br</strong> />
Las tormentas son emanaciones de la Tierra.<<strong>br</strong> />
La respiración es el enfriamiento del calor que se encuentra en los organismos vivos.<<strong>br</strong> />
Empleó y contrapuso el calor y el frío.<<strong>br</strong> />
El granizo se forma cuando la nube baja de un aire más frío a otro más caliente.<<strong>br</strong> />
3. Caracterización del trabajo.<<strong>br</strong> />
III.1: De los licenciados aspirantes a profesores.<<strong>br</strong> />
La encuesta a los profesores se aplicó de manera voluntaria y anónima a los licenciados que<<strong>br</strong> />
matricularon el C.A.P. en la Universidad Complutense en el presente curso escolar. Se<<strong>br</strong> />
desarrollaron conferencias en el mes de fe<strong>br</strong>ero 2005, en la Facultad de Educación.<<strong>br</strong> />
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Como parte de la interacción con los licenciados aspirantes a ejercer la docencia en la<<strong>br</strong> />
enseñanza secundaria y para disponer de una muestra amplia de respuestas relacionadas con<<strong>br</strong> />
ideas previas en los graduados, se aplicó la encuesta que aparece en la próxima página.<<strong>br</strong> />
He seleccionado las preguntas que se relacionan con las preconcepciones aristotélicas, en las<<strong>br</strong> />
cuales se puede evidenciar la presencia de estas ideas, en consecuencia con la hipótesis,<<strong>br</strong> />
fundamentalmente<<strong>br</strong> />
La causalidad aristotélica F V<<strong>br</strong> />
Las Fuerzas singulares (animismo)<<strong>br</strong> />
Las respuestas implican observar dibujos en los cuales aparecen cuerpos, trayectorias e<<strong>br</strong> />
interpretar una <strong>br</strong>eve y precisa introducción.<<strong>br</strong> />
Deben decir si las fuerzas son iguales o no y justificar la decisión asumida.<<strong>br</strong> />
Adjunto una respuesta típica (veremos luego en el resumen).<<strong>br</strong> />
Los cuerpos han sido lanzados por un malabarista, son seis bolas iguales, idénticas-se hace<<strong>br</strong> />
explícito. Deben interpretar igual masa, sustancia, por tanto volumen etcétera.<<strong>br</strong> />
Las trayectorias son: 4 de ellas verticales y dos parabólicas y se indican los vectores velocidad en<<strong>br</strong> />
cada bola, en todos los casos tangente a las trayectorias, como debe ser.<<strong>br</strong> />
Los cuerpos están a la misma altura respecto a la referencia y además se manifiesta por escrito<<strong>br</strong> />
en la pregunta.<<strong>br</strong> />
En la otra pregunta, la acción requiere seleccionar de las cuatro proposiciones, cuál es la<<strong>br</strong> />
adecuada y se pide que indiquen cuál representa mejor la o las fuerzas que actúan so<strong>br</strong>e la<<strong>br</strong> />
Tierra, dada su órbita circular alrededor del Sol. La muestra de licenciados está constituida:<<strong>br</strong> />
15 licenciados en Físicas (19,2 %)<<strong>br</strong> />
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43 licenciados en Químicas (55,1%)<<strong>br</strong> />
16 Ingenieros (Industriales, Agrónomos, Electrónicos). (20,5 %)<<strong>br</strong> />
4 Farmacias (5,1%)<<strong>br</strong> />
Estudiadas las respuestas, las he estructurado siguiendo los criterios siguientes:<<strong>br</strong> />
I) Respuesta correcta: son iguales.<<strong>br</strong> />
Luego los soportes y argumentos que respaldan la respuesta, que han sido fundamentalmente<<strong>br</strong> />
cinco:<<strong>br</strong> />
1.- masas y “g” iguales (debido a iguales alturas so<strong>br</strong>e el Planeta).<<strong>br</strong> />
2.- igual módulo de la fuerza, pero diferente vector F (d<strong>edu</strong>cido de diferentes velocidades<<strong>br</strong> />
modulares y vectoriales).<<strong>br</strong> />
3.- actúan la fuerza peso y la normal<<strong>br</strong> />
4.- basados en errores relacionados con energías cinética y/o potencial<<strong>br</strong> />
5.- identificación de la fuerza de gravedad con la fuerza peso.<<strong>br</strong> />
Sólo es cierta I)-1.<<strong>br</strong> />
Los resultados son los siguientes: 55 han respondido que son iguales (de 78); 23 dicen:<<strong>br</strong> />
diferentes.<<strong>br</strong> />
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En relación con los 23 que responden: diferentes, los argumentos son los mismos que los<<strong>br</strong> />
expresados en I) -2 al I)- 5 y se añaden:<<strong>br</strong> />
6.- fuerzas centrífugas y/o de inercias<<strong>br</strong> />
7.- conservación de fuerzas de lanzamiento luego de la interacción.<<strong>br</strong> />
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Los resultados y so<strong>br</strong>e todo los argumentos ofrecidos, tanto los que acertaron como los que no,<<strong>br</strong> />
ofrecen una evidencia alta que confirman la hipótesis de la presencia de ideas aristotélicas en<<strong>br</strong> />
los recién graduados. Es justo <strong>–</strong>y además lógico, esperable- que los licenciados en ciencias<<strong>br</strong> />
Físicas tienen una proporción mayor en las respuestas I).1 y en los argumentos.<<strong>br</strong> />
En relación con la pregunta II, en la cual sólo era necesario seleccionar una de las cuatro<<strong>br</strong> />
representaciones gráficas relacionadas con la interacción Tierra- Sol y que pretende mostrar la<<strong>br</strong> />
identificación de la fuerza con la velocidad y la r<strong>edu</strong>cción de aceleración a la exclusiva variación<<strong>br</strong> />
del módulo de la velocidad, en definitiva, la idea de que la fuerza es la causa del movimiento y<<strong>br</strong> />
de que el estado natural de los cuerpos es el reposo, se obtienen los resultados siguientes:<<strong>br</strong> />
II). 1.-13 (16,7%)<<strong>br</strong> />
II). 2.-20 (25,6%)<<strong>br</strong> />
II). 3.-45 (57,7%)<<strong>br</strong> />
II). 4.-00 (0,00 %)<<strong>br</strong> />
Total: 78.<<strong>br</strong> />
Es curioso que nadie haya seleccionado la variante II).4, siendo ésta, en principio la resultante<<strong>br</strong> />
de la II).3. Puede ser inclusive el orden o la simplicidad de la respuesta ante algo que en<<strong>br</strong> />
principio implica un comportamiento complejo.<<strong>br</strong> />
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La respuesta mayoritaria II).3 (45) se relaciona muy directamente con las respuestas I.2 y I.6<<strong>br</strong> />
antes analizadas y esencialmente con la idea de que la fuerza es la causa de la velocidad<<strong>br</strong> />
(movimiento) y la identificación de la variación de la velocidad en exclusiva con el cambio<<strong>br</strong> />
modular (no vectorial). Suman 16 (8 de los acertados y 8 de los no acertados) de la muestra.<<strong>br</strong> />
La respuesta II).2 evidencia una confusión o tendencia a “quedar bien” con la ley de gravitación<<strong>br</strong> />
y la apariencia (dirección del movimiento), lo que también se puede incluir en las respuestas a la<<strong>br</strong> />
variante 3. Por lo que sumarían: 65 de 78 (83,3%)<<strong>br</strong> />
Contraste de los resultados con la hipótesis declarada en la introducción:<<strong>br</strong> />
I: La fuerza es la causa de la velocidad del movimiento de los cuerpos,<<strong>br</strong> />
II: Existencia de fuerzas permanentes en los cuerpos, más allá de la interacción e inclusive sin<<strong>br</strong> />
que existan o hayan existido interacciones.<<strong>br</strong> />
Queda demostrada la presencia de las ideas aristotélicas como parte esencial del pensamiento<<strong>br</strong> />
de la muestra de los encuestados.<<strong>br</strong> />
Llama<<strong>br</strong> />
Llama la atención el hecho de que existe una contradicción evidente en cuanto a la coherencia<<strong>br</strong> />
entre una interpretación estereotipada y las explicaciones y/o argumentos que se utilizan para<<strong>br</strong> />
justificar decisiones, lo que hace necesario un trabajo más profundo para incidir en las<<strong>br</strong> />
metaideas, como condición necesaria, aunque no suficiente como apuntan los profesores<<strong>br</strong> />
Porlán y del Pozo en el artículo varias veces referido.<<strong>br</strong> />
III.2: De los estudiantes de 1º de bachillerato.<<strong>br</strong> />
Presentamos la encuesta a todos los estudiantes de 1º de bachillerato que pude contactar: 39.<<strong>br</strong> />
En el momento de la aplicación, también li<strong>br</strong>e, voluntaria y anónima, ya habían estudiado los<<strong>br</strong> />
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temas de Cinemática (lineal y plana), las leyes de Newton acerca del movimiento de la partícula<<strong>br</strong> />
y el principio de Conservación del Momento Lineal.<<strong>br</strong> />
El modelo consta de 13 preguntas, agrupadas en dos sesiones. Una para cuestionar la Fuerza<<strong>br</strong> />
como causa de Movimiento (con 8 situaciones, de las cuales sólo entran en esta etapa 5) y la<<strong>br</strong> />
parte II: Fuerzas Singulares. Animismo, se compone de 5 preguntas, de las cuales sólo la 5 se<<strong>br</strong> />
considera.<<strong>br</strong> />
Las respuestas a la I.1:<<strong>br</strong> />
I.1.a) hacia la izquierda: 39: 100%, no sabe: 0, 0%<<strong>br</strong> />
I.1.b): hacia la derecha: 39: 100%, no sabe: 0, 0%<<strong>br</strong> />
I.1.c): hacia la derecha: 39: 100%, no sabe: 0, 0%,<<strong>br</strong> />
I.1.d): hacia la derecha: 36: 92,3%, no sabe: 3: 7,7%<<strong>br</strong> />
Total: 96,2% errores<<strong>br</strong> />
Respuestas a la I.2:<<strong>br</strong> />
I.2.a): hacia abajo: 12: 30,8%; no se sabe: 18: 46,2%; hacia arriba: 9: 23,1%<<strong>br</strong> />
Total: 53,2% errores<<strong>br</strong> />
Respuestas a la I.3:<<strong>br</strong> />
I.3.a): reposo: 36: 92,3%; MRU: 3: 7,7%<<strong>br</strong> />
I.3.b): subiendo: 39: 100%; no se sabe 0: 0%<<strong>br</strong> />
I.3.c): bajando: 36: 92,3%; bajando no en caída li<strong>br</strong>e: 3: 7,7%<<strong>br</strong> />
I.3.d): reposo: 36: 92,3%; MRU: 3: 7,7%<<strong>br</strong> />
I.3.e): caída li<strong>br</strong>e: 12: 30,8%; bajando: 25: 64,1%; reposo altura cero: 2: 5,1%<<strong>br</strong> />
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Total: 70,8% errores<<strong>br</strong> />
Respuestas a la I.4:<<strong>br</strong> />
I.4: sentido horario: 33: 84,6%; no se sabe: 4: 10,3%; reposo: 2: 5,1%<<strong>br</strong> />
Total: 89,7% errores<<strong>br</strong> />
Respuestas a la I.5:<<strong>br</strong> />
I.5: hacia P 1<<strong>br</strong> />
: 38: 97,4%; no se: 1: 2,6%<<strong>br</strong> />
Total: 97,4% errores.<<strong>br</strong> />
Resumen de la I: 10% de aciertos.<<strong>br</strong> />
Respuestas a la II.5.a):<<strong>br</strong> />
II.5.a): fuerza de gravedad: 15: 38,5%; la fuerza de gravedad y fuerza normal: 12: 30,8%; Fuerza<<strong>br</strong> />
tangencial (sentido de la velocidad): 12: 30,8%.<<strong>br</strong> />
II.5.b): fuerza de gravedad + fuerza normal + fuerza de rozamiento: 12: 30,8%; además de las<<strong>br</strong> />
anteriores + fuerza hacia abajo (posible dirección y sentido de movimiento si se asume reposo<<strong>br</strong> />
inicial): 18: 46,2%; fuerza de gravedad +fuerza de rozamiento +peso en el plano:9: 23,1%<<strong>br</strong> />
II.5.c): fuerza centrípeta: 19: 48,7%; fuerza tangencial: 12: 30,8%; ambas: 8: 20,5%; fuerza<<strong>br</strong> />
central: gravedad, tensión, eléctrica etc.: 0: 0%<<strong>br</strong> />
II.5.d): fuerza de gravedad + fuerza elástica + fuerza hacia el centro (resultante): 16: 41%; fuerza<<strong>br</strong> />
de gravedad + fuerza elástica: 16: 41%; fuerza de gravedad: 7: 17,9%.<<strong>br</strong> />
II.5.e): fuerza de gravedad: 14: 35,9%; fuerza de gravedad + centrípeta: 15: 38,5%; fuerza<<strong>br</strong> />
tangencial: 10: 25,6%.<<strong>br</strong> />
Resumen de la II: 29,2% de aciertos.<<strong>br</strong> />
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Las respuestas de los estudiantes, no obstante haber discutido en el aula las Leyes de Newton<<strong>br</strong> />
acerca del movimiento mecánico de los cuerpos puntuales, ha sido prácticamente la misma, que<<strong>br</strong> />
si hubiésemos aplicado la encuesta antes del estudio de los temas. Discutieron aplicando las<<strong>br</strong> />
ideas constructivistas, a partir de situaciones, experimentos, so<strong>br</strong>e la base de hipótesis y<<strong>br</strong> />
llegaron a concluir la equivalencia entre todos los sistemas inerciales de referencia, o sea que el<<strong>br</strong> />
reposo es idéntico a cualquier MRU (relatividad galileana, asumida por Newton).<<strong>br</strong> />
Por otra parte y siguiendo métodos de constructivismo, basados en hechos, experimentos y las<<strong>br</strong> />
consecuentes hipótesis, concluyeron que es la interacción lo único que puede variar el estado<<strong>br</strong> />
inercial de los cuerpos y que la fuerza es causa de la aceleración y no de la velocidad.<<strong>br</strong> />
Enunciaron, además, la tercera ley de Newton e insistieron en la imposibilidad de la existencia<<strong>br</strong> />
de fuerzas singulares, es decir, no ajenas a la interacción.<<strong>br</strong> />
Pues así son las cosas. En el plano verbal externo son capaces de expresar las ideas<<strong>br</strong> />
newtonianas, sin embargo, si no se les advierte y activan las ideas, les resulta más cómodo y<<strong>br</strong> />
admitido en los subgrupos de trabajo (no más de 4 estudiantes) acudir a las representaciones<<strong>br</strong> />
aristotélicas que se quedan con lo externo, lo fenomenológico. Y es que no hemos tenido el<<strong>br</strong> />
tiempo de automatización que so<strong>br</strong>e la base de reiteradas contradicciones, les obligue a<<strong>br</strong> />
remodelar, reconstruir sus plataformas intelectuales y operar automáticamente desde ellas<<strong>br</strong> />
como conocimiento en el plano interno.<<strong>br</strong> />
Estas preguntas se las entregamos de nuevo al finalizar el año y les hago reconsiderar sus<<strong>br</strong> />
respuestas, previo experimentos, problemas y cuestiones modelizadas y de la vida real.<<strong>br</strong> />
En tales circunstancias suelo obtener resultados mucho mejores, casi se invierten los valores de<<strong>br</strong> />
la primera presentación. Luego en 2º de bachillerato, en la medida que avanzamos en los temas<<strong>br</strong> />
de campos eléctricos y magnéticos, inducción etc., les voy entregando su cuestionario una y<<strong>br</strong> />
otra vez hasta que vuelan a selectividad.<<strong>br</strong> />
Es curioso ver sus adelantos y su evolución crítica, inclusive con los textos que utilizan y<<strong>br</strong> />
consultan, dado que en casi todos se pueden detectar situaciones similares, que se les escapan<<strong>br</strong> />
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frecuentemente a los autores, que no están, digamos “vacunados” por el antivirus newtoniano,<<strong>br</strong> />
para erradicar el virus aristotélico.<<strong>br</strong> />
I: La fuerza es la causa de la velocidad del movimiento de los cuerpos,<<strong>br</strong> />
II: Existencia de fuerzas permanentes en los cuerpos, más allá de la interacción e inclusive sin<<strong>br</strong> />
que existan o hayan existido interacciones.<<strong>br</strong> />
Puede observarse que de los 39 estudiantes encuestados,<<strong>br</strong> />
Se relacionan directamente las dos partes de la encuesta con los enunciados de las hipótesis. Se<<strong>br</strong> />
muestra el total para globalizar los resultados en las dos ideas referidas.<<strong>br</strong> />
CONCLUSIONES<<strong>br</strong> />
Independientemente de que en cada uno de los dos apartados relacionados con los licenciados<<strong>br</strong> />
y con los estudiantes encuestados, hemos interpretado y valorado los resultados; ahora, visto<<strong>br</strong> />
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todo en su conjunto, podemos considerar la validez de las hipótesis enunciadas al inicio de este<<strong>br</strong> />
trabajo.<<strong>br</strong> />
Los cuestionarios de los licenciados fueron extraídos al azar, 68 de más de mil y los de los<<strong>br</strong> />
estudiantes: 39, constituyen grupos estables de alumnos de un Colegio típico de Madrid.<<strong>br</strong> />
Hasta cierto punto los resultados son esperables, teniendo en cuenta las insuficiencias actuales<<strong>br</strong> />
en las acciones que se desarrollan durante la formación inicial de los profesores y luego en la<<strong>br</strong> />
que podía ser una formación sistemáticamente concebida y estructurada de manera que los<<strong>br</strong> />
docentes “construyan” su propia concepción profesional.<<strong>br</strong> />
Téngase en cuenta que: “¿sabe el lector que muchos formadores de futuros maestros nunca<<strong>br</strong> />
han trabajado en la profesión en la que tratan de formar a sus estudiantes?...¿sabe que para ser<<strong>br</strong> />
profesor de secundaria se necesita una formación de 5 años de una licenciatura-Historia,<<strong>br</strong> />
Matemáticas, etc, y sólo dos meses de formación específica como docente?¿sabe que hay<<strong>br</strong> />
universidades que convalidan esos dos meses por un trabajo a distancia?¿sabe que los maestros<<strong>br</strong> />
comienzan a dar clases con tan sólo 50 días de práctica a lo largo de su carrera, mientras que en<<strong>br</strong> />
muchos países dedican a ello un curso completo?¿sabe que en el caso del profesorado de<<strong>br</strong> />
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secundaria es más grave, ya que puede ejercer con sólo una semana de prácticas en clases<<strong>br</strong> />
reales? Por último, ¿sabe el lector que los profesores universitarios nunca han recibido<<strong>br</strong> />
formación específica como docentes?. Según esto-añade Porlán-, ¿no es sensato pensar que el<<strong>br</strong> />
actual sistema de formación del profesorado tiene una influencia significativa, aunque no única<<strong>br</strong> />
en los problemas que tiene planteada la <strong>edu</strong>cación en este país?”<<strong>br</strong> />
Mas adelante Porlán (1997) plantea: “Enseñar es una actividad compleja que requiere el manejo<<strong>br</strong> />
experto de competencias, habilidades y conocimientos de naturaleza muy diversa (racional,<<strong>br</strong> />
emocional, ética, etc.). El reconocimiento de esta complejidad y de que el “oficio” de enseñar<<strong>br</strong> />
(no sólo el dominio de los contenidos) no se aprende por mera intuición, sino que debe ser el<<strong>br</strong> />
resultado de una adecuada formación profesional, son cambios sociales imprescindibles para el<<strong>br</strong> />
éxito de cualquier reforma de la <strong>edu</strong>cación”.<<strong>br</strong> />
BIBLIOGRAFIA<<strong>br</strong> />
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tesina (1987), premio Baldiri Rexach, Fundación Jaume I. Departamento de Didáctica delas<<strong>br</strong> />
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LA DIRECCIÓN DEL PROCESO DE ENSEÑANZA-APRENDIZAJE DE LAS<<strong>br</strong> />
MAGNITUDES DE MASA DEL CUARTO GRADO EN LA ESCUELA PRIMARIA<<strong>br</strong> />
Madelín Lozano Jímenez 33<<strong>br</strong> />
Lourdes Tarifa Lozano<<strong>br</strong> />
Josefina Barrera Kalhil 34<<strong>br</strong> />
RESUMEN: En el trabajo se analizan las principales dificultades en la dirección de la enseñanzaaprendizaje<<strong>br</strong> />
de las magnitudes, a partir de un <strong>br</strong>eve análisis histórico y filosófico del tratamiento<<strong>br</strong> />
de las magnitudes por el hom<strong>br</strong>e describiendo los puntos en los que se deben incidir para<<strong>br</strong> />
favorecer la misma. Se profundiza en las características del proceso enseñanza- aprendizaje, de<<strong>br</strong> />
las habilidades y procedimientos de la matemática exponiendo los juicios so<strong>br</strong>e cómo deben<<strong>br</strong> />
dirigirse, puntualizando en las habilidades de estimar, medir y convertir.<<strong>br</strong> />
PALABRAS LLAVES: Proceso Enseñanza-Aprendizaje; La Matemática; Tratamiento de las<<strong>br</strong> />
Magnitudes.<<strong>br</strong> />
RESUMO: Neste trabalho são analisados as principais dificuldades na direção do ensinoaprendizagem<<strong>br</strong> />
das Grandezas Físicas, a partir de uma <strong>br</strong>eve análise histórica e filosófica do<<strong>br</strong> />
tratamento das Grandezas pela humanidade os pontos nos quais se devem incidir para<<strong>br</strong> />
favorecer a mesma. Aprofunda-se nas características do processo ensino- aprendizagem, das<<strong>br</strong> />
habilidades e procedimientos da matemática expondo os juizos so<strong>br</strong>e como deven dirigir-se,<<strong>br</strong> />
pontualizando nas habilidades de estimar, medir e converter.<<strong>br</strong> />
PALAVRAS-CHAVES: Processo ensino-aprendizagem; Matemática; Tratamento das Grandezas<<strong>br</strong> />
Físicas<<strong>br</strong> />
INTRODUCCIÓN<<strong>br</strong> />
33 Licenciada em Educação. Especialista em Matemática, Professora Assistente do Departamento de Matemática da<<strong>br</strong> />
Universidade de Matanzas “Camilo Cienfuegos” (Cuba).<<strong>br</strong> />
34 Doutora em Ciências Pedagógicas. Vice‐coordenadora e Professora do Curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências<<strong>br</strong> />
na Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas. Representante do Projeto RINFOTALCUE (Programa Europeu ALPHA 3)<<strong>br</strong> />
no Brasil. Editora da <strong>Revista</strong> Eletrônica <strong>ARETÉ</strong> (UEA). Faz parte do Conselho Editorial do Jornal Latino ‐americano de Ensino de<<strong>br</strong> />
Física (LAJPE <strong>–</strong> México). E‐mail: josefinabk@yahoo.com<<strong>br</strong> />
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La <strong>edu</strong>cación tiene que responder a las demandas que emergen a escala internacional y al<<strong>br</strong> />
mismo tiempo ha de adecuarse a las realidades de nuestra región Latinoamericana, tanto como<<strong>br</strong> />
al contexto nacional y a los problemas propios de los territorios, las escuelas, las familias y todas<<strong>br</strong> />
las personas participantes en el proceso de enseñanza-aprendizaje.<<strong>br</strong> />
La matemática ocupa un lugar importante en los programas escolares influyendo en el<<strong>br</strong> />
desarrollo integral de los jóvenes, por lo que constituye un medio de comprensión y<<strong>br</strong> />
mejoramiento del mundo científico, industrial y tecnológico de estos momentos. Esta es una de<<strong>br</strong> />
las razones, a juicio de los autores del presente trabajo, que hacen que las investigaciones en<<strong>br</strong> />
matemática <strong>edu</strong>cativa co<strong>br</strong>en mayor fuerza pues la preparación matemática de los <strong>edu</strong>cadores<<strong>br</strong> />
y de los <strong>edu</strong>candos es aún insuficiente.<<strong>br</strong> />
Estos autores a través del estudio de documentos so<strong>br</strong>e las conclusiones en los entrenamientos<<strong>br</strong> />
metodológicos conjuntos y comprobaciones realizadas en la enseñanza primaria ha podido<<strong>br</strong> />
constatar que es evidente que si no se conoce suficientemente el contenido de la enseñanza no<<strong>br</strong> />
se podrá determinar qué obstruye el aprendizaje del estudiante. Se manifiestan hoy como<<strong>br</strong> />
barreras en el desempeño profesional los estilos de enseñanza inadecuados, la dificultad para<<strong>br</strong> />
formular preguntas e impulsos didácticos exigentes, a la vez sugerentes y el empleo de métodos<<strong>br</strong> />
que promueven sólo la actividad reproductiva del estudiante, hay desaprovechamiento de los<<strong>br</strong> />
errores cognitivos. La falta de destrezas para trocar el error del estudiante en interrogantes que<<strong>br</strong> />
evidencien falta de lógica o incompatibilidad con otros aspectos del contenido, evidentemente<<strong>br</strong> />
ciertos, otra barrera didáctica pasar la pregunta a otro alumno (generalmente aventajado) no<<strong>br</strong> />
r<strong>edu</strong>ce si no acrecienta la <strong>br</strong>echa cognitiva en el grupo docente. Hay manejo insuficiente del<<strong>br</strong> />
aula. Saber concentrarse temporalmente en el trabajo de un alumno en pizarra o en el pupitre<<strong>br</strong> />
sin perder el control del resto del grupo, planificar las tareas docentes de manera diferenciada<<strong>br</strong> />
para contribuir al desarrollo de los diferentes ritmos de aprendizaje, son habilidades<<strong>br</strong> />
profesionales necesarias para un correcto seguimiento del diagnóstico del aprendizaje.<<strong>br</strong> />
DESARROLLO<<strong>br</strong> />
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Los pilotajes efectuados desde el 2005 arrojaron los siguientes errores en el contenido<<strong>br</strong> />
matemático de magnitudes de los escolares: no dominan la relación entre las unidades de<<strong>br</strong> />
magnitudes, no pueden aplicar el significado de la operación de división, al seleccionar las<<strong>br</strong> />
respuestas correctas se evidencia que operan con los datos sin reflexionar, tienen tendencia a la<<strong>br</strong> />
ejecución, tiene dificultades en la situación presentada, no aplican las características esenciales<<strong>br</strong> />
del concepto de rectángulo a situaciones de magnitudes. Los dominios más afectados fueron:<<strong>br</strong> />
numérico, medida y geométrico.<<strong>br</strong> />
En el dominio de medida los errores son: El dominio de las relaciones estudiadas entre las<<strong>br</strong> />
unidades de medida, de longitud, masa, monetaria; en la conversión de unidades antes<<strong>br</strong> />
mencionadas, cálculo de área y perímetro de figuras planas, resolución de problemas con más<<strong>br</strong> />
de un paso de solución, dependientes entre sí, en los que aparecen datos de magnitud, en el<<strong>br</strong> />
uso de estrategias que permiten conocer la solución correcta de los ejercicios de problemas.<<strong>br</strong> />
El dominio de medida se comportó a un 62,97% y el porcentaje de problemas de magnitudes<<strong>br</strong> />
fue de un 35,4%, y el porcentaje de resolución de problemas con datos de magnitud es de un<<strong>br</strong> />
32,2%. Los resultados obtenidos cada año se encuentran en retroceso con respecto a los<<strong>br</strong> />
operativos de años anteriores.<<strong>br</strong> />
En las visitas a clases y comprobaciones a los centros escolares se ha comprobado que los<<strong>br</strong> />
alumnos no saben integrar los contenidos, carecen de habilidades para buscar recursos de<<strong>br</strong> />
modelación, no utilizan estrategias para organizar y evaluar su propio aprendizaje, lo que<<strong>br</strong> />
repercute en temas m<strong>edu</strong>lares como la numeración, el cálculo, las estadísticas y las propias<<strong>br</strong> />
magnitudes. Por lo que subyace la necesidad de buscar otras vías, plantearse nuevas estrategias<<strong>br</strong> />
que se integren a las ya existentes y favorezcan la solución de problemas de los contenidos<<strong>br</strong> />
matemáticos de magnitudes. Como parte de estas vías en la escuela primaria se realizan<<strong>br</strong> />
modificaciones en la enseñanza de la matemática, se aumentan turnos de clase, que se utilizan<<strong>br</strong> />
para sistematizar y consolidar los contenidos más afectados, se efectúan tele clases, se<<strong>br</strong> />
desarrollan programas televisivos y se trabaja con los software <strong>edu</strong>cativo. Se desarrolla el<<strong>br</strong> />
trabajo del maestro en grupos de 20 estudiantes.<<strong>br</strong> />
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Sin embargo estos autores al analizar el trabajo con estos contenidos pudieron observar que en<<strong>br</strong> />
la escuela primaria no son suficientes los ejercicios interactivos de magnitudes de masa, no se<<strong>br</strong> />
encuentran graduados por los niveles de desempeño cognitivo, no hay sitios Web para este<<strong>br</strong> />
contenido que favorezcan el desarrollo del trabajo independiente o realización del estudio<<strong>br</strong> />
individual de los alumnos.<<strong>br</strong> />
Entonces nos preguntamos: ¿Cómo contribuir a la dirección del proceso de enseñanzaaprendizaje<<strong>br</strong> />
de las magnitudes de masa del cuarto grado en la escuela primaria?<<strong>br</strong> />
Para ello es necesario formular preguntas como:<<strong>br</strong> />
1. ¿Cuáles son los fundamentos teóricos <strong>–</strong> metodológicos que sustentan la dirección del<<strong>br</strong> />
proceso de enseñanza aprendizaje de las magnitudes de masa en el cuarto grado?<<strong>br</strong> />
2. ¿Cuál es el estado actual de la dirección del proceso de enseñanza- aprendizaje de las<<strong>br</strong> />
magnitudes de masa en el cuarto grado?<<strong>br</strong> />
3. ¿Qué aspectos teóricos se deben contemplar en la dirección del proceso de enseñanza<<strong>br</strong> />
aprendizaje de las magnitudes de masa en el cuarto grado?<<strong>br</strong> />
Mediante el tratamiento de magnitudes en la enseñanza de la Matemática, se crean<<strong>br</strong> />
condiciones previas que los alumnos necesitarán en otras asignaturas, (por ejemplo, en<<strong>br</strong> />
Educación Laboral, Huerto Escolar, Conocimientos de mi patria, Educación Física) y que los<<strong>br</strong> />
ayudarán a comprender cuantitativamente su medio ambiente y dar respuesta a los problemas<<strong>br</strong> />
que se presentan en su vida diaria. Los autores asumen que es finalmente la Matemática objeto<<strong>br</strong> />
de la política científica, no es una rama autónoma, sino un componente de la vida social, o sea<<strong>br</strong> />
estuvo y está en continua interrelación, con la producción y la reproducción de las bases<<strong>br</strong> />
materialistas e ideales de la vida social.<<strong>br</strong> />
En el desarrollo de la Matemática, se pone de manifiesto la unidad de lo histórico con lo lógico,<<strong>br</strong> />
todo conocimiento, todo reconocimiento, se obtiene en una situación histórica- social concreta.<<strong>br</strong> />
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El dominio de la teoría y el método científico a juicio de los autores es condición previa, entre<<strong>br</strong> />
otros aspectos, para comprender las relaciones que existen entre los objetivos, los contenidos,<<strong>br</strong> />
los métodos y las condiciones, así como entre lo subjetivo y los objetivos en los procesos<<strong>br</strong> />
pedagógicos, esto posibilita además, tenerlos en cuenta en la planificación, la organización de la<<strong>br</strong> />
clase y el trabajo fuera del aula, además la formación en las diferentes disciplinas pedagógicas y<<strong>br</strong> />
por ello en la metodología de cada una de las asignaturas, esto contribuye a mostrar las<<strong>br</strong> />
interacciones dialécticas entre la teoría y la práctica y permite reconocer, como también en esas<<strong>br</strong> />
ciencias, la práctica que es el motor impulsor y criterio de la verdad.<<strong>br</strong> />
La Matemática, con sus conceptos y relaciones, se caracteriza por un elevado nivel de<<strong>br</strong> />
abstracción y generalización, es por eso que se aplican los conocimientos acerca de la dialéctica<<strong>br</strong> />
de la relación entre lo singular, lo particular y lo general. El maestro necesita sólidos<<strong>br</strong> />
conocimientos para que se los transmita a los estudiantes y estos puedan comprender las<<strong>br</strong> />
relaciones cuantitativas de su medio, así como los procesos sociales. El conocer históricamente<<strong>br</strong> />
como surgen las magnitudes favorece la dirección del proceso de enseñanza-aprendizaje y los<<strong>br</strong> />
autores asumen que se estructurará la Matemática integrando sus contenidos curriculares al<<strong>br</strong> />
medio y tendrá en cuenta el papel de la práctica como un elemento esencial para la obtención<<strong>br</strong> />
de conocimientos.<<strong>br</strong> />
En consecuencia, aparecen en la literatura un número considerable de reflexiones teóricas. Al<<strong>br</strong> />
respecto estos autores asumen que “El proceso de enseñanza- aprendizaje debe estudiarse e<<strong>br</strong> />
investigarse desde su dimensión proyectiva, que incluye su diseño, ejecución, evaluación y<<strong>br</strong> />
orienta sus resultados a lo personal y social, partiendo de un presente diagnosticado hasta un<<strong>br</strong> />
futuro deseable, donde se debe reconocer la multilateralidad de interrelaciones así como la<<strong>br</strong> />
heterogeneidad de los participantes.”(FERNÁNDEZ y otros,2002,p.4)<<strong>br</strong> />
En el proceso de enseñanza-aprendizaje, la enseñanza y el aprendizaje constituyen una unidad<<strong>br</strong> />
dialéctica, es decir aprender conforma una unidad con enseñar. A través de la enseñanza se<<strong>br</strong> />
potencia no sólo el aprendizaje sino el desarrollo humano siempre y cuando se creen<<strong>br</strong> />
“…situaciones en las que el sujeto se apropie de las herramientas que le permitan operar con la<<strong>br</strong> />
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realidad y enfrentar al mundo con una actitud científica, personalizada y creadora.”(FERNÁNDEZ<<strong>br</strong> />
y otros,2002,p.10)<<strong>br</strong> />
Es por ello que la <strong>edu</strong>cación está llamada a promover cambios en los alumnos, los que<<strong>br</strong> />
dependerán en gran medida de la forma en que se dirige el proceso de enseñanza-aprendizaje<<strong>br</strong> />
en las distintas <strong>edu</strong>caciones.<<strong>br</strong> />
El proceso de enseñanza-aprendizaje que se desarrolla en la escuela primaria tiene que crear<<strong>br</strong> />
cada vez más espacios para que el alumno desarrolle su independencia cognoscitiva y que le<<strong>br</strong> />
permita interactuar en el contexto en correspondencia con las constantes y vertiginosas<<strong>br</strong> />
transformaciones que se operan en la actualidad.<<strong>br</strong> />
Es imprescindible entonces tener en cuenta no solamente qué se enseña, sino al mismo tiempo,<<strong>br</strong> />
cómo se enseña, por lo que se hace necesario incorporar al quehacer pedagógico, vías que<<strong>br</strong> />
faciliten el proceso de asimilación de conocimientos y que propicien el desarrollo de hábitos y<<strong>br</strong> />
habilidades para un proceso de aprendizaje continuo en el alumno, contribuyendo de esta<<strong>br</strong> />
forma a una <strong>edu</strong>cación desarrolladora.<<strong>br</strong> />
Con respecto a los modelos psicopedagógicos de la enseñanza y el aprendizaje, se sustenta este<<strong>br</strong> />
trabajo en la concepción histórico-cultural de L. S. Vigotsky. El maestro tiene en consideración la<<strong>br</strong> />
zona de desarrollo actual de sus alumnos y mediante un aprendizaje interactivo, crea un sistema<<strong>br</strong> />
de apoyo para transitar de niveles inferiores a superiores ampliando la zona de desarrollo<<strong>br</strong> />
próximo.<<strong>br</strong> />
La concepción de enseñanza-aprendizaje que aporta este enfoque se deriva de una <strong>edu</strong>cación<<strong>br</strong> />
desarrolladora donde la interacción de las condiciones internas del sujeto y las del medio<<strong>br</strong> />
histórico-cultural crean situaciones y espacios que contribuyen a la estimulación de las<<strong>br</strong> />
potencialidades para el desarrollo próximo.<<strong>br</strong> />
L. S. Vigotsky formuló la conocida ley genética fundamental del desarrollo, la que expresa que<<strong>br</strong> />
toda función psicológica existe al menos dos veces, o en dos planos. El primero de ellos es el<<strong>br</strong> />
social, plano de las interacciones o de la comunicación y luego aparece el psicológico individual.<<strong>br</strong> />
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Fue esto lo que condujo a L. S. Vigotsky a explicar el tránsito del plano Inter psicológico o<<strong>br</strong> />
externo, al intra psicológico o interno y este mecanismo se ha llamado de interiorización o de la<<strong>br</strong> />
internalización. De este modo, para Vigotsky lo intra psicológico expresa el desarrollo actual<<strong>br</strong> />
llamado también afectivo, mientras que el ínter psicológico expresa el desarrollo potencial;<<strong>br</strong> />
aquel al que el individuo puede acceder en un momento determinado.<<strong>br</strong> />
Estas ideas expresadas por la ley genética del desarrollo permitió en el campo de la <strong>edu</strong>cación la<<strong>br</strong> />
aplicación de uno de los conceptos más importantes de la concepción histórico-cultural: la<<strong>br</strong> />
definición de la zona de desarrollo próximo.<<strong>br</strong> />
Es así que desde el punto de vista pedagógico “…el plano intra psicológico representa lo que el<<strong>br</strong> />
sujeto es capaz de realizar por sí mismo, en tanto que el ínter psicológico se refiere al espacio en<<strong>br</strong> />
el cual el sujeto realiza las tareas con ayuda de otros, adultos o niños, que de alguna manera<<strong>br</strong> />
dominan mejor que él las tareas que se realizan en este plano.”(MORENZA y otros, 1998, p.6)<<strong>br</strong> />
El proceso de enseñanza-aprendizaje ha de modelarse en la zona de desarrollo próximo. Entre<<strong>br</strong> />
aprendizaje y desarrollo existen relaciones. El aprendizaje constituye un factor necesario, pero<<strong>br</strong> />
no resulta suficiente para explicar el desarrollo; éste tiene sus propias leyes que no están<<strong>br</strong> />
determinadas por el aprendizaje; el aprendizaje es una condición, el aprendizaje crea<<strong>br</strong> />
desarrollo.<<strong>br</strong> />
De esta relación se puede afirmar que: “…el efecto de la enseñanza y el desarrollo es resultado<<strong>br</strong> />
directo de la actividad de los alumnos que los vincula al mundo circundante. Su carácter, por<<strong>br</strong> />
una parte, y el grado en que es dirigida por la persona que enseña, por otra, son las vías<<strong>br</strong> />
principales de elevación de la calidad de la asimilación, del efecto desarrollador de la<<strong>br</strong> />
enseñanza.”(TALÍZINA, 1998, p.36)<<strong>br</strong> />
Este enfoque no solo implica que se adopte una metodología para la enseñanza y otra para el<<strong>br</strong> />
aprendizaje, sino una metodología del aprendizaje personalizado. (BERMÚDEZ, 1996). Tener<<strong>br</strong> />
siempre claro que el aprendizaje no depende de forma directa de lo que se desea o se propone<<strong>br</strong> />
el maestro, sino esencialmente del ser que aprende, y ese es el alumno.<<strong>br</strong> />
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La enseñanza desarrolladora es definida como: “El proceso sistemático de transmisión de la<<strong>br</strong> />
cultura en la institución escolar en función del encargo social, que se organiza a partir de los<<strong>br</strong> />
niveles de desarrollo actual y potencial de los estudiantes, y conduce al tránsito continuo hacia<<strong>br</strong> />
niveles de desarrollo superiores, con la finalidad de formar una personalidad integral y auto<<strong>br</strong> />
determinada, capaz de transformarse y transformar la realidad en un contexto socio histórico<<strong>br</strong> />
concreto.( CASTELLANOS, 2001,p.44)<<strong>br</strong> />
Por lo tanto, éste es también un referente importante y al que los autores se adscriben. Es<<strong>br</strong> />
incuestionable que esta definición tiene su base psicológica fundamental en la teoría de<<strong>br</strong> />
Vigotsky, en particular en la concepción histórico - cultural y en su concepto de la zona de<<strong>br</strong> />
desarrollo próximo. Es decir, la apropiación de saberes es un proceso mediado por la interacción<<strong>br</strong> />
del maestro y sus alumnos y permite evaluar el desarrollo alcanzado y potenciar nuevas<<strong>br</strong> />
situaciones de aprendizaje.<<strong>br</strong> />
En este sentido Vigotsky expresó:<<strong>br</strong> />
La enseñanza debe, indispensablemente, plantear exigencias más elevadas,<<strong>br</strong> />
apoyándose no en las funciones maduras sino en las que están madurando (...)<<strong>br</strong> />
es buena la enseñanza que va delante del desarrollo, es decir, que arrastra tras<<strong>br</strong> />
de sí el desarrollo, pero solamente apartándose de él y no apoyándose en las<<strong>br</strong> />
funciones preparadas, que ya han madurado. (VIGOSTSKY, 1991, p.19)<<strong>br</strong> />
Enmarcada en la concepción de la enseñanza desarrolladora, al hablar de aprendizaje,<<strong>br</strong> />
Castellanos señala:<<strong>br</strong> />
Una concepción general so<strong>br</strong>e el aprendizaje representa una herramienta<<strong>br</strong> />
heurística indispensable para el trabajo diario de los maestros y maestras; les<<strong>br</strong> />
<strong>br</strong>inda una concepción de los complejos y diversos fenómenos que tienen lugar<<strong>br</strong> />
en el aula, y por tanto, un fundamento teórico, metodológico y práctico para<<strong>br</strong> />
planificar, organizar, dirigir, desarrollar y evaluar su práctica profesional,<<strong>br</strong> />
perfeccionándola continuamente.(CASTELLANOS, 2001, p.22)<<strong>br</strong> />
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De estas pala<strong>br</strong>as se infiere que aquí se encuentra un eslabón fundamental para que el maestro<<strong>br</strong> />
pueda, de forma científica e intencional, potenciar los tipos necesarios de aprendizajes, con<<strong>br</strong> />
énfasis en aquellos que favorecen el enriquecimiento integral y crecimiento de sus recursos<<strong>br</strong> />
como seres humanos o lo que es igual, potenciar aprendizajes desarrolladores.<<strong>br</strong> />
La <strong>edu</strong>cación va encaminada a la formación de la personalidad, a desarrollar la actividad<<strong>br</strong> />
cognoscitiva donde descansa en gran medida la posibilidad de esta actividad de contribuir en el<<strong>br</strong> />
desarrollo del pensamiento matemático de los alumnos.<<strong>br</strong> />
En la época actual la capacidad de resolver problemas matemáticos se ha convertido en el<<strong>br</strong> />
centro de la enseñanza de la matemática, por lo que es necesario contar con una concepción de<<strong>br</strong> />
la enseñanza que pongan en primer lugar la capacidad de solución de problemas en el<<strong>br</strong> />
desarrollo del pensamiento lógico.<<strong>br</strong> />
Por las exigencias declaradas en el modelo de Educación Primaria, las transformaciones<<strong>br</strong> />
realizadas por el perfeccionamiento del trabajo de esta <strong>edu</strong>cación, plantean retos al currículo<<strong>br</strong> />
actual, decidiéndose realizar ajustes curriculares a partir del grado 3ro donde la solución de<<strong>br</strong> />
problemas no constituye un dominio cognitivo, sino que se incluyen en los demás dominios.<<strong>br</strong> />
La matemática ha constituido, tradicionalmente, la tortura de los escolares del mundo entero, y<<strong>br</strong> />
la humanidad ha tolerado esta tortura para sus hijos como un sufrimiento inevitable para<<strong>br</strong> />
adquirir un conocimiento necesario; pero la enseñanza no debe ser una tortura, y no seríamos<<strong>br</strong> />
buenos profesores si no procuráramos, por todos los medios, transformar este sufrimiento en<<strong>br</strong> />
goce, lo cual no significa ausencia de esfuerzo, sino, por el contrario, alum<strong>br</strong>amiento de<<strong>br</strong> />
estímulos y de esfuerzos deseados y eficaces.<<strong>br</strong> />
Esta importante consideración, exige que los profesores comprendan que solo lograrán formar y<<strong>br</strong> />
desarrollar las habilidades que necesitan los estudiantes cuando enseñen a aprender y esto se<<strong>br</strong> />
logra únicamente a través de la actividad sistemática y diaria que ellos realizan en las clases.<<strong>br</strong> />
Solo cuando los estudiantes son capaces de realizar un conjunto de acciones mentales que le<<strong>br</strong> />
permiten operar con los conocimientos en las nuevas condiciones materializándolas mediante<<strong>br</strong> />
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un conjunto de operaciones en que se puede valorar que ya poseen dichas habilidades y su<<strong>br</strong> />
grado de desarrollo dependerá de la mayor independencia que posean en la utilización creadora<<strong>br</strong> />
de dichos conocimientos.<<strong>br</strong> />
De esta forma si tenemos en cuenta que las magnitudes son uno de los componentes<<strong>br</strong> />
matemáticos más afectados en la enseñanza primaria. La explicación del concepto magnitud<<strong>br</strong> />
supuso la existencia de un procedimiento de medición para propiedades de objetos, procesos o<<strong>br</strong> />
estados. Medir quiere decir determinar cuántas veces un representante de una magnitud está<<strong>br</strong> />
contenido en un (otro) representante de una magnitud de la misma cualidad.<<strong>br</strong> />
La introducción de unidades de magnitud se puede realizar en la enseñanza de la Matemática<<strong>br</strong> />
desde los grados inferiores:<<strong>br</strong> />
1. So<strong>br</strong>e la base del proceso de abstracción.<<strong>br</strong> />
2. Mediante la toma de conciencia de relaciones entre unidades ya conocidas para magnitudes<<strong>br</strong> />
de la misma calidad.<<strong>br</strong> />
El tratamiento de las magnitudes en la enseñanza de la Matemática de los grados inferiores no<<strong>br</strong> />
constituye una unidad de materia independiente, sino que se relaciona con diferentes<<strong>br</strong> />
materiales aritméticos y geométricos. Aquí hay que tener en cuenta, ante todo, los aspectos<<strong>br</strong> />
siguientes:<<strong>br</strong> />
‣ La introducción de unidades para magnitudes, la comprensión de relaciones entre ellas y el<<strong>br</strong> />
cálculo con magnitudes requieren de determinadas conversiones previa en los alumnos en<<strong>br</strong> />
aritmética y geometría.<<strong>br</strong> />
‣ Las magnitudes ofrecen, además, buenas posibilidades para lograr que los alumnos<<strong>br</strong> />
adquieran nuevos conocimientos y puntos de vistas en aritmética o geometría so<strong>br</strong>e una base<<strong>br</strong> />
intuitiva.<<strong>br</strong> />
‣ El trabajo con magnitudes y datos de magnitudes sirve frecuentemente para la<<strong>br</strong> />
profundización, fijación y perfeccionamiento de los conocimientos y capacidades aritméticas.<<strong>br</strong> />
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La memorización de los números de conversión puede facilitarse cuando se representa<<strong>br</strong> />
claramente el sistema de relaciones entre las unidades para magnitudes de la misma cualidad.<<strong>br</strong> />
Los alumnos reconocen que:<<strong>br</strong> />
En el sistema empleado por nosotros para expresar las unidades de longitud, el número de<<strong>br</strong> />
conversión que se utiliza para unidades “es 10”.<<strong>br</strong> />
‣ En las unidades de masa el número de conversión 1 000 es característico. La relación de la<<strong>br</strong> />
unidad 1 dt con las unidades 1 t y / o 1 kg ocupa un lugar especial.<<strong>br</strong> />
‣ Otras relaciones pueden darse mediante el cálculo, los ejemplos<<strong>br</strong> />
1 m = (10* 10*10) mm = 1 000 mm.<<strong>br</strong> />
En estos grados los alumnos deben realizar mediciones, estimaciones y conversiones con las<<strong>br</strong> />
cualidades de magnitudes, las mismas garantizan que el alumno la aplique en su vida cotidiana y<<strong>br</strong> />
logre el saber hacer, es por ello que los autores asumen que estimar, medir y convertir deben<<strong>br</strong> />
formar parte del sistema básico de habilidades matemáticas, por tanto se propone para el<<strong>br</strong> />
cuarto grado desarrollar las habilidades de estimar, medir y convertir, lo que sin lugar a dudas<<strong>br</strong> />
contribuirá a que la dirección del proceso de enseñanza-aprendizaje supere las dificultades<<strong>br</strong> />
que so<strong>br</strong>e este tema hoy se presentan.<<strong>br</strong> />
Formación de habilidades en la medición.<<strong>br</strong> />
La medición como comparación de un representante de una magnitud con un representante de<<strong>br</strong> />
una magnitud unidad, se realiza regularmente con ayuda de un instrumento de medición. En<<strong>br</strong> />
los grados inferiores los alumnos deben conocer los instrumentos de medición, en el<<strong>br</strong> />
tratamiento de magnitudes.<<strong>br</strong> />
Se realizan a continuación algunas consideraciones so<strong>br</strong>e el trabajo con la estimación por su<<strong>br</strong> />
importancia y necesidad de desarrollo en la enseñanza de la Matemática escolar.<<strong>br</strong> />
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La estimación es la determinación de valores aproximados para representantes de magnitudes<<strong>br</strong> />
(Almeida, J) sin utilizar instrumentos de medición. Esta debe realizarse de manera flexible y con<<strong>br</strong> />
un sentido lógico. En la asignatura Matemática se estiman magnitudes y cantidades numéricas.<<strong>br</strong> />
La estimación de magnitudes se realiza a través de una comparación basada en la percepción<<strong>br</strong> />
obtenida en la experiencia anterior. Prepara a los alumnos para enfrentar situaciones de la<<strong>br</strong> />
práctica diaria, tales como: estimar masas hacer compras, estimar distancias para cruzar una<<strong>br</strong> />
calle, etc.<<strong>br</strong> />
La estimación de cantidades numéricas se realiza a través del cálculo oral o mediante el cálculo<<strong>br</strong> />
semiescrito (que por momentos recurre al cálculo escrito) o ambos. Para ello se sustituyen los<<strong>br</strong> />
números dados por valores aproximados, cómodos para ejecutar los cálculos planteados, y se<<strong>br</strong> />
procede a determinar el resultado más próximo posible al esperado.<<strong>br</strong> />
El desarrollo de la habilidad de estimar abarca acciones como:<<strong>br</strong> />
• Identificar objetos, relaciones u operaciones necesarias,<<strong>br</strong> />
• Recurrir a una unidad básica.<<strong>br</strong> />
• Realizar un cálculo aproximado, y longitud.<<strong>br</strong> />
• Comparar con cálculos exactos o estimaciones anteriores.<<strong>br</strong> />
• La determinación de valores estimados en ejercicios de cálculo con magnitudes tiene<<strong>br</strong> />
sentido solamente si más tarde se compara con el valor exacto obtenido de la medición o el<<strong>br</strong> />
cálculo, para que los alumnos puedan hacer comparaciones, y en consecuencia, se formen ideas<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e representantes de magnitudes.<<strong>br</strong> />
La medición es la determinación de valores aproximados utilizando instrumentos de medición, a<<strong>br</strong> />
través de la comparación con unidades establecidas. (JUNGK, 1981, p.161)<<strong>br</strong> />
Se dice que es aproximada por las siguientes razones:<<strong>br</strong> />
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• Por la precisión de los instrumentos de medida.<<strong>br</strong> />
Por errores en el proceso de medición (error de paralelaje, condiciones atmosféricas)<<strong>br</strong> />
• Por la propia naturaleza de los objetos a medir.<<strong>br</strong> />
Las propiedades de los objetos que se pueden medir con un instrumento de medida, se<<strong>br</strong> />
denominan magnitudes; el resultado de la medición o medida se expresa con un número y una<<strong>br</strong> />
unidad de medida.<<strong>br</strong> />
En los grados inferiores los alumnos deben conocer en el tratamiento de las magnitudes, los<<strong>br</strong> />
instrumentos de medición siguientes:<<strong>br</strong> />
El dominio del reloj tiene especial importancia en el primer ciclo de la <strong>edu</strong>cación primaria, por<<strong>br</strong> />
su importancia para la vida.<<strong>br</strong> />
Para realizar una medida de una magnitud se sigue el siguiente procedimiento:<<strong>br</strong> />
• Elección de la unidad de medida conveniente.<<strong>br</strong> />
• Contar o calcular las veces que la unidad de medida está contenida en el objeto a medir.<<strong>br</strong> />
• Expresar la medida con un número y la unidad elegida<<strong>br</strong> />
Son muy frecuentes las situaciones en las que el objeto o la magnitud a medir no se prestan a<<strong>br</strong> />
una medida directa, bien por su inaccesibilidad, por su tamaño (demasiado grande o<<strong>br</strong> />
excesivamente pequeño) o por otras características físicas.<<strong>br</strong> />
La estimación y medición en la enseñanza de la Matemática son procedimientos que en el<<strong>br</strong> />
trabajo con magnitudes se conjugan, de ahí que se requiera trabajarlos de forma integrada. Esto<<strong>br</strong> />
significa, que en cada oportunidad que <strong>br</strong>inde el proceso hay que destacar las operaciones a<<strong>br</strong> />
ejecutar para cada uno de ellos.<<strong>br</strong> />
Habilidad de convertir.<<strong>br</strong> />
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Sucesión de indicaciones para desarrollarla.<<strong>br</strong> />
• Observa cómo se ha dado la magnitud.<<strong>br</strong> />
• Piensa cómo se debe dar la magnitud.<<strong>br</strong> />
• Determina el número de conversión.<<strong>br</strong> />
• Decide qué operaciones hay que realizar.<<strong>br</strong> />
• Coordina el número de medida calculada a la(o las) nuevas unidades.<<strong>br</strong> />
Para desarrollar las habilidades antes mencionadas hay que tener presente que las mismas no<<strong>br</strong> />
se realizan de forma independiente que se vinculan a la aritmética y a la geometría, de primero<<strong>br</strong> />
a tercero. Estos conocimientos se producen de forma sistemática de cuarto a sexto grado y se<<strong>br</strong> />
realizan constituyendo unidades independientes.<<strong>br</strong> />
Para ofrecer un tratamiento adecuado de las magnitudes los docentes deben conocer las<<strong>br</strong> />
particularidades psicológicas de los alumnos, para diseñar el proceso de enseñanza-aprendizaje<<strong>br</strong> />
en función de las posibilidades reales de los mismos y desarrollar estrategias de enseñanza<<strong>br</strong> />
certeras.<<strong>br</strong> />
En esta etapa de la edad escolar, es importante para el <strong>edu</strong>cador atender a determinadas<<strong>br</strong> />
características de los niños entre 8 y 10 años o sea de 4 ° grado:<<strong>br</strong> />
• En el caso de estos niños deben culminar el cuarto grado con la consolidación de aspectos<<strong>br</strong> />
importantes de su desarrollo, como es lo relacionado con el carácter voluntario y consciente de<<strong>br</strong> />
sus procesos psíquicos, cuyo caso gradual se inició en el momento anterior y debe consolidarse<<strong>br</strong> />
en este.<<strong>br</strong> />
• Al terminar el 4°<<strong>br</strong> />
grado es posible alcanzar niveles superiores en el desarrollo del control<<strong>br</strong> />
valorativo del alumno de su actividad de aprendizaje, acciones que juegan un papel importante<<strong>br</strong> />
para elevar el nivel de conciencia del niño en su aprendizaje.<<strong>br</strong> />
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• Los aspectos relativos al análisis reflexivo y la flexibilidad como cualidades del pensamiento,<<strong>br</strong> />
tienen en este momento mayores responsabilidades para su desarrollo, de ahí la necesidad de<<strong>br</strong> />
que el maestro, al dirigir el proceso, no se anticipe a los razonamientos del niño.<<strong>br</strong> />
• Un logro importante en esta etapa debe ser que el niño cada vez muestre mayor<<strong>br</strong> />
independencia al ejecutar sus ejercicios y tareas de aprendizaje en la clase.<<strong>br</strong> />
• En esta etapa los niños alcanzan mayores posibilidades, para la comprensión de aspectos<<strong>br</strong> />
relacionados con los Héroes de la Patria, sus luchas y conocimientos.<<strong>br</strong> />
• En estas edades él aún no posee suficientes parámetros para autoevaluarse, sin embargo<<strong>br</strong> />
las investigaciones han demostrado que si entre los 8 y 9 años se enseñan determinados<<strong>br</strong> />
indicadores para evaluar su conducta y su actividad de aprendizaje, su autovaloración se hará<<strong>br</strong> />
mas objetiva y comenzará a regular sus acciones.<<strong>br</strong> />
• Es de destacar que en estas edades, en comparación con las anteriores, la valoración del<<strong>br</strong> />
niño acerca de su comportamiento se hace más objetiva al contar con una mayor experiencia,<<strong>br</strong> />
aunque depende en gran medida de criterios externos (valoraciones de padres, maestros,<<strong>br</strong> />
compañeros).<<strong>br</strong> />
A MANERA DE CONCLUSIONES<<strong>br</strong> />
El tratamiento didáctico de las magnitudes de masa del cuarto grado de la escuela primaria<<strong>br</strong> />
cuenta con medios para lograr la dirección del proceso enseñanza- aprendizaje, en él existen<<strong>br</strong> />
carencias que repercuten en la preparación de los docentes para conducir dicho proceso, por lo<<strong>br</strong> />
que los autores consideran que se debe garantizar una correcta utilización de estrategias de<<strong>br</strong> />
enseñanza y de los procedimientos matemáticos para solucionar los problemas de aprendizaje<<strong>br</strong> />
de las magnitudes de masa, es necesario el desarrollo de las habilidades de las magnitudes para<<strong>br</strong> />
de esta forma hacer que el alumno aprenda a aprender y aprender hacer, los autores<<strong>br</strong> />
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consideran además que si se aplica un sistema de ejercicios bien elaborados y estructurados se<<strong>br</strong> />
contribuirá en gran medida a lograr lo expuesto anteriormente.<<strong>br</strong> />
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LAS ESTRATEGIAS DE APRENDIZAJE DESDE UNA CONCEPCIÓN<<strong>br</strong> />
ESTIMULADORA DEL DESARROLLO PERSONAL SUSTENTADA EN EL<<strong>br</strong> />
ENFOQUE HISTÓRICO- CULTURAL<<strong>br</strong> />
Yanetsy Vázquez González<<strong>br</strong> />
Lourdes Tarifa Lozano<<strong>br</strong> />
Josefina Barrera Kalhil 35<<strong>br</strong> />
RESUMEN: El trabajo aborda como a partir de la conceptualización de las estrategias de<<strong>br</strong> />
aprendizaje se llega a la precisión de que es necesario intensificar el trabajo con ellas en aras<<strong>br</strong> />
de estimular el desarrollo personal para lo que se concluye que la motivación, la reflexión y el<<strong>br</strong> />
autodesarrollo, son los elementos fundamentales a tener en cuenta y por tanto utilizar este tipo<<strong>br</strong> />
de estrategias es fundamental.<<strong>br</strong> />
PALABRAS LLAVES: Estrategias en el Proceso Enseñanza-Aprendizaje; Motivación; Enfoque<<strong>br</strong> />
Histórico-Cultural.<<strong>br</strong> />
RESUMEN: El trabajo aborda como a partir de la conceptualización de las estrategias de aprendizaje se llega a<<strong>br</strong> />
la precisión de que es necesario intensificar el trabajo con ellas en aras de estimular el desarrollo personal para<<strong>br</strong> />
lo que se concluye que la motivación, la reflexión y el autodesarrollo, son los elementos fundamentales a tener en<<strong>br</strong> />
cuenta y por tanto utilizar este tipo de estrategias es fundamental.<<strong>br</strong> />
PALAVRAS-CHAVES: Estrategias en el Proceso Enseñanza-Aprendizaje; Motivación; Enfoque Histórico-Cultural.<<strong>br</strong> />
INTRODUCCIÓN<<strong>br</strong> />
El término de estrategias ha estado asociado a las acciones bélicas, y recogido en textos griegos<<strong>br</strong> />
y latinos. Actualmente trasciende estos marcos y escuchamos hablar de estrategias políticas,<<strong>br</strong> />
35 Doutora em Ciências Pedagógicas. Vice‐coordenadora e Professora do Curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências<<strong>br</strong> />
na Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas. Representante do Projeto RINFOTALCUE (Programa Europeu ALPHA 3)<<strong>br</strong> />
no Brasil. Editora da <strong>Revista</strong> Eletrônica <strong>ARETÉ</strong> (UEA). Faz parte do Conselho Editorial do Jornal Latino ‐americano de Ensino de<<strong>br</strong> />
Física (LAJPE <strong>–</strong> México). E‐mail: josefinabk@yahoo.com<<strong>br</strong> />
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económicas, financieras, etc., refiriéndose a un conjunto de acciones que debemos realizar para<<strong>br</strong> />
alcanzar un objetivo o meta.<<strong>br</strong> />
Según el Diccionario Etimológico de J. Corominas (1995) estrategia es una pala<strong>br</strong>a que data de<<strong>br</strong> />
1832, proviene del griego strategia que significaba “generalato”, “aptitudes de general”, Se<<strong>br</strong> />
deriva de strategon “general”; sustantivo compuesto de estratos: ejército y: ago yo conduzco.<<strong>br</strong> />
Como se observa la elaboración de una estrategia tiene afinidad con una de las actividades<<strong>br</strong> />
más viejas en la historia del hom<strong>br</strong>e, las guerras, y se conceptúa como el arte de dirigir<<strong>br</strong> />
operaciones militares. Se asocia con la acción de dirigir. En este sentido co<strong>br</strong>a gran interés para<<strong>br</strong> />
el campo de la <strong>edu</strong>cación, donde se emplea ampliamente en la actualidad.<<strong>br</strong> />
Monereo las define como el “conjunto de decisiones y acciones conscientes e intencionadas<<strong>br</strong> />
para lograr algún objetivo” (Monereo, 1990, p.15) y este mismo autor años más tarde al<<strong>br</strong> />
relacionarlas con el aprendizaje las define como ‘’ un conjunto de acciones que se realizan para<<strong>br</strong> />
obtener un objetivo de aprendizaje’’ (Monereo, 2000, p. 47).<<strong>br</strong> />
Para Sánchez, una estrategia no es más que<<strong>br</strong> />
[...] el desarrollo de procedimientos y/o pautas coherentes en flujos de decisiones<<strong>br</strong> />
organizativas, bien planificadas a priori o desarrolladas a posteriori, referente a los<<strong>br</strong> />
medios y metas que la organización ha de llevar a cabo y que le permiten enfrentarse a<<strong>br</strong> />
problemas externos, resolver los internos y medir el progreso logrado ( SÁNCHEZ, 1993,<<strong>br</strong> />
p.27).<<strong>br</strong> />
Betancourt la define como: "acción humana, orientada a una meta intencional, consciente y de<<strong>br</strong> />
conducta controlada y poniéndola en relación con conceptos tales como: plan, táctica y regla"<<strong>br</strong> />
(BETANCOURT, 1997, p.21).<<strong>br</strong> />
En las dos definiciones precedentes se expresa que las estrategias son empleadas de forma<<strong>br</strong> />
consciente, posición criticada por Labarrere (1994), Díaz Barriga y Muriá (1998) al asumir que<<strong>br</strong> />
las estrategias no están sometidas en todos los casos a control consciente, pero no niegan la<<strong>br</strong> />
existencia de esta posibilidad. Estos autores al analizar que toda estrategia debe ser evaluada<<strong>br</strong> />
después de ser utilizada y en su ejecución se perfecciona, precisa entonces que, esta actividad<<strong>br</strong> />
esta sometida a menudo a control consciente, posición que también defiende Cárdenas (2004).<<strong>br</strong> />
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Bruner, (referenciado por PÉREZ, 2005), plantea que “una estrategia hace referencia a un<<strong>br</strong> />
patrón de decisiones en la adquisición, retención y utilización de la información que sirve para<<strong>br</strong> />
lograr ciertos objetivos, es decir, para asegurarse que se den ciertos resultados y no se<<strong>br</strong> />
produzcan otros”.<<strong>br</strong> />
En las definiciones precedentes se coincide en afirmar que las estrategias son empleadas para<<strong>br</strong> />
lograr un objetivo, idea que defienden los autores de esta investigación, pero sin embargo y en<<strong>br</strong> />
esto coincide con Tarifa (2005) no se precisa que también ellas dependen del sujeto que las<<strong>br</strong> />
selecciona o planifica y en correspondencia con ello asume la definición que esta autora<<strong>br</strong> />
propone, al considerarlas como:<<strong>br</strong> />
[…] un conjunto de decisiones y acciones coordinadas, flexibles y adaptadas a las<<strong>br</strong> />
características de la tarea, que dependen de las particularidades individuales del sujeto<<strong>br</strong> />
que las selecciona, que son utilizadas intencionalmente para conseguir un objetivo, la<<strong>br</strong> />
que permite evaluarse y que es susceptible de mejorar durante su puesta en práctica.<<strong>br</strong> />
(TARIFA, 2005, p.9)<<strong>br</strong> />
Las cuestiones referidas anteriormente condicionan la presencia de los siguientes elementos en<<strong>br</strong> />
la conformación de las estrategias, los que son referidos en (De Armas, N /y/ otros, 2003: 20).<<strong>br</strong> />
- Existencia de insatisfacciones respecto a los fenómenos, objetos o procesos <strong>edu</strong>cativos en<<strong>br</strong> />
un contexto o ámbito determinado.<<strong>br</strong> />
- Diagnóstico de la situación.<<strong>br</strong> />
- Planteamiento de objetivos y metas a alcanzar en determinados plazos de tiempo.<<strong>br</strong> />
- Definición de actividades y acciones que respondan a los objetivos trazados y entidades<<strong>br</strong> />
responsables.<<strong>br</strong> />
- Planificación de recursos y métodos para viabilizar la ejecución.<<strong>br</strong> />
- Evaluación de resultados.<<strong>br</strong> />
No obstante lo apuntado es necesario precisar que, independiente de los elementos manejados,<<strong>br</strong> />
los cuales constituyen una orientación de marcado carácter metodológico que permite<<strong>br</strong> />
organizar el proyecto estratégico, este resultado se caracteriza por la existencia de tres fases en<<strong>br</strong> />
las cuales están contenidos las cuestiones que han sido mencionadas, estas son:<<strong>br</strong> />
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• Fase de obtención de la información o diagnóstica.<<strong>br</strong> />
• Fase de caracterización del momento deseado, de programación-implementación, o de<<strong>br</strong> />
ejecución.<<strong>br</strong> />
• Fase de evaluación.<<strong>br</strong> />
DESARROLLO<<strong>br</strong> />
Si se analizan las estrategias vinculadas al “enseñar” y al “aprender”, entonces las mismas están<<strong>br</strong> />
vinculadas al proceso de enseñanza-aprendizaje y por ello estos autores asumen los criterios<<strong>br</strong> />
expresados por Addine y otros (1998) la cual considera que:<<strong>br</strong> />
las estrategias de enseñanza-aprendizaje son secuencias integradas más o<<strong>br</strong> />
menos extensas y complejas, de acciones y procedimientos seleccionados y<<strong>br</strong> />
organizados, que atendiendo a todos los componentes del proceso, persiguen<<strong>br</strong> />
alcanzar los fines <strong>edu</strong>cativos propuestos.(ADDINE y otros, 1998, p.31).<<strong>br</strong> />
El presente trabajo se ocupa específicamente de las estrategias de aprendizaje. Muchas han<<strong>br</strong> />
sido las definiciones que se ha propuesto para las mismas, de ello se entiende que no tienen el<<strong>br</strong> />
mismo significado para todos los autores. Flavell, J. H. (1984) planteó que “esta categoría<<strong>br</strong> />
comprende la amplia gama de actividades potencialmente conscientes que una persona puede<<strong>br</strong> />
realizar voluntariamente con el fin de ayudar a su memoria.” (FLAVELL, 1984, p. 212). Para<<strong>br</strong> />
Nisbet y Schusmith (1987) “son procesos que sirven de base a la realización de las tareas<<strong>br</strong> />
intelectuales.” (NISBET y SCHUSMITH, 1987, p. 45). Basil y Coll (1990) afirman que son<<strong>br</strong> />
[…] habilidades intelectuales de orden superior, esenciales, justamente, para la<<strong>br</strong> />
resolución de problemas nuevos (...) son capacidades internamente<<strong>br</strong> />
organizadas que sirven para guiar y dirigir la atención, la codificación, el<<strong>br</strong> />
almacenamiento, la recuperación y la transferencia. Aprender una regla es<<strong>br</strong> />
aprender una habilidad intelectual; aprender a aprender reglas es una<<strong>br</strong> />
estrategia cognitiva. (BASIL y COLL, 1990, p. 63).<<strong>br</strong> />
Para Danserau (1985) son mecanismos de control del sujeto para dirigir sus modos de<<strong>br</strong> />
procesarla información y facilitan la adquisición, el almacenamiento y la recuperación de la<<strong>br</strong> />
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información; mientras que para Klauer (1988), Friedrich y Mandl (1992) son secuencias de<<strong>br</strong> />
acciones dirigidas a la obtención de metas de aprendizaje. Representan complejas operaciones<<strong>br</strong> />
cognitivas que son antepuestas a los procedimientos específicos de la tarea.<<strong>br</strong> />
Monereo (1992) plantea que<<strong>br</strong> />
[...]las estrategias de aprendizaje son procesos de toma de decisiones<<strong>br</strong> />
(conscientes o intencionales) en los cuales los estudiantes eligen y recuperan,<<strong>br</strong> />
de manera coordinada, los conocimientos que necesita para cumplimentar una<<strong>br</strong> />
determinada demanda u objetivo, dependiendo de las características de la<<strong>br</strong> />
situación <strong>edu</strong>cativa en que se produce la acción. (MONEREO, 1992, p.58)<<strong>br</strong> />
Más adelante señala Monereo (2000)<<strong>br</strong> />
una estrategia de aprendizaje sería un proceso de toma de decisiones,<<strong>br</strong> />
consciente e intencional, que consiste en seleccionar los conocimientos<<strong>br</strong> />
conceptuales, procedimentales y actitudinales, necesarios para cumplimentar<<strong>br</strong> />
un determinado objetivo, siempre en función de las condiciones de la situación<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cativa en que se produce la acción. (MONEREO, 2000, p. 34).<<strong>br</strong> />
Por su parte Gargallo y Ferreras (2000), asumen que las estrategias son<<strong>br</strong> />
[…] contenidos procedimentales que pertenecen al ámbito del saber hacer, son<<strong>br</strong> />
las metahabilidades o habilidades de habilidades que utilizamos para aprender.<<strong>br</strong> />
Son los procedimientos que ponemos en marcha para aprender cualquier tipo<<strong>br</strong> />
de contenido de aprendizaje: conceptos, hechos, principios, actitudes, valores y<<strong>br</strong> />
normas, y también para aprender los propios procedimientos. (GARGALLO y<<strong>br</strong> />
FERRERAS, 2000, p.14).<<strong>br</strong> />
Para Díaz- Barriga y Hernández (1998, p. 115) “una estrategia de aprendizaje es un<<strong>br</strong> />
procedimiento que el estudiante adquiere y emplea de forma intencional como instrumento<<strong>br</strong> />
flexible para aprender significativamente y solucionar problemas y demandas académicas.”<<strong>br</strong> />
Castellanos y otros expresan que las estrategias de aprendizaje son<<strong>br</strong> />
aquellos conocimientos y procedimientos, que los/las estudiantes van dominando a lo<<strong>br</strong> />
largo de su actividad e historia escolar, y que les permiten enfrentar su aprendizaje de<<strong>br</strong> />
manera eficiente. Comprenden pues, todo el conjunto de procesos, acciones y<<strong>br</strong> />
actividades que los/las aprendices pueden desplegar intencionalmente para apoyar y<<strong>br</strong> />
mejorar su aprendizaje.” (CASTELLANOS, GARCÍA y REINOSO, 2001, p. 21).<<strong>br</strong> />
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Solís (2004, p. 39) define las estrategias de aprendizaje como: “procedimientos conscientes,<<strong>br</strong> />
que se seleccionan, regulan y evalúan por el estudiante en función de un objetivo y de un<<strong>br</strong> />
contexto especifico de aprendizaje.”<<strong>br</strong> />
Tarifa (2005) al enjuiciar las estrategias de aprendizaje propone definirlas como:<<strong>br</strong> />
[…] acciones o sistemas de acciones, asimiladas en el proceso de enseñanzaaprendizaje<<strong>br</strong> />
por el estudiante, que las selecciona, planifica, regula y evalúa,<<strong>br</strong> />
utilizándolas de forma intencional para lograr un objetivo, en un contexto específico de<<strong>br</strong> />
aprendizaje pero que se generalizan y transfieren a otros contextos. (TARIFA, 2005,<<strong>br</strong> />
p.24)<<strong>br</strong> />
Como se puede apreciar existe gran variedad de definiciones, pero se coincide en que son<<strong>br</strong> />
procedimientos, que incluyen técnicas, operaciones, acciones, con un propósito bien definido: la<<strong>br</strong> />
obtención de metas de aprendizaje, por lo que son planificadas y controladas, tienen un<<strong>br</strong> />
carácter intencional, consciente implica procesos de toma de decisiones por parte del<<strong>br</strong> />
estudiante de acuerdo al objetivo que pretende lograr, para lo que se requiere, de un plan de<<strong>br</strong> />
acción; son actividades u operaciones mentales que realiza el estudiante para favorecer su<<strong>br</strong> />
aprendizaje, relacionadas con el aprender a aprender. Ellas necesitan de la selectividad de los<<strong>br</strong> />
propios recursos y capacidades de las que dispone el <strong>edu</strong>cando, para en función de las<<strong>br</strong> />
demandas de la tarea, escoger aquello que considere más adecuado, son más que hábito de<<strong>br</strong> />
estudio, y los términos con los que más se asocian las mismas son: capacidades, habilidades,<<strong>br</strong> />
hábitos, métodos, técnicas, procedimientos, pero todos aprendidos en contextos de interacción,<<strong>br</strong> />
que contribuya a la formación de su personalidad.<<strong>br</strong> />
A partir de las ideas anteriores Yanetsy ( 2008) asume la siguiente definición so<strong>br</strong>e estrategias<<strong>br</strong> />
de aprendizaje:<<strong>br</strong> />
Acciones o sistemas de acciones de carácter consciente o inconsciente (aunque a menudo<<strong>br</strong> />
consciente) donde los contenidos psicológicos se combinan de manera peculiar para el<<strong>br</strong> />
logro de un objetivo, a partir del carácter activo que asume el estudiante en el proceso de<<strong>br</strong> />
enseñanza-aprendizaje, logrando niveles superiores de autorregulación del<<strong>br</strong> />
comportamiento. Su esencia radica en la posibilidad de autoestimulación de los mecanismos<<strong>br</strong> />
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y configuraciones psicológicas superiores expresadas en la reflexión, motivación y el<<strong>br</strong> />
autodesarrollo de los estudiantes.<<strong>br</strong> />
En la literatura es usual que las estrategias de aprendizaje sean clasificadas por tipos y no se<<strong>br</strong> />
considera su carácter integral. Existen clasificaciones en función del grado de generalidad que<<strong>br</strong> />
tienen: para Nisbett y Schucksmith (1987) están las macroestrategias (aquellas vinculadas a los<<strong>br</strong> />
procesos ejecutivos estrechamente relacionadas con el conocimiento metacognitivo) y las<<strong>br</strong> />
microestrategias (las relacionadas con los procesos ejecutivos como por ejemplo, establecer<<strong>br</strong> />
objetivos, relacionar la tarea con trabajos anteriores, decidir qué habilidades físicas o mentales<<strong>br</strong> />
son necesarias). Monereo (1990) también las clasifica de esta manera, pero para él las<<strong>br</strong> />
macroestrategias incluyen estrategias de organización, de regulación y afectivo motivacionales<<strong>br</strong> />
mientras que las microestrategias incluyen las estrategias de repetición y de elaboración.<<strong>br</strong> />
Pozo (1998) refiere la existencia de estrategias de adquisición de la información (tomar notas,<<strong>br</strong> />
su<strong>br</strong>ayado, consulta bibliográfica, búsqueda en diferentes fuentes de información, elaborar<<strong>br</strong> />
proyectos de investigación, etc.), de análisis e interpretación de la información (utilizar gráficas y<<strong>br</strong> />
esquemas, procedimientos de análisis, organización y comprensión conceptual, comunicación<<strong>br</strong> />
de lo aprendido, etc.), y de planificación, supervisión y control de los aprendizajes (procesos<<strong>br</strong> />
metacognitivos).Otras clasificaciones consideran el dominio del conocimiento al que se aplican<<strong>br</strong> />
(estrategias de comprensión de textos, estrategias de solución de problemas), el tipo de<<strong>br</strong> />
aprendizaje que favorecen (estrategias de memoria, estrategias para el aprendizaje<<strong>br</strong> />
significativo) o su funcionalidad (cognitivas, metacognitivas y de administración de recursos o de<<strong>br</strong> />
apoyo). Una clasificación diferente, que pone énfasis en las funciones que las estrategias poseen<<strong>br</strong> />
el aprendizaje es la propuesta por Weinstein, y Mayer (1986) quienes plantean la existencia de<<strong>br</strong> />
estrategias cognitivas, metacognitivas y de administración de recursos. González y Tourón<<strong>br</strong> />
(1994) proponen una clasificación similar (estrategias cognitivas, metacognitivas y auxiliares) la<<strong>br</strong> />
cual es aceptada y adaptada por Castellanos, García y Reinoso (2001) y son las que los autores<<strong>br</strong> />
de esta investigación asumen en la misma.<<strong>br</strong> />
Las estrategias cognitivas serían destrezas de organización interna que rigen el<<strong>br</strong> />
comportamiento del individuo con relación a su atención, memoria, pensamiento y otros<<strong>br</strong> />
procesos psíquicos. Entre ellas se cuentan las estrategias de memorización (de repetición, de<<strong>br</strong> />
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esencialización, reglas mnemotécnicas), las estrategias de elaboración (que sirven para<<strong>br</strong> />
construir estructuras de sentido al interior de los materiales a aprender como el su<strong>br</strong>ayado, el<<strong>br</strong> />
epigrafiado, el resumen, el esquema, los mapas conceptuales, los cuadros sinópticos) y las<<strong>br</strong> />
estrategias de transformación (son los modos de proceder de r<strong>edu</strong>cción de información que<<strong>br</strong> />
estructuran los procesos de selección y codificación, como son la elaboración de informes,<<strong>br</strong> />
simulación de exámenes, autopreguntas, ejercicios de aplicación). Algunos autores se basan en<<strong>br</strong> />
la diferenciación propuesta por Weinstein y Mayer plantean que la primera de ellas se<<strong>br</strong> />
corresponde con un enfoque de aprendizaje superficial y el resto con enfoque estratégico y<<strong>br</strong> />
profundo.<<strong>br</strong> />
Las estrategias metacognitivas tendrían que ver con los procesos conscientes del estudiante<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e qué es lo que sabe de sus propios procesos cognitivos en función de determinadas<<strong>br</strong> />
situaciones, tareas o problemas. Sus funciones básicas son la planificación, que consiste en la<<strong>br</strong> />
anticipación de las actividades a realizar; el control, supervisión o monitoreo, que involucra<<strong>br</strong> />
verificación, rectificación y revisión de las estrategias empleadas y la evaluación, realizada antes<<strong>br</strong> />
de concluir la tarea y que se asienta en valorar la eficacia o éxito de la estrategia y su posible<<strong>br</strong> />
aplicación a otras situaciones (BROWN y otros, 1983).<<strong>br</strong> />
Labarrere (1994) destaca que el mecanismo principal de la metacognición es la reflexión que el<<strong>br</strong> />
sujeto efectúa so<strong>br</strong>e la actividad que realiza o puede realizar, lo cual ha investigado durante la<<strong>br</strong> />
solución problemas matemáticos y tareas intelectuales en escolares. Según Ortiz (2001) la<<strong>br</strong> />
metacognición es, por esencia, un resultado del enfoque personológico al incluir en su propia<<strong>br</strong> />
definición la autorregulación de la persona y la regulación ejercida por otros en el propio acto<<strong>br</strong> />
de aprender. Estos autores defienden que la metacognición es una habilidad que contribuye al<<strong>br</strong> />
protagonismo del estudiante en el aula, de lo que deriva la posibilidad de aplicar diferentes<<strong>br</strong> />
estrategias metacognitivas útiles para la adquisición, empleo y control del conocimiento.<<strong>br</strong> />
Para Brown, Campione, y Day (1981) las estrategias metacognitivas suponen que los<<strong>br</strong> />
estudiantes sean conscientes de sus motivos e intenciones, de sus capacidades cognoscitivas y<<strong>br</strong> />
de las demandas de las tareas docentes y a su vez, capaces de controlar sus recursos y regular<<strong>br</strong> />
su actuación posterior. Se ha mostrado que estas estrategias pueden facilitar el aprendizaje<<strong>br</strong> />
independiente ya que implican la participación activa de los estudiantes y lo orientan hacia el<<strong>br</strong> />
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empleo futuro de la información ya que tienen grandes posibilidades de generalización de un<<strong>br</strong> />
campo a otro (BETANCOURT, 1997).<<strong>br</strong> />
Las estrategias de administración de recursos se relacionan con la administración de recursos<<strong>br</strong> />
internos (correspondientes a la atención del esfuerzo y tiempo de aprendizaje) y de recursos<<strong>br</strong> />
externos (administración óptima del entorno de aprendizaje personal y material). González y<<strong>br</strong> />
Tourón (1994) le llaman estrategias de manejo de recursos y en las mismas incluyen el<<strong>br</strong> />
autocontrol emocional, el manejo del tiempo en cuanto a su organización y dosificación o<<strong>br</strong> />
repartición, el adecuado control de la búsqueda de ayuda externa (en compañeros, padres,<<strong>br</strong> />
maestros, tutores, etc.), la creación y estructuración de ambientes propicios para estudiar y<<strong>br</strong> />
aprender de acuerdo a las condiciones y las características individuales de los sujetos.<<strong>br</strong> />
Gargallo y Ferreras (2000) incluyen dentro de este tipo de estrategias a las estrategias afectivoemotivas<<strong>br</strong> />
y de automanejo, que integran procesos motivacionales, actitudes adecuadas,<<strong>br</strong> />
autoconcepto, autoestima, sentimiento de competencia, relajación, control de la ansiedad,<<strong>br</strong> />
r<strong>edu</strong>cción del estrés, etc. y las estrategias de control del contexto, que se refieren a la creación<<strong>br</strong> />
de condiciones ambientales adecuadas, control del espacio, del tiempo, del material, etc.<<strong>br</strong> />
Castellanos, García y Reinoso (2001, p. 24) refiriéndose a las estrategias cognitivas,<<strong>br</strong> />
metacognitivas y de apoyo asumen que “aunque es importante desarrollar un amplio<<strong>br</strong> />
“repertorio” que cuente con los diversos tipos de estrategias mencionados, las metacognitivas<<strong>br</strong> />
tienen una función esencial, pues de ellas depende la forma en que se utilicen y se controlen las<<strong>br</strong> />
restantes. Sin embargo los autores consideran que, un aprendizaje desarrollador requiere de la<<strong>br</strong> />
implementación equili<strong>br</strong>ada de los tres tipos de estrategias”, posición que comparte con.<<strong>br</strong> />
Sin embargo, si los procesos psíquicos tienen un carácter integral, lo cognitivo está<<strong>br</strong> />
estrechamente vinculado a lo afectivo y lo regulador, es decir, forman una unidad, por tanto lo<<strong>br</strong> />
afectivo no es un apoyo o un auxilio para lo cognitivo sino que se le integra armónicamente.<<strong>br</strong> />
Los autores de este trabajo se encuentran en total acuerdo con los criterios planteados por Solis<<strong>br</strong> />
(2004) quien plantea que es más oportuno afirmar que toda estrategia de aprendizaje posee<<strong>br</strong> />
varias dimensiones: una cognitiva, una afectivo motivacional social y otra regulativa,<<strong>br</strong> />
interrelacionadas entre sí y no que existen diferentes tipos de estrategias. Las distintas<<strong>br</strong> />
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clasificaciones de estrategias de aprendizaje enfatizan en alguna de estas dimensiones cuando<<strong>br</strong> />
sería más oportuno considerar la integridad de estos aspectos en la utilización de cada<<strong>br</strong> />
estrategia. Por ello se defiende que las estrategias no son cognitivas en sí mismas o de apoyo, o<<strong>br</strong> />
auxiliares.<<strong>br</strong> />
Evidentemente es posible que en un sujeto, determinada estrategia manifieste de modo más<<strong>br</strong> />
evidente alguna de las dimensiones y que otra parezca no estar presente pero es indudable que<<strong>br</strong> />
todas ellas se manifiestan en mayor o menor grado.<<strong>br</strong> />
Las tipologías anteriormente descritas no consideran el carácter integral del psiquismo humano<<strong>br</strong> />
ni tan siquiera en su nomenclatura. Por ejemplo, el tipo: estrategias metacognitivas, descrito<<strong>br</strong> />
con anterioridad, enfatiza en el conocimiento y control de lo cognitivo, sin embargo, los sujetos<<strong>br</strong> />
durante su aprendizaje, también son capaces de conocer y controlar otros procesos psíquicos<<strong>br</strong> />
como los afectivos.<<strong>br</strong> />
La estrategia de elaborar informes, por ejemplo, está considerada dentro de las estrategias<<strong>br</strong> />
cognitivas, sin embargo, para su adecuada utilización el sujeto no sólo se vale de los<<strong>br</strong> />
conocimientos so<strong>br</strong>e el tema que estudia o so<strong>br</strong>e los procesos cognitivos que se ponen de<<strong>br</strong> />
manifiesto. En ella se evidencia la motivación que posee; su empleo puede despertar nuevas<<strong>br</strong> />
emociones, necesidades y durante su utilización, el sujeto va controlando los resultados<<strong>br</strong> />
alcanzados.<<strong>br</strong> />
Durante la enseñanza de las estrategias de aprendizaje es de gran valor considerar estas<<strong>br</strong> />
dimensiones en estrecha unión, dándole a cada una el peso necesario.<<strong>br</strong> />
En este sentido los autores coinciden con Straka (1997) cuando plantean que las estrategias de<<strong>br</strong> />
aprendizaje "describe al ser motivado y autodirigido que aprende como una persona que dispone<<strong>br</strong> />
del correspondiente saber fundamental y que está dispuesta a, y es capaz de planificar su<<strong>br</strong> />
aprendizaje en forma autónoma y bajo su propia responsabilidad; de organizarlo, aplicarlo,<<strong>br</strong> />
controlarlo y valorizarlo, sea en colaboración con otros o individualmente". (Straka, 1997, p.43)<<strong>br</strong> />
Para otros autores (MONEREO en COLL, 1999) es importante la toma de decisión de estrategias<<strong>br</strong> />
que realiza el estudiante cuando se enfrenta a la actividad. Ellos consideran que el estudiante<<strong>br</strong> />
debe realizar una adecuada valoración en función de varios indicadores. Primero, los<<strong>br</strong> />
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contenidos de aprendizaje (tipo y cantidad): la estrategia utilizada puede variar en función de<<strong>br</strong> />
lo que se tiene que aprender, (datos o hechos, conceptos, etc.), así como de la cantidad de<<strong>br</strong> />
información que debe ser aprendida. Los conocimientos previos que tenga so<strong>br</strong>e el contenido<<strong>br</strong> />
de aprendizaje: si el estudiante quiere relacionar distintos tipos de elementos que existen y<<strong>br</strong> />
clasificarlos, es necesario tener unos conocimientos más amplios que saber el nom<strong>br</strong>e. Además<<strong>br</strong> />
las condiciones de aprendizaje (tiempo disponible, la motivación, las ganas de estudiar, etc.).<<strong>br</strong> />
En general puede decirse que a menos tiempo y más motivación extrínseca para el<<strong>br</strong> />
aprendizaje más fácil es usar estrategias que favorecen el recordar literalmente la<<strong>br</strong> />
información (como el ensayo), y menos las estrategias que dan significado a la información o la<<strong>br</strong> />
reorganizan (estrategias de elaboración o de organización). Por último, el tipo de evaluación<<strong>br</strong> />
al que va a ser sometido: en la mayoría de los aprendizajes <strong>edu</strong>cativos la finalidad<<strong>br</strong> />
esencial es superar los exámenes; por tanto, será útil saber el tipo de examen al que se va a<<strong>br</strong> />
enfrentar.<<strong>br</strong> />
Para los autores el método más usual para estimular la enseñanza directa de las estrategias, es<<strong>br</strong> />
el modelamiento seguida de una práctica guiada. En el modelamiento se entiende que se va<<strong>br</strong> />
más allá de la imitación. Se trata de que el control y dirección, que en un principio son<<strong>br</strong> />
ejercidos por el profesor, sean asumidos por el estudiante. El medio utilizado para conseguir<<strong>br</strong> />
esto es la verbalización.<<strong>br</strong> />
Luego de haber abordado las conceptualizaciones y clasificaciones más usadas y de asumir<<strong>br</strong> />
posiciones so<strong>br</strong>e las estrategias de aprendizaje los autores consideran oportuno continuar con<<strong>br</strong> />
elementos que ayudan a esclarecer la concepción de estrategias de aprendizaje para el<<strong>br</strong> />
desarrollo personal que asume durante la investigación, la que será fundamentada a partir del<<strong>br</strong> />
enfoque histórico-cultural.<<strong>br</strong> />
El Enfoque Histórico Cultural (Vigotski, 1979) supera el interés mantenido en teorías anteriores<<strong>br</strong> />
por la esfera cognitiva del hom<strong>br</strong>e. Las ideas de Vigotski permiten abordar de manera diferente<<strong>br</strong> />
el proceso de <strong>edu</strong>cación de los estudiantes y su incorporación social. Sus consideraciones so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
el desarrollo integral, sus determinantes y la forma de estimularlo, permiten a criterio de los<<strong>br</strong> />
autores referir su o<strong>br</strong>a cuando se trata de abordar el desarrollo personológico desde el proceso<<strong>br</strong> />
de enseñanza- aprendizaje.<<strong>br</strong> />
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Los autores asumen el enfoque histórico-cultural ya que este la sitúa ante la posibilidad de<<strong>br</strong> />
proponer el desarrollo de estrategias de aprendizaje para el desarrollo personal, que le<<strong>br</strong> />
permiten concebir la personalidad de manera integral, desde un enfoque de proceso y<<strong>br</strong> />
poniendo como centro la relación que se puede establecer entre la enseñanza y el<<strong>br</strong> />
desarrollo personológico.<<strong>br</strong> />
Esta concepción convierte al estudiante en el centro del proceso de enseñanza-aprendizaje y<<strong>br</strong> />
sitúa su capacidad de aprender en un lugar prioritario dentro del proceso de enseñanza-<<strong>br</strong> />
aprendizaje (NIEVES y otros, 2003).<<strong>br</strong> />
Otro aspecto a resaltar del modelo vigotskiano es que al centrarse en el sujeto, hace al proceso<<strong>br</strong> />
desde y para el estudiante y el grupo que aprende. El interés principal es formar un hom<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
que no solo se desarrolle integralmente, sino que pueda ser transformador de su realidad. Los<<strong>br</strong> />
autores consideran que resulta esencial reconocer el papel del sujeto de aprendizaje en el<<strong>br</strong> />
proceso de enseñanza-aprendizaje. De lo que el sujeto conoce, lo que demanda, sus motivos y<<strong>br</strong> />
necesidades, sus sentidos se proyecta el proceso hacia el desarrollo de ese propio sujeto, del<<strong>br</strong> />
logro de una integración madura en el contexto actual y proyectado hacia el futuro,<<strong>br</strong> />
consolidando sus formaciones psicológicas superiores.<<strong>br</strong> />
Vigotski (1979) introdujo el concepto de actividad social (la que enlaza con los procesos<<strong>br</strong> />
interpsíquicos) a partir de la cual se deriva la actividad individual (la que vincula a los procesos<<strong>br</strong> />
intrapsíquicos) El tránsito de la actividad social a la individual propicia el proceso de<<strong>br</strong> />
interiorización. Este proceso incluye una serie de operaciones:<<strong>br</strong> />
Una operación que inicialmente representa una actividad externa se<<strong>br</strong> />
reconstruye y comienza a suceder internamente. Un proceso interpersonal<<strong>br</strong> />
queda transformado en otro intrapersonal. La transformación de un proceso<<strong>br</strong> />
interpersonal en un proceso intrapersonal es el resultado de una serie de<<strong>br</strong> />
procesos evolutivos. (Vigotski, 1979, pp. 93 <strong>–</strong> 94).<<strong>br</strong> />
Por tanto, en su concepción, el entorno social es una parte intrínseca del aprendizaje y del<<strong>br</strong> />
desarrollo individual y no sólo una condición que puede o no favorecerlo. Como el desarrollo<<strong>br</strong> />
humano va de lo externo, social e intersubjetivo, hacia lo interno, individual e intrasubjetivo, el<<strong>br</strong> />
proceso de comunicación entre las personas se constituye en un aspecto esencial para el<<strong>br</strong> />
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aprendizaje, para el acto de enseñar, en fin, para la labor cotidiana del profesor y del<<strong>br</strong> />
estudiante. Como señala Fernández (2001) el hom<strong>br</strong>e no sólo adquiere experiencia socio<strong>–</strong><<strong>br</strong> />
histórica mediante su propia actividad, sino también mediante la comunicación con otras<<strong>br</strong> />
personas. El desarrollo de dicho proceso psíquico es relevante para la formación de<<strong>br</strong> />
profesionales integrales. (BECERRA, 2003).<<strong>br</strong> />
Este supuesto teórico aceptado por los autores de este trabajo de investigación permiten<<strong>br</strong> />
reconocer que la asimilación de las estrategias de aprendizaje se puede potenciar mediante el<<strong>br</strong> />
trabajo interactivo, la reflexión individual y grupal. El intercambio, la comunicación y la<<strong>br</strong> />
colaboración son momentos necesarios en la interiorización de las estrategias.<<strong>br</strong> />
Las interacciones sociales que median en la relación estudiante-contenido provocan premisas<<strong>br</strong> />
del desarrollo personológico, al considerar este como proceso y resultado, en última instancia<<strong>br</strong> />
de las relaciones sociales en las que se encuentra inmerso el sujeto concreto. Al lograr<<strong>br</strong> />
dominar los patrones culturales, trasmitidos de manera significativa, a la par del desarrollo se<<strong>br</strong> />
condicionan las pautas del comportamiento social. La función mediadora de otros permite<<strong>br</strong> />
favorecer la construcción y reconstrucción de los significados y sentidos relacionados con el<<strong>br</strong> />
objeto de estudio, además que es el medio ideal para las interacciones desarrolladoras, este<<strong>br</strong> />
aspecto se tuvo en cuenta para diseñar la estrategia metodológica, en la que los autores hacen<<strong>br</strong> />
alusión al papel del otro (que puede ser un profesor, un estudiante, un tutor), como mediador<<strong>br</strong> />
para el desarrollo de estrategias de aprendizaje para el desarrollo personal.<<strong>br</strong> />
Co<strong>br</strong>a importancia desde la perspectiva de los autores el análisis del contexto como elemento<<strong>br</strong> />
mediatizador del aprendizaje y el desarrollo. El contexto crea el medio idóneo donde el sujeto<<strong>br</strong> />
psicológico se desenvuelve, desarrollando en las interacciones y relacionándose con las<<strong>br</strong> />
oportunidades que recibe de este. Es, sin dudas, el espacio desarrollador del sujeto, portador<<strong>br</strong> />
de los recursos esenciales para que el grupo transforme su realidad psicosocial, siendo el<<strong>br</strong> />
espacio práctico de enriquecimiento del sujeto. El contexto le permite la búsqueda, el<<strong>br</strong> />
empleo de habilidades, las posibilidades de reflexión, la satisfacción de su motivación, el<<strong>br</strong> />
espacio de su desarrollo.<<strong>br</strong> />
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El desarrollo sigue al aprendizaje puesto que este es quien crea el área de aprendizaje<<strong>br</strong> />
potencial. Esta constituye la ley de la genética y de la dinámica del desarrollo explicada por<<strong>br</strong> />
Vigotski. Los autores comparten la propuesta de este autor al relacionar el aprendizaje del<<strong>br</strong> />
sujeto y su desarrollo, siendo el aprendizaje la premisa del desarrollo, aunque ser determinante<<strong>br</strong> />
no significa que el sujeto sea un ente pasivo en su proceso de crecimiento y formación<<strong>br</strong> />
personológica. Las condiciones internas del sujeto -pasado, presente y futuro- estructurado<<strong>br</strong> />
en los contenidos psicológicos de manera prospectiva le <strong>br</strong>indan al sujeto un soporte donde el<<strong>br</strong> />
contexto actúa, reestructura, modifica y hace surgir nuevas formaciones psicológicas.<<strong>br</strong> />
Los procesos de enseñanza y desarrollo son mediatos y mediatizados por el uso de signos e<<strong>br</strong> />
instrumentos, y por las interacciones del aprendiz consigo mismo y con otros significativos<<strong>br</strong> />
(familia, maestro y coaprendices) en su encuentro con el contenido (como expresión<<strong>br</strong> />
cultural) que debe internalizar (NIEVES y otros, 2003), Vigotski (2000) señaló: "en el acto<<strong>br</strong> />
instrumental, el hom<strong>br</strong>e se conquista a sí mismo desde afuera a través de las herramientas<<strong>br</strong> />
psicológicas" (VIGOTSKI, 2000, p. 145) y (CALVIÑO, 1997, p. 12).<<strong>br</strong> />
Signo e instrumento se convierten en recursos de dominio de su propio comportamiento y<<strong>br</strong> />
de influencia so<strong>br</strong>e su desarrollo personológico. Cualquier herramienta psicológica posibilita<<strong>br</strong> />
que el sujeto la interiorice, regulando su comportamiento y a su vez como forma cultural<<strong>br</strong> />
interiorizada por este sujeto. Las estrategias de aprendizaje para el desarrollo personal se<<strong>br</strong> />
convierten en portadoras de instrumentos que doten al sujeto de nuevas oportunidades<<strong>br</strong> />
de control de su comportamiento y van creando principios de desarrollo en la propia<<strong>br</strong> />
actividad de aprendizaje, así como satisfacción en las demandas de la tarea docente a la cual<<strong>br</strong> />
el estudiante se enfrenta.<<strong>br</strong> />
Desde la perspectiva de concepción como instrumento psicológico los autores afirman, al<<strong>br</strong> />
decir de Vigotski (1981, p. 28): "lo nuevo consiste en que el hom<strong>br</strong>e crea él mismo<<strong>br</strong> />
estímulos que determinan su reacción, los utiliza en calidad de medios para dominar los<<strong>br</strong> />
procesos de su propia conducta". Se ha de partir de concebir estas estrategias como medio de<<strong>br</strong> />
autodominio, de autorregulación, potenciando en el proceso de enseñanza-desarrollo<<strong>br</strong> />
psicológico, la configuración armónica de la personalidad.<<strong>br</strong> />
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Esta concepción que se expone parte de un enfoque integral para comprender la enseñanza<<strong>br</strong> />
como un sistema de ayudas pedagógicas que desde una didáctica de la interactividad estimule<<strong>br</strong> />
la formación y desarrollo de la personalidad del estudiante, participando este como sujeto<<strong>br</strong> />
autorregulado y autónomo. Se apoya en las leyes de la génesis y la dinámica del desarrollo<<strong>br</strong> />
explicado por Vigotski y asumido ya anteriormente por los autores.<<strong>br</strong> />
Siendo consecuente con el concepto de zona de desarrollo próximo de Vigotski los autores<<strong>br</strong> />
consideran que en el aprendizaje la influencia de cualquier persona significativa en la solución<<strong>br</strong> />
de una tarea posibilita el posterior dominio de esos instrumentos psicológicos y que el<<strong>br</strong> />
estudiante sea capaz por sí solo de realizar la tarea por lo que ha propuesto un abordaje de la<<strong>br</strong> />
relación estudiante-profesor-tutor, estudiante-estudiante, y el grupo como un todo<<strong>br</strong> />
enfatizando en las posibilidades del estudiante de desempeñarse más allá de su desarrollo<<strong>br</strong> />
actual con la ayuda del otro significativo, dándole al profesor un rol distinto al de presentador<<strong>br</strong> />
y controlador de la estrategia sino que se parte de la necesidad sentida de desarrollar o<<strong>br</strong> />
introducir la estrategia y que sea él mismo, de conjunto con el estudiante quien la transfiera y<<strong>br</strong> />
guíe su práctica y la de sus coaprendices, considerando que la situación de aprendizaje puede<<strong>br</strong> />
darse desde áreas específicas o desde el carácter multidisciplinario, en una actividad docente<<strong>br</strong> />
o en la práctica profesional. El paso del desarrollo real al potencial se favorece por el<<strong>br</strong> />
intercambio entre el estudiante y el docente u otros estudiantes, con la negociación de saberes,<<strong>br</strong> />
con el empleo y solución de contradicciones que generen desarrollo. Este concepto constituye<<strong>br</strong> />
un reto para todos los <strong>edu</strong>cadores, los que con la utilización de estrategias en correspondencia<<strong>br</strong> />
con las características individuales de los escolares, contribuirán al desarrollo de las mismas.<<strong>br</strong> />
Este concepto es valorado como un aporte positivo a tener en cuenta por los autores pues<<strong>br</strong> />
<strong>br</strong>inda la posibilidad de abarcar elementos metarreflexivos y motivacionales so<strong>br</strong>e la base del<<strong>br</strong> />
principio de la unidad cognitivo-afectiva. Este principio es cardinal en el enfoque históricocultural<<strong>br</strong> />
ya que pauta la futura formación de las funciones psíquicas superiores y a su vez las<<strong>br</strong> />
configuraciones psicológicas que son elementos determinantes en la estructuración de la<<strong>br</strong> />
personalidad. Posibilita la explicación de la complejidad comportamental, vista desde la<<strong>br</strong> />
autorregulación y que se expresa además en la autonomía, la perseverancia y la<<strong>br</strong> />
autogestión que se considera desarrollar en el estudiante. Este principio es abordado en su<<strong>br</strong> />
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total magnitud, ante todo al considerar como nuestro objetivo primero el desarrollo integral<<strong>br</strong> />
de lo personal, es decir las formaciones superiores que constituyen ejemplo de la unidad<<strong>br</strong> />
cognitivo-afectivo, utilizando para ello las posibilidades que <strong>br</strong>inda esta unidad desde el punto<<strong>br</strong> />
de vista metodológico.<<strong>br</strong> />
La ayuda pedagógica que contribuye al uso de las estrategias de aprendizaje para el desarrollo<<strong>br</strong> />
personal se basa en la idea vigotskiana de los niveles de ayuda, concebidos como apoyo<<strong>br</strong> />
<strong>br</strong>indado para la solución de la tarea y para <strong>br</strong>indar instrumentos psicológicos que al dominarlos<<strong>br</strong> />
el sujeto será capaz de realizar la tarea en cuestión y regular su comportamiento. L.S Vigotski<<strong>br</strong> />
enfoca la ayuda como la forma en que el sujeto logrará realizar acciones que ahora solo puede<<strong>br</strong> />
realizar en cooperación con otros. El sujeto que se encuentra inmerso en el proceso de<<strong>br</strong> />
enseñanza-aprendizaje concebido como desarrollado el apoyo pedagógico permite ese<<strong>br</strong> />
dominio posterior de herramientas psicológicas para lograr realizar las acciones y a la vez<<strong>br</strong> />
autodesarrollarse. Lo que se realiza en esta ayuda es promover la reflexión del sujeto so<strong>br</strong>e sus<<strong>br</strong> />
recursos personales y la tarea en cuestión, su motivación y estimular su desarrollo. No<<strong>br</strong> />
podemos confundir ni pensar que el sujeto psicológico pierde su carácter activo, al contrario la<<strong>br</strong> />
ayuda pedagógica permite que se estimule el carácter activo, lo que se posibilita es mayor<<strong>br</strong> />
participación e implicación en la autorregulación del proceso.<<strong>br</strong> />
Para los autores considerar a las estrategias de aprendizaje para el desarrollo personal como<<strong>br</strong> />
una nueva modalidad de estrategias de aprendizaje constructivista es un error, pues existe una<<strong>br</strong> />
ruptura radical entre ellas. Las estrategias de aprendizaje son conceptualizadas como<<strong>br</strong> />
procesos de toma de decisiones para la selección de conocimientos, habilidades,<<strong>br</strong> />
herramientas, con objetivos centrados en el proceso de enseñanza- aprendizaje. Las<<strong>br</strong> />
estrategias de aprendizaje para el desarrollo personal trascienden esta idea al ser concebida<<strong>br</strong> />
como una vía para promover la formación y estructuración de los contenidos psicológicos<<strong>br</strong> />
altamente elaborados del estudiante, de manera tal que permitan que este estimule<<strong>br</strong> />
mecanismos y formaciones psíquicas nuevas. Se logra en el estudiante estimular la autonomía<<strong>br</strong> />
en su proceso de desarrollo. Emergen dos características de las estrategias de aprendizaje<<strong>br</strong> />
para el desarrollo personal: la autoestimulación del desarrollo integral de los estudiantes y<<strong>br</strong> />
la autodeterminación a lo largo del proceso de aprendizaje y desarrollo, siendo responsable<<strong>br</strong> />
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de ambos, utilizando para lograr los objetivos/metas personales y profesionales recursos<<strong>br</strong> />
cognitivos, afectivos, volitivos.<<strong>br</strong> />
El estudiante asume un papel determinante en el uso de estrategias desarrolladoras, su rol parte<<strong>br</strong> />
de la implicación en situaciones que cada vez exigen niveles superiores de estructuración<<strong>br</strong> />
psicológica, con despliegues desarrolladores de mayor envergadura. Valora su<<strong>br</strong> />
desenvolvimiento en la misma, existe un elevado compromiso con el desarrollo personal y<<strong>br</strong> />
profesional.<<strong>br</strong> />
Se hace referencia a una intencionalidad autorregulada en la que involucran las metas,<<strong>br</strong> />
expectativas, decisiones, esfuerzos que mayormente se implican como sistema complejo e<<strong>br</strong> />
integrado cuando se presenta en situaciones de aprendizaje.<<strong>br</strong> />
Las estrategias de aprendizaje son asimiladas como saberes y pueden ser utilizadas en<<strong>br</strong> />
situaciones distintas, parten de un diagnóstico del sujeto psicológico que las utilizará, se propone<<strong>br</strong> />
para un tipo de habilidad o problema para todos los sujetos y se generalizan a otros contextos.<<strong>br</strong> />
Cada sujeto debe de partir de su conocimiento y la amplitud para la cual se ha diseñado la<<strong>br</strong> />
estrategia, utilizándola en la vida cotidiana, al enfrentar disímiles condiciones.<<strong>br</strong> />
La reflexión expresada en el uso de estrategias de aprendizaje para el desarrollo personal<<strong>br</strong> />
permite la implicación del sujeto en su dinámica psicológica a la hora de enfrentar diversas<<strong>br</strong> />
situaciones. Como sujeto psicológico la forma de realizar la actividad, buscar soluciones,<<strong>br</strong> />
valorar, crear, planificar y trascender su nivel actual de desarrollo, parten de un acercamiento a<<strong>br</strong> />
la dinámica configuracional de su personalidad antes de buscar elementos externos para<<strong>br</strong> />
solucionar la situación, permitiéndole contar con recursos que conforman contenidos<<strong>br</strong> />
psicológicos altamente configurados, donde adquieren un rol significativo procesos de<<strong>br</strong> />
características diferentes a los intelectuales. Las herramientas psicológicas juegan un papel<<strong>br</strong> />
determinante en esta nueva estructuración y regulación del comportamiento.<<strong>br</strong> />
Cuando se aprende desde un enfoque desarrollador se posibilita la reflexión del sujeto<<strong>br</strong> />
psicológico que se implica en la situación provocando no solo una valoración de la situación o<<strong>br</strong> />
los recursos intelectuales propios, sino que reflexiona y enriquece contenidos y funciones<<strong>br</strong> />
psíquicas superiores en su configuración reguladora del comportamiento.<<strong>br</strong> />
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La reflexión so<strong>br</strong>e sí mismo, idea básica del proceso de desarrollo, enriquece formaciones<<strong>br</strong> />
psíquicas superiores como el autoconcepto y la autovaloración, implicando definiciones en<<strong>br</strong> />
la estructuración reguladora del comportamiento. El sujeto psicológico en la reflexión actúa<<strong>br</strong> />
desde lo personológico, lo integral y lo desarrollador.<<strong>br</strong> />
Autores como Davidov (1988) han enfatizado en la reflexión como cualidad del pensamiento<<strong>br</strong> />
teórico que se revela so<strong>br</strong>e todo en la solución de problemas, los autores plantean que estos<<strong>br</strong> />
supuestos no contradicen su valoración personológica, cuando el estudiante en la elaboración<<strong>br</strong> />
de sus motivaciones, transforma cognitivamente las necesidades que representan su<<strong>br</strong> />
vinculación consigo mismo y el mundo.<<strong>br</strong> />
Como expresa Labarrere(1996. P. 76): ”una de las particularidades más so<strong>br</strong>esalientes del<<strong>br</strong> />
comportamiento inteligente radica en su actividad cognoscitiva autocontrolada o autorregulada”.<<strong>br</strong> />
La motivación juega, a criterio de los autores un papel determinante dentro de las estrategias de<<strong>br</strong> />
aprendizaje para el desarrollo personal, ya que este elemento caracteriza la integridad y<<strong>br</strong> />
disposición positiva del sujeto ante el proceso de aprendizaje. Este elemento, además de ser<<strong>br</strong> />
importante en el proceso personalizado, logra nuevas formas de autorregulación del<<strong>br</strong> />
comportamiento, configuración jerárquica, riqueza de contenido y sentido psicológico,<<strong>br</strong> />
entre otras. Considerado como uno de los mecanismos psicológicos como aspecto esencial a<<strong>br</strong> />
considerar en la estrategia metodológica, la motivación encauza el esfuerzo del estudiante y<<strong>br</strong> />
pauta la dinámica psicológica al incluir en su jerarquía, necesidades, motivos, intereses, ideales,<<strong>br</strong> />
conflictos y otros procesos psicológicos que de manera personalizada regulan su<<strong>br</strong> />
comportamiento.<<strong>br</strong> />
La motivación del sujeto implicado en estrategias desarrolladoras, gana en riqueza psicológica,<<strong>br</strong> />
traducida en formaciones de sentidos personalizados, aumento de la motivación intrínseca y<<strong>br</strong> />
el conocimiento so<strong>br</strong>e sí y el contexto, presencia de elementos aportadores a las intenciones<<strong>br</strong> />
profesionales, entre otras. La motivación ha ganado en fuerza movilizadora de otros recursos,<<strong>br</strong> />
logra implicar al sujeto en nuevos retos y situaciones y volver so<strong>br</strong>e su proceso de desarrollo,<<strong>br</strong> />
por lo que se puede hablar de una dinámica de cambio en cuanto a la motivación del<<strong>br</strong> />
sujeto en su proceso de aprendizaje autodesarrollador, de una motivación personalizada a una<<strong>br</strong> />
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automotivación, convertida en la búsqueda de sentidos enriquecidos, de la jerarquía<<strong>br</strong> />
motivacional presente en el estudiante.<<strong>br</strong> />
Los motivos intrínsecos (MITJANS, 1987, p.241) son inherentes a la propia esencia de la<<strong>br</strong> />
actividad y satisfacen necesidades del sujeto vinculadas directamente con la misma.<<strong>br</strong> />
Los elementos motivacionales se convierten en expresión activa de elaboración intelectual, son<<strong>br</strong> />
portadoras de una elevada carga emocional, que se evidencia su potencial motivacional so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
el comportamiento, estando orientadas a la regulación del comportamiento, teniendo su<<strong>br</strong> />
expresión en esta dirección en objetivos, valoraciones y otras formas activas de<<strong>br</strong> />
autodeterminación.<<strong>br</strong> />
El autodesarrollo es considerado por los autores de esta investigación como un mecanismo<<strong>br</strong> />
psicológico con gran impacto en el desarrollo de estrategias de aprendizaje. A lo largo del<<strong>br</strong> />
proceso, el estudiante se conoce mejor, reflexiona so<strong>br</strong>e sí, se motiva e implica orientado por<<strong>br</strong> />
su carácter prospectivo, se provoca el paso de una estimulación externa del sujeto, ya sea por<<strong>br</strong> />
otro sujeto o él mismo apoyado en elementos del contexto, a una autoestimulación del<<strong>br</strong> />
desarrollo, con mecanismos auto<strong>edu</strong>cativos y de autoperfeccionamiento. Se considera que los<<strong>br</strong> />
estudiantes pueden lograr una dinámica que oriente el desarrollo al crecimiento<<strong>br</strong> />
autopotenciado.<<strong>br</strong> />
En el proceso de aprendizaje desarrollador se logra que confluyan elementos organizados en<<strong>br</strong> />
los contenidos psicológicos. Los contenidos personalizados y configurados en las<<strong>br</strong> />
representaciones so<strong>br</strong>e la profesión, en el conocimiento previo, las vivencias, entre otras, con<<strong>br</strong> />
los contenidos psicológicos estructurados en funciones superiores como las intenciones<<strong>br</strong> />
profesionales, ideales, sentido de la vida, son reestructuradas, de manera activa por el sujeto<<strong>br</strong> />
en su proceso de aprendizaje, adquiriendo la esencia ontogenética del sujeto. Esta relación nutre<<strong>br</strong> />
las situaciones de aprendizaje con nuevas configuraciones, en las cuales el sujeto hace<<strong>br</strong> />
consciente, se reestructura, y en función de ello regula su comportamiento. Se hacen<<strong>br</strong> />
latentes contenidos y configuraciones que permiten actualizar las representaciones y sentidos<<strong>br</strong> />
psicológicos actuantes en el sujeto. Las estrategias de aprendizaje para el desarrollo<<strong>br</strong> />
personal permiten la movilización de recursos personológicos, haciendo conscientes la<<strong>br</strong> />
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estructuración futura partiendo del análisis de los niveles alcanzados en su desarrollo<<strong>br</strong> />
psicológico.<<strong>br</strong> />
Los autores consideran que las estrategias de aprendizaje para el desarrollo personal son<<strong>br</strong> />
una herramienta para el proceso de auto<strong>edu</strong>cación de la personalidad. Auto<strong>edu</strong>car, en tanto<<strong>br</strong> />
el sujeto se proponga, realice y valore un sistema de acciones encaminadas a autoestimular su<<strong>br</strong> />
desarrollo integral de manera autónoma., trascendiendo el marco docente con intenciones<<strong>br</strong> />
de desarrollo. Las estrategias desarrolladoras se convierten en ese sistema de acciones de<<strong>br</strong> />
carácter procesual, donde ante cada tarea, el estudiante de manera activa forma y reestructura<<strong>br</strong> />
contenidos psicológicos, que adquieren nuevos matices en la autorregulación del<<strong>br</strong> />
comportamiento y que difieren de las anteriores por dos elementos: su contenido y el papel<<strong>br</strong> />
desempeñado por el sujeto.<<strong>br</strong> />
Como se afirmó con anterioridad, la comunicación posee gran valor para el desarrollo de<<strong>br</strong> />
estrategias de aprendizaje en tanto el desarrollo humano va de lo intersubjetivo a lo<<strong>br</strong> />
intrasubjetivo.<<strong>br</strong> />
De acuerdo a lo analizado hasta el momento los autores proponen que una estrategia<<strong>br</strong> />
metodológica centrada en las relaciones entre profesor- estudiante- tutor, estudianteestudiante<<strong>br</strong> />
y el grupo como un todo desarrollan estrategias de aprendizaje para el desarrollo<<strong>br</strong> />
personal en estudiantes de la carrera de Psicología. Esto se hace muy necesario en el contexto<<strong>br</strong> />
en que se desarrolla la investigación: el curso de continuidad de estudios para la<<strong>br</strong> />
universalización, el que considera en su plan de estudios la semipresencialidad como<<strong>br</strong> />
característica principal del modelo por lo que el éxito en la actividad de estudio se encuentra<<strong>br</strong> />
determinado por la calidad del autoestudio y este depende del uso adecuado de las estrategias<<strong>br</strong> />
de aprendizaje so<strong>br</strong>e la base de la motivación, la reflexión y el autodesarrollo.<<strong>br</strong> />
CONCLUSIONES:<<strong>br</strong> />
El conjunto de decisiones y acciones coordinadas, flexibles y adaptadas a las características de la<<strong>br</strong> />
tarea, que dependen de las particularidades individuales del sujeto que las selecciona, que son<<strong>br</strong> />
utilizadas intencionalmente para conseguir un objetivo, la que permite evaluarse y que es<<strong>br</strong> />
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susceptible de mejorar durante su puesta en práctica, es la definición de estrategia que se<<strong>br</strong> />
precisa en esta investigación.<<strong>br</strong> />
Las estrategias de aprendizaje para el desarrollo son analizadas como acciones o sistemas de<<strong>br</strong> />
acciones de carácter consciente o inconsciente (aunque a menudo consciente) donde los<<strong>br</strong> />
contenidos psicológicos se combinan de manera peculiar para el logro de un objetivo, a partir<<strong>br</strong> />
del carácter activo que asume el estudiante en el proceso de enseñanza- aprendizaje, logrando<<strong>br</strong> />
niveles superiores de autorregulación del comportamiento. Su esencia radica en la<<strong>br</strong> />
posibilidad de autoestimulación de los mecanismos y configuraciones psicológicas superiores<<strong>br</strong> />
expresadas en la reflexión, motivación y el autodesarrollo de los estudiantes.<<strong>br</strong> />
Las estrategias de aprendizaje deben ser utilizadas de forma equili<strong>br</strong>ada en sus tres<<strong>br</strong> />
dimensiones: lo cognitivo, lo metacognitivo y el manejo de recursos.<<strong>br</strong> />
La concepción so<strong>br</strong>e estrategias de aprendizaje para el desarrollo personal que propone la<<strong>br</strong> />
autora, se fundamenta desde los postulados de la escuela histórico-cultural, y considera la<<strong>br</strong> />
interacción estudiante-estudiante, estudiante-profesor y el grupo como un todo, como el<<strong>br</strong> />
espacio de realización de las acciones compartidas para el logro de los objetivos propuestos.<<strong>br</strong> />
Los referentes teóricos consultados permiten a la autora de esta investigación asumir la<<strong>br</strong> />
reflexión, motivación y el autodesarrollo de los estudiantes como indicadores psicológicos a tener<<strong>br</strong> />
en cuenta para el desarrollo de estrategias de aprendizaje para el desarrollo personal en los<<strong>br</strong> />
estudiantes de la carrera de Psicología.<<strong>br</strong> />
Resulta muy importante tomar en cuenta esta propuesta de estrategias de aprendizaje para el<<strong>br</strong> />
desarrollo personal como vía para promover auténticos y verdaderos aprendizajes en los estudiantes,<<strong>br</strong> />
para ello se diseña una estrategia metodológica, la que será desglosada por la autora a continuación.<<strong>br</strong> />
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Robson Santos da Silva 36<<strong>br</strong> />
RESUMO: As novas tecnologias da informação deram grande impulso à <strong>edu</strong>cação,<<strong>br</strong> />
potencializando, particularmente, a Educação a Distância (EAD). No Brasil, desde a aprovação da<<strong>br</strong> />
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 1996, a EAD já passou por diferentes<<strong>br</strong> />
regulamentações. A mais recente e aprovada em 19 de dezem<strong>br</strong>o de 2005, é o Decreto 5.622<<strong>br</strong> />
que regulamenta o Art. 80 da LDB e traz, em si, um amadurecimento do país em relação ao<<strong>br</strong> />
potencial e aos problemas inerentes a essa modalidade <strong>edu</strong>cacional para o Brasil. Para muitos,<<strong>br</strong> />
representa um avanço, para outros, uma lei ainda conservadora em vista da visível centralização<<strong>br</strong> />
do governo federal quanto aos credenciamentos e possibilidades de uso. O tempo, certamente,<<strong>br</strong> />
será o grande fiador das mudanças que deverão ser feitas. Mas, para que essas ações possam<<strong>br</strong> />
ser tomadas, será preciso que se ponha a nova sistemática em prática, observando-lhe as<<strong>br</strong> />
virtudes e vencendo os desafios. É nesse contexto de intensas mudanças que o artigo pontua<<strong>br</strong> />
aspectos que se relacionam diretamente à realidade amazônica.<<strong>br</strong> />
PALAVRAS-CHAVES: Educação a Distância (EAD); Política <strong>edu</strong>cacional; Legislação<<strong>br</strong> />
INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />
Não há relatos na história que sejam capazes de fazerem frente às incontáveis e velozes<<strong>br</strong> />
mudanças experimentadas pelo mundo durante os últimos cinqüenta anos. Neste contexto, os<<strong>br</strong> />
avanços nas áreas tecnológicas, de comunicações e de saúde se so<strong>br</strong>essaem, permitindo ao<<strong>br</strong> />
Homem a capacidade de realizar ações jamais imagináveis pelos mais audaciosos pensadores.<<strong>br</strong> />
Mas, a grande pergunta ainda permanece envolta em mistério: o Homem, enquanto ser social e<<strong>br</strong> />
ético, evoluiu? Bem, comparando-se os direitos individuais e coletivos e também o modo de<<strong>br</strong> />
vida possível num passado ainda remoto, não restam dúvidas de que houve progressos. No<<strong>br</strong> />
entanto, o que preocupa agora é o fato de que, juntamente com o salto tecnológico, o Homem<<strong>br</strong> />
potencializou ao máximo a sua capacidade de autodestruição. Aliado ao crescimento da<<strong>br</strong> />
população mundial, à sociedade vem à tona um desafio ainda mais contundente. Afinal, como<<strong>br</strong> />
viver em um mundo do consumo exacerbado sem fazer da <strong>edu</strong>cação mais uma mercadoria?<<strong>br</strong> />
36 Prof. MSc. em Educação (UFAM). Pesquisador e docente do Centro Universitário Luterano de Manaus (ULBRA), Universidade<<strong>br</strong> />
Paulista (UNIP) e Centro Universitário do Norte (UNINORTE). Contatos: (092) 99954261 / 36224976; cigrobson@yahoo.com.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
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Reformas, ampliação e revisão de legislações e políticas <strong>edu</strong>cacionais marcaram não apenas a<<strong>br</strong> />
história <strong>br</strong>asileira, mas de inúmeros países ao redor do mundo. O problema porém parece<<strong>br</strong> />
residir no objetivo dessas propostas que, ao invés da preocupação com o ser humano, com a<<strong>br</strong> />
sociedade, concentram-se, conforme Azevedo (2004, p. 11), na tentativa de melhorar as<<strong>br</strong> />
economias nacionais pelo fortalecimento dos laços entre escolarização, trabalho, produtividade,<<strong>br</strong> />
serviços e mercado. Já não mais se pode negar que os princípios básicos da gestão empresarial,<<strong>br</strong> />
definitivamente, instalaram-se na <strong>edu</strong>cação. Ao leitor, isso pode parecer bastante interessante,<<strong>br</strong> />
afinal conceitos como qualidade total, controle de desperdícios, eficácia e eficiente não fazem<<strong>br</strong> />
mal a qualquer empreendimento. O problema, porém, reside no fato de que a <strong>edu</strong>cação é<<strong>br</strong> />
dialética, pois se estrutura por meio de construções e, particularmente, nas desconstruções, o<<strong>br</strong> />
que, nem sempre, agrada. Bem, se o aluno for cliente, como contrariá-lo ? Como desfazer suas<<strong>br</strong> />
certezas? E o pior, num mundo corporativo, o cliente não pode ser contrariado. Sendo assim,<<strong>br</strong> />
como os <strong>edu</strong>cadores podem trabalhar numa ambiente <strong>edu</strong>cacional em que as autoridades, a<<strong>br</strong> />
sociedade e os gestores de escola acreditam que a escola é seja uma empresa na mais pura<<strong>br</strong> />
acepção da palavra? Bem, esse parece ser o mais complexo desafio para a <strong>edu</strong>cação nessa nova<<strong>br</strong> />
era em que tudo passou a ser relativo, em que os conceitos predominam so<strong>br</strong>e as definições.<<strong>br</strong> />
A sociedade do Século XXI se vê diante de um estranho dualismo, pois, apesar de se considerar<<strong>br</strong> />
que vive a Era do Conhecimento, produz um número cada vez maior de ignorantes.<<strong>br</strong> />
Aparentemente, tantos problemas parecem ser novos, mas, desde o inicio da construção das<<strong>br</strong> />
políticas liberais do Século XV, o advento do lucro vem produzindo esses fatos sociais. A<<strong>br</strong> />
diferença entre os tempos do início do Liberalismo e sua nova face, o Neoliberalismo, são os<<strong>br</strong> />
graves sinais de esgotamento que o mundo apresenta e a perspectiva de que a população, cada<<strong>br</strong> />
vez mais numerosa, passe a consumir cada vez mais. Ainda parte do caos estabelecido, os<<strong>br</strong> />
governos e os estados nacionais se colocam numa posição de expectativa onde a economia de<<strong>br</strong> />
mercado toma conta da cena.<<strong>br</strong> />
O dinheiro, o lucro e o capital financeiro se fortalecem, mas já se pode perceber alguns sinais de<<strong>br</strong> />
mudança e reação, particularmente daqueles que vêem a <strong>edu</strong>cação não como a chave definitiva<<strong>br</strong> />
para a solução de todos os problemas, mas como um instrumento que, seja qual for o caminho<<strong>br</strong> />
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de melhoria escolhido, estará sempre presente. Seja como for é preciso estar atento para que<<strong>br</strong> />
se possa responder: como é possível <strong>edu</strong>car ou dar as condições para que a <strong>edu</strong>cação do ser<<strong>br</strong> />
humano ocorra? Como <strong>edu</strong>car não para o lucro, para o consumo, mas sim para a formação do<<strong>br</strong> />
homem ético e centrado no bem-comum num sistema individualista e financeiro como o que se<<strong>br</strong> />
vive atualmente?<<strong>br</strong> />
Para Fazenda (1993, p.37),<<strong>br</strong> />
uma reflexão epistemológica cuidadosa possibilitaria consideráveis avanços,<<strong>br</strong> />
conduzindo à visualização de projetos concretos de investigação, capazes de<<strong>br</strong> />
corresponder aos novos paradigmas emergentes. Assim, haverá a possibilidade de<<strong>br</strong> />
acabar com as dúvidas existentes entre um passado que se nega, um futuro almejado e<<strong>br</strong> />
um presente muito arraigado dentro da cultura.<<strong>br</strong> />
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: LEGISLAÇÃO BRASILEIRA<<strong>br</strong> />
É nesse contexto de mudanças e da urgente necessidade de soluções sociais efetivas que a<<strong>br</strong> />
Educação a Distância (EAD) começa a se concretizar mundialmente. A experiência fornece dados<<strong>br</strong> />
suficientes para provar que não existem soluções definitivas no campo da formação humana,<<strong>br</strong> />
mas, sem dúvidas, a EAD é uma ferramenta que não pode ser ignorada, possuindo todos os<<strong>br</strong> />
indícios de que se trata de uma alternativa que veio para ficar.<<strong>br</strong> />
Atualmente, essa modalidade <strong>edu</strong>cacional se encontra em plena expansão no Brasil. A Lei de<<strong>br</strong> />
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de dezem<strong>br</strong>o de 1996, Portarias e Decretos,<<strong>br</strong> />
constantemente atualizados, fornecem-lhe legitimidade. A mais recente modificação foi o<<strong>br</strong> />
Decreto Nº 5.622, de 19 de dezem<strong>br</strong>o de 2005, que trouxe, dentre outras inúmeras mudanças,<<strong>br</strong> />
o próprio conceito de EAD que, no entendimento do Governo Federal,<<strong>br</strong> />
[...] é uma modalidade <strong>edu</strong>cacional na qual a mediação didático-pedagógica<<strong>br</strong> />
nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e<<strong>br</strong> />
tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores<<strong>br</strong> />
desenvolvendo atividades <strong>edu</strong>cativas em lugares ou tempos diversos.<<strong>br</strong> />
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Por sua vez, a Portaria n° 4.059, de 10 de dezem<strong>br</strong>o de 2004, a<strong>br</strong>e espaço para que as<<strong>br</strong> />
instituições de ensino superior ofereçam disciplinas na modalidade não presencial.<<strong>br</strong> />
Evidentemente, essa nova perspectiva a<strong>br</strong>e infinitas possibilidades para a expansão da<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cação. Mas, como realizar essas ações com credibilidade e preocupação realmente<<strong>br</strong> />
condizente com as peculiaridades da formação humana?<<strong>br</strong> />
As respostas a tantas indagações permeiam toda a sociedade, afinal, conforme ratificado por<<strong>br</strong> />
Fazenda (1993), é preciso entender que o conhecimento não se restringe à sala de aula, mas<<strong>br</strong> />
ultrapassa os limites do saber escolar e se fortalece na medida em que ganha a amplitude da<<strong>br</strong> />
vida social. Políticas <strong>edu</strong>cacionais que não considerem essa perspectiva possuem fortes chances<<strong>br</strong> />
de insucesso. É preciso ir além das questões político-econômicas. Para que se possa ter uma<<strong>br</strong> />
dimensão correta da <strong>edu</strong>cação e, particularmente da EAD, faz-se necessária também uma<<strong>br</strong> />
abordagem pedagógica capaz de buscar um posicionamento adequado diante da diversidade de<<strong>br</strong> />
fatores, assumindo definitivamente que somente uma <strong>edu</strong>cação de qualidade social, capaz de<<strong>br</strong> />
colocar o Homem como centro de todo o processo, será capaz de fornecer alternativas que<<strong>br</strong> />
permitam a continuidade da sociedade humana.<<strong>br</strong> />
O PROFISSIONAL DE EAD<<strong>br</strong> />
Não são raros os casos em que as mudanças propostas para a <strong>edu</strong>cação permanecem apenas no<<strong>br</strong> />
âmbito do planejamento. Os empecilhos político-econômicos normalmente são apontados<<strong>br</strong> />
como os grandes vilões, mas, e os <strong>edu</strong>cadores ? Estão preparados para tantos desafios ?<<strong>br</strong> />
Infelizmente, por medo, inexperiência ou formação deficiente, alguns profissionais acabam se<<strong>br</strong> />
tornando o epicentro de muitos fracassos. Dúvidas frente às mudanças, desconhecimento de<<strong>br</strong> />
cunho pedagógico e tecnológico acabam afetando os processos que tentam viabilizar<<strong>br</strong> />
mudanças.<<strong>br</strong> />
Observa-se que falta a alguns <strong>edu</strong>cadores recuperarem o entendimento de que a sua prática<<strong>br</strong> />
depende da atitude que resolverem tomar frente ao conhecimento, reconhecendo que a<<strong>br</strong> />
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<strong>edu</strong>cação, ao mesmo tempo dialética, também possui a necessária versão positivista, ainda que,<<strong>br</strong> />
na maioria das vezes, inadequada ou descontextualizada.<<strong>br</strong> />
O <strong>edu</strong>cador que trabalha com a EAD precisa estar atento para esse quadro considerando, pelo<<strong>br</strong> />
menos, dois aspectos básicos: primeiro, a necessidade indiscutível de sua existência e, segundo,<<strong>br</strong> />
a constante dinâmica resultante da necessidade de atualização de conhecimentos a fim de<<strong>br</strong> />
evitar que permaneça inerte frente à imobilização causada pelo Tecnicismo, ou seja, pelo abuso<<strong>br</strong> />
do que é técnico.<<strong>br</strong> />
Segundo autores como Belloni (2001), para ser considerado um profissional capaz e preparado<<strong>br</strong> />
para enfrentar os atuais desafios da EAD, é preciso que se tenha desenvolvidas algumas<<strong>br</strong> />
condições fundamentais, como, por exemplo: empatia, senso de realidade, mentalidade<<strong>br</strong> />
científica, iniciativa, criatividade, autocontrole, interesse pela <strong>edu</strong>cação, maturidade emocional,<<strong>br</strong> />
entusiasmo e uma sólida cultura geral e profissional.<<strong>br</strong> />
Da mesma forma que na modalidade presencial, a EAD não ocorre independentemente da<<strong>br</strong> />
realidade ou de forma neutra, ou seja, é fruto do sistema social, econômico e político, estando<<strong>br</strong> />
intimamente relacionado a todos os determinantes que configuram a realidade <strong>br</strong>asileira ou por<<strong>br</strong> />
eles condicionada. Sendo assim, é evidente que é preciso saber unir esta noção à<<strong>br</strong> />
responsabilidade, requisitos, condições pessoais e técnicas de sua função, capaz de pôr em<<strong>br</strong> />
prática ações holísticas e interdisciplinares.<<strong>br</strong> />
JUSTIÇA E EDUCAÇÃO<<strong>br</strong> />
Na história vivida neste século, as campanhas por justiça na <strong>edu</strong>cação trazem como principal<<strong>br</strong> />
preocupação as questões do acesso à escola, segundo a conclusão de Libâneo (1986). Em escala<<strong>br</strong> />
mundial, tem-se buscado a justiça <strong>edu</strong>cacional através da criação de sistemas escolares<<strong>br</strong> />
elementares e de campanhas de alfabetização de toda a população. As ações efetuadas têm a<<strong>br</strong> />
justiça como meta de programas de <strong>edu</strong>cação compensatória. Assim, observa-se que, tanto na<<strong>br</strong> />
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teoria quanto na prática, a distribuição é o elemento central nas discussões contemporâneas<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e <strong>edu</strong>cação.<<strong>br</strong> />
O novo enfoque Neoliberal visa à padronização mundial, por essa razão, o grande impulso<<strong>br</strong> />
aparece com a perspectiva de que um serviço <strong>edu</strong>cacional limitado seja amplamente fornecido.<<strong>br</strong> />
Do modo como são feitos os estudos e afirmações, observa-se que as questões so<strong>br</strong>e o tipo de<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cação que os estudantes estão recebendo não são levadas em consideração. Assim, a maior<<strong>br</strong> />
parte das discussões so<strong>br</strong>e <strong>edu</strong>cação segue o mesmo padrão.<<strong>br</strong> />
Quando as escolas são acusadas de fracasso no ensino daquilo que se considera básico, toma-se<<strong>br</strong> />
como dado que todos sabem qual é o significado do que seria básico. Esse pressuposto so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />
conteúdo está sendo transmitido globalmente por cursos tipo standart e são comercializados<<strong>br</strong> />
por empresas editoriais e instituições que desejam lucro fácil, deteriorando o verdadeiro<<strong>br</strong> />
compromisso da EAD, ou seja, oferecer uma oportunidade de justiça àqueles que estão<<strong>br</strong> />
excluídos dos benefícios de uma <strong>edu</strong>cação de qualidade.<<strong>br</strong> />
Segundo Grossi (2000), a debilidade de um tratamento puramente distributivo da questão da<<strong>br</strong> />
justiça <strong>edu</strong>cacional reside no fato de que ele não discute a natureza da <strong>edu</strong>cação em si. A<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cação é um processo social, atuando através de relações sociais, nas quais o quanto e o quê<<strong>br</strong> />
são inseparáveis. Não se quer dizer, porém, que a questão da distribuição não seja importante,<<strong>br</strong> />
mas sim que a <strong>edu</strong>cação não pode ser vista simplesmente como uma simples e medíocre<<strong>br</strong> />
mercadoria.<<strong>br</strong> />
Tal afirmação fica amplamente defendida quando observadas as diferenças sociais em questão.<<strong>br</strong> />
As pessoas apresentam diferentes resultados de escolarização, porque elas têm diferentes<<strong>br</strong> />
relações com o mundo em que vivem. Conseqüentemente, o conhecimento escolar<<strong>br</strong> />
personalizado e, ao mesmo tempo, amplo acaba se tornando um elemento-chave na questão da<<strong>br</strong> />
diminuição da desigualdade social.<<strong>br</strong> />
Isso conduz a uma conclusão de vital importância já observada por Libâneo (1986), ou seja, a<<strong>br</strong> />
justiça não pode ser obtida através da distribuição da mesma quantidade de bem padronizado e<<strong>br</strong> />
inquestionável às crianças de todos os grupos sociais. O serviço fornecido pelas escolas significa<<strong>br</strong> />
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diferentes coisas para as crianças de origens sociais e culturais diferentes. Assim, faz-se<<strong>br</strong> />
necessário que junto com o conceito de justiça distributiva venha à tona o conceito de justiça<<strong>br</strong> />
através da correta utilização da Educação, seja ela presencial ou a distância.<<strong>br</strong> />
CONCEPÇÃO CURRICULAR PARA A EAD<<strong>br</strong> />
A definição da UNESCO faz constar que: “currículo são todas as experiências, atividades,<<strong>br</strong> />
matérias, métodos de ensino e outros meios empregados pelo professor ou considerados por<<strong>br</strong> />
ele, no sentido de alcançar os fins da <strong>edu</strong>cação”. Segundo Libâneo (2002, p.52),<<strong>br</strong> />
O conhecimento é social. Sua criação e distribuição são partes das atividades de<<strong>br</strong> />
criação de grupos particulares de pessoas. Esse mesmo grupo fornece os<<strong>br</strong> />
instrumentos para que o conhecimento produzido seja distribuído através de<<strong>br</strong> />
canais socialmente criados, adotados e utilizados em contextos sociais<<strong>br</strong> />
particulares.<<strong>br</strong> />
Partindo-se desses pressupostos, é possível afirmar-se que, uma vez produzido, o conhecimento<<strong>br</strong> />
tem de circular. Isso pode parecer senso comum, mas é freqüentemente ignorado em relação<<strong>br</strong> />
ao currículo escolar cujos idealizadores insistem em ignorar que sua produção é apenas o início<<strong>br</strong> />
do processo de circulação, fazendo com que o conhecimento levado para os currículos escolares<<strong>br</strong> />
seja perigosamente moldado, gerando conseqüências sociais complexas. O currículo produz<<strong>br</strong> />
efeitos sociais não de forma casual, mas através de sua própria natureza. Segundo Levy (1999,<<strong>br</strong> />
p.27):<<strong>br</strong> />
Se um currículo é organizado como a apropriação individual de porções do<<strong>br</strong> />
conhecimento abstrato, hierarquicamente organizado, medido por uma<<strong>br</strong> />
avaliação individual competitiva, então aquele currículo produzirá, de forma<<strong>br</strong> />
garantida, divisões <strong>edu</strong>cacionais, de acordo com características de classe social.<<strong>br</strong> />
Conforme já fora ressaltado, a EAD não é algo milagroso que solucionará todos os problemas da<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cação, mas certamente trata-se de um importante fator para a busca de soluções. E, nesse<<strong>br</strong> />
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contexto, currículos que tenham como principal preocupação o aluno, centro de todo o<<strong>br</strong> />
processo, permitirão um avanço cada vez mais sólido.<<strong>br</strong> />
A EAD via Internet é um exemplo disto. Segundo pesquisas, os usuários deste meio de<<strong>br</strong> />
comunicação são pessoas informadas e que não aceitam a morosidade e a falta de realidade de<<strong>br</strong> />
grande parte dos currículos acadêmicos, exigindo assim que os profissionais que desejem<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>car via web revejam constantemente sua prática e os conteúdos ministrados.<<strong>br</strong> />
Uma das vantagens da Internet reside na possibilidade de se organizar os alunos em turmas, tal<<strong>br</strong> />
como no ensino presencial, e isto certamente tem reflexos positivos so<strong>br</strong>e a motivação do<<strong>br</strong> />
estudante. Na verdade, assim como a <strong>edu</strong>cação a distância convencional exigiu o<<strong>br</strong> />
desenvolvimento de uma pedagogia específica, a <strong>edu</strong>cação on-line exige o desenvolvimento de<<strong>br</strong> />
um modelo pedagógico específico.<<strong>br</strong> />
É a construção desta realidade que os currículos devem e podem viabilizar. O grande destaque<<strong>br</strong> />
fica por conta de que, ao mesmo tempo em que a EAD se modifica, ela o<strong>br</strong>iga a uma alteração<<strong>br</strong> />
nos currículos e, é através desse ciclo infindável, que a realidade se processa e evolui.<<strong>br</strong> />
Ainda há muito a se criar, experimentar e corrigir neste campo desafiador de constituição de<<strong>br</strong> />
uma nova pedagogia capaz de atender a tantas novas necessidades. Mas, hoje, há razoável<<strong>br</strong> />
consenso em torno do fato de que esta pedagogia deve estar atenta ao fato de que, cada vez<<strong>br</strong> />
mais, exigem-se profissionais e cidadãos capazes de trabalhar em grupo, interagindo em<<strong>br</strong> />
equipes reais ou virtuais.<<strong>br</strong> />
Mais do que o sujeito "autônomo", "auto-didata", a sociedade hoje requer um sujeito que saiba<<strong>br</strong> />
contribuir para o aprendizado do grupo de pessoas do qual ele faz parte, quer ensinando, quer<<strong>br</strong> />
mobilizando, respondendo ou perguntando. É a inteligência coletiva do grupo que se deseja pôr<<strong>br</strong> />
em funcionamento, a combinação de competências distribuídas entre seus integrantes, mais do<<strong>br</strong> />
que a genialidade de um só.<<strong>br</strong> />
Isso, infelizmente, ainda não é viabilizado pelos currículos e formas como hoje se apresentam,<<strong>br</strong> />
mas a EAD possui todos os requisitos para forçar essa evolução. Para Freire, “como tudo o que,<<strong>br</strong> />
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na efêmera existência humana, acontece, a proposta <strong>edu</strong>cativa também passa<<strong>br</strong> />
o<strong>br</strong>igatoriamente por duas fases distintas e decisivas: por um lado proposta e construção, por<<strong>br</strong> />
outro crise e decomposição” (1993, p. 51).<<strong>br</strong> />
PEDAGOGIA EM EAD<<strong>br</strong> />
Segundo Holanda (2000), “Pedagogia é a teoria e ciência da <strong>edu</strong>cação e do ensino.”<<strong>br</strong> />
Aprofundando esse significado, tem-se em Libâneo (2002, p. 30) que<<strong>br</strong> />
Pedagogia é, então, o campo do conhecimento que se ocupa do estudo sistemático da<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cação, isto é, do ato <strong>edu</strong>cativo, da prática <strong>edu</strong>cativa concreta que se realiza na<<strong>br</strong> />
sociedade como um dos ingredientes básicos da configuração da atividade humana.<<strong>br</strong> />
Nesse sentido, <strong>edu</strong>cação é o conjunto das ações, processos, influências, estruturas que<<strong>br</strong> />
intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupos na sua relação ativa com<<strong>br</strong> />
o meio natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes<<strong>br</strong> />
sociais.<<strong>br</strong> />
Em nenhum momento da História, a Pedagogia parece ter sido tão necessária quanto no<<strong>br</strong> />
período que se iniciou no Século XX. Principalmente no Ocidente, a concentração urbana e a<<strong>br</strong> />
vida baseada em parâmetros capitalistas fizeram com que a <strong>edu</strong>cação familiar passasse a<<strong>br</strong> />
apresentar deficiências que perigosamente acreditou-se poder ser superada por uma ação<<strong>br</strong> />
eficiente da <strong>edu</strong>cação formal realizada nas escolas. Essa nova concepção so<strong>br</strong>e o papel da<<strong>br</strong> />
escola, acarretou novas responsabilidades para os pedagogos.<<strong>br</strong> />
Não há nenhuma surpresa quando se observa o quanto as decisões econômicas influenciam nos<<strong>br</strong> />
rumos dados à <strong>edu</strong>cação de uma determinada sociedade. O que surpreende na verdade é a<<strong>br</strong> />
importância que esse fator vem assumindo frente a ela. Numa fase da evolução social em que o<<strong>br</strong> />
consumo é a palavra de ordem, a <strong>edu</strong>cação, perigosamente, vem assumindo características de<<strong>br</strong> />
simples mercadoria. E essa não é uma realidade que assom<strong>br</strong>a apenas a <strong>edu</strong>cação presencial,<<strong>br</strong> />
mas já começa a dar claros sinais também na EAD.<<strong>br</strong> />
Para muitos <strong>edu</strong>cadores, a <strong>edu</strong>cação a distância é a uma forma industrializada de se transmitir e<<strong>br</strong> />
fornecer conhecimentos. Evidentemente, há sérias críticas quanto a essa afirmação. Mas, a<<strong>br</strong> />
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ausência do trabalho da Pedagogia em algumas experiências em EAD acabaram fornecendo<<strong>br</strong> />
subsídios para que o alerta advindo dessa afirmação realmente se concretizasse.<<strong>br</strong> />
No entanto, para que a Pedagogia possa realmente exercer uma ação de qualidade, atendendo<<strong>br</strong> />
de forma correta a demanda cada vez maior pela aquisição de novos conhecimentos, é preciso<<strong>br</strong> />
que ela seja capaz de exercer, na plenitude, as tarefas que dela se espera e, para isso, é<<strong>br</strong> />
necessário um esforço coletivo de cunho social, político e econômico.<<strong>br</strong> />
Evidentemente, a tarefa de <strong>edu</strong>car não é uma exclusividade do pedagogo. Diferentes<<strong>br</strong> />
profissionais ligados à tarefa docente e todos os integrantes adultos de uma sociedade possuem<<strong>br</strong> />
essa tarefa como um pressuposto natural, pois a <strong>edu</strong>cação se dá não apenas na escola, mas em<<strong>br</strong> />
todos os momentos e situações que a vida oferece. Mas, na <strong>edu</strong>cação escolar, a nãoobservância<<strong>br</strong> />
de alguns fatores pedagógicos fundamentais poderão reconduzir a <strong>edu</strong>cação e,<<strong>br</strong> />
particularmente, a EAD aos mesmos problemas já detectados no passado.<<strong>br</strong> />
Nesse contexto, a tendência tecnicista aparece com bastante destaque. Oficialmente<<strong>br</strong> />
introduzida na <strong>edu</strong>cação a partir dos anos 50, defendia-se o que foi observado por Luckesi<<strong>br</strong> />
(1994, p. 60), ou seja, a escola teria como função a modelagem do comportamento humano.<<strong>br</strong> />
Para conseguir realizar o ato <strong>edu</strong>cativo considerava que os conteúdos de ensino fossem<<strong>br</strong> />
ordenados como informações segundo padrões psicológicos capazes de facilitarem a absorção<<strong>br</strong> />
do conteúdo a ser aprendido. Permeando todo esse processo, os métodos de ensino<<strong>br</strong> />
assumiriam um papel fundamental, assegurando que todas as condições técnicas e<<strong>br</strong> />
procedimentos adequados viabilizassem a aprendizagem cuja essência é a modificação do<<strong>br</strong> />
desempenho.<<strong>br</strong> />
A tendência tecnicista, como toda ação humana, é composta de dualidades. Nem tudo é<<strong>br</strong> />
totalmente positivo ou negativo. O fato foi que, ao mesmo tempo em que provou o quanto a<<strong>br</strong> />
tecnologia pode ser útil para o processo <strong>edu</strong>cacional, ela fez desse meio a essência da <strong>edu</strong>cação,<<strong>br</strong> />
o que, evidentemente, é um erro, pois tira dela sua maior característica, ou seja,a humanização<<strong>br</strong> />
e a dialética do ato <strong>edu</strong>cativo.<<strong>br</strong> />
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Observando-se as melhores experiências em <strong>edu</strong>cação, pode-se perceber que as que obtiveram<<strong>br</strong> />
sucesso foram exatamente aquelas que utilizaram a multiplicidade de concepções e a<<strong>br</strong> />
interdisciplinaridade alinhadas a uma boa metodologia, o que, nos dias atuais, soma-se às<<strong>br</strong> />
inúmeras possibilidades advindas das tecnologias da informação e da comunicação.<<strong>br</strong> />
A partir dessas considerações e independentemente do conceito de EAD que se deseje adotar,<<strong>br</strong> />
existe um fator que permeia qualquer concepção, ou seja, é a necessidade da interação, da<<strong>br</strong> />
troca irrestrita entre todos os envolvidos no processo <strong>edu</strong>cacional. É exatamente nesse ponto<<strong>br</strong> />
que se assenta a importância da tecnologia, pois ela permite que esse pilar fundamental da<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cação a presencial ou a distância seja obedecido.<<strong>br</strong> />
Devido a questões econômicas, políticas e culturais, muitas dessas conquistas ainda estão longe<<strong>br</strong> />
de serem uma realidade no cotidiano escolar. Mas, apesar das dificuldades, a tendência é de<<strong>br</strong> />
que a necessidade de acesso à tecnologia faça por si só com que as pessoas, sociedades e<<strong>br</strong> />
governos tenham essa possibilidade a médio prazo.<<strong>br</strong> />
Mas, partindo-se do pressuposto que esses problemas de acesso sejam superados. De que<<strong>br</strong> />
forma todas essas facilidades poderão contribuir realmente para o pleno desenvolvimento da<<strong>br</strong> />
EAD? Como viabilizá-la através de uma gestão capaz de permitir a realização de uma prática<<strong>br</strong> />
pedagógica adequada e de acordo com as necessidades dos alunos? Como evitar que aconteça<<strong>br</strong> />
com a EAD as incontáveis rotinas de tentativa e erro que a <strong>edu</strong>cação vem sofrendo ao longo de<<strong>br</strong> />
sua História? É possível continuar com ações de acertos e erros quando se trata de formação<<strong>br</strong> />
humana? Qual o preço que a sociedade paga pela falta de compromisso com a <strong>edu</strong>cação de<<strong>br</strong> />
qualidade?<<strong>br</strong> />
O grande mérito desses questionamentos reside no fato de que, por si só, eles já fornecem os<<strong>br</strong> />
indícios que permearão as possíveis soluções. Mas, sejam quais forem as respostas, a gestão<<strong>br</strong> />
dos sistemas de EAD, para ser eficiente, terá que passar pelo crivo dos princípios fundamentais<<strong>br</strong> />
da Pedagogia, sob pena de ocorrer uma distorção total de suas potencialidades, transformandoa<<strong>br</strong> />
em mero comércio de diplomas.<<strong>br</strong> />
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NOVAS TECNOLOGIAS, ANTIGAS POSSIBILIDADES<<strong>br</strong> />
Segundo pesquisa recente so<strong>br</strong>e a indústria editorial <strong>br</strong>asileira, as estatísticas das vendas de<<strong>br</strong> />
livros de papel exibiram uma queda de 30% nos últimos três anos. O número de títulos e<<strong>br</strong> />
exemplares produzidos caiu devido a crises econômicas, à disparidade em relação ao dólar e à<<strong>br</strong> />
falta de criatividade para venda. O faturamento também caiu, por causa dos preços mais<<strong>br</strong> />
acessíveis dos livros. O Brasil ainda amarga o número de dois livros lidos ao ano, por habitante,<<strong>br</strong> />
desde os 10 anos de idade. Mas esta é uma média não muito confiável, pois inclui os livros<<strong>br</strong> />
didáticos e os livros de leitura o<strong>br</strong>igatória para a escola. Desprezando-se esses dois e<<strong>br</strong> />
considerando-se só os livros escolhidos pelo próprio leitor, tem-se o preocupante resultado de<<strong>br</strong> />
menos de um livro lido por ano.<<strong>br</strong> />
Alguns defendem a idéia de o fato resulta da ausência da prática da leitura por parte dos pais,<<strong>br</strong> />
não repassando esse hábito a seus filhos; outros defendem que as pessoas deste final de<<strong>br</strong> />
milênio preferem atitudes mais passivas, que não dêem tanto trabalho ao intelecto. O fato é<<strong>br</strong> />
que se lê pouco. O livro, independentemente de seu formato, mídia ou característica, é apenas<<strong>br</strong> />
um instrumento. É inútil desperdiçar forças lutando contra o desenvolvimento de novas<<strong>br</strong> />
tecnologias, quando a prioridade deveria ser tornar o livro mais acessível e atraente, ainda que<<strong>br</strong> />
em sua versão digital.<<strong>br</strong> />
O <strong>edu</strong>cador, que lida com a EAD e seus especificidades metodológicas, tem que estar atento<<strong>br</strong> />
para não parar no tempo. O impresso é importante, mas não se sabe ao certo o quanto ele<<strong>br</strong> />
ainda o será no futuro. As projeções futuras não mostram o predomínio de qualquer meio, mas<<strong>br</strong> />
sim a certeza de que eles conviverão lado a lado por muito tempo ainda.<<strong>br</strong> />
Como outros fatores inerentes à natureza humana, o uso da tecnologia em <strong>edu</strong>cação pode<<strong>br</strong> />
resultar em algo extremamente positivo ou negativo. Aos <strong>edu</strong>cadores, e famílias, cabe o dever<<strong>br</strong> />
de zelar para que o melhor aconteça. Sendo assim, não se pode permitir que a tecnologia afaste<<strong>br</strong> />
as pessoas. Ao contrário, deve-se lutar para que a Internet, a realidade virtual, as<<strong>br</strong> />
videoconferências on-line coloque mais humanidade em cada pessoa. A cumplicidade, o fator<<strong>br</strong> />
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afetivo autor<strong>–</strong>leitor sempre existirão desde que aquele saiba que a razão de seu trabalho são os<<strong>br</strong> />
leitores.<<strong>br</strong> />
Já tendo incorporado três gerações tecnológicas, ou seja, o impresso, a televisão e os meios<<strong>br</strong> />
eletrônicos, a EAD vem se concretizando através de mais uma nova possibilidade. Trata-se do e-<<strong>br</strong> />
learning, ou aprendizagem eletrônica, cuja principal característica é a possibilidade de<<strong>br</strong> />
disponibilizar na Internet todo o conteúdo que um aluno necessita saber so<strong>br</strong>e determinado<<strong>br</strong> />
assunto através de ferramentas síncronas ou assíncronas de comunicação.<<strong>br</strong> />
Seu uso começou a ser construído durante os anos 80 e 90 e marcaram o início efetivo do uso<<strong>br</strong> />
dos computadores pessoais não apenas como um importante instrumento de trabalho, mas,<<strong>br</strong> />
principalmente, como um poderoso meio de comunicação. Aliados à Internet, essas máquinas<<strong>br</strong> />
foram as grandes responsáveis pelo processo revolucionário experimentado pela <strong>edu</strong>cação<<strong>br</strong> />
desde então, particularmente no que se refere à modalidade a distância (EAD). Isso se deve ao<<strong>br</strong> />
fato de que, depois de mais de um século de existência, a então conhecida por <strong>edu</strong>cação por<<strong>br</strong> />
correspondência, tendo em vista a metodologia utilizada, pudesse realmente passar por um<<strong>br</strong> />
aprimoramento significativo, tornando-se o que hoje se conceitua EAD.<<strong>br</strong> />
Atualmente, no Brasil, existem organizações que já utilizam o e-learning de forma efetiva,<<strong>br</strong> />
cabendo destacar que a grande maioria dos usuários são empresas privadas, ou seja, uma<<strong>br</strong> />
grande parcela do governo, das universidades e das escolas ainda não atentaram para esta nova<<strong>br</strong> />
fase da EAD. Os estudos ainda revelam que, dentre os usuários, 31% estão na região Sudeste, a<<strong>br</strong> />
região Sul responde por 20%, o Nordeste por 18%, o Centro-Oeste por 17% e o Norte por 13%.<<strong>br</strong> />
Sendo que, em 51% desses projetos, menos de 100 pessoas são atendidas mensalmente.<<strong>br</strong> />
É evidente que, como em qualquer empreendimento, o e-learning apresenta condições<<strong>br</strong> />
especiais para que possa ter sucesso. As desvantagens existem, mas muitas delas decorrem<<strong>br</strong> />
basicamente de dois fatores: a falta de acesso tecnológico de uma grande parcela da população<<strong>br</strong> />
e principalmente a não existência de uma cultura de uso efetivo da Internet como ferramenta<<strong>br</strong> />
para a aprendizagem. Quanto às vantagens, essas passam principalmente pela capacidade de<<strong>br</strong> />
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alcançar um grande numero de pessoas sem a<strong>br</strong>ir mão da personalização e da r<strong>edu</strong>ção de<<strong>br</strong> />
custos, particularmente após a implantação do sistema.<<strong>br</strong> />
EAD <strong>–</strong> ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<<strong>br</strong> />
Muito se tem discutido a questão do desenvolvimento sustentável no Brasil. No entanto, grande<<strong>br</strong> />
parte das soluções apontadas para a superação dos desafios que se fazem presentes na<<strong>br</strong> />
exploração adequada dos recursos naturais acaba se concentrando nos aspectos econômicos e<<strong>br</strong> />
ambientais. Assim, a questão mais importante de todas, ou seja, a formação do ser humano,<<strong>br</strong> />
fica relegada a uma posição secundária.<<strong>br</strong> />
Atualmente, o país possui algumas das melhores e mais respeitadas instituições de pesquisa da<<strong>br</strong> />
América Latina. Mas, as descobertas científicas e as melhorias que delas advém nem sempre<<strong>br</strong> />
podem ser colocadas em prática devido a inúmeros fatores. Restrições orçamentárias, a<<strong>br</strong> />
complexidade da logística e a limitação de acesso à informática são alguns desses elementos<<strong>br</strong> />
que, por sua vez, só perdem em importância para o desconhecimento que uma parcela<<strong>br</strong> />
considerável da população possui com relação ao próprio meio e o país onde vivem e do qual<<strong>br</strong> />
são partes integrantes.<<strong>br</strong> />
Não se pode negar que muitas das mudanças que devem ser feitas passam necessariamente<<strong>br</strong> />
pela vontade política dos dirigentes do país em todas as esferas de poder, ou seja, federal,<<strong>br</strong> />
estadual e municipal. No entanto, não se restringe ao poder público a solução para todos os<<strong>br</strong> />
problemas. Sem a participação da população, todas as iniciativas serão frustradas. O que leva a<<strong>br</strong> />
inferir-se que sem uma população <strong>edu</strong>cada e consciente de seus direitos e deveres não há<<strong>br</strong> />
soluções duráveis e eficientes.<<strong>br</strong> />
A História vem mostrando que os maiores erros cometidos ao longo da existência humana, em<<strong>br</strong> />
sua grande maioria, ocorreram não apenas pela ação, mas, principalmente, pela omissão.<<strong>br</strong> />
Assim, que preço o Brasil poderia pagar caso resolvesse se omitir perante a necessidade de uso<<strong>br</strong> />
adequado de seus meios naturais? Qual o papel da <strong>edu</strong>cação perante esse quadro? Como<<strong>br</strong> />
viabilizá-la efetivamente? As respostas adequadas a tantas dúvidas podem ainda não ter<<strong>br</strong> />
surgido, mas, sejam elas quais forem, passarão o<strong>br</strong>igatoriamente pela Ação. E, certamente,<<strong>br</strong> />
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nesse contexto de peculiaridades <strong>br</strong>asileiras, a <strong>edu</strong>cação a distância possui um lugar de<<strong>br</strong> />
destaque para o sucesso das medidas que forem adotadas.<<strong>br</strong> />
As discussões so<strong>br</strong>e o significado do termo desenvolvimento sustentável se iniciaram ainda nos<<strong>br</strong> />
anos 60, a partir dos estudos realizados pelo chamado Clube de Roma. O conceito ganhou força<<strong>br</strong> />
em 1973, quando o canadense Maurice Strong lançou o conceito de ecodesenvolvimento cuja<<strong>br</strong> />
essência repousava na crença de que somente haveria desenvolvimento a partir do momento<<strong>br</strong> />
em que fosse levada em consideração, dentre outros fatores, a satisfação das necessidades<<strong>br</strong> />
básicas; a solidariedade com as gerações futuras; a participação da social e política da<<strong>br</strong> />
população envolvida; a preservação do meio ambiente e a execução de programas de <strong>edu</strong>cação.<<strong>br</strong> />
A profundidade dessas colocações serviram de base para o conceito de desenvolvimento<<strong>br</strong> />
sustentável (DS) que fora definido pela ONU<<strong>br</strong> />
Em 1987, a Comissão Mundial da ONU so<strong>br</strong>e o Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED)<<strong>br</strong> />
apresentou o documento Our Common Future, conhecido também por relatório Brundtland,<<strong>br</strong> />
que define Desenvolvimento Sustentável como o desenvolvimento que satisfaz as necessidades<<strong>br</strong> />
do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias<<strong>br</strong> />
necessidades, ou seja, uma evolução que promova e permita a harmonia entre o homem e a<<strong>br</strong> />
natureza.<<strong>br</strong> />
Segundo ainda o relatório, para que o DS seja alcançado, uma série de medidas deve ser<<strong>br</strong> />
tomada pelos estados nacionais. E, dentre essas medidas, as que mais se enquadram nas<<strong>br</strong> />
peculiaridades e necessidades do Brasil, merecendo destaque são: a preservação da<<strong>br</strong> />
biodiversidade e dos ecossistemas; desenvolvimento de tecnologias e fontes energéticas<<strong>br</strong> />
renováveis; aumento da produção industrial a partir de tecnologias ecologicamente adaptadas e<<strong>br</strong> />
controle da urbanização.<<strong>br</strong> />
Os fatores apresentados pelo relatório, apesar de extremamente importantes, não foram<<strong>br</strong> />
suficientes para que todos os problemas fossem resolvidos, pois as preocupações<<strong>br</strong> />
concentraram-se apenas no âmbito dos problemas político-econômicos. Não se pode negar a<<strong>br</strong> />
importância das conclusões expressas pelo documento, mas o mesmo não atingiu plenamente<<strong>br</strong> />
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os seus objetivos de fazer deslanchar de uma vez por todas as ações rumo à plenitude do<<strong>br</strong> />
Desenvolvimento Sustentável, pois colocou em posição secundária ou nem mesmo considerou<<strong>br</strong> />
os problemas sociais de toda ordem que afligem os países em desenvolvimento.<<strong>br</strong> />
A Cúpula das Américas, realizada em 1988 na cidade de Brasília, trouxe à tona, através de seu<<strong>br</strong> />
Plano de Ação, uma série de fatores que, se colocados em prática, poderiam atender de modo<<strong>br</strong> />
satisfatório às inúmeras peculiaridades regionais não consideradas pela ONU. Dentre outras<<strong>br</strong> />
considerações, a riqueza do documento já poderia ser comprovada ao verificar-se que o mesmo<<strong>br</strong> />
já admite que não se terá um DS sem que a população possua uma <strong>edu</strong>cação sólida. Não se<<strong>br</strong> />
trata apenas de uma <strong>edu</strong>cação escolar e acadêmica, mas de uma <strong>edu</strong>cação para a vida e pela<<strong>br</strong> />
vida. Assim, segundo o Plano (p. 33),<<strong>br</strong> />
A <strong>edu</strong>cação para a sustentabilidade deve permitir que a ação <strong>edu</strong>cativa se<<strong>br</strong> />
converta em uma experiência vital, alegre, lúdica, atrativa, criadora de sentidos<<strong>br</strong> />
e significados, que estimule a criatividade e permita redirecionar a energia e a<<strong>br</strong> />
rebeldia da juventude para execução de projetos de atividades comprometidas<<strong>br</strong> />
com a construção de uma sociedade mais justa, mais tolerante, mais eqüitativa,<<strong>br</strong> />
mais solidária, mais democrática e mais participativa e na qual seja possível a<<strong>br</strong> />
vida com qualidade e dignidade.<<strong>br</strong> />
No Brasil, desde então, uma série de medidas já foram adotadas para que estas aspirações<<strong>br</strong> />
fossem colocadas em prática, mas apesar de todos os esforços e de uma ampliação no número<<strong>br</strong> />
de vagas oferecidas em todos os níveis <strong>edu</strong>cacionais, a situação qualitativa ainda encontra<<strong>br</strong> />
sérias dificuldades. Como resultado deste esforço, é possível observar-se, em todos os níveis<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cacionais, uma sensível evolução.<<strong>br</strong> />
A situação ainda é bastante preocupante, pois, por não atenderem a toda a demanda existente,<<strong>br</strong> />
pode conduzir a graves conseqüências, a curto, médio e longo prazo. O aumento da população<<strong>br</strong> />
aliado a uma necessidade de qualificação para o trabalho cada vez maior fazem com que uma<<strong>br</strong> />
considerável parcela dos jovens em idade economicamente ativa fique sem condições de<<strong>br</strong> />
trabalhar, aumentando a criminalidade, comprometendo seriamente a estrutura social, política<<strong>br</strong> />
e econômica do país.<<strong>br</strong> />
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Particularmente nas Regiões Norte e Nordeste, os problemas assumem características<<strong>br</strong> />
peculiares. Longe dos grandes centros urbanos, afastados das escolas que lhe poderiam<<strong>br</strong> />
possibilitar a qualificação exigida pelo mercado, o jovem se vê numa situação difícil. Essa<<strong>br</strong> />
realidade, se aliada a uma precária situação estrutural familiar, acaba conduzindo muitos jovens<<strong>br</strong> />
a se envolverem em ilícitos de toda ordem em suas cidades de origem ou à migração em direção<<strong>br</strong> />
às capitais e grandes cidades da região ou do país.<<strong>br</strong> />
PECULIARIDADES DA EAD NO BRASIL<<strong>br</strong> />
As experiências <strong>br</strong>asileiras em EAD, apesar das peculiaridades regionais, encontram,<<strong>br</strong> />
normalmente, as mesmas dificuldades básicas. A diferença está na potencialização que recebem<<strong>br</strong> />
em função, principalmente, das dimensões continentais, das dificuldades logísticas e de acesso<<strong>br</strong> />
às modernas tecnologias da informação e da comunicação. A seguir, encontra-se um resumo<<strong>br</strong> />
dos elementos e situações mais importantes para que se possa caracterizar a EAD no país.<<strong>br</strong> />
Material Didático <strong>–</strong> A produção de materiais didáticos <strong>–</strong> impressos, mídias eletrônicas, software<<strong>br</strong> />
e conteúdos para internet - adequados para o uso em EAD é um dos maiores desafios a serem<<strong>br</strong> />
vencidos. Há escassez de profissionais que conheçam as peculiaridades e a metodologia de<<strong>br</strong> />
confecção desses materiais, tornando bastante elevados os custos de produção. Os<<strong>br</strong> />
investimentos para a formação de pessoal especializado já começam a dar resultados,<<strong>br</strong> />
possibilitando que se evite que o país seja um consumidor de “pacotes <strong>edu</strong>cacionais” que<<strong>br</strong> />
desconheçam a realidade e as necessidades nacionais.<<strong>br</strong> />
Logística <strong>–</strong> A dimensão continental do país torna o fluxo logístico (remessa, recebimento e<<strong>br</strong> />
transporte) de materiais demorado e com elevados custos. As limitações advindas dessas<<strong>br</strong> />
dificuldades se refletem não apenas no orçamento, mas principalmente não permitindo uma<<strong>br</strong> />
comunicação adequada com o aluno, seja nas atividades administrativas ou tutorias<<strong>br</strong> />
pedagógicas.<<strong>br</strong> />
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Acesso tecnológico <strong>–</strong> O acesso limitado à tecnologia da comunicação e da informação,<<strong>br</strong> />
principalmente a computadores, faz com que a maior parte da comunicação administrativa e<<strong>br</strong> />
dos materiais didáticos sejam confeccionados por meio do impresso. Nas capitais, apenas 30 %<<strong>br</strong> />
dos estudantes acessam a Internet, chegando, em média, a 15 % no interior. Isso se considerado<<strong>br</strong> />
o público estudante, pois vários não estudam exatamente por não possuírem qualquer<<strong>br</strong> />
possibilidade de acesso.<<strong>br</strong> />
Questão cultural <strong>–</strong> apesar de não ser um problema exclusivo do Brasil, ainda há muita<<strong>br</strong> />
desconfiança com relação aos cursos realizados a distância. As incertezas são motivas pela<<strong>br</strong> />
desconfiança so<strong>br</strong>e a validade legal dos cursos, pelo julgamento pessoal que o aluno faz so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
sua capacidade de estudo para acompanhar um curso em EAD e, principalmente, devido à<<strong>br</strong> />
tradição e maior sensação de confiança que o aluno tem ao estabelecer contato direto e pessoal<<strong>br</strong> />
com o professor.<<strong>br</strong> />
Conforme já referenciado, falar em desenvolvimento sustentável era referir-se a uma utopia<<strong>br</strong> />
perseguida por poucas pessoas, empresas e governos. No entanto, se todas as nações do<<strong>br</strong> />
mundo não o estabelecerem como um objetivo permanente, não haverá mais espaço e<<strong>br</strong> />
condições para que se reverter a grave situação que vem conduzindo o planeta a amargar o<<strong>br</strong> />
preço da poluição, da violência e ignorância.<<strong>br</strong> />
Dificilmente, será possível resgatar o consenso e até mesmo a ingenuidade que ocorre entre o<<strong>br</strong> />
pós-guerra e o início dos anos 60, em que a <strong>edu</strong>cação era tida como um elemento natural,<<strong>br</strong> />
espontâneo e desejado de igual forma por todos os integrantes da sociedade tendo em vista o<<strong>br</strong> />
bem-comum. No entanto, negá-la como um fator decisivo para a melhoria da condição social e<<strong>br</strong> />
humana seria um erro imperdoável. O momento requer uma <strong>edu</strong>cação ampla e irrestrita, onde<<strong>br</strong> />
o compromisso social do <strong>edu</strong>cador e dos governos esteja envolto nos valores éticos, ou seja,<<strong>br</strong> />
ações em que o compromisso com o ser humano ocorra por meio da justiça social e do amor ao<<strong>br</strong> />
próximo.<<strong>br</strong> />
A promoção da <strong>edu</strong>cação, seja ela presencial ou fundamentada nas metodologias que utilizam<<strong>br</strong> />
as tecnologias da informação e da comunicação, não é apenas uma questão de<<strong>br</strong> />
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desenvolvimento econômico sustentável, mas um ato de justiça, pois permite que a população<<strong>br</strong> />
possa desfrutar dos benefícios alcançados pela humanidade em todas as áreas em que se façam<<strong>br</strong> />
necessários.<<strong>br</strong> />
ESPECIFICIDADES PARA A AMAZÔNIA BRASILEIRA<<strong>br</strong> />
Para que o leitor possa compreender as linhas descritas no presente artigo, é necessário que se<<strong>br</strong> />
retome, através de uma <strong>br</strong>eve reflexão, importantes fatores apontados no início da leitura e<<strong>br</strong> />
que objetivam apontar alguns dos pontos que permeiam o momento atual pelo qual passa a<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cação na sociedade humana. Afinal, consumo e <strong>edu</strong>cação são palavras que se completam ou<<strong>br</strong> />
que se antagonizam? Será possível que sociedade atual, caracterizada pelo exacerbado<<strong>br</strong> />
consumo de produtos e serviços, essenciais e supérfluos, primar pelos parâmetros, sacrifícios e<<strong>br</strong> />
pela correção de atitudes que constituem os princípios <strong>edu</strong>cacionais? Diante das tecnologias<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cacionais, das mudanças quanto ao papel do Estado, qual o papel da <strong>edu</strong>cação no contexto<<strong>br</strong> />
de tantas mudanças?<<strong>br</strong> />
Diante do quadro caótico, o fato mais preocupante é a constatação de que, apesar de todos os<<strong>br</strong> />
alertas, os países desenvolvidos e em desenvolvimento insistem nos erros. Senão por ação,<<strong>br</strong> />
muitas vezes por omissão. Os agentes do caos se dividem basicamente em dois grandes grupos.<<strong>br</strong> />
De um lado, os formadores de opinião e aqueles que detêm o poder econômico ignoram a Terra<<strong>br</strong> />
enquanto um sistema interdependente; de outro, a grande massa populacional ignorante e<<strong>br</strong> />
esperançosa em um dia poder seguir os passos dos primeiros. O mais impressionante é o<<strong>br</strong> />
quanto um sistema sócio-econômico falido atrai novos seguidos dispostos a perpetuarem os<<strong>br</strong> />
erros, ainda que os discursos das sociedades e pessoas emergentes digam o contrário. Mas,<<strong>br</strong> />
diante da situação, haverá soluções para a sociedade planetária? Os meios tecnológicos e de<<strong>br</strong> />
comunicação serão capazes de promover a união ou serão novas armas que potencializarão<<strong>br</strong> />
ainda mais o poder de destruição dos homens, antecipando ainda mais uma possível<<strong>br</strong> />
aniquilação do planeta? Seja qual for a resposta ou a solução, por mais radical que ela seja,<<strong>br</strong> />
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passará pela <strong>edu</strong>cação, ou seja, pela modificação do comportamento humano a partir das<<strong>br</strong> />
premissas do conhecimento adquirido e passado de geração em geração.<<strong>br</strong> />
Segundo Drucker (1999), a nova economia mundial deu início a uma nova fase da História.<<strong>br</strong> />
Trata-se da sociedade do conhecimento onde este não é apenas mais um recurso ao lado dos<<strong>br</strong> />
tradicionais fatores de produção <strong>–</strong> trabalho, capital e terra <strong>–</strong> mas sim o único recurso realmente<<strong>br</strong> />
significativo. A pergunta que torna a permear o pensamento, neste caso é: como vencer as<<strong>br</strong> />
amarras e as barreiras impostas pela busca imposta pela sociedade a si mesma em que a<<strong>br</strong> />
economia parece ser o início e fim pelo qual se vive?<<strong>br</strong> />
Independentemente das considerações sociais, filosóficas ou antropológicas que possam ser<<strong>br</strong> />
feitas, a realidade vem demonstrando que autores como Drucker e Toffler estão corretos. O<<strong>br</strong> />
desafio, no entanto, consiste em reverter esse conhecimento em favor da humanidade, visando<<strong>br</strong> />
à inclusão e não ao Darwinismo Social. Se conforme Toffler (1993), o conhecimento é a fonte de<<strong>br</strong> />
poder de mais alta qualidade e a chave para a mudança futura, como é possível permitir que ele<<strong>br</strong> />
usado para o bem comum e não apenas como arma mortal no mundo dos negócios?<<strong>br</strong> />
Segundo Nonaka (1997, p. 24), o conhecimento é a crença justificada. No entanto, apesar de<<strong>br</strong> />
haver uma boa aceitação dessa premissa, a filosofia ocidental e a oriental apresentam algumas<<strong>br</strong> />
diferenças importantes. Enquanto no oriente, pensamento, sentimento e ação são partes<<strong>br</strong> />
integrantes do todo, as tradições epistemológicas ocidentais caracterizam o conhecimento a<<strong>br</strong> />
partir do racionalismo e do empirismo, deixando claro o seu caráter extremamente ceticista,<<strong>br</strong> />
através de um estranho revezamento entre razão e sentimento, fato esse ainda não<<strong>br</strong> />
reconhecido pela cultura oriental, mas que, gradativamente, vem se fortalecendo devido ao<<strong>br</strong> />
fato dos orientais, cada vez mais, espelharem-se no ocidente e nos seus padrões de<<strong>br</strong> />
consumo.Gradativamente, corpo, mente, equilí<strong>br</strong>io, humanidade e respeito vem sendo<<strong>br</strong> />
substituídos por consumo, capital, desenvolvimento, bens, dentre outros que caracterizam o<<strong>br</strong> />
capitalismo.<<strong>br</strong> />
Mas, frente a tantas mudanças, faz-se imprescindível que a crítica não se restrinja à reclamação<<strong>br</strong> />
ou às acusações. É tempo, principalmente, de se apontar soluções. E aqui, mais uma vez,<<strong>br</strong> />
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recupera-se a firme crença de que, sem <strong>edu</strong>cação, nenhuma solução poderá ser realmente<<strong>br</strong> />
consistente. Se o mundo vive um momento em que a economia é a base das ações, pode-se<<strong>br</strong> />
d<strong>edu</strong>zir que, através dela, soluções sejam alçadas.<<strong>br</strong> />
É nesse contexto, composto pela técnica, mercado global e capital, que a <strong>edu</strong>cação a distância<<strong>br</strong> />
(EAD) vem despontando como um importante ícone. Segundo Belloni (2001,p.11), sua evolução<<strong>br</strong> />
[...] varia, desde os anos 80, entre duas orientações filosóficas predominantes,<<strong>br</strong> />
ou seja, o estilo industrializado de <strong>edu</strong>cação de massa baseada em princípios<<strong>br</strong> />
behavioristas e uma proposta mais aberta e flexível, supostamente mais<<strong>br</strong> />
adequadas às novas exigências sociais.<<strong>br</strong> />
As diferentes perspectivas demonstram que a importantes mudanças. Já se verifica, por<<strong>br</strong> />
exemplo, a presença do que Levy (1999, p.17 ) considera como sendo o início do chamado de<<strong>br</strong> />
uma nova era, ou uma oportunidade para que o didático-pedagógico, o tecnológico e,<<strong>br</strong> />
principalmente, a sociedade humana possa fazer do espaço <strong>edu</strong>cacional uma alternativa<<strong>br</strong> />
inteligente rumo a um futuro promissor e mais justo. Neste universo composto por novas<<strong>br</strong> />
possibilidades, o autor chama a atenção para dois novos conceitos. O primeiro é a consideração<<strong>br</strong> />
de que ciberespaço é<<strong>br</strong> />
Um novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial de<<strong>br</strong> />
computadores. O termo especifica não apenas a infra-estrutura material de<<strong>br</strong> />
comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ela<<strong>br</strong> />
a<strong>br</strong>iga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo.<<strong>br</strong> />
O segundo conceito complementa a idéia de ciberespaço, especificou o termo denominado<<strong>br</strong> />
cibercultura, ou seja, o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais) de práticas, atitudes,<<strong>br</strong> />
modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o ciberespaço. No bojo<<strong>br</strong> />
dessas concepções, o autor procura demonstrar que cultura e técnica, em nenhum momento,<<strong>br</strong> />
mostram-se antagônicos, mas sim, complementares e constituintes de uma única inteligência<<strong>br</strong> />
coletiva e dinâmica, em que as tecnologias são, preliminarmente, frutos da inteligência humana<<strong>br</strong> />
e da forma com a qual cada sociedade vê o conhecimento, suas formas de aquisição e uso.<<strong>br</strong> />
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Assim, as tecnologias da inteligência, as inteligências coletivas não causam impactos na<<strong>br</strong> />
sociedade, mas funcionam como um motor para a cibercultura, pois estabelece sinergia entre<<strong>br</strong> />
competências e limita as compartimentalizações e a opacidade da organização social.<<strong>br</strong> />
O computador e a Internet aparecem como elementos de base da nova fase pela qual atravessa<<strong>br</strong> />
a <strong>edu</strong>cação a distância. No entanto, deve-se ter clareza de que os modelos anteriores não<<strong>br</strong> />
podem ser abandonados, pois, são precursores da realidade atual. Convivendo<<strong>br</strong> />
harmonicamente, os modelos apontados por Peters (2003,p.48) <strong>–</strong> correspondência,<<strong>br</strong> />
conversação, professoral e tutorial <strong>–</strong> fornecem a base estruturante da <strong>edu</strong>cação através do<<strong>br</strong> />
ciberespaço que, apesar de todos os benéficos que vem apresentando, ainda convive com os<<strong>br</strong> />
conflitos que advém da incorreta dualidade existente entre o político-<strong>edu</strong>cacional e o didático<<strong>br</strong> />
pedagógico.<<strong>br</strong> />
Inserida no contexto sócio-político e econômico <strong>br</strong>asileiro, a Amazônia possui inúmeras<<strong>br</strong> />
peculiaridades que ilustram tanto a necessidade da EAD enquanto alternativa de<<strong>br</strong> />
desenvolvimento como também das dificuldades em que se encontram aqueles que queiram<<strong>br</strong> />
efetivá-la para que a <strong>edu</strong>cação, em qualquer nível, possa ser consolidada. No entanto, para que<<strong>br</strong> />
melhor se possa compreender essas dificuldades, faz-se necessário ressaltar que, segundo<<strong>br</strong> />
Freitas (2004, p. 12), todos os processos de intervenção econômica na Amazônia basearam-se<<strong>br</strong> />
na possibilidade de testar e incorporar novos conhecimentos às teorias científicas da época e de<<strong>br</strong> />
transformação de recursos naturais em riqueza, em produção e em fonte de desenvolvimento.<<strong>br</strong> />
Partindo-se desse raciocínio, não estaria o conceito de sustentabilidade dando continuidade às<<strong>br</strong> />
políticas que sempre permearam as iniciativas para essa região <strong>br</strong>asileira? Seria essa mais uma<<strong>br</strong> />
tentativa dos países centrais de manter a Amazônia sob a égide de seu domínio? Seja como for,<<strong>br</strong> />
as políticas públicas <strong>br</strong>asileiras devem ser eficazes o suficiente para que a Amazônia não seja<<strong>br</strong> />
destruída ou entregue a interesses diferentes dos prioritários para o Brasil. Para tanto,<<strong>br</strong> />
quaisquer que sejam as medidas, serão necessários compromissos que tenham as pessoas e a<<strong>br</strong> />
sociedade como pontos centrais. Será preciso, conforme Freitas (2004), um esforço para que,<<strong>br</strong> />
seja vencida a etapa que r<strong>edu</strong>ziu a ciência meramente ao caráter r<strong>edu</strong>cionista e econômico.<<strong>br</strong> />
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Observando-se a agenda de várias organizações não-governamentais nacionais e estrangeiras<<strong>br</strong> />
que atuam na Amazônia, diversos são os temas que permeiam suas agendas: monitoramento<<strong>br</strong> />
ambiental, novas tecnologias, assistência técnica e social às populações rurais, gestão de<<strong>br</strong> />
recursos naturais são as mais comuns. Mas, seriam essas as reais intenções? O Estado <strong>br</strong>asileiro<<strong>br</strong> />
não pode se dar ao luxo de aguardar passivamente o desenvolvimento da História. São<<strong>br</strong> />
necessárias medidas capazes de preparem a população para que a Amazônia continue a existir e<<strong>br</strong> />
assim sendo, continue sob a égide da soberania nacional.<<strong>br</strong> />
Partindo-se do pressuposto da importância da <strong>edu</strong>cação nesse contexto, conforme Carnoy (em<<strong>br</strong> />
FREITAS, 2004, p. 37)<<strong>br</strong> />
A construção e o planejamento de novas políticas de <strong>edu</strong>cação, em todos os<<strong>br</strong> />
níveis,adquirem um significado especial. As tendências dos sistemas<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cacionais atuais, que têm como pressupostos os princípios da<<strong>br</strong> />
competitividade e do imperativo financeiro, precisam ser revertidas em prol de<<strong>br</strong> />
uma tendência ancorada na equidade.<<strong>br</strong> />
Através desse referencial e perspectiva teórica e dos levantamentos a serem realizados,<<strong>br</strong> />
acredita-se ser possível a análise de alternativas que fundamentem as melhores concepções<<strong>br</strong> />
para o direcionamento das política públicas e uso da EAD visando à necessária expansão e<<strong>br</strong> />
universalização da Educação Básica e Superior na Amazônia.<<strong>br</strong> />
BREVE ANÁLISE DO DECRETO-LEI Nº 5.622<<strong>br</strong> />
Aprovado em 20 de dezem<strong>br</strong>o de 2005, o Decreto-lei nº 5.622, de 19 de dezem<strong>br</strong>o de 2005<<strong>br</strong> />
regulamenta o Artigo 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, definindo assim os<<strong>br</strong> />
parâmetros da EAD em todos os níveis. Uma observação detalhada do seu conteúdo permite<<strong>br</strong> />
que sejam detectadas importantes mudanças. Abaixo, seguem alguns comentários so<strong>br</strong>e os<<strong>br</strong> />
artigos de maior relevância para a realidade amazônica. Para tanto, os artigos foram agrupados<<strong>br</strong> />
de acordo com sua finalidade.<<strong>br</strong> />
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CONCEITO E OFERTA DE EAD NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA <strong>–</strong> Art. 1º e 2º<<strong>br</strong> />
Atualmente, as dificuldades e custos logísticos para que se possa fazer EAD na Amazônia são<<strong>br</strong> />
bastante significativos. O preço das encomendas, a hidrovia como principal via de acesso, o alto<<strong>br</strong> />
custo de passagens aéreas aliados às dificuldades para o acesso à Internet na região amazônica,<<strong>br</strong> />
particularmente devido à falta de sinal e de provedores, na maioria absoluta das localidades,<<strong>br</strong> />
torna inviável economicamente a iniciativa privada. Tal fato so<strong>br</strong>ecarrega a iniciativa<<strong>br</strong> />
governamental. Estima-se que, com o início do funcionamento da Universidade Aberta do<<strong>br</strong> />
Brasil, a situação possa ser significativamente solucionada.<<strong>br</strong> />
O parágrafo 1º do Art. 1º vem sofrendo algumas críticas em virtude do Item I (avaliação do<<strong>br</strong> />
estudante) que prevê a realização de encontros presenciais para a realização de avaliações. No<<strong>br</strong> />
entanto, é preciso que se observe que <strong>edu</strong>cação é a chave para a vida em sociedade. Sendo<<strong>br</strong> />
assim, o contato pessoal entre professores e alunos e destes entre si sempre serão bem-vindos.<<strong>br</strong> />
Para a realidade amazônica, essa é uma das exigências mais difíceis de serem cumpridas, mas,<<strong>br</strong> />
em virtude de sua importância, sua realização torna-se imprescindível.<<strong>br</strong> />
Apesar dos esforços governamentais nos últimos 12 anos, a carência <strong>edu</strong>cacional na região<<strong>br</strong> />
amazônica ainda se apresenta como um dos grandes desafios. Da <strong>edu</strong>cação básica aos cursos de<<strong>br</strong> />
pós-graduação, muito ainda precisa ser feito. Espera-se que com a nova legislação o acesso a<<strong>br</strong> />
cursos nas áreas de <strong>edu</strong>cação de jovens e adultos, graduação, mestrados e doutorados possam<<strong>br</strong> />
ter uma oferta condizente com a grande demanda existente. A grande evolução no entanto fica<<strong>br</strong> />
por conta de que, para a oferta de EAD, foram vencidas todas as barreiras legais,<<strong>br</strong> />
particularmente no que se refere à pós-graduação strictu sensu.<<strong>br</strong> />
VALIDADE E ORGANIZAÇÃO DE CURSOS EM EAD: Artigos 3º, 4º , 5º e 6º<<strong>br</strong> />
O tratamento da lei com relação à validade dos cursos a distância foi mantido pela nova<<strong>br</strong> />
legislação. Trata-se de um ponto de grande valor, pois, gradativamente, vem diminuindo o<<strong>br</strong> />
tratamento discriminatório pelo qual a EAD passou desde o início de sua utilização.<<strong>br</strong> />
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O objetivo do Art.4º é reforçar § 1º do Art. 1º., demonstrando, definitivamente, a importância<<strong>br</strong> />
que vem sendo dada aos encontros presenciais. No entanto, percebe-se que há, na verdade,<<strong>br</strong> />
duas grandes intenções por parte do Ministério da Educação: a primeira visando primar pela<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cação em so<strong>br</strong>eposição ao puro e simples ensino e, segundo, por haver, ainda, uma certa<<strong>br</strong> />
desconfiança com relação à qualidade que as instituições dispensaram aos seus cursos apesar<<strong>br</strong> />
de todo o cuidado que vem sendo tomado. Estima-se que, com a melhoria do entendimento da<<strong>br</strong> />
importância da EAD e com o avanço das tecnologias da comunicação, num médio prazo, tais<<strong>br</strong> />
exigências venham a ser suprimidas, particularmente nos cursos de ensino superior.<<strong>br</strong> />
Educação e poder, desde o Império Romano, caminham lado a lado. Ao mesmo tempo, a ciência<<strong>br</strong> />
não tem barreiras, não reconhece fronteiras ou nacionalidade. É fruto desses dois aspectos<<strong>br</strong> />
antagônicos e, ao mesmo tempo, complementares entre si que justifica a existência desse<<strong>br</strong> />
Artigo. Para alguns <strong>edu</strong>cadores, um absurdo. Para outros, um cuidado que merece<<strong>br</strong> />
credibilidade. Afinal, <strong>edu</strong>cação não é mercadoria. Não se pode importar. Educação requer se<<strong>br</strong> />
ergue so<strong>br</strong>e valores e, nem sempre, aqueles que vêm do exterior correspondem às aspirações<<strong>br</strong> />
do Brasil enquanto nação soberana, particularmente, so<strong>br</strong>e uma região tão rica quanto a<<strong>br</strong> />
Amazônia. A médio prazo, a tendência de que o Artigo venha a sofrer alterações é bastante<<strong>br</strong> />
provável, mas é preciso que se esteja atendo a dois aspectos em particular: credibilidade das<<strong>br</strong> />
instituições e cursos e interesse nacional.<<strong>br</strong> />
COMPETÊNCIAS E CREDENCIAMENTO DE INSTITUIÇÕES E CURSOS <strong>–</strong> Art. 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13,<<strong>br</strong> />
14 e 15<<strong>br</strong> />
O aspecto que mais se destaca na nova regulamentação é a forte preocupação do MEC quanto à<<strong>br</strong> />
competência para o credenciamento, às áreas de a<strong>br</strong>angência e os critérios de qualidade.<<strong>br</strong> />
Segundos dados da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED, 2006), o número de<<strong>br</strong> />
instituições que ministram EAD de forma autorizada pelo Sistema de Ensino (Federal, Estadual<<strong>br</strong> />
e Municipal) cresceu 30,7% de 2004 a 2005, totalizando mais de 504 mil alunos. Somente em<<strong>br</strong> />
2005, 321 novos cursos foram apresentados, superando com larga margem os 54 novos<<strong>br</strong> />
apresentados em 2004. Atualmente, os sistemas contam com 217 cursos a distância legalmente<<strong>br</strong> />
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reconhecidos pelos sistemas de ensino. No entanto, estima-se em 1,2 milhões o número de<<strong>br</strong> />
alunos que estudaram a distância em 2005.<<strong>br</strong> />
Basta uma rápida observação com relação aos números para ver que trabalhar com EAD, num<<strong>br</strong> />
primeiro momento, possa parecer um excelente negócio sob o ponto de vista econômico. Tal<<strong>br</strong> />
fato induz alguns a pensarem a EAD não como uma modalidade <strong>edu</strong>cacional, mas sim como<<strong>br</strong> />
uma rentável máquina de ganhar dinheiro. No entanto, ao se deparar com a seriedade que se<<strong>br</strong> />
deve ter com o EAD, muitos desistem, ou pior, ofertam cursos de baixa ou nenhuma qualidade,<<strong>br</strong> />
contribuindo assim para que o descrédito de um trabalho do qual o Brasil não pode prescindir.<<strong>br</strong> />
Observa-se ainda que, ainda segundo a ABED (2006), os credenciamentos federais (Graduação e<<strong>br</strong> />
Pós-graduação) respondem por 59,7% dos alunos em EAD, ficando os sistemas estaduais e<<strong>br</strong> />
municipais responsáveis por 40,3% do número de matrículas.<<strong>br</strong> />
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E PEDAGÓGICA <strong>–</strong> Art.16 e 17<<strong>br</strong> />
O sistema de avaliação reforça as preocupações com a qualidade dos cursos ofertados. Observase<<strong>br</strong> />
que, em vista do novo tratamento dado à EAD, as exigências são bastante significativas.<<strong>br</strong> />
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NA<<strong>br</strong> />
EDUCAÇÃO BÁSICA <strong>–</strong> Art. 18 e 19<<strong>br</strong> />
Ao mesmo tempo em que reforça a certa rigidez nos credenciamentos, o decreto a<strong>br</strong>e um<<strong>br</strong> />
importante precedente para a ação na <strong>edu</strong>cação de jovens e adultos, pois enfatiza as<<strong>br</strong> />
necessidades de cada indivíduo,uma vez que leva em consideração sua capacidade individual e<<strong>br</strong> />
sua bagagem cultural e de aprendizagem.<<strong>br</strong> />
OFERTA DE CURSOS SUPERIORES E PÓS-GRADUAÇÃO: Art. 20, 21, 23, 24 e 25<<strong>br</strong> />
O ensino superior responde pela maior parte do cursos a distância que são oferecidos por meio<<strong>br</strong> />
dos sistemas de ensino. Mais de 50 % dos alunos que fizeram curso superior a distância se<<strong>br</strong> />
concentrou nos cursos de pós-graduação, particularmente, especialização. Neste contexto, a<<strong>br</strong> />
Região Norte responde por apenas 6%, o que indica que, em virtude do aumento no número de<<strong>br</strong> />
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acessos à <strong>edu</strong>cação básica, esses números tendem a crescer. No contexto dessa expansão, fazse<<strong>br</strong> />
necessário observar que, apesar da importância da região, até o presente momento, o<<strong>br</strong> />
número de mestrados e doutorados estão bastante aquém do necessário e que não há qualquer<<strong>br</strong> />
curso strictu sensu em pauta para aprovação. Os indícios apontam para a necessidade de que<<strong>br</strong> />
sejam vencidas algumas atitudes conservadoras por parte da Coordenação de Aperfeiçoamento<<strong>br</strong> />
de Pessoal do Ensino Superior (CAPES).<<strong>br</strong> />
ASPECTOS GERAIS <strong>–</strong> Art. 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34 e 35<<strong>br</strong> />
A LDB de 1996 tem como uma de suas maiores preocupações a formação de pessoal técnico e<<strong>br</strong> />
docente. Nesse contexto, o ensino superior passou a ser um dos mais exigentes. Apesar da lei<<strong>br</strong> />
a<strong>br</strong>ir precedente para os especialistas, particularmente nos grandes centros, ser professor<<strong>br</strong> />
universitário requer, no mínimo,o mestrado completo. Atualmente, um curso dessa natureza<<strong>br</strong> />
requer dedicação exclusiva por dois anos. Somente esse fato já é suficiente par que se exclua a<<strong>br</strong> />
maioria absoluta daqueles que se dedicam ao exercício do magistério, uma vez que as bolsas e<<strong>br</strong> />
programas de incentivo oferecidos não são suficientes para que um responsável pela renda<<strong>br</strong> />
familiar possa se manter durante tanto tempo de estudo. Tal aspecto torna o strictu sensu<<strong>br</strong> />
extremamente elitizado. Como é possível que um país possuidor de graves problemas<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cacionais possa limitar de modo tão fervoroso a formação de pesquisadores e produtores de<<strong>br</strong> />
conhecimento, essência dos cursos strictu sensu? A <strong>edu</strong>cação a distância, se corretamente<<strong>br</strong> />
conduzida, poderá responder com excelentes condições por essa demanda.<<strong>br</strong> />
O presente artigo é um dos mais importantes para a região amazônica. As enormes distâncias<<strong>br</strong> />
aumentam os custos logísticos e dificultam o acesso a áreas mais afastadas, particularmente as<<strong>br</strong> />
localizadas no interior e em regiões de fronteira. Assim, apesar das peculiaridades que<<strong>br</strong> />
requeridas para se fazer EAD junto a crianças e adultos, a<strong>br</strong>e-se uma excelente oportunidade<<strong>br</strong> />
para a universalização da <strong>edu</strong>cação básica.<<strong>br</strong> />
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COMENTÁRIO FINAL<<strong>br</strong> />
Ainda há muito o que se fazer com relação à nova regulamentação. No entanto, o país dá claro<<strong>br</strong> />
sinais de amadurecimento quanto ao que espera da EAD. Atualmente, o maior desafio está<<strong>br</strong> />
conseguir pôr em prática o que prevê a legislação, seja por causa da necessária vontade política<<strong>br</strong> />
ou pela compartilhamento de ações capazes de venceres os altos custos envolvidos na<<strong>br</strong> />
implantação de sistemas de EAD.<<strong>br</strong> />
Os desafios impostos pela EAD são inúmeros, quer para a Amazônia ou para outras áreas do<<strong>br</strong> />
país. No entanto, sejam quais forem as soluções encontradas, será preciso que todas as áreas<<strong>br</strong> />
sejam criteriosamente pensadas: fundamentação política, econômica, técnico-pedagógica e<<strong>br</strong> />
docente. Antes de tudo, será preciso reconhecer que a <strong>edu</strong>cação a distância, se tratada com a<<strong>br</strong> />
seriedade que lhe é peculiar, poderá ser uma importante ferramenta na construção de um país<<strong>br</strong> />
melhor socialmente e, principalmente, mais humano. Conforme Preti (1998),<<strong>br</strong> />
Quando estamos falando de <strong>edu</strong>cação, estamos nos referindo a todos os<<strong>br</strong> />
aspectos da vida que ela abarca nas relações pessoais sociais; políticas, com a<<strong>br</strong> />
natureza e com o entorno. Está imiscuída, misturada e diluída em tudo. É parte<<strong>br</strong> />
do todo, é o todo (1998, p. 20).<<strong>br</strong> />
É fato incontestável que, nos países onde a EAD se desenvolveu com vigor, as regulamentações<<strong>br</strong> />
foram as mais simplificadas possíveis. Mas, é preciso observas que, nem sempre, expansão<<strong>br</strong> />
significa qualidade. As peculiaridades <strong>br</strong>asileiras e, particularmente, as necessidades são<<strong>br</strong> />
diversas. Sendo assim, um crescimento fundamentado em concepções sólidas possibilita à EAD<<strong>br</strong> />
o alcance de seus objetivos, permitindo que Amazônia Brasileira seja capaz de a<strong>br</strong>igar uma<<strong>br</strong> />
população condizente e reconhecedora de seu inestimável valor.<<strong>br</strong> />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<<strong>br</strong> />
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. Anuário <strong>br</strong>asileiro estatístico de<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cação aberta e a distância. São Paulo: Instituto Monitor, 2006.<<strong>br</strong> />
AZEVEDO, Janete. A <strong>edu</strong>cação como política pública.3.ed. Campinas: Leitores Associados, 2004.<<strong>br</strong> />
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BELLONI, Maria Luíza. Educação a Distância. Campinas: Autores Associados, 2001.<<strong>br</strong> />
BRASIL. Decreto-lei nº 5.622, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei no<<strong>br</strong> />
9.394, de 20 de dezem<strong>br</strong>o de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da <strong>edu</strong>cação nacional.<<strong>br</strong> />
In: Diário Oficial da União,n.266, Brasília, 19 dez. 2005.<<strong>br</strong> />
DRUCKER, Peter. Desafios gerenciais para o Século XXI. São Paulo: Pioneira, 1999.<<strong>br</strong> />
FAZENDA, Ivani. Didática e interdisciplinaridade. São Paulo: Papirus, 1993.<<strong>br</strong> />
FREIRE, P. Política e Educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 1993.<<strong>br</strong> />
FREITAS, Marcílio. Amazônia e desenvolvimento sustentável: um diálogo que todos os <strong>br</strong>asileiros<<strong>br</strong> />
deviam conhecer. Petrópolis: vozes, 2004.<<strong>br</strong> />
GROSSI, Esther Pillar. A Coragem de mudar em <strong>edu</strong>cação. Petrópolis: Vozes, 2000.<<strong>br</strong> />
LËVY, Pierre. Cibercultura. S. Paulo: Atlas, 1999.<<strong>br</strong> />
LIBÂNEO, J. C. Democratização da No ensino fundamental e médio: a Pedagogia Crítico- Social<<strong>br</strong> />
dos Conteúdos. São Paulo, Loyola, 1986.<<strong>br</strong> />
______. Pedagogia e pedagogos, para quê ?. 5.ed. São Paulo: Cortez, 2002.<<strong>br</strong> />
NONAKA, Ihujiro. Criação de conhecimento na empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1997.<<strong>br</strong> />
PETERS, Otto. Didática do ensino a distância. São Leopoldo: Unisinos, 2003.<<strong>br</strong> />
PRETI, Oreste. Educação a Distância e Globalização: tendências e desafios. In: <strong>Revista</strong> Brasileira<<strong>br</strong> />
de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 79, n.191, p. 19-30, jan./a<strong>br</strong>. 1998.<<strong>br</strong> />
TOFFLER, A. A terceira onda.19 ed. Rio de Janeiro: Record, 1993.<<strong>br</strong> />
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OBSTÁCULOS EPISTEMOLÓGICOS E DIDÁTICOS NO ENSINO DE CIÊNCIAS 37<<strong>br</strong> />
Ana Paula Sá Menezes 38<<strong>br</strong> />
Josefina Barrera Kalhil 39<<strong>br</strong> />
Gaston Bachelard, nascido em Champagne (França), em 1884. Vindo de uma família humilde,<<strong>br</strong> />
Bachelard sempre trabalhou enquanto estudava. Sonhava em ser engenheiro até que a I Guerra<<strong>br</strong> />
Mundial eclodiu e impossibilitando-lhe a conclusão deste projeto, o<strong>br</strong>igando-o a lecionar no<<strong>br</strong> />
curso secundário as matérias de Física e Química. Após sua vivência como professor dessas duas<<strong>br</strong> />
disciplinas, por mais de 15 anos, passou a lecionar Filosofia.<<strong>br</strong> />
O pensamento de Bachelard foi marcado por um clima de mudanças <strong>–</strong> a chamada Crise dos<<strong>br</strong> />
Fundamentos -, e pela sua notada paixão pelo ensino de Ciências. Nunca se deixou levar pela<<strong>br</strong> />
visão empírica ou pelo racionalismo radical. Suas primeiras teses foram publicadas em 1928<<strong>br</strong> />
(Ensaios so<strong>br</strong>e o conhecimento aproximado e Estudo so<strong>br</strong>e a evolução de um problema de Física:<<strong>br</strong> />
a propagação térmica dos sólidos). Seu nome passa a se projetar e é convidado, em 1930, a<<strong>br</strong> />
lecionar na Faculdade de Dijon. Mais tarde, em 1940, vai para a Sorbonne, onde passa a lecionar<<strong>br</strong> />
cursos que são muito disputados pelos alunos devido ao espírito livre, original e profundo deste<<strong>br</strong> />
filósofo que, antes de tudo, sempre foi um professor. Bachelard ingressa em 1955 na Academia<<strong>br</strong> />
das Ciências Morais e Políticas da França e, em 1961, é laureado com o Grande Prêmio Nacional<<strong>br</strong> />
de Letras. Bachelard morreu em 1962, deixando muitas o<strong>br</strong>as, dentre elas, citaremos apenas as<<strong>br</strong> />
que são de cunho epistemológico e de história das Ciências:<<strong>br</strong> />
37 Trabalho apresentado na disciplina o<strong>br</strong>igatória Tendências Investigativas no Ensino de Ciências (2007) do Curso<<strong>br</strong> />
de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências na Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas, orientado<<strong>br</strong> />
pela Profª Drª Josefina Barrera Kalhil.<<strong>br</strong> />
38 Aluna do Mestrado Profissional em Ensino de Ciências na Amazônia na UEA. Licenciada em Ciências pela<<strong>br</strong> />
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras <strong>–</strong> UNICRUZ/ RS. Especialista em Ensino de Matemática pela UFAM.<<strong>br</strong> />
Participante do Projeto RINFOTALCUE (Programa Europeu ALPHA 3). Aluna Bolsista da FAPEAM (Programa RH Pós-<<strong>br</strong> />
Grad). E-mail: mas_bah_tche2@hotmail.com.<<strong>br</strong> />
39 Doutora em Ciências Pedagógicas. Vice-coordenadora e Professora do Curso de Mestrado Profissional em Ensino<<strong>br</strong> />
de Ciências na Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas. Representante do Projeto RINFOTALCUE<<strong>br</strong> />
(Programa Europeu ALPHA 3) no Brasil. Editora da <strong>Revista</strong> Eletrônica <strong>ARETÉ</strong> (UEA). Faz parte do Conselho Editorial<<strong>br</strong> />
do Jornal Latino-americano de Ensino de Física (LAJPE <strong>–</strong> México). E-mail: josefinabk@yahoo.com.<<strong>br</strong> />
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O novo espírito científico, de 1934;<<strong>br</strong> />
A formação do espírito científico, de 1938;<<strong>br</strong> />
A filosofia do não, de 1940;<<strong>br</strong> />
O racionalismo aplicado, de 1949 e<<strong>br</strong> />
O Materialismo Racional, de 1952.<<strong>br</strong> />
Bachelard deixou clara sua vocação para o magistério, dizendo que a filosofia das Ciências<<strong>br</strong> />
deveria trazer luzes para a criação de uma nova pedagogia das Ciências, o que revela sua<<strong>br</strong> />
consCiência <strong>edu</strong>cacional. É importante destacar que os obstáculos epistemológicos, como foram<<strong>br</strong> />
propostos, não estavam isolados no território da filosofia das Ciências. A intenção pedagógica<<strong>br</strong> />
já está posta no contexto de sua síntese inicial e por isso pode fornecer à didática o direito de se<<strong>br</strong> />
inspirar na fonte histórica e evolutiva das Ciências (PAIS, 2002).<<strong>br</strong> />
Em 1938, Bachelard introduz na área <strong>edu</strong>cacional a noção de obstáculos epistemológicos - que<<strong>br</strong> />
impedem a evolução do conhecimento -, a partir de uma de suas principais o<strong>br</strong>as filosóficas: A<<strong>br</strong> />
Formação do Espírito Científico, livro este, tema de minha resenha.<<strong>br</strong> />
Este filósofo da Ciência afirma que a principal tarefa do espírito científico é delinear os<<strong>br</strong> />
fenômenos e ordenar em série os acontecimentos decisivos de uma experiência <strong>–</strong><<strong>br</strong> />
representação geométrica.<<strong>br</strong> />
Num texto original, sucinto e muito bem humorado, com citações de livros científicos que<<strong>br</strong> />
datam dos séculos XVI a XVIII, o autor apresenta seu pensamento so<strong>br</strong>e o espírito pré-científico<<strong>br</strong> />
e sua ruptura para o pensamento contemporâneo, numa análise histórica da evolução deste<<strong>br</strong> />
pensamento em 12 (doze) capítulos:<<strong>br</strong> />
1. A Noção de Obstáculo Epistemológico <strong>–</strong> Plano da O<strong>br</strong>a;<<strong>br</strong> />
2. O 1º Obstáculo: a Experiência Primeira;<<strong>br</strong> />
3. O Conhecimento Geral como Obstáculo ao Conhecimento Científico;<<strong>br</strong> />
4. Exemplo de Obstáculo Verbal: a Esponja. Extensão Abusiva das Imagens Usuais;<<strong>br</strong> />
5. Conhecimento Unitário e Pragmático como Obstáculo ao Conhecimento Científico;<<strong>br</strong> />
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6. O Obstáculo Substancialista;<<strong>br</strong> />
7. Psicanálise do Realista;<<strong>br</strong> />
8. O Obstáculo Animista;<<strong>br</strong> />
9. O Mito da Digestão;<<strong>br</strong> />
10. Libido e Conhecimento Objetivo;<<strong>br</strong> />
11. Os Obstáculos do Conhecimento Quantitativo;<<strong>br</strong> />
12. Objetividade Científica e Psicanálise.<<strong>br</strong> />
A proposta desse livro é mostrar a supremacia do conhecimento abstrato e científico so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />
conhecimento primeiro e intuitivo no pensamento científico, ou seja, seguir a via psicológica<<strong>br</strong> />
normal do pensamento científico:<<strong>br</strong> />
IMAGEM FORMA GEOMÉTRICA FORMA ABSTRATA<<strong>br</strong> />
(matematização)<<strong>br</strong> />
Em sua formação individual, o espírito científico passa necessariamente, segundo Bachelard,<<strong>br</strong> />
pelos três estados abaixo:<<strong>br</strong> />
1º - O Estado Concreto: o espírito se entretém com as primeiras imagens do fenômeno e se<<strong>br</strong> />
apóia numa literatura que exalta a Natureza, a unidade harmônica do mundo e sua rica<<strong>br</strong> />
diversidade.<<strong>br</strong> />
2º - O Estado Concreto-abstrato: o espírito acrescenta esquemas geométricos à sua experiência<<strong>br</strong> />
física, apoiando-se numa filosofia de simplicidade.<<strong>br</strong> />
3º - O Estado Abstrato: o espírito adota informações voluntariamente subtraídas à intuição do<<strong>br</strong> />
espaço real, voluntariamente desligadas da experiência imediata e até em polêmica declarada<<strong>br</strong> />
com a realidade primeira, sempre impura, sempre informe (BACHELARD, 1996, p. 11).<<strong>br</strong> />
Para descrever o trajeto do conhecimento científico, Bachelard distingue três grandes períodos<<strong>br</strong> />
das etapas históricas do pensamento científico:<<strong>br</strong> />
1º Período <strong>–</strong> Estado Pré-científico: compreende a Antiguidade Clássica, os séculos XVI, XVII e<<strong>br</strong> />
XVIII.<<strong>br</strong> />
2º Período <strong>–</strong> Estado Científico: compreende o final do século XVIII e início do século XX.<<strong>br</strong> />
3º Período <strong>–</strong> Novo Espírito Científico: a partir da Teoria da Relatividade de Einstein (1905)<<strong>br</strong> />
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A estes grandes períodos, Bachelard acrescenta ainda uma espécie de lei dos três estados da<<strong>br</strong> />
alma, caracterizados por interesses:<<strong>br</strong> />
Alma pueril ou mundana: animada pela curiosidade ingênua, cheia de assom<strong>br</strong>o diante<<strong>br</strong> />
do mínimo fenômeno instrumentado, <strong>br</strong>incando com a física para se distrair e conseguir<<strong>br</strong> />
um pretexto para uma atitude séria, acolhendo as ocasiões do colecionador, passiva até<<strong>br</strong> />
na felicidade de pensar (BACHELARD, 1996, p. 12).<<strong>br</strong> />
Alma professoral: ciosa de seu dogmatismo, imóvel na sua primeira abstração,<<strong>br</strong> />
repetindo ano após ano seu saber, voltada para o interesse d<strong>edu</strong>tivo e autoritário do<<strong>br</strong> />
saber.<<strong>br</strong> />
Alma com dificuldade de abstrair e de chegar à quintessência: perturbada pelas<<strong>br</strong> />
objeções da razão, pondo sempre em dúvida o direito particular à abstração, mas<<strong>br</strong> />
absolutamente segura de que a abstração é um dever científico.<<strong>br</strong> />
No 1º capítulo, Bachelard apenas introduz o que será trabalhado nos demais capítulos, ou seja,<<strong>br</strong> />
quais são os obstáculos epistemológicos, onde ele faz uma análise das condições psicológicas do<<strong>br</strong> />
progresso científico. Nas suas palavras:<<strong>br</strong> />
É aí que mostraremos causas de estagnação e até de regressão, detectaremos<<strong>br</strong> />
causas da inércia às quais daremos o nome de obstáculos epistemológicos (...) o<<strong>br</strong> />
ato de conhecer dá-se contra um conhecimento anterior, destruindo<<strong>br</strong> />
conhecimentos mal estabelecidos, superando o que, no próprio espírito, é<<strong>br</strong> />
obstáculo à espiritualização. (BACHELARD, 1996, p. 17)<<strong>br</strong> />
Bachelard afirma ainda que, movidos pelo espírito científico, desejamos saber as respostas às<<strong>br</strong> />
nossas dúvidas, mas, para logo mais, melhorarmos nossa maneira de questionar o mundo. Aqui<<strong>br</strong> />
reside a diferença entre o epistemólogo e o historiador; este é especialista, toma as idéias como<<strong>br</strong> />
fatos isolados, o outro é aquele que toma os fatos como se fossem idéias, inserindo-as num<<strong>br</strong> />
contexto. Se o fato for mal explicado pelo historiador, transforma-se num obstáculo<<strong>br</strong> />
epistemológico.<<strong>br</strong> />
O espírito científico deve formar-se contra a Natureza, contra o que é, em nós e<<strong>br</strong> />
fora de nós, o impulso e a informação da Natureza, contra o fato colorido e<<strong>br</strong> />
corriqueiro. O espírito científico deve formar-se enquanto se reforma. Só pode<<strong>br</strong> />
aprender com a natureza se purificar as substâncias naturais e puser em ordem<<strong>br</strong> />
os fenômenos baralhados. (BACHELARD, 1996, p. 29)<<strong>br</strong> />
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No 2º capítulo, Bachelard se propõe a provar a fragilidade de embasarmos nossa opinião numa<<strong>br</strong> />
1ª impressão de algo observado, aquelas primeiras experiências realizadas sem maiores<<strong>br</strong> />
reflexões ou julgamentos, sem uma clareza das idéias envolvidas. É uma crítica ao empirismo.<<strong>br</strong> />
Ele faz uma análise da mentalidade pré-científica, advertindo que o <strong>edu</strong>cador deve procurar<<strong>br</strong> />
destacar sempre o observador de seu objeto, evitando que o discente se concentre em certos<<strong>br</strong> />
fenômenos, para ele <strong>–</strong> aluno -, interessante, mas que não passam de centros falsos de interesse,<<strong>br</strong> />
já que não buscam a objetividade do pensamento científico. A tese filosófica por ele sustentada<<strong>br</strong> />
para esta proposição é que só podemos compreender a Natureza, enquanto podemos olhá-la<<strong>br</strong> />
por fora dela, oferecendo-lhe certa resistência. Faz alusões a textos retirados de livros didáticos<<strong>br</strong> />
de Ciências, datados do século XVIII, que tinham como de partida a Natureza, interessavam-se<<strong>br</strong> />
pela vida cotidiana, servindo de divulgação do conhecimento popular.<<strong>br</strong> />
Nada prejudicou tanto o progresso do conhecimento científico quanto a falsa<<strong>br</strong> />
doutrina do geral, que dominou de Aristóteles a Bacon, inclusive, e que continua<<strong>br</strong> />
sendo, para muitos, uma doutrina fundamental do saber.<<strong>br</strong> />
(BACHELARD, 1996, p. 69)<<strong>br</strong> />
No 3º capítulo, Bachelard aborda o perigo das generalizações precipitadas no pensamento précientífico.<<strong>br</strong> />
A necessidade de uma diligência, nesse caso, deve-se ao fato da Ciência usar, como<<strong>br</strong> />
recurso didático, da generalidade para explicar algumas de suas teorias, o que não quer dizer<<strong>br</strong> />
r<strong>edu</strong>cionismo. Mais uma vez, é uma crítica ao pensamento empirista indutivo que se usa da<<strong>br</strong> />
explicação de uma parte <strong>–</strong> casos particulares -, para explicação do todo, gerando um<<strong>br</strong> />
conhecimento superficial. No plano pedagógico, incorre-se no risco de, a partir deste obstáculo<<strong>br</strong> />
<strong>–</strong> generalização precipitada -, tentar-se converter saber cotidiano/ senso comum em<<strong>br</strong> />
conhecimento científico.<<strong>br</strong> />
O perigo das metáforas imediatas para a formação do espírito científico é que<<strong>br</strong> />
nem sempre são imagens passageiras;<<strong>br</strong> />
Levam a um pensamento autônomo;<<strong>br</strong> />
Tendem a completar-se, a concluir-se no reino da imagem. (BACHELARD, 1996,<<strong>br</strong> />
p. 101)<<strong>br</strong> />
O capítulo 4 trata de caracterizar, como obstáculo ao pensamento científico, hábitos de<<strong>br</strong> />
natureza verbal, onde o uso de uma única palavra (leitmotiv) ou de uma única imagem, como<<strong>br</strong> />
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por exemplo, a esponja, permite expressar, reconhecer e explicar os fenômenos mais variados,<<strong>br</strong> />
desde a assimilação do fenômeno da dissolução do ar na água ao da dissolução de um sal. A<<strong>br</strong> />
noção de poro no pensamento pré-científico é um leitmotiv tão persistente que exigiria um<<strong>br</strong> />
novo livro somente para suas ramificações. Por essa noção, conciliam-se até idéias antitéticas:<<strong>br</strong> />
uma porta ou está aberta ou está fechada, mas o poro está, simultaneamente, aberto para uns<<strong>br</strong> />
e fechado para outros. Há poros específicos para matérias específicas. Alguns estudiosos dessa<<strong>br</strong> />
época chegaram a afirmar que a porosidade seria uma propriedade geral dos corpos!<<strong>br</strong> />
É ao tomar consCiência dessa revolução da cidadela erudita que se poderá, de<<strong>br</strong> />
fato, compreender a força de formação psicológica do pensamento científico e<<strong>br</strong> />
que se avaliará a distância do empirismo passivo e registrado ao empirismo<<strong>br</strong> />
ativo e pensado. (BACHELARD, 1996, p. 119)<<strong>br</strong> />
No capítulo 5, Bachelard aponta o conhecimento unitário e pragmático como outro obstáculo<<strong>br</strong> />
ao conhecimento científico. Mais uma vez, Bachelard critica essa visão empirista do<<strong>br</strong> />
pensamento pré-científico de considerar os fatos observados a partir de um ponto de vista<<strong>br</strong> />
prático, costumeiro, habitual. A mentalidade pré-científica procura atribuir a todas as minúcias<<strong>br</strong> />
de um fenômeno uma utilidade característica: até tremores de terra influem favoravelmente<<strong>br</strong> />
nas colheitas. No aspecto literário, chamam à atenção a grandiloqüência enfadonha e inútil<<strong>br</strong> />
destes textos e a inegável valorização abusiva de si mesmo, características da época. Outra<<strong>br</strong> />
característica do pensamento pré-científico é a So<strong>br</strong>edeterminação, crença numa unidade<<strong>br</strong> />
harmônica do mundo, que tem como principal exemplo a Astrologia. Em relação a essa unidade<<strong>br</strong> />
harmônica, o perigo se encontra na valorização indiscutida no poder dado a Natureza e à vida<<strong>br</strong> />
cotidiana, causando um obstáculo à experiência e ao pensamento científico. Podemos até<<strong>br</strong> />
considerar que todo pensamento não científico é um pensamento so<strong>br</strong>edeterminado.<<strong>br</strong> />
Um dos sintomas mais claros da s<strong>edu</strong>ção substancialista é o acúmulo de<<strong>br</strong> />
adjetivos para um mesmo substantivo:<<strong>br</strong> />
As qualidades estão ligadas à substância por um vínculo tão direto que podem<<strong>br</strong> />
ser justapostas sem grande preocupação com suas relações mútuas.<<strong>br</strong> />
(BACHELARD, 1996, p. 157)<<strong>br</strong> />
No capítulo 6 é apresentado o obstáculo Substancialista, caracterizado por ser, como os demais,<<strong>br</strong> />
polimorfo, constituído de intuições dispersas e contraditórias, que atribui à substância<<strong>br</strong> />
qualidades diferentes, tanto superficiais quanto profunda, tanto manifestas quanto ocultas. No<<strong>br</strong> />
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espírito pré-científico, o fenômeno imediato, como imagem isolada, é tomado como sinal de<<strong>br</strong> />
uma propriedade substancial: toda busca científica logo será interrompida; a resposta<<strong>br</strong> />
substancialista abafa todas as perguntas. Configurando, nesse caso, o perigo dessa<<strong>br</strong> />
imagem/metáfora ser internalizada e voltarmos ao que foi explicado no capítulo anterior so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
as generalizações <strong>–</strong> explicação de um fenômeno por meio de um único pensamento. A prova<<strong>br</strong> />
mais contundente disso é o uso do “etc.” ao final das enumerações citadas nas o<strong>br</strong>as dos<<strong>br</strong> />
autores dessa época do pensamento pré-científico.<<strong>br</strong> />
As matérias preciosas são facilmente aparentadas.<<strong>br</strong> />
Permitem mais transmutações de valores do que transmutações de substâncias,<<strong>br</strong> />
o que vem provar que a mentalidade pré-científica valoriza as substâncias.<<strong>br</strong> />
(BACHELARD, 1996, p. 179)<<strong>br</strong> />
No 7º capítulo, Bachelard propõe psicanálises especiais <strong>–</strong> resultando de reflexões so<strong>br</strong>e a teoria<<strong>br</strong> />
do conhecimento - para libertar o espírito científico dos falsos valores introduzidos com a idéia<<strong>br</strong> />
substancialista nas Ciências físicas:<<strong>br</strong> />
1. Psicanálise do Sentimento do Ter: todo realista é um avarento (... e a recíproca é<<strong>br</strong> />
verdadeira: todo avarento é realista); o complexo a ser desfeito é o complexo do<<strong>br</strong> />
pequeno lucro (Complexo de Harpagon), que chama a atenção para as pequenas coisas<<strong>br</strong> />
que não devem ser perdidas, pois, uma vez perdidas, dificilmente serão reencontradas <strong>–</strong><<strong>br</strong> />
por isso, um objeto de pequenas proporções é guardado sempre com muito cuidado!<<strong>br</strong> />
2. Axioma Fundamental do Realismo não Provado: “(...) nada se perde, nada se cria (...)”, é<<strong>br</strong> />
uma afirmação de avarento.<<strong>br</strong> />
3. Embaraço do Espírito Pré-científico diante de preconceitos grosseiros: mesmo com medo<<strong>br</strong> />
de decepcionar o público, os autores desse período tentavam livrar-se de suas crenças<<strong>br</strong> />
supersticiosas em seus registros ao mesmo tempo em que sentiam necessidade de<<strong>br</strong> />
referir-se às mesmas. Levando-os a retificar parcialmente apenas suas idéias. Essa<<strong>br</strong> />
racionalização parcial está para o conhecimento empírico como a sublimação dos<<strong>br</strong> />
instintos está para a produção estética. (...) A mistura de pensamento erudito e de<<strong>br</strong> />
pensamento experimental é um dos maiores obstáculos para o espírito científico<<strong>br</strong> />
(BACHELARD, 1996, p. 166).<<strong>br</strong> />
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4. O Aparelho Doutrinal dos “portanto” e dos “é por isso que”, por meio dos quais as<<strong>br</strong> />
pessoas de autoridade ligam os preconceitos antigos aos costumes do cotidiano.<<strong>br</strong> />
5. Hesitação: apesar de ser característica do pensamento pré-científico, a hesitação ao não<<strong>br</strong> />
querer aceitar de “olhos fechados” elucu<strong>br</strong>ações do tipo em que uma linha de raciocínio<<strong>br</strong> />
consegue fundir num mesmo valor o ouro, o sol e o sangue, por exemplo, foi um dos<<strong>br</strong> />
fatores que levaram o pensamento epistemológico avançar nos séculos mais<<strong>br</strong> />
materialistas que se seguiram, forçando argumentos mais materiais.<<strong>br</strong> />
6. O Valor da Pedra Preciosa para o Inconsciente: não se tem apreço por um remédio de<<strong>br</strong> />
baixo preço, pois a cura pelo mesmo sempre esteve atrelado à quantidade de ouro<<strong>br</strong> />
apresentado e sua bula.<<strong>br</strong> />
7. Axioma da Avareza ou Princípio Básico do Substancialismo: ninguém pode dar o que não<<strong>br</strong> />
tem.<<strong>br</strong> />
O problema que queremos tratar neste capítulo é precisamente o seguinte:<<strong>br</strong> />
Como foi possível fazer com que a intuição da vida, cujo caráter invasor vamos<<strong>br</strong> />
mostrar, ficasse restrita ao seu próprio campo?<<strong>br</strong> />
Em especial, como as Ciências físicas se livraram das lições animistas?<<strong>br</strong> />
Como a hierarquia do saber foi restabelecida, ao afastar a consideração<<strong>br</strong> />
primitiva desse objeto privilegiado que é o nosso corpo? (BACHELARD, 1996, p.<<strong>br</strong> />
185)<<strong>br</strong> />
A primeira parte do livro em questão se encerra com um obstáculo delimitado com muita<<strong>br</strong> />
precisão na noção de obstáculo epistemológico. O capítulo 7 trata do obstáculo animista nas<<strong>br</strong> />
Ciências físicas, que foi extremamente visível nos séculos XVII e XVIII, constituindo num dos<<strong>br</strong> />
traços mais distintivos do espírito pré-científico, e que veio a ser superado pela Física do século<<strong>br</strong> />
XIX. Esse obstáculo não pode ser confundido com o que os etnólogos estudaram tão<<strong>br</strong> />
exaustivamente que seria a crença que atribui alma própria a plantas, objetos inanimados e<<strong>br</strong> />
fenômenos da natureza. Para explicar este sentido animista, Bachelard busca a interpretação<<strong>br</strong> />
dada pela mentalidade pré-científica aos fenômenos biológicos baseados nos três reinos da<<strong>br</strong> />
natureza (animal, vegetal e mineral) 40<<strong>br</strong> />
ao explicarem alguns fenômenos físicos, como a<<strong>br</strong> />
imantação, por exemplo, em analogia aos vasos linfáticos do corpo de alguns animais <strong>–</strong> é o<<strong>br</strong> />
40 Nota das autoras: não há especificação na o<strong>br</strong>a de Bachelard se essa divisão já é conhecida na Idade Moderna ou<<strong>br</strong> />
se ele está se referindo ao ano da 1ª publicação de A Formação do Espírito Científico, em 1938.<<strong>br</strong> />
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mecanismo corporal que serve de instrutor. Para o espírito pré-científico, a imagem animista é<<strong>br</strong> />
mais natural; logo, mais convincente. Longe de procurar a objetividade dos fenômenos e a<<strong>br</strong> />
abstração, o espírito pré-científico individualiza os fenômenos fortemente, acentuando,<<strong>br</strong> />
concretamente, o caráter individual das substâncias marcadas pela vida.<<strong>br</strong> />
Chegamos aqui à propriedade central em torno da qual vai girar sem fim o<<strong>br</strong> />
espírito pré-científico:<<strong>br</strong> />
A digestão é um lento e suave cozimento;<<strong>br</strong> />
Logo, todo cozimento prolongado é uma digestão.<<strong>br</strong> />
Só refletindo so<strong>br</strong>e essa recíproca é que se pode compreender a direção do<<strong>br</strong> />
pensamento animista. Não se trata de um simples jogo metafórico. De fato, no<<strong>br</strong> />
espírito pré-científico, a química procura avançar perscrutando os fenômenos<<strong>br</strong> />
digestivos. (BACHELARD, 1996, p. 214)<<strong>br</strong> />
No capítulo 9, Bachelard tenta caracterizar o obstáculo animista a partir de um tema mais<<strong>br</strong> />
natural: o mito da digestão. A digestão é uma função privilegiada, fonte tanto de êxtase como<<strong>br</strong> />
de sacrifício, o que a torna, mesmo que inconscientemente, uma maneira muito didática de se<<strong>br</strong> />
explicar muitas teorias. Costuma-se dizer que as questões de humor estão intimamente ligadas<<strong>br</strong> />
ao estômago. A função de posse também se evidencia através do alimento e aparece em muitos<<strong>br</strong> />
textos do século XVIII. A fome é a necessidade de possuir o alimento, portanto remete-nos ao<<strong>br</strong> />
conceito de força e de poder. Ao longo das manipulações dos alquimistas, as metáforas e<<strong>br</strong> />
analogias da digestão apoiarão o pensamento objetivo das Ciências do espírito pré-científico: o<<strong>br</strong> />
experimento físico trabalhará no plano do experimento biológico. Inclusive, em certas<<strong>br</strong> />
cosmogonias pré-científicas, a Terra é considerada como um vasto sistema digestório!<<strong>br</strong> />
O Mito da Digestão esmaece quando comparado com o Mito da Geração; O Ter<<strong>br</strong> />
e o Ser nada são diante do Devir. As almas decididas querem Ter para Tornarse.<<strong>br</strong> />
Foi, portanto, com razão que a psicanálise tradicional assinalou a<<strong>br</strong> />
supremacia da Libido so<strong>br</strong>e o apetite. O apetite é mais <strong>br</strong>utal, mas a libido é<<strong>br</strong> />
mais poderosa. O apetite é imediato; à libido, porém, correspondem os longos<<strong>br</strong> />
pensamentos, os projetos a longo prazo, a paCiência. Um amante pode ser<<strong>br</strong> />
paciente como o sábio. O apetite se extingue no estômago saciado. A libido,<<strong>br</strong> />
mal acabou de ser satisfeita, reaparece. Ela quer a duração. Ela é a duração.<<strong>br</strong> />
(BACHELARD, 1996, p. 225)<<strong>br</strong> />
De fato, a psicanálise tradicional não dirige sua atenção para o conhecimento objetivo. No<<strong>br</strong> />
Capitulo 10, Bachelard lem<strong>br</strong>a o leitor que usou em todos os capítulos anteriores ilustrações<<strong>br</strong> />
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para exemplificar os obstáculos epistemológicos: Obstáculo da imagem real: fenômenos da<<strong>br</strong> />
esponja; Obstáculo substancialista: a importância do ouro e das pedras preciosas; que nos<<strong>br</strong> />
propiciou a Psicanálise do Realista. Para o obstáculo da Libido, surge a idéia de estudar o germe<<strong>br</strong> />
e a semente, devido a seus aspectos sexuais. Os alquimistas vão tentar dar muitas explicações a<<strong>br</strong> />
partir desta figuração. Mas, apesar de todas as operações alquímicas, há vários indícios<<strong>br</strong> />
relatados em textos desse período do pensamento pré-científico, ressaltando a alquimia se<<strong>br</strong> />
desenvolvendo num reino de valores e contradições: os manuais de alquimia falam tanto da<<strong>br</strong> />
moral quanto da Ciência, tanto do pecado quanto do erro.<<strong>br</strong> />
É preciso refletir para medir, em vez de medir para refletir. (BACHELARD, 1996,<<strong>br</strong> />
p. 262)<<strong>br</strong> />
O capítulo 11 é dedicado a análise dos obstáculos epistemológicos da Matemática <strong>–</strong> o chamado<<strong>br</strong> />
conhecimento quantitativo <strong>–</strong> que são de natureza diferente aos apresentados até aqui,<<strong>br</strong> />
característicos do conhecimento qualitativo. Diferentemente, os obstáculos epistemológicos da<<strong>br</strong> />
Matemática se dão na fase da aprendizagem e síntese do conhecimento e não no seu registro<<strong>br</strong> />
histórico. Bachelard apresenta a importância do conhecimento quantitativo vindo a ratificar o<<strong>br</strong> />
conhecimento qualitativo. Discute a idéia do matematismo vago versus o matematismo preciso:<<strong>br</strong> />
mais do que medir precisamente um objeto, o cientista se preocupa com a descrição do método<<strong>br</strong> />
da mensuração. Neste capítulo também aparecem os primeiros desafios newtonianos na<<strong>br</strong> />
evolução do pensamento pré-científico para o estado científico: a noção de desprezar o que é<<strong>br</strong> />
desprezível.<<strong>br</strong> />
Para ensinar o aluno a inventar, é bom mostrar-lhe que ele pode desco<strong>br</strong>ir.<<strong>br</strong> />
(BACHELARD, 1996, p. 303)<<strong>br</strong> />
A exposição do capitulo 12 se dá com a intenção de reunir os elementos gerais de uma doutrina<<strong>br</strong> />
do conhecimento do objeto. Para isso, Bachelard enuncia o seguinte postulado: o objeto não<<strong>br</strong> />
pode ser designado como um objetivo imediato. Faz-se necessário, para isso, uma cisão entre o<<strong>br</strong> />
conhecimento sensível <strong>–</strong> cheio de pragmatismo e de realismos imediatos - e o conhecimento<<strong>br</strong> />
científico. O 1º passo para a objetividade da Ciência é reconhecer nossos próprios erros e<<strong>br</strong> />
dificuldades intelectuais. O homem que tem a impressão de nunca se enganar está enganado<<strong>br</strong> />
para sempre (BACHELARD, 1996, p. 295). A operação científica <strong>–</strong> o ato de se utilizar um aparelho<<strong>br</strong> />
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de medição, um corpo de técnicos, o uso de teorias -, também é apresentada como divisor<<strong>br</strong> />
entre o que é não é realmente científico. Apresenta também a psicanálise do espírito científico,<<strong>br</strong> />
a Ciência na contemporaneidade e, como não poderia deixar de ser, a prática pedagógica nas<<strong>br</strong> />
escolas.<<strong>br</strong> />
Contribuições da O<strong>br</strong>a para o Ensino de Ciências<<strong>br</strong> />
Ruptura epistemológica entre a Ciência contemporânea e o senso comum;<<strong>br</strong> />
A filosofia das Ciências deve progredir conforme os avanços das Ciências, realizando<<strong>br</strong> />
constantemente revisões e ajustes em suas concepções;<<strong>br</strong> />
A superação do empirismo pelo racionalismo;<<strong>br</strong> />
A noção de "obstáculos epistemológicos";<<strong>br</strong> />
Reconhece o autoritarismo do professor como algo nefasto ao saber;<<strong>br</strong> />
Para que a Ciência objetiva seja plenamente <strong>edu</strong>cadora, é preciso que seu ensino<<strong>br</strong> />
seja socialmente ativo;<<strong>br</strong> />
Análise psicológica de realidades, compreendendo, a partir disto, que o ensino de<<strong>br</strong> />
Ciências tem de ser todo revisto.<<strong>br</strong> />
Considerações com respeito aos aspectos abordados<<strong>br</strong> />
É fascinante o modo como Bachelard nos faz viajar durante os séculos XVII e XVIII através de<<strong>br</strong> />
textos de cientistas dessa época. O que torna seu trabalho interessante é o fato dele ter se dado<<strong>br</strong> />
ao trabalho de pesquisar todas essas fontes para seu referencial teórico: a evolução do<<strong>br</strong> />
pensamento científico. Num desses textos, no capítulo 7, ao falar do valor da pedra preciosa<<strong>br</strong> />
para o inconsciente, fez-me refletir como isso ainda é comum nos dias de hoje. Prova disso é a<<strong>br</strong> />
resistência da população na compra dos genéricos. É como se o fato do produto ser barato <strong>–</strong><<strong>br</strong> />
preço acessível <strong>–</strong> levasse a conclusão de que o mesmo não presta, não tem serventia, não irá<<strong>br</strong> />
curar sua doença.<<strong>br</strong> />
Concordamos com as intervenções que ele faz no que diz respeito ao ensino da Física e da<<strong>br</strong> />
Matemática nas escolas. Apesar de o texto ter sido escrito em 1938, o tema ainda é muito atual.<<strong>br</strong> />
Bachelard, apesar de ser um filósofo das Ciências é muito poético, e essa sua faceta se<<strong>br</strong> />
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apresenta em quase todos os capítulos do livro, embora timidamente. Seu tom bem humorado<<strong>br</strong> />
faz o destaque dessa o<strong>br</strong>a que, apesar de ter cunho científico, não é enfadonha.<<strong>br</strong> />
A única crítica que fazemos não diz respeito nem à o<strong>br</strong>a e nem ao autor, mas ao tradutor.<<strong>br</strong> />
Muitas palavras não foram traduzidas para o português e, em nenhum momento, há uma<<strong>br</strong> />
explicação para o fato. Há o uso exagerado de palavras de difícil significado, mas que poderiam<<strong>br</strong> />
facilmente ter sido trocadas por sinônimos mais acessíveis. A tradutora também não se<<strong>br</strong> />
preocupou em contextualizar a o<strong>br</strong>a, daí a necessidade que eu tive que recorrer a outras fontes.<<strong>br</strong> />
Referências Bibliográficas:<<strong>br</strong> />
BACHELARD, G. A Formação do Conhecimento Científico: contribuição para uma psicanálise do<<strong>br</strong> />
conhecimento. Tradução de Estela dos S. A<strong>br</strong>eu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.<<strong>br</strong> />
PAIS, L.C. Didática da Matemática: uma análise da influência francesa. 2.ed. Belo Horizonte:<<strong>br</strong> />
Autêntica, 2002.<<strong>br</strong> />
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O DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA: Uma Construção Ambígua 41<<strong>br</strong> />
Edileuza Maria Lima Belmont 42<<strong>br</strong> />
Josefina Barrera Kalhil 43<<strong>br</strong> />
O Autor<<strong>br</strong> />
Regis de Morais é Mineiro de Passa Quatro, nascido em 1940, é licenciado em Filosofia e<<strong>br</strong> />
Ciências Sociais. Fez mestrado em Filosofia e Doutorado em Educação. Professor Titular<<strong>br</strong> />
aposentado da UNICAMP, é hoje Professor Titular na PUC de Campinas, lecionando em<<strong>br</strong> />
programas de pós-graduação. Ministra cursos e prestou serviços para a PUC do Chile, tendo<<strong>br</strong> />
contribuído, também, com a Universidade Técnica de Lisboa.<<strong>br</strong> />
O autor é conferencista e escritor com mais de 40 livros publicados. É fascinado pela cultura,<<strong>br</strong> />
por isso, seu interesse se volta para a Religião, na o<strong>br</strong>a Stress existencial e sentido da vida; para<<strong>br</strong> />
a Arte, em seu livro Arte: a <strong>edu</strong>cação do sentimento; para a Ciência e Tecnologia em: Filosofia<<strong>br</strong> />
da Ciência e da Tecnologia; para a filosofia, em diversas o<strong>br</strong>as, e para a própria cultura, como no<<strong>br</strong> />
livro Estudos de filosofia da cultura.<<strong>br</strong> />
Apresentação<<strong>br</strong> />
Nesta o<strong>br</strong>a, o autor nos leva a refletir, já na introdução, so<strong>br</strong>e a ambigüidade da Ciência<<strong>br</strong> />
expressa em seus resultados ao longo de sua história. É um convite a uma ampla reflexão so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
41 Trabalho apresentado na disciplina o<strong>br</strong>igatória Tendências Investigativas no Ensino de Ciências (2007) do Curso de Mestrado<<strong>br</strong> />
Profissional em Ensino de Ciências na Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas, orientado pela Profª Drª Josefina<<strong>br</strong> />
Barrera Kalhil.<<strong>br</strong> />
42<<strong>br</strong> />
Aluna do Curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências na Amazônia <strong>–</strong> UEA. E-mail:<<strong>br</strong> />
edileuza_carvalho.cnmn@infraero.gov.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
43 Doutora em Ciências Pedagógicas. Vice-coordenadora e Professora do Curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências<<strong>br</strong> />
na Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas. Representante do Projeto RINFOTALCUE (Programa Europeu ALPHA 3)<<strong>br</strong> />
no Brasil. Editora da <strong>Revista</strong> Eletrônica <strong>ARETÉ</strong> (UEA). Faz parte do Conselho Editorial do Jornal Latino-americano de Ensino de<<strong>br</strong> />
Física (LAJPE <strong>–</strong> México). E-mail: josefinabk@yahoo.com.<<strong>br</strong> />
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a teoria geral da Ciência, como uma das vozes da cultura. Para lograr melhor seu intento, dividiu<<strong>br</strong> />
o livro em duas partes e oito capítulos: A primeira, Faces da Ciência e da Tecnologia, comporta<<strong>br</strong> />
cinco capítulos; A segunda, Ciências atuais: evoluções e revoluções, contempla os três últimos<<strong>br</strong> />
capítulos. O texto discorre so<strong>br</strong>e a Revolução Científica Moderna (séculos XVI e XVII); a<<strong>br</strong> />
Revolução Científica Contemporânea (séculos XX e XXI) e a Tecnologia por considerar seu<<strong>br</strong> />
vínculo à Ciência indispensável.<<strong>br</strong> />
Ciência e ambigüidade<<strong>br</strong> />
Mesmo sendo, a Ciência, um dos resultados mais avançados da razão humana, uma quantidade<<strong>br</strong> />
excessiva de produção científica de incorrência social vem sendo discutida por grandes<<strong>br</strong> />
pensadores, desde o início do século XX, fundamentados nas limitações da razão humana. As<<strong>br</strong> />
criações do pensamento humano, vinculadas ao imaginário sociocultural de cada época,<<strong>br</strong> />
condicionam as atividades da razão à estrutura inconsciente da cultura.<<strong>br</strong> />
No ocidente, a racionalidade passou pelas fases cosmológica, filosófica, teológica, pela ântropocientífica,<<strong>br</strong> />
Ciências naturais e, no século XIX, consolida-se as Ciências humanas. Na primeira<<strong>br</strong> />
metade do século XX é marcada pelo ápice da revolução científica, trazendo à tona sua face<<strong>br</strong> />
bifronte: ao mesmo tempo em que promove benefícios enseja malefícios.<<strong>br</strong> />
O apoio na historicidade da Ciência fornecerá uma compreensão equili<strong>br</strong>ada desse importante<<strong>br</strong> />
componente intelectual da civilização contemporânea, evitando-se condenações exageradas ou<<strong>br</strong> />
elogios iluministas. Faz-se necessário, portanto, avaliar-se a Ciência em sua inteireza e em sua<<strong>br</strong> />
condição de produto humano, considerando-lhe a inegável grandeza e inquestionável<<strong>br</strong> />
problemática.<<strong>br</strong> />
Pondo de lado o mito da Ciência e os rigores da linguagem científica, pode-se perceber sua<<strong>br</strong> />
humanidade cheia de grandiosidades e equívocos. Da Ciência, por ser um produto humano,<<strong>br</strong> />
pode-se conhecer as funções manifestas, mas não as latentes. Por isso, é necessário prudência:<<strong>br</strong> />
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nem otimismo ingênuo e nem pessimismo tolo com relação às realizações tanto científicas<<strong>br</strong> />
quanto tecnológicas.<<strong>br</strong> />
Faces da Ciência e da Tecnologia<<strong>br</strong> />
Dentro deste item estão postos os capítulos que nos levam a compreender a Ciência como uma<<strong>br</strong> />
das vozes da cultura; a sucessão das matrizes epistêmicas e o imaginário social; a relação entre<<strong>br</strong> />
Ciência e tecnologia; o cientificismo dentro da modernidade e contemporaneidade, encerrando<<strong>br</strong> />
com a pesquisa e ensino de Ciências: uma relação assintônica.<<strong>br</strong> />
Ciência: uma das vozes da cultura<<strong>br</strong> />
Na dinâmica dialética do viver o homem cria cultura, mas, esta criação, em algum momento, o<<strong>br</strong> />
condiciona. Todavia é preciso lem<strong>br</strong>ar que há uma diversidade de configurações culturais<<strong>br</strong> />
devido às várias realidades contextuais onde se produzem hábitos, formas de atividades e<<strong>br</strong> />
sistemas simbólicos. A mediação simbólica é o dinamismo que se situa entre o corpo e a<<strong>br</strong> />
atividade.<<strong>br</strong> />
A cultura existe como uma necessidade humana e é dinamizada na vida social que a comporta,<<strong>br</strong> />
como trama simbólico-factual, caracteriza o modo de vida total de qualquer sociedade. A<<strong>br</strong> />
cultura pode ser considerada como herança social, porém, aberta às mudanças e reconstruções<<strong>br</strong> />
conforme o desejo do herdeiro.<<strong>br</strong> />
A cultura tem uma dimensão objetal que pode aproximar a compreensão do modo de viver, dos<<strong>br</strong> />
costumes e até dos valores de um povo ou sociedade. Isto porque um não-ser (matérias-primas)<<strong>br</strong> />
transforma-se em ser (produtos acabados <strong>–</strong> artesanal ou industrializado) quando representam<<strong>br</strong> />
idéias que demonstram desejos, necessidades e utilidades projetadas. Quando um objeto da<<strong>br</strong> />
natureza é transformado intencionalmente pelo ser humano, de forma criativa, ganha sentido<<strong>br</strong> />
humano e se torna cultura. Assim, o discurso humano está em tudo o que veicule os conteúdos<<strong>br</strong> />
da expressividade humana. O homem se faz interpretar pelo mudo objetal.<<strong>br</strong> />
Dentro da trama simbólico-factual da cultura podem-se discernir os padrões reais e os padrões<<strong>br</strong> />
ideais de cultura. Os reais são aqueles que traduzem o modo prático de determinada sociedade<<strong>br</strong> />
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existir e viver. Os ideais caracterizam-se pelo consenso dos mem<strong>br</strong>os de uma sociocultura, das<<strong>br</strong> />
formas corretas de ser e de viver.<<strong>br</strong> />
Olhar a Ciência como um aspecto da cultura, sem negar a <strong>br</strong>ilhante realidade científica, é<<strong>br</strong> />
compará-la às outras produções culturais e livrá-la do aspecto mítico que se vivencia na<<strong>br</strong> />
atualidade. A Ciência é um dos recursos de simbolização do ser humano. A expressividade<<strong>br</strong> />
humana global, que exprime o indivíduo e seu meio sociocultural, apresenta quatro vertentes: o<<strong>br</strong> />
discurso religioso, o artístico, o filosófico e o científico-tecnológico. Assim sendo, o subdiscurso<<strong>br</strong> />
científico-tecnológico, como integrante da global expressividade do homem, se apresenta como<<strong>br</strong> />
uma das vozes ou um dos aspectos da cultura.<<strong>br</strong> />
A realidade científica tem duas interpretações: externalista e internalista. Considera-se<<strong>br</strong> />
externalismo científico quando o modo de observar, selecionar, registrar e classificar os fatos é<<strong>br</strong> />
condicionado pela cultura, pois o imaginário sociocultural que viabiliza a transição do sensorial<<strong>br</strong> />
para o teórico - que articula crenças, valores e exigências econômicas <strong>–</strong> exerce pressões<<strong>br</strong> />
significativas so<strong>br</strong>e tais fatos.. A visão internalista é aquela releva uma matematicidade<<strong>br</strong> />
abstrativa, atitude teórica conceitual, autoconcepção de imperecibilidade e intemporalidade,<<strong>br</strong> />
dinamizando-se em transmissão e acumulação.<<strong>br</strong> />
Considera-se uma posição intermediária a mais adequada para questão da realidade científica<<strong>br</strong> />
atual. Há que se considerar uma autonomia verdadeira, mas há também que se levarem em<<strong>br</strong> />
conta os condicionamentos externos (socioculturais), porém, tudo de forma relativizadora. As<<strong>br</strong> />
análises externalistas e internalistas, completam-se, interfecundam-se levando a uma<<strong>br</strong> />
compreensão mais complexa e rica da Ciência.<<strong>br</strong> />
A Sucessão das Matrizes Epistêmicas e o Imaginário Social<<strong>br</strong> />
São muitos os períodos rupturais e inovadores na evolução humana. Diferentes períodos vividos<<strong>br</strong> />
pelo homem são marcados por distintos imaginários socioculturais. Diferentes épocas com suas<<strong>br</strong> />
estruturações ecoinômico-políticas, necessariamente vivem mentalidades distintas, ou,<<strong>br</strong> />
diferentes matrizes epistêmicas.<<strong>br</strong> />
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A episteme é o imaginário ou mentalidade básica de uma cultura que marca um segmento<<strong>br</strong> />
histórico. Uma episteme sempre resolve umas tantas questões enquanto oculta outras ou<<strong>br</strong> />
silencia-se em relação a elas. Das lacunas emergem rupturas que darão origem a novos<<strong>br</strong> />
modelos, ou paradigmas, para se decodificar o mundo e a vida. Dessa forma podemos classificar<<strong>br</strong> />
as matrizes epistêmicas em:<<strong>br</strong> />
1ª Matriz epistêmica cosmológica (Idade Antiga).<<strong>br</strong> />
2ª Matriz epistêmica teológica (Idade Média).<<strong>br</strong> />
3ª Matriz epistêmica ântropo-científica (Idade Moderna).<<strong>br</strong> />
4ª Matriz epistêmica histórico-energicêntrica (Idade Contemporânea).<<strong>br</strong> />
Depôs do advento da Ciência experimental nos séculos XVI e XVII, passou-se a considerar as<<strong>br</strong> />
Idades Antiga e Média como períodos protocientíficos, ou seja, que vivenciavam, no geral,<<strong>br</strong> />
inquietações científicas, mas sem haverem alcançado propriamente a Ciência lógica e<<strong>br</strong> />
metodologicamente, estabelecida.<<strong>br</strong> />
Na Idade Média vamos considerar o teocentrismo contemplativo: uma concepção sacral de<<strong>br</strong> />
mundo e universo. O mudo como algo dado por Deus e em cujas harmonias biológicas<<strong>br</strong> />
fundamentais o homem não tinha direito de intervir. A natureza era tida como mãe,<<strong>br</strong> />
consequentemente, a episteme medieval permitiu que o período fosse profundamente<<strong>br</strong> />
ecológico. Mas é nesse período que surge a Revolução Comercial. As exigências desse evento<<strong>br</strong> />
foram preparando o advento do experimentalismo científico e assimilando avanços<<strong>br</strong> />
matemáticos.<<strong>br</strong> />
O século XVI é o de maior expressão do Renascimento, nesse período, o homem é reafirmado<<strong>br</strong> />
como centro do significado da história.<<strong>br</strong> />
A matriz epistêmica que impulsionou a Revolução Científica Moderna (séculos XVI e XVII), era a<<strong>br</strong> />
crença na infinita capacidade racional do ser humano, que hoje se conhece como o mito da<<strong>br</strong> />
razão absoluta, levando ao endeusamento da razão concretizado nos séculos XVIII e XIX, tidos<<strong>br</strong> />
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como a Idade de Ouro da razão no Ocidente. O século XIX, em especial, estabelece verdadeiro<<strong>br</strong> />
culto à Ciência de conteúdo positivista e dá origem a uma espécie de nova no<strong>br</strong>eza; a dos<<strong>br</strong> />
“cientistas sacerdotes”.<<strong>br</strong> />
A matriz epistêmica ântropo-científica, que ganhou face no paradigma cartesiano-newtoniano,<<strong>br</strong> />
adentraria no século XX e so<strong>br</strong>e este ainda estenderia sua fascinação. Mas é preciso destacar<<strong>br</strong> />
dessa matriz epistêmica moderna a secularização renascentista, a revolução geográfica com os<<strong>br</strong> />
novos desco<strong>br</strong>imentos marítimos, bem como a revitalização econômica da Europa.<<strong>br</strong> />
A matriz epistêmica histórico-energicêntrica da Idade Contemporânea, ou imaginário científico<<strong>br</strong> />
atual, é assim denominada em razão de muitos avanços científicos. A teoria das probabilidades<<strong>br</strong> />
começa a se opor ao universo das certezas e da estabilidade; a física contemporânea começa a<<strong>br</strong> />
demonstrar, por exemplo, que o elétron é onda e é partícula: as coisas podem ser e não ser,<<strong>br</strong> />
simultaneamente, aquilo que são. Surge a Teoria Quântica, Teoria da Indeterminação, Teoria<<strong>br</strong> />
dos jogos Matemáticos e a Teoria Matemática da Comunicação. Todo esse movimento vai<<strong>br</strong> />
revendo o conceito clássico de matéria, chegando à conclusão de que matéria agora tem que<<strong>br</strong> />
ser entendida como energia cósmica presa em movimentos circulares (órbitas atômicas) e não<<strong>br</strong> />
coisa compacta. Toda a realidade universal passa a ser vista como concentração ou<<strong>br</strong> />
movimentação energética.<<strong>br</strong> />
Tal revolução de pensamento científico, que se inicia na física, expande-se para variadíssimos<<strong>br</strong> />
campos da atividade científica contemporânea <strong>–</strong> seja em área de Ciências empíricas ou<<strong>br</strong> />
hermenêuticas.<<strong>br</strong> />
Enfim, a revolução científica atual, sem romper totalmente com expedientes de modelos<<strong>br</strong> />
epistêmicos anteriores, nos coloca diante da chamada pós-modernidade onde se percebe uma<<strong>br</strong> />
espécie de vale-tudo estético, político, filosófico, religioso etc. Estamos vivendo uma nova<<strong>br</strong> />
episteme que é dotada de múltiplas faces.<<strong>br</strong> />
Ciência e Tecnologia<<strong>br</strong> />
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Uma complexa comunhão entre as forças da natureza, as forças físicas e psíquicas do homem <strong>–</strong><<strong>br</strong> />
especialmente as energias de sua inteligência <strong>–</strong> define as possibilidades e limites postos pela<<strong>br</strong> />
natureza não-humana e pelas encantadoras formas de conquistas da existência desenvolvidas<<strong>br</strong> />
pelo ser humano. Essa conquista que se dá numa intrincada rede tanto de facilidades quanto de<<strong>br</strong> />
dificuldades é que dá o caráter ontológico da vida humana. É dentro dessa complexa<<strong>br</strong> />
mundanidade que se precisa situar as fontes de criação humana, tais como a religião, a arte, a<<strong>br</strong> />
filosofia, a Ciência e a tecnologia, para que se possa estudá-las mais criteriosamente. Sendo a<<strong>br</strong> />
Ciência e a tecnologia os componentes mais impactantes e condicionantes de nosso tempo.<<strong>br</strong> />
Para se entender a relação entre Ciência e tecnologia faz-se necessário conhecer os aspectos<<strong>br</strong> />
que têm sido sublinhados relativamente à convivência entre a Ciência e a tecnologia na<<strong>br</strong> />
trajetória da história do homem. Para isso, convém-se fazer uma distinção terminológica entre<<strong>br</strong> />
técnica e tecnologia. A técnica é algo que, praticamente, sempre existiu na vida do homem. Já a<<strong>br</strong> />
tecnologia é resultante do impulso produzido pelos avanços científicos so<strong>br</strong>e as velhas técnicas,<<strong>br</strong> />
bem como resultante de as técnicas se irem transformando em funções economicamente<<strong>br</strong> />
exploráveis. Assim a técnica é necessariamente anterior à Ciência.<<strong>br</strong> />
O trabalho técnico e o científico não foram bem delimitados no transcurso da história, porém,<<strong>br</strong> />
na atualidade ambos se mostram praticamente indissociáveis, porque toda (ou quase toda)<<strong>br</strong> />
pesquisa científica requer aparelhamentos e recursos tecnológicos, bem como algumas<<strong>br</strong> />
aberturas técnicas acabam traçando o rumo do progresso científico.<<strong>br</strong> />
As trajetórias da Ciência e da tecnologia configuram duas linhas que se aproximam e se<<strong>br</strong> />
distanciam, interseccionam-se ou não, ao longo de alguns séculos e juntam-se definitivamente<<strong>br</strong> />
estabelecendo regime constante de interfecundação a partir de certa altura do século XIX em<<strong>br</strong> />
diante.<<strong>br</strong> />
A tecnologia fa<strong>br</strong>icou não apenas máquinas e ambientes industriais, mas novas formas de vida,<<strong>br</strong> />
como seguem:<<strong>br</strong> />
A vida do camponês, típico protagonista da pré-tecnologia agrária, apresenta característica<<strong>br</strong> />
submissa, paciente e conservadora em razão da sua ontologia própria. Já o operário,<<strong>br</strong> />
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protagonista principal do período de florescente e crescente industrialização, vive a urgência da<<strong>br</strong> />
produção e os atropelos em termos de velocidade, seu confinamento em galpões industriais cria<<strong>br</strong> />
possibilidades conspiratórias a favor de suas causas, apresentando-se como insubmisso,<<strong>br</strong> />
impaciente e revolucionário. O funcionário é o técnico administrador da sociedade informática.<<strong>br</strong> />
O funcionário se aliena do convívio com a natureza como da problemática humana nãoestatística,<<strong>br</strong> />
sendo o tipo dominante e mais integrado na sociedade organizacional. Suas<<strong>br</strong> />
características são: individualista, formalista e neutralidade.<<strong>br</strong> />
A tecnologia gera uma transformação real na relação dos homens com o seu mundo. Mas, por<<strong>br</strong> />
mais condicionado que o homem seja pelo meio sociocultural seus aspectos instintivos não são<<strong>br</strong> />
abolidos. A instintividade humana é adaptada e readaptada às estimulações poderosas do meio,<<strong>br</strong> />
mas nunca perdida.<<strong>br</strong> />
Ante o otimismo de alguns e o lamento de outros com relação à configuração a que chegou a<<strong>br</strong> />
sociedade científico-tecnológica, o que realmente deve ser motivo de preocupação é o ser<<strong>br</strong> />
humano, pois, este se encontra numa encruzilhada civilizatória e vivendo profunda crise de<<strong>br</strong> />
identidade. O que importa não é constatar se é bom ou mau, mas o que será predominante: o<<strong>br</strong> />
bom ou o ruim, em nossa sociedade.<<strong>br</strong> />
A Ciência e a tecnologia têm em si mesmas um grande potencial positivo. Mas essa positividade<<strong>br</strong> />
só se realiza em campo humano enriquecido pelo desenvolvimento de princípios mais elevados<<strong>br</strong> />
de pró-vida. Pode-se ver benefícios da tecnoCiência aplicada em <strong>edu</strong>cação de massa, na<<strong>br</strong> />
engenharia genética, na medicina nuclear, nas áreas de conjugação científica e tecnológica<<strong>br</strong> />
como a Astronáutica e outros êxitos que desautorizam a descrença no potencial positivo da<<strong>br</strong> />
técnica e da Ciência, nem desdenhar dos apoios científicos e tecnológicos nas sociedades<<strong>br</strong> />
complexas como as atuais. Porém, não se pode ser ingênuo a ponto de desconsiderar o fato de<<strong>br</strong> />
que os cientistas e tecnólogos, em sua grande maioria, têm se mostrado antropologicamente<<strong>br</strong> />
equivocados ou enlouquecidos em sua especialidade ao ponto de obliterar o dimensionamento<<strong>br</strong> />
humano.<<strong>br</strong> />
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Há que se preservar a constante contribuição científico-tecnológica, mas isto em nome de uma<<strong>br</strong> />
concepção elevada de ser humano. Pois de nada valerá ser gigante tecnológico e pigmeu moral.<<strong>br</strong> />
Modernidade e Contemporaneidade: Cientificismos<<strong>br</strong> />
Há um essencial encadeamento que inclui dialeticamente continuidade e descontinuidade na<<strong>br</strong> />
história humana. Portanto o cientificismo, que emerge do século XVIII e tem seu clímax no<<strong>br</strong> />
século XIX, significou uma etapa necessária e até fecunda para o amadurecimento de nossa<<strong>br</strong> />
civilização ocidental. Porém, o cientificismo contemporâneo que marca a segunda metade do<<strong>br</strong> />
século XX, é malicioso, corporativista e conservador, sendo assim motivo de cerceamento e<<strong>br</strong> />
limitação do avanço da Ciência, do progresso e da forma de se lidar com a Ciência como<<strong>br</strong> />
componente importante da vida humana.<<strong>br</strong> />
Alguns dos principais geradores que mobilizaram o século XVIII foram: muita fé na razão, na<<strong>br</strong> />
Ciência e no progresso, bem como uma paixão secularizada pela liberdade, especialmente a<<strong>br</strong> />
liberdade de pensamento.. A influência da física mecanicista e a fé religiosa na marcha de um<<strong>br</strong> />
progresso humano incontível, mostram claro que o século XVIII cria todas as condições para o<<strong>br</strong> />
auge do cientificismo moderno, que ocorrerá no século XIX.<<strong>br</strong> />
O século XIX se apresenta como um período monumental, quer científica quer<<strong>br</strong> />
tecnologicamente, sendo possível considerar que o avanço científico ocorrido na modernidade é<<strong>br</strong> />
talvez a maior realização do ser humano em sua trajetória so<strong>br</strong>e a face da Terra. Foi um período<<strong>br</strong> />
espantosamente produtivo (científica, tecnológica, filosófica e artisticamente).<<strong>br</strong> />
Sob o signo dos racionalismos científico e tecnológico, inicia-se o século XX, herdeiro da<<strong>br</strong> />
modernidade em geral. E é a administração dessa herança que se complica quando cientistas e<<strong>br</strong> />
tecnólogos do século XX enredam-se desastrosamente em suas próprias criações, não<<strong>br</strong> />
permitindo que, ao grande avanço material, correspondam cuidados e enriquecimentos<<strong>br</strong> />
espirituais.<<strong>br</strong> />
O problemático o especialismo, sob a principal influência dos norte-americanos, marca as<<strong>br</strong> />
primeiras décadas do século XX. Os pactos entre pesquisa científica e poder político-econômico<<strong>br</strong> />
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marcam, so<strong>br</strong>etudo os institutos de pesquisa independentes do meio acadêmico, ligados a<<strong>br</strong> />
laboratórios farmacêuticos e a outras empresas, têm tecido facilmente a teia dos pactos entre<<strong>br</strong> />
Ciência e poder.<<strong>br</strong> />
O cientificismo de hoje só reconhece como conhecimento merecedor de credibilidade o<<strong>br</strong> />
científico-experimental. Deixando claro que o ideal da Ciência atual segue mecanicista,<<strong>br</strong> />
formalista e analítica. Além do que a maioria dos cientistas defende especializações e<<strong>br</strong> />
subespecializações várias, na linha de fragmentações do especialismo.<<strong>br</strong> />
Pesquisa e Ensino de Ciências: Uma relação assintônica<<strong>br</strong> />
O século XX viu configurarem-se atividades que se definem como científicas, mas que não<<strong>br</strong> />
cabem nos estreitos limites do conceito de Ciência até hoje preservado pelos tradicionalismos<<strong>br</strong> />
positivistas ortodoxos e cerceadores. Há, agora, novas exigências de redimensionamento da<<strong>br</strong> />
concepção de Ciência e do que seja científico.<<strong>br</strong> />
Neste capítulo será focalizada, principalmente, uma contradição muito encontradiça entre o<<strong>br</strong> />
ensino de Ciência (a Ciência-disciplina) e a pesquisa científica (a Ciência-processo).<<strong>br</strong> />
Pode-se constatar que ainda hoje há grande descompasso entre a realidade científica de<<strong>br</strong> />
pesquisa (Ciência-processo) e o modo como os resultados dela são passados aos aprendizes nas<<strong>br</strong> />
salas de aula e laboratórios da maioria das escolas. Isto porque a grande edificação da Ciênciaprocesso<<strong>br</strong> />
pouco se dá a conhecer ou é conhecida superficialmente. A assintonia verificável entre<<strong>br</strong> />
a Ciência-processo e a Ciência-disciplina provoca conseqüências em termos de desvio de<<strong>br</strong> />
mentalidade.<<strong>br</strong> />
Não se duvida de que, por meio dos expedientes da cultura tecnológica com seus produtos<<strong>br</strong> />
técnicos, a Ciência se põe à rédea dos processos e das formas de produção, dando configuração<<strong>br</strong> />
específica à vida dos indivíduos e das sociedades. No entanto, o homem do povo e o intelectual<<strong>br</strong> />
não-cientista demonstram ignorância científica enquanto se consideram a Ciência e a tecnologia<<strong>br</strong> />
os principais componentes intelectuais do nosso tempo.<<strong>br</strong> />
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É certo que na sociedade científico-tecnológica, os leitores precisam estar bem mais informados<<strong>br</strong> />
e orientados so<strong>br</strong>e Ciência e tecnologia. Para isso as Universidades precisam se preocupar com<<strong>br</strong> />
cursos de extensão científica às comunidades; a pesquisa, o ensino de Ciência, também, precisa<<strong>br</strong> />
voltar-se às urgências da sociedade que o financia.<<strong>br</strong> />
A relatividade do conhecimento humano raras vezes é lem<strong>br</strong>ada pelos professores que ensinam<<strong>br</strong> />
Ciências da <strong>edu</strong>cação. A forte inclinação dogmática que caracteriza este ensino, de um lado<<strong>br</strong> />
irrita aos mais críticos, por outro engana seriamente aos mais ingênuos.<<strong>br</strong> />
Em todo ensino de Ciências será fecundo evitar-se transmitir uma equivoca visão linear da<<strong>br</strong> />
evolução científica, encontrando os momentos adequados para que seja discutida a dialética<<strong>br</strong> />
entre continuidade e descontinuidade no evoluir cultural da Ciência; evitar ensinar<<strong>br</strong> />
dogmatismos equivocados e, também, esquematismo empo<strong>br</strong>ecedores, expurgados da<<strong>br</strong> />
historicidade científica e da reflexão so<strong>br</strong>e o conhecimento humano. São contribuições, quanto<<strong>br</strong> />
aos aspectos do ensino de Ciências na formação de <strong>edu</strong>cadores, que podem vir a ser úteis.<<strong>br</strong> />
Ciências Atuais: Evolução e Revolução<<strong>br</strong> />
Nesta segunda parte serão considerados os capítulos que tratarão da Biologia em sua<<strong>br</strong> />
importância investigativa da vida, suas grandes conquistas e discussões bioéticas; das questões<<strong>br</strong> />
de ambientalismo à Ecologia com algumas fundamentações e conceitos preliminares,<<strong>br</strong> />
cosmovisão e Ciência ecológica. Por fim, a Ciência da Educação no contexto das Ciências<<strong>br</strong> />
Humanas em alguns de seus aspectos relevantes.<<strong>br</strong> />
Biologia: a fascinante investigação da vida<<strong>br</strong> />
O mundo se agita em nosso entorno e se exprime em nós próprios. Mas a história da vida não é<<strong>br</strong> />
conhecida de forma comprovada. O que se tem são hipóteses nascidas de raciocínios por<<strong>br</strong> />
exclusão. Embora as sinalizações apontem para grande possibilidade de verdade às tais<<strong>br</strong> />
hipóteses, com a biologia buscando a gênese da vida, nunca se terá provas documentais.<<strong>br</strong> />
Mas a Biologia se de<strong>br</strong>uça so<strong>br</strong>e a existência e a complicada dinâmica relacional dos elementos<<strong>br</strong> />
dessa biosfera, aí estando o extraordinário fascínio dessa Ciência so<strong>br</strong>e os que a praticam e<<strong>br</strong> />
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mesmo so<strong>br</strong>e os que dela se aproximam. A vida, em suas mais variadas expressões, será sempre<<strong>br</strong> />
fascinante desafio às inteligências que a amam.<<strong>br</strong> />
A revolução científica contemporânea começa no âmbito da Física, porém os mais fantásticos<<strong>br</strong> />
avanços aconteceram nos domínios da Biologia. Pelo menos aqueles de mais positiva incidência<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e a qualidade da vida individual e social. No século XX desenvolveu recursos para a<<strong>br</strong> />
afirmação da Biologia experimental, passando a contar, graças a tecnoCiência com novo e<<strong>br</strong> />
eficiente instrumental. A Biologia foi fundamental também nos conhecimentos básicos de<<strong>br</strong> />
antibióticos, na tecnologia de alimentos tendo como os principais estimuladores do<<strong>br</strong> />
desenvolvimento da Biologia, no século XX, a medicina, a nutrição, a agricultura e as indústrias<<strong>br</strong> />
biológicas. Com respeito à agricultura, a Biologia <strong>–</strong> aliada à Química <strong>–</strong> obteve grandes<<strong>br</strong> />
aperfeiçoamentos no tratamento do solo e na proteção das lavouras.<<strong>br</strong> />
No início do século XX novos aportes da Química e da Física deram condições de<<strong>br</strong> />
reflorescimento à Ciência biológica. Melhor qualidade de vida das populações, informações<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e os complexos ecossistemas e as inter-relações de interdependências entre estes. A partir<<strong>br</strong> />
da segunda metade do século XX, os conhecimentos acerca da vida davam um salto para o que<<strong>br</strong> />
hoje conhecemos como Biologia Molecular a partir da qual se criou o projeto Genoma Humano<<strong>br</strong> />
que contará com o concurso da cibernética computacional para sua realização. Este é apenas<<strong>br</strong> />
um resumo das grandes conquistas da Biologia atual.<<strong>br</strong> />
Com os avanços atuais da Biologia Molecular, prováveis situações desastrosas são previstas.<<strong>br</strong> />
Como prevenção, muita discussão ética tem sido feita dano origem à Bioética, para as boas<<strong>br</strong> />
intenções dessa Ciência e as limitações que devem ser observadas com relação à interferência<<strong>br</strong> />
nos fundamentos da vida.<<strong>br</strong> />
Essas discussões éticas so<strong>br</strong>e a Biologia, em congressos, conferências e outros eventos da<<strong>br</strong> />
comunidade científica, permite que se conheçam os riscos de certas experiências antes que<<strong>br</strong> />
catástrofes possam ocorrer. Com isso é possível rejeitar qualquer aura paranóica de divindade e<<strong>br</strong> />
ajustem-se a Ciência aos exatos limites da necessidade humana de auto-aperfeiçoamento.<<strong>br</strong> />
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Das Questões de Ambientalismo à Ecologia<<strong>br</strong> />
Coube ao século XX o extraordinário feito de dar estatuto científico autônomo à Ecologia. A<<strong>br</strong> />
ecologia é um dos mais importantes fatos científicos do século XX, na mesma medida em que é<<strong>br</strong> />
fato sociopolítico de grande magnitude. O tema ecológico é pluridimensional: é científico,<<strong>br</strong> />
político, filosófico-antropológico, sociológico, histórico etc. Porém, apenas aspectos dos<<strong>br</strong> />
fundamentos epistemológicos da Ecologia serão aqui expostos.<<strong>br</strong> />
A ecologia busca a compreensão das leis que regem os fenômenos naturais, no interior da<<strong>br</strong> />
complexidade de um dado ecossistema, ou na forma de diferentes ecossistemas interagirem. O<<strong>br</strong> />
que, so<strong>br</strong>etudo, interessa à Ciência ecológica são as predições, completas ou probabilísticas,<<strong>br</strong> />
desde que auxiliem o ser humano a antecipar-se a efeitos entrópicos ou desorganizadores que<<strong>br</strong> />
podem ser causados pelo próprio homem.<<strong>br</strong> />
A sociedade produtivista e consumista estabelece a Ciência ecológica como uma necessidade<<strong>br</strong> />
indiscutível, mormente perante as práticas predatórias e de devastação dos recursos naturais<<strong>br</strong> />
dessa mesma sociedade. Porque a ecologia é a Ciência que estuda as relações existentes entre<<strong>br</strong> />
os seres vivos e o meio ambiente.<<strong>br</strong> />
As formas de o ser humano se relacionar com a natureza sofreram grandes transformações ao<<strong>br</strong> />
longo da história: de uma relação harmoniosa à cisão do ser humano com a natureza, com o<<strong>br</strong> />
desenvolvimento do humanismo, do progresso que destinava o homem a triunfar so<strong>br</strong>e a<<strong>br</strong> />
natureza. Mas é nesse mesmo século que surgem as grandes preocupações de reintegração do<<strong>br</strong> />
homem com a natureza que veio a estabelecer a Ciência ecológica.<<strong>br</strong> />
A ecologia tem trazido grandes conscientizações, especialmente a partir de 1960, apresentando<<strong>br</strong> />
implicações em diferentes aspectos e expressões da vida contemporânea. No plano<<strong>br</strong> />
antropológico; no plano epistemológico; no plano propriamente metodológico e, à luz da<<strong>br</strong> />
globalidade cosmológica, sem deixar de reconhecer no ser humano as faculdades e a<<strong>br</strong> />
responsabilidade de uma vida consciencial superior, no meio mesmo de sua conaturalidade com<<strong>br</strong> />
o mundo.<<strong>br</strong> />
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Ciências da Educação no Contexto das Ciências Humanas<<strong>br</strong> />
As Ciências Humanas tem uma trajetória recente. Esboçadas incipientemente no século XVII,<<strong>br</strong> />
vindo a corporificar-se no século XX. Essas Ciências nasceram problemáticas e têm so<strong>br</strong>evivido<<strong>br</strong> />
de modo complicado até nossos dias. Isto porque o estudo dessa Ciência é o ser humano e sua<<strong>br</strong> />
problemática onde o homem. O que implica na pretensa neutralidade científica em razão da<<strong>br</strong> />
participação mais direta ou não do pesquisador naquilo que se propõe a pesquisar. É neste<<strong>br</strong> />
contexto difícil das Ciências Humanas e em meio às críticas pretensiosas dos pragmáticos que<<strong>br</strong> />
emergem as Ciências da Educação.<<strong>br</strong> />
Deve-se ao cientificismo do final do século XIX, bem como do nascimento e evolução das<<strong>br</strong> />
Ciências Humanas, o início de algum questionamento científico a cerca da Educação, antes<<strong>br</strong> />
concebida como sacerdotal ou artística. Mas, a chamada Ciências da Educação entra em cena na<<strong>br</strong> />
segunda metade do século XX graças às discussões inovadoras da Escola Nova.<<strong>br</strong> />
Das Ciências Humanas não se pode co<strong>br</strong>ar precisões matemáticas porque não condiz com a<<strong>br</strong> />
complexidade mutante de seu objeto. E é no contexto dessa realidade que se situam as hoje<<strong>br</strong> />
denominadas Ciências da Educação.<<strong>br</strong> />
Conclusão: Impasse e desafios do nosso tempo<<strong>br</strong> />
O século XX se apresentou como testemunho de portentosas realizações científicas. No entanto,<<strong>br</strong> />
conduzida de forma às vezes irresponsável, revelou-se uma ameaça universal para o homem. Os<<strong>br</strong> />
mesmos feitos científicos que beneficiam a humanidade são transfeitos em armas políticas ou<<strong>br</strong> />
função economicamente explorável.<<strong>br</strong> />
Na medida em que a Ciência e a tecnologia são funções socioculturais, fica claro que o benéfico<<strong>br</strong> />
ou o apocalíptico uso da Ciência e da técnica dependerá do projeto cultural desenvolvido para<<strong>br</strong> />
alimentar os empreendimentos tecno-científicos.<<strong>br</strong> />
Os fenômenos científicos e técnicos foram olhados, nesta o<strong>br</strong>a, como componentes de algo<<strong>br</strong> />
maior: a cultura humana, com sua extrema complexidade e riqueza, as quais muitas vezes<<strong>br</strong> />
ultrapassam as limitadas possibilidades dos racionalismos científico-tecnológicos.<<strong>br</strong> />
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Considerações finais<<strong>br</strong> />
As discussões tratadas nesta o<strong>br</strong>a são de grandiosa importância para compreendermos melhor<<strong>br</strong> />
a panorâmica da evolução e revoluções da construção histórica da Ciência. Morais, apoiado por<<strong>br</strong> />
um referencial teórico muito bem selecionado, de valor histórico-científico indiscutível, relata e<<strong>br</strong> />
comenta, numa linguagem fácil, os feitos da humanidade desde a Antiguidade aos dias de hoje;<<strong>br</strong> />
levando-nos a uma reflexão so<strong>br</strong>e a teoria geral da Ciência e as conseqüências de sua presença<<strong>br</strong> />
em nossas vidas.<<strong>br</strong> />
Referência:<<strong>br</strong> />
MORAIS, Regis de. Evoluções e revoluções da Ciência atual. Campinas, SP: Alínea, 2007.<<strong>br</strong> />
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UM OLHAR HISTÓRICO-FILOSÓFICO SOBRE A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA 44<<strong>br</strong> />
Luís Carlos Lemos da Silva 45<<strong>br</strong> />
Josefina Barrera Kalhil 46<<strong>br</strong> />
O autor desta o<strong>br</strong>a é mineiro de Passa Quatro, filósofo, mestre em filosofia social, doutor em<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cação e professor titular na PUC de Campinas. De modo original, Evoluções e Revoluções da<<strong>br</strong> />
Ciência Atual não é mais um Estudos de Filosofia da Cultura (1992), nem uma Filosofia da<<strong>br</strong> />
Ciência e da Tecnologia (1997), como foram definidos seus dois últimos livros, mais, como ele<<strong>br</strong> />
mesmo define na introdução, “um diálogo com a cultura do nosso tempo” (p.14).<<strong>br</strong> />
Fascinado pela cultura, Morais vêm desenvolvendo estudos so<strong>br</strong>e a religião, a arte, a ciência e a<<strong>br</strong> />
tecnologia, de modo que, “nunca, diante da cultura, desejou especializar muito o seu olhar”<<strong>br</strong> />
(p.15). As epígrafes do livro fundamentam esse desejo do autor e confirmam sua formação<<strong>br</strong> />
filosófica. Diz uma delas: “Cada coisa que digo não deve ser entendida como uma afirmação,<<strong>br</strong> />
mas como uma pergunta” (Niels Bohr).<<strong>br</strong> />
Além do título, Evoluções e Revoluções da Ciência Atual, surpreende a estrutura da o<strong>br</strong>a que, via<<strong>br</strong> />
de regra, segue uma lógica interna, determinada não por uma ordem externa, preconcebida,<<strong>br</strong> />
mas uma ordem que se desenvolve pelo desenrolar do conteúdo. De acordo com a conclusão, o<<strong>br</strong> />
autor pretende olhar para os fenômenos científicos e técnicos como componentes de algo<<strong>br</strong> />
maior: “a cultura humana, com sua extrema complexidade e riqueza, as quais muitas vezes<<strong>br</strong> />
ultrapassam as limitadas possibilidades dos racionalismos científico-tecnológicos” (p.188).<<strong>br</strong> />
44 Trabalho apresentado na disciplina o<strong>br</strong>igatória Tendências Investigativas no Ensino de Ciências (2007) do Curso de Mestrado<<strong>br</strong> />
Profissional em Ensino de Ciências na Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas, orientado pela Profª Drª Josefina<<strong>br</strong> />
Barrera Kalhil.<<strong>br</strong> />
45 Mestrando do Programa de Pós-graduaçãoem Educação e Ensino de Ciências da Matemática na Amazônia, Universidade do<<strong>br</strong> />
Estado do Amazonas, UEA.<<strong>br</strong> />
46 Doutora em Ciências Pedagógicas. Vice-coordenadora e Professora do Curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências<<strong>br</strong> />
na Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas. Representante do Projeto RINFOTALCUE (Programa Europeu ALPHA 3)<<strong>br</strong> />
no Brasil. Editora da <strong>Revista</strong> Eletrônica <strong>ARETÉ</strong> (UEA). Faz parte do Conselho Editorial do Jornal Latino-americano de Ensino de<<strong>br</strong> />
Física (LAJPE <strong>–</strong> México). E-mail: josefinabk@yahoo.com.<<strong>br</strong> />
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V.2 <strong>–</strong> N.2 - 2008<<strong>br</strong> />
Em certo sentido, o autor pretende uma caminhada pelo gume da espada entre posições<<strong>br</strong> />
opostas: de um lado, a distinção entre ciência e tecnologia, na clássica linha divisória do tempo<<strong>br</strong> />
em história Antiga, Média, Moderna e Contemporânea, e a valorização do bom senso no<<strong>br</strong> />
processo do ensino de ciências, sem provocar conflito entre essas oposições.<<strong>br</strong> />
Com a convicção de que não se pode achar evidências ou conhecimentos comprováveis, o autor<<strong>br</strong> />
se limita a dizer que “o conjunto de capítulos que forma este livro não pretende ser mais do que<<strong>br</strong> />
um agrupamento de estudos reflexivos voltados para os dois principais componentes<<strong>br</strong> />
intelectuais de nosso tempo: a ciência e a tecnologia” (p.189). Com efeito, o leitor não deve<<strong>br</strong> />
esperar um país das delícias ou um fast-food técnico-filosófico, pois “nem sempre o leitor vê<<strong>br</strong> />
com clareza que, como em todo outro tipo de trabalho, no escrever estas páginas o que foi<<strong>br</strong> />
investido foi vida e sangue; de modo que, este trabalho não tem preço” (p.89).<<strong>br</strong> />
É avançando nas quase 200 páginas que o leitor perceberá que não será poupado da passagem<<strong>br</strong> />
pelo “deserto gelado dos conceitos” (Adorno), ou seja, de uma reflexão filosófica de certo porte.<<strong>br</strong> />
Com as citações, que por hora parecem exageradas, o autor desafia o leitor a acompanhá-lo ou<<strong>br</strong> />
a conhecer a história da civilização Ocidental e Oriental, por fazer referências aos autores de<<strong>br</strong> />
ambos os mundos.<<strong>br</strong> />
Essa sua intenção Morais cumpre de maneira bem ortodoxa: começando, numa primeira parte,<<strong>br</strong> />
pela questão da ambigüidade da ciência e da tecnologia como fruto de um pensar centrado na<<strong>br</strong> />
racionalidade grega-romana-cristã, para em seguida, filosofar so<strong>br</strong>e a evolução e revolução das<<strong>br</strong> />
ciências atuais, apontando, se é que entendi bem o pensamento do autor, para uma filosofia<<strong>br</strong> />
capaz de considerar o tecido humano como científico e místicos, e não apenas uma realidade,<<strong>br</strong> />
pois a realidade é prenha de significados.<<strong>br</strong> />
Metodologicamente, a o<strong>br</strong>a de Regis de Morais, Evoluções e Revoluções da Ciência Atual,<<strong>br</strong> />
publicada pela Editora Alínea, no ano de 2007, com 195 páginas, possui duas partes. Na<<strong>br</strong> />
primeira parte, Faces da Ciência e da Tecnologia, com cinco capítulos, o autor aborda, de forma<<strong>br</strong> />
geral, a cultura como necessidade humana de compreensão de si, do outro e do transcendente,<<strong>br</strong> />
porém ressalta que, na mesma medida, o homem torna-se condicionado pelo objeto criado.<<strong>br</strong> />
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Na segunda parte do livro, Ciências Atuais: Evolução e Revolução, com três capítulos, Morais<<strong>br</strong> />
descreve, de forma formidável e com grande rigor científico e literário, o surgimento de novas<<strong>br</strong> />
ciências, sem antes deixar de atribuir créditos a Física nos impulsos primeiros que levaram a<<strong>br</strong> />
chamada revolução científica contemporânea. De modo que, para o autor, a ciência não pode<<strong>br</strong> />
ser unívoca e sim complexa, comungando com o pensamento complexo do professor doutor<<strong>br</strong> />
Edgar Morin. Em suas palavras: “Numa busca assim estamos à procura da chamada consciência<<strong>br</strong> />
da ciência, atendendo à advertência de Montaigne: Ciência sem consciência não é senão a<<strong>br</strong> />
morte da alma” (p.183).<<strong>br</strong> />
No primeiro capítulo do livro, intitulado Ciência: Uma das vozes da cultura, o autor afirma que<<strong>br</strong> />
“distintamente dos outros animais, o ser humano tem necessidade de criar cultura, tanto<<strong>br</strong> />
quanto precisa laborar na sua manutenção” (p.19). Conforme Morais, aproximações a uma<<strong>br</strong> />
maior compreensão da idéia de cultura, dar-se-á pela compreensão de seu conceito.<<strong>br</strong> />
Recorrendo a vários antropólogos, conclui “dizendo ser a cultura uma trama simbólico-factual<<strong>br</strong> />
que caracteriza o modo de vida total de qualquer sociedade” (p.22). Portanto, a cultura não é<<strong>br</strong> />
uma realidade que, existindo por mesma, transcenda o social. “Diferentemente, é a vida social<<strong>br</strong> />
que comporta e dinamiza a cultura” (p.21).<<strong>br</strong> />
Para Morais, a ciência é um aspecto da cultura, porém muito valorizada, tal qual o mito; ou seja,<<strong>br</strong> />
[...] “se à engenharia genética ou a sociobiologia começam a se atribuir poderes divinos e<<strong>br</strong> />
missões eugênicas, a sociedade precisa ter seus olhos abertos pelos filósofos, sociólogos,<<strong>br</strong> />
epistemólogos e outros” (p.26). O autor entende que a ciência é uma, dentre tantas, formas de<<strong>br</strong> />
interação entre homem, cultura e mundo material. Assim, “ver a ciência dessa forma é visualizála<<strong>br</strong> />
em seu nicho verdadeiro: a sociocultural” (p.31).<<strong>br</strong> />
No segundo capítulo, A Sucessão das Matrizes, Morais é muito crítico quando afirma que não há<<strong>br</strong> />
evolução epistemológica no processo histórico, o que há é um eterno retorno, pois “[...] o<<strong>br</strong> />
prefixo re (Renascimento, reforma, revolução, etc.) sempre aponta para certa volta ou<<strong>br</strong> />
reconquista de uma situação ideal” (p.41). Porém, ressalta que “[...] diferentes épocas com suas<<strong>br</strong> />
estruturações econômico-políticas, necessariamente vivem mentalidades distintas” (p.44).<<strong>br</strong> />
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Para o autor, cada período histórico apresenta peculiaridades, pois vive uma episteme que não<<strong>br</strong> />
se pode ser igual às dos outros períodos, pois do contrário não haveria porque distinguirmos um<<strong>br</strong> />
segmento histórico do outro. De modo que, “a vigência de uma matriz epistémica, em sua<<strong>br</strong> />
dinâmica histórica, vai deixando pontos não esclarecidos na compreensão do mundo” (p.45).<<strong>br</strong> />
Como exemplos dessa não amplitude epistémica, o autor cita as matrizes teológica medieval e a<<strong>br</strong> />
ântropo-científica moderna.<<strong>br</strong> />
So<strong>br</strong>e a matriz epistémica histórico-energicêntrica da Idade Contemporânea, o autor cita<<strong>br</strong> />
Foucault para comungar e concordar com as idéias do pensamento complexo de Edgar Morin.<<strong>br</strong> />
Diz ele: “Evidentemente, o século XX não surgiu do nada; ele é fruto de uma evolução histórica<<strong>br</strong> />
que implica continuidades e descontinuidades” (p.52). O fato é que o modelo de pensamento<<strong>br</strong> />
que mudou bastante nas últimas décadas mudará ainda mais nos primeiros decênios do século<<strong>br</strong> />
XXI, em que estamos. Porém, segundo o autor, “os tempos novos, para que existam, dependem<<strong>br</strong> />
das nossas aberturas” (p.58).<<strong>br</strong> />
No terceiro capítulo, Ciência e Tecnologia, no meu entender um dos capítulos mais rico do livro,<<strong>br</strong> />
pela sua gama de informação e citação de autores especialistas no assunto, o autor inicia o<<strong>br</strong> />
capítulo filosofando: “Propomo-nos, de pronto, ante o fato de que o ser humano é uma<<strong>br</strong> />
realidade que se cumpre em outra realidade: o mundo” (p.59), para em seguida apresentar a<<strong>br</strong> />
relação entre ciência e tecnologia, porém, sem antes de fazer, as devidas distinções conceituais<<strong>br</strong> />
entre técnica e tecnologia. Diz o autor: “Distingamos a técnica, como algo que, praticamente<<strong>br</strong> />
sempre existiu na vida do homem, algo que remonta a tempos perdidos na remota pré-história”<<strong>br</strong> />
(p.61). E vai mais além. “A técnica só recebeu seu impulso histórico após a intervenção da<<strong>br</strong> />
ciência. A técnica deverá, então, esperar pelo progresso da ciência” (p.63).<<strong>br</strong> />
Ao diferenciar técnica de tecnologia, Morais se opõe a esta visão otimista de uma realizada "era<<strong>br</strong> />
do conhecimento". O conceito de uma sociedade do conhecimento vem funcionando, na<<strong>br</strong> />
verdade, como uma ideologia, em seu sentido mais clássico, o de um conjunto de idéias<<strong>br</strong> />
destinadas a mistificar relações reais, a serviço de um sistema de dominação.<<strong>br</strong> />
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Morais discorda do uso dos termos informação e conhecimento como sinônimos, e afirma<<strong>br</strong> />
existir uma sociedade da informação, mas não do conhecimento. No entanto, para Morais, uma<<strong>br</strong> />
sociedade do conhecimento não é possível sem as novas tecnologias de informação. O autor<<strong>br</strong> />
alerta que o progressivo avanço tecnológico pode favorecer a ascensão de um poder ilegítimo,<<strong>br</strong> />
que seria dominado por capitalistas, cientistas e técnicos. Para conter essa força, é preciso<<strong>br</strong> />
destacar a importância da democracia e do estado de direito. Por fim, para que o conhecimento<<strong>br</strong> />
não se limite à ciência natural e à técnica, é preciso dar ênfase a outros tipos de conhecimento,<<strong>br</strong> />
como as ciências humanas, a filosofia e as humanidades. A posição do autor parece clara quanto<<strong>br</strong> />
indaga: “De que vale um mundo de gigantes científico-tecnológicos e de pigmeus morais?”<<strong>br</strong> />
(p.74). Porém, "o que precisamos é, portanto, preservar a constante contribuição científicotecnológica,<<strong>br</strong> />
mas isso em nome de uma concepção elevada de ser humano” (p.81)<<strong>br</strong> />
No quarto capítulo, Modernidade e Contemporaneidade, o autor trabalhar o movimento<<strong>br</strong> />
histórico através do cientificismo, afirmando que “o cientificismo significou uma etapa<<strong>br</strong> />
necessária e até fecunda para o amadurecimento de nossa civilização ocidental; mas também<<strong>br</strong> />
defenderemos o ponto de vista segundo o qual o cientificismo contemporâneo é malicioso”<<strong>br</strong> />
(p.83-84).<<strong>br</strong> />
Se eu entendi bem o pensamento de Morais, ele afirma neste capítulo que qualquer forma de<<strong>br</strong> />
radicalização é perigosa e cita como exemplo, o mito da razão absoluta que alimentou e<<strong>br</strong> />
alimenta o cientificismo até hoje e cita como exemplo, Descartes, Bacon, Newton e Lock como<<strong>br</strong> />
os alicerces do iluminismo (p.86). Porém, “é inegável que o avanço científico ocorrido na<<strong>br</strong> />
modernidade é talvez a maior realização do ser humano em sua trajetória, até então, so<strong>br</strong>e a<<strong>br</strong> />
terra” (p.89). Para Morais, o problema maior não é o cientificismo, mas “o modo de o ser<<strong>br</strong> />
humano lidar com esses componentes da sua vida (ciência e tecnologia) é que se mostrou muito<<strong>br</strong> />
problemático” (p.95). A reflexão final do autor é de otimismo e confiança na humanidade,<<strong>br</strong> />
porém alerta: “Nós, homens e mulheres do século XX, ainda, precisamos tomar consciência<<strong>br</strong> />
disso, se realmente buscamos ter o espírito leve” (p.99).<<strong>br</strong> />
O autor encerra a primeira parte do livro, num capítulo intitulado Pesquisa e Ensino de Ciências:<<strong>br</strong> />
Uma relação assintônica, destacando a ciência-processo em detrimento da ciência-disciplina, ou<<strong>br</strong> />
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conforme as suas próprias palavras: “a autêntica investigação científica nunca pode ser<<strong>br</strong> />
dogmática, sob pena de só se achar o que já se procura” (p.104). De modo que, nessa primeira<<strong>br</strong> />
parte, Morais nos leva a pensar na ciência-processo, pois há, segundo o autor, uma discrepância<<strong>br</strong> />
entre o ensino de ciência e a pesquisa científica. Sendo que, em via de regra, ensina-se a ciência<<strong>br</strong> />
dogmaticamente, como se fora coisa acabada e já definida.<<strong>br</strong> />
Morais destaca que, o lugar que a ciência tem ocupado na vida social, decorre, em grande parte,<<strong>br</strong> />
da hiper-especialização do intelectual cientista e da alarmante incultura científica do homem do<<strong>br</strong> />
povo. O autor frisa bem esse confronto quando afirma que “a ciência e a técnica têm sido, sem<<strong>br</strong> />
qualquer dúvida, os principais componentes intelectuais do nosso tempo, nunca tendo se<<strong>br</strong> />
mostrado - a tecnologia e a ciência <strong>–</strong> tão influenciadoras do cotidiano dos homens e mulheres<<strong>br</strong> />
como em nossa época” (p.108-109). Assim, para Morais, a ciência e tecnologia ocupam lugar<<strong>br</strong> />
muito importante em nossa vida social; mas serão muito perigosas se não forem sempre<<strong>br</strong> />
eticamente avaliadas.<<strong>br</strong> />
Morais é muito crítico no aspecto do ensino de ciências na formação de <strong>edu</strong>cadores, em<<strong>br</strong> />
especial aos estudantes de pedagogia. Segundo ele, “a relatividade do conhecimento humano,<<strong>br</strong> />
quase sempre apontada por filósofos e por cientistas de maior visão, só bem raras vezes é<<strong>br</strong> />
lem<strong>br</strong>ada pelo professores que ensinam ciência da <strong>edu</strong>cação” (p.114). E o próprio autor se<<strong>br</strong> />
encarrega de dar o tiro de misericórdia: “talvez, em nossa realidade, isso se prenda ao fato de<<strong>br</strong> />
que a maior parte das faculdades de <strong>edu</strong>cação não conta com atividades de pesquisa,<<strong>br</strong> />
eventualmente fazendo falta significativa a experiência com o que termos denominado, com<<strong>br</strong> />
Newton Freire-Maia, ciência processo”. Todo o problema reside, segundo Morais, em<<strong>br</strong> />
apresentar uma visão ou leitura como se só esta existisse ou tivesse validade. Anota o autor:<<strong>br</strong> />
“Desde que a História ultrapassou os limites de crônica dos acontecimentos humanos e passou<<strong>br</strong> />
a reivindicar seu quinhão de cientificidade, passou também a cair mais freqüentemente nas<<strong>br</strong> />
armadilhas de certas inflexibilidades interpretativas” (p.117). Com isso, Morais nos deixa a lição<<strong>br</strong> />
de que “todo autoritarismo docente é pernicioso”; porém, alerta, quase que contradizendo-se,<<strong>br</strong> />
que é importante uma “formação científica dada a futuros professores e pedagogos” (p.120).<<strong>br</strong> />
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No primeiro capítulo da segunda parte do livro, intitulado Biologia: a fascinante investigação da<<strong>br</strong> />
vida, Morais se encarrega de exaltar a vida humana como valor absoluto da criação. Em suas<<strong>br</strong> />
palavras: “O mundo vivo se agita em torno de nós, de modo fantasticamente variegado, e se<<strong>br</strong> />
exprime em nós próprios. É a vida estruturada calidoscopicamente e impressionando-nos com a<<strong>br</strong> />
riqueza e a sutileza de suas manifestações” (p.123). Nesse sentido, o autor explica que não há<<strong>br</strong> />
um princípio decodificador da vida, embora pessoas geniais e corporações venham gastando<<strong>br</strong> />
tempo e dinheiro nesta empreitada e conclui: “A vida, em suas mais variadas expressões, será<<strong>br</strong> />
sempre fascinante desafio às inteligências que a amam” (p.126).<<strong>br</strong> />
Por outro lado, o autor não nega que há uma revolução cientifica contemporânea so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />
assunto vida, em especial quando se trata da Biologia. Para Morais, “a conceituação de vida se<<strong>br</strong> />
vai transformando com a entrada em cena do hoje denominado paradigma energicêntrico, no<<strong>br</strong> />
qual todo o processo vital passa a ser visto como um processo constante de comunicação<<strong>br</strong> />
energética” (p.128).<<strong>br</strong> />
O autor ressalta que as grandes conquistas da Biologia atual apontam para questões éticas<<strong>br</strong> />
fundamentais, tanto no campo da pesquisa, quanto no campo comportamental. “O fato é que<<strong>br</strong> />
as conquistas da Biologia atual são tão fantásticas que chegam a amedrontar até os próprios<<strong>br</strong> />
cientistas” (p.137). Assim, Morais, como filósofo que é, encerra o capítulo ressaltando a<<strong>br</strong> />
importância do equilí<strong>br</strong>io, virtude tão ressaltada pelos gregos Sócrates, Platão e Aristóteles.<<strong>br</strong> />
No segundo capítulo, Das questões de Ambientalismo à Ecologia, o autor afirma a consolidação<<strong>br</strong> />
da ciência ecológica como fator preponderante para a permanência da vida no Planeta Terra,<<strong>br</strong> />
ressaltando que “[...] p ser humano só se mantém vivo e em relação com seu mundo graças ao<<strong>br</strong> />
ar, à água, aos alimentos e às suas possibilidades todas de trocas vitais com seu habitar”<<strong>br</strong> />
(p.146). Morais destaca que o ser humano é ontologicamente um agente desagregador. Em<<strong>br</strong> />
suas palavras: “Na linha de confluência entre história e pensamento, podemos acompanhar<<strong>br</strong> />
certo processo divisório entre o homem e a natureza, o qual se encontra nos fundamentos das<<strong>br</strong> />
preocupações que têm movido a ciência ecológica e também as atividades não-científicas em<<strong>br</strong> />
linha de ambientalismo” (p.151).<<strong>br</strong> />
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Por fim, o autor aponta para a necessidade da criação ontológica de um ser ecológico, capaz de<<strong>br</strong> />
ser ele e o outro ao mesmo tempo, sem perder a sua identidade, numa relação de comunhão,<<strong>br</strong> />
de corpo-mente, sem separação, aos moldes da física quântica, ou das filosofias orientais. Com<<strong>br</strong> />
efeito, essa idéia deve ser abordada tanto no plano científico, como no plano antropológico,<<strong>br</strong> />
para fugir de qualquer tipo de estereotipo, se é que entendi o seu pensamento. Enfim, “tudo<<strong>br</strong> />
isso para entender que a consolidação e autonomização da Ciência Ecológica é um dos maiores<<strong>br</strong> />
eventos do século XX, caso não mostre ser o maior” (p.165).<<strong>br</strong> />
No último capítulo do livro, Ciência da Educação, Morais destaca, pelo seu aspecto de<<strong>br</strong> />
complexidade as ciências humanas; sem deixar de fazer severas críticas ao racionalismo e o<<strong>br</strong> />
absolutismo clássico, afirmando que há algum tempo começou a perder a confiança nas ciências<<strong>br</strong> />
humanas, “uma realidade acusada de fantasmagórica” (p.174). Para ele, as ciências naturais e<<strong>br</strong> />
técnicas explodiram nas últimas décadas; já as ciências humanas estacionaram. Porém, Morais<<strong>br</strong> />
pensa que a transformação do mundo passa pelas ciências Humanas. Em suas palavras: “É,<<strong>br</strong> />
contudo, inteiramente ilusório e imaginarmos que podemos dispensar as investigações so<strong>br</strong>e a<<strong>br</strong> />
plural problemática humana” (p.177).<<strong>br</strong> />
A dicotomia entre era tecnológica e humanidades parece uma realidade concreta. “Embora<<strong>br</strong> />
sempre muito discutidas, a Ciência e a Tecnologia compõem-se como os principais<<strong>br</strong> />
componentes intelectuais da modernidade e da contemporaneidade” (p.168). Morais sugere<<strong>br</strong> />
que, no contexto cultural e social, a hegemonia tecnológica lança dados, restando diminuídas<<strong>br</strong> />
possibilidades de se influenciar a história, a partir de uma abordagem humanística, pois a<<strong>br</strong> />
cultura filosófica está se deteriorando de forma sistemática. A importância das ciências<<strong>br</strong> />
humanas, em especial a Ciência da Educação, para a sociedade democrática e para as<<strong>br</strong> />
humanidades reside no fato de ela ser a depositária mais fiel dos valores humanos. Portanto,<<strong>br</strong> />
Regis nos deixa como mensagem final desse capítulo que só tem sentido ser ciência se for com<<strong>br</strong> />
consciência (p.183).<<strong>br</strong> />
Como conclusão, pode-se dizer que o livro Evoluções e Revoluções da Ciência Atual, é uma<<strong>br</strong> />
leitura indispensável para todos aqueles que estão iniciando nos estudos das ciências humanas<<strong>br</strong> />
e naturais, tanto pelo seu aspecto histórico, quanto pelo seu aspecto epistemológico. Por fim,<<strong>br</strong> />
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vale ressaltar que, em termos gerais, Morais chama atenção do leitor em seu livro para três<<strong>br</strong> />
questões fundamentais, que são:<<strong>br</strong> />
1. “Se há um século que se deve apresentar como testemunha de portentosas realizações<<strong>br</strong> />
científicas, este é o século XX. No entanto, se há também uma época na qual a ciência mal<<strong>br</strong> />
conduzida <strong>–</strong> isto é: conduzida de forma às vezes antiética e irresponsável <strong>–</strong> revelou-se uma<<strong>br</strong> />
ameaça universal para o homem, esta época é a presente” (p.185);<<strong>br</strong> />
2. “Acontece que o conhecimento só interessa para viver melhor, para agir melhor e para<<strong>br</strong> />
melhor morrer, e os abstrativos do discurso racional científico não pode descartar, sem mais, as<<strong>br</strong> />
concretudes existenciais que emerge do vivido e do intuído” (p.187);<<strong>br</strong> />
3. “A ciência é, como já dissemos, uma das vozes da cultura. [...] Eis porque minha preocupação,<<strong>br</strong> />
ao longo desse livro, foi a de sempre olhar para os fenômenos científicos e técnicos como<<strong>br</strong> />
componentes de algo maior: a cultura humana, com sua extrema complexidade e riqueza, as<<strong>br</strong> />
quais muitas vezes ultrapassam as limitadas possibilidades dos racionalismos cientificotecnológicos”<<strong>br</strong> />
(p.188).<<strong>br</strong> />
Enfim, em relação ao autor, percebe-se que ele é extremamente humanista, deixando<<strong>br</strong> />
transparecer neste livro, toda a sua formação clássica de pensamento cristão-aristotélicotomista.<<strong>br</strong> />
Embora registre algumas dúvidas quanto às ciências humanas, o autor acredita que são<<strong>br</strong> />
as ciências humanas que transformaram o mundo, e não as ciências exatas. Na verdade, sua<<strong>br</strong> />
confiança é no ser humano, naquele que faz “ciência com consciência”. É para quem pensa<<strong>br</strong> />
complexamente que o autor dedica sua o<strong>br</strong>a, dentro de sua filosofia que “absolutizar é<<strong>br</strong> />
aprisionar o sujeito”. Enfim, sejamos livres, exijamos o impossível! Creio ser esta a mensagem<<strong>br</strong> />
final do livro Evoluções e Revoluções da Ciência Atual (2007), de Regis de Morais.<<strong>br</strong> />
Referência:<<strong>br</strong> />
MORAIS, Regis de. Evoluções e revoluções da Ciência atual. Campinas, SP: Alínea, 2007.<<strong>br</strong> />
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CONHECENDO A CIÊNCIA E SEUS PRESSUPOSTOS 47<<strong>br</strong> />
Celito Nuernberg 48<<strong>br</strong> />
Eliana Santos Sampaio 49<<strong>br</strong> />
Josefina Barrera Kalhil 50<<strong>br</strong> />
1. Conhecendo o autor da O<strong>br</strong>a<<strong>br</strong> />
A o<strong>br</strong>a em questão foi produzida por um biólogo geneticista, Newton Freire-Maia, nascido em<<strong>br</strong> />
junho de 1918, na cidade de Boa Esperança, em Minas Gerais.Teve um significado muito<<strong>br</strong> />
especial para a Ciência do país, principalmente no que concerne à genética, parte da biologia<<strong>br</strong> />
em franco desenvolvimento. Foi ainda um dos criadores, no Brasil, de uma área da genética<<strong>br</strong> />
humana. Desde 1946 trabalhou como professor de graduação e programas de mestrado,<<strong>br</strong> />
doutorado, bem como pesquisas na Universidade de São Paulo-USP. Foi convidado para atuar<<strong>br</strong> />
na Universidade Federal do Paraná, onde publicou esta o<strong>br</strong>a, assim como muitas outras, criou o<<strong>br</strong> />
laboratório de genética, que posteriormente originou o Departamento de Genética, no qual<<strong>br</strong> />
ficou trabalhando por 52 anos, até aposentar-se. Foi um grande autodidata da comunicação,<<strong>br</strong> />
publicou quase duas centenas de artigos científicos e mais de dez livros científicos, foi mem<strong>br</strong>o<<strong>br</strong> />
da Academia Brasileira de Ciências; recebeu prêmio nacional de genética em 1968; medalha do<<strong>br</strong> />
47 Trabalho apresentado na disciplina o<strong>br</strong>igatória Tendências Investigativas no Ensino de Ciências (2007) do Curso de Mestrado<<strong>br</strong> />
Profissional em Ensino de Ciências na Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas, orientado pela Profª Drª Josefina<<strong>br</strong> />
Barrera Kalhil.<<strong>br</strong> />
48 Mestrando em Ensino de Ciência na Amazônia da Universidade Estadual do Amazonas <strong>–</strong> UEA.<<strong>br</strong> />
49 Mestranda em Ensino de Ciências na Amazônia da Universidade Estadual do Amazonas <strong>–</strong> UEA.<<strong>br</strong> />
50 Doutora em Ciências Pedagógicas. Vice-coordenadora e Professora do Curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências<<strong>br</strong> />
na Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas. Representante do Projeto RINFOTALCUE (Programa Europeu ALPHA 3)<<strong>br</strong> />
no Brasil. Editora da <strong>Revista</strong> Eletrônica <strong>ARETÉ</strong> (UEA). Faz parte do Conselho Editorial do Jornal Latino-americano de Ensino de<<strong>br</strong> />
Física (LAJPE <strong>–</strong> México). E-mail: josefinabk@yahoo.com.<<strong>br</strong> />
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CNPq, em 1981; prêmio de Ciência e Tecnologia do Governo do Estado do Paraná em 1987;<<strong>br</strong> />
Falecendo em 2002.<<strong>br</strong> />
2. Apresentação Geral da O<strong>br</strong>a<<strong>br</strong> />
A o<strong>br</strong>a em questão é A Ciência por Dentro de Newton Freire Maia (1990).Trata-se, pois de um<<strong>br</strong> />
livro organizado em 10 capítulos so<strong>br</strong>e Filosofia da Ciência, mas não de Filosofia da Ciência,<<strong>br</strong> />
como a própria o<strong>br</strong>a se refere. A cada capitulo o autor aborda conceitos e características<<strong>br</strong> />
pertinentes ao conhecimento das Ciências, não somente para aqueles que estão envolvidos com<<strong>br</strong> />
o ensino, mas também para aqueles que desejam conhecer os preâmbulos das Ciências. No<<strong>br</strong> />
primeiro capítulo (pp.17-35) Que é Ciência, o autor reune conceitos e faz diferenciações entre<<strong>br</strong> />
que é Ciência, Senso Comum, Ciência Aplicada, Formais e Factuais, bem como determina e<<strong>br</strong> />
esclarece o Papel do Cientista na Filosofia da Ciência.<<strong>br</strong> />
No segundo capítulo (pp.38-64) o autor percorre as teorias e seus respectivos autores, como<<strong>br</strong> />
Stuart Mill, Hume, Isaac Newton, dando ênfase aos conceitos de d<strong>edu</strong>ção e indução, leis da<<strong>br</strong> />
dialética, método hipotético-d<strong>edu</strong>tivo, princípio da parcimônia, r<strong>edu</strong>ção e emergência. No<<strong>br</strong> />
entanto é significativa a relevância dada ao conceito de d<strong>edu</strong>ção e indução. Já no terceiro<<strong>br</strong> />
(pp.67-99), Verificação, Refutação e Corroboração, o autor apresenta ferramentas para que o<<strong>br</strong> />
cientista ou o iniciante disponha de estratégias para fazer pesquisa, apresentando alguns<<strong>br</strong> />
exemplos, de processos e modelos, também apresenta algumas posturas teóricas de pesquisa,<<strong>br</strong> />
tais como Popper, e a teoria da evolução biológica, e finalmente faz um apanhado criativo e<<strong>br</strong> />
didático so<strong>br</strong>e o que é Ciência e não- Ciência.<<strong>br</strong> />
Já no quarto capítulo (pp.102-116), Ciência Normal e Paradigma, o autor aborda que a<<strong>br</strong> />
normalidade da Ciência esta na sua forma de ser, no seu dia-a-dia, podendo ser acumulativos. A<<strong>br</strong> />
Ciência normal é a prática diária do cientista, daqueles que se propõe investigar o seu ambiente<<strong>br</strong> />
Ao se referir ao paradigma, ele apresenta as várias etapas de um paradigma, desde sua iniciação<<strong>br</strong> />
até encontrar outro paradigma. Destaca o paradigma de Kuhn e o paradigma de Popper. No<<strong>br</strong> />
entanto, no quinto capitulo (pp.119-126) O que é verdade cientifica, o autor começa<<strong>br</strong> />
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conceituando a verdade, ou seja faz um apanhado de proposições, cuja finalidade é encontrar<<strong>br</strong> />
um conceito probabilístico da verdade. Então para finalizar, o autor comenta os três mundos de<<strong>br</strong> />
Popper, ou seja, o mundo físico, o mundo interior de cada um de nós e as teorias cientificas,<<strong>br</strong> />
sistemas filosóficos, etc.<<strong>br</strong> />
No sexto capítulo (pp.128-137) A Ciência e o meio social, o autor faz inferências à neutralidade<<strong>br</strong> />
da Ciência, seleção natural das teorias e caminhos tortuosos, ou seja, é um capitulo que aborda<<strong>br</strong> />
principalmente casos que mostram que o desenvolvimento de uma pesquisa, não é simples,<<strong>br</strong> />
muito menos fácil, mas recheado de interesses calcados no contexto a qual ela se apresenta.<<strong>br</strong> />
Ainda neste pensamento o capítulo seguinte, Feitura da Ciência (pp.138- 165) Maia (1990)<<strong>br</strong> />
começa dizendo que a pesquisa, a investigação é uma tarefa complexa, que começa como Por<<strong>br</strong> />
quê? Onde? Como? Então ele estabelece os passos para divulgação do trabalho e ainda<<strong>br</strong> />
apresenta opinião de Claude Bernard, que elabora um conceito onde diz que o cientista deve<<strong>br</strong> />
acreditar na Ciência, mantendo uma relação absoluta e necessária com as coisas de maneira<<strong>br</strong> />
mais ou menos aproximada.<<strong>br</strong> />
No oitavo capítulo (pp.166-179) Limitações e Poderes da Ciência, Maia (1990) começa<<strong>br</strong> />
dissertando so<strong>br</strong>e as limitações da Ciência, que ele diz não ser somente de ordem da matéria,<<strong>br</strong> />
do pensamento, dos sentimentos e do comportamento humano, mas sua limitação está em dar<<strong>br</strong> />
respostas aos problemas. Esclarece as limitações da metodologia, onde concluir que é apenas<<strong>br</strong> />
uma maneira de analisar e interpretar a realidade. Então meio a sua limitação o autor destaca<<strong>br</strong> />
os seus poderes da Ciência (litosfera, biosfera, homem-biológico, homem-psicológico, visão de<<strong>br</strong> />
mundo, sociedade, força da nações. Já no capítulo nono (pp.180 <strong>–</strong> 190) O cientista, Maia (1990)<<strong>br</strong> />
apresenta um espécie de perfil desejável do cientista, ou seja alguns aspectos sociais e<<strong>br</strong> />
psicológicos do mesmo, que deseja enveredar por essa profissão. Ele é bem didático quanto a<<strong>br</strong> />
questão do início da carreira, regime de trabalho, perigos que aparecem no trafegar entre a<<strong>br</strong> />
pesquisa e os cargos administrativos e finalmente o ensino e pesquisa, a qual deveria ser uma<<strong>br</strong> />
atividade totalmente entrosada.<<strong>br</strong> />
E finalmente o último capítulo (décimo) que trata da Pesquisa Cientifica no Brasil (pp.191-217)<<strong>br</strong> />
começa falando dos níveis gerais da investigação cientifica e relata uma parte da história da<<strong>br</strong> />
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Ciência no Brasil, assim como as expedições cientifica no Brasil , a problemática da criação das<<strong>br</strong> />
universidades <strong>br</strong>asileiras, a criação do CNPq que é mantenedor de vários institutos de pesquisa<<strong>br</strong> />
e conclui citando as instituições financiadoras estrangeiras. É um capitulo informativo, marcado<<strong>br</strong> />
pelo contexto histórico da época em que foi escrito.<<strong>br</strong> />
3. Dos capítulos<<strong>br</strong> />
Capítulo I <strong>–</strong> Que é Ciência?<<strong>br</strong> />
Este capítulo inicia tratando o conceito de Ciência-disciplina e a Ciência-processo. A Ciência<<strong>br</strong> />
processo é o primeiro estágio, a base metodológica, a Ciência que o cientista realiza e que pode<<strong>br</strong> />
ser dividida em duas fases: a própria pesquisa e a divulgação de seus resultados, podendo<<strong>br</strong> />
parecer acabada, cheia de verdade. A Ciência disciplina é o conjunto de descrições,<<strong>br</strong> />
interpretações, leis, teorias, modelos, etc.., revelando que se trata de algo em contínua<<strong>br</strong> />
elaboração, ampliação e revisão. Outra definição de conceito que Maia trabalha é o de Ciência e<<strong>br</strong> />
senso comum. Embora ambos referiram-se a mesma realidade, a Ciência acrescenta critérios<<strong>br</strong> />
metodológicos, rigor e maior capacidade preditiva ao conhecimento vulgar, ainda que este, de<<strong>br</strong> />
modo trivial descu<strong>br</strong>a fatos, formule explicações. O autor finaliza a discussão dizendo que “a<<strong>br</strong> />
Ciência não é senso comum aprofundado, refinado ou “<strong>edu</strong>cado”. No entanto é de se esperar<<strong>br</strong> />
que a Ciência seja mais segura, mais refinada, mas não se pode afirmar que tudo que seja<<strong>br</strong> />
científico seja preciso e mais certo do que tudo o que nos vem do conhecimento vulgar”.(pp.22)<<strong>br</strong> />
A Ciência, portanto depois de muitos impasses, pode ser conceituada como um conjunto de<<strong>br</strong> />
descrição, interpretações, teorias, leis, modelos, etc., visando ao conhecimento de uma parcela<<strong>br</strong> />
da realidade, em contínua ampliação e renovação, que resulta da aplicação deliberada de uma<<strong>br</strong> />
metodologia especial. Podendo ser dividida, como antigamente, chamava-se de Ciência pura<<strong>br</strong> />
(não tinha preocupação e nem possibilidades previsíveis de aplicação) e Ciência aplicada (se<<strong>br</strong> />
voltava para solução de problemas práticos). Hoje a Ciência é vista por outro ângulo. Não há,<<strong>br</strong> />
pois dois tipos de Ciência <strong>–</strong> um pura outro aplicado. O que há é Ciência e aplicações de Ciência.<<strong>br</strong> />
O que há é a pesquisa básica e a pesquisa tecnológica. Ainda temos as Ciências formais são as<<strong>br</strong> />
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lógico-matemáticas; (axiomas, geometria) a Ciência factuais (reais) já lidam com fatos. Podem<<strong>br</strong> />
ser divididas em dois grupos: naturais (físicas, químicas, biologia...) e as humanas (psicologia,<<strong>br</strong> />
sociologia, economia, etc.)<<strong>br</strong> />
A crença popular é que a Ciência conduz a verdade, podendo explicar tudo. Nada disso é<<strong>br</strong> />
correto. A pesquisa mais elementar parte de uma hipótese (teórica) e mesmo a mais simples<<strong>br</strong> />
descoberta não é gerada pelos fatos mais resultado de uma interpretação deles. A filosofia da<<strong>br</strong> />
Ciência é imprescindível para um julgamento crítico do método científico. É o filosofo da Ciência<<strong>br</strong> />
que sabe a que meta realmente se dirige a pesquisa cientifica, que possibilidades há de que essa<<strong>br</strong> />
meta seja atingida que tipos de erros podem ser cometidos ao longo do caminho. Ainda no<<strong>br</strong> />
intuito de caracterizar a Ciência o autor diz que a Ciência possui duas culturas, uma artística<<strong>br</strong> />
(inclui as artes plásticas, a música, a literatura) caracterizada pela criatividade livre e executada<<strong>br</strong> />
por uma determinada metodologia e a cientifica (englobando todas as Ciências) criatividade<<strong>br</strong> />
controlada e por um tipo de metodologia. Sem fazer muitas conjecturas teóricas apoiado por<<strong>br</strong> />
outros autores ele conclui em dizer que “A arte também desco<strong>br</strong>e e a Ciência também<<strong>br</strong> />
inventa”.(pp.36)<<strong>br</strong> />
Capítulo II <strong>–</strong> Dos fatos às teorias<<strong>br</strong> />
O autor inicia o capítulo afirmando serem duas as formas de conhecimento: a experiência e a<<strong>br</strong> />
razão. Trabalha em seguida o conceito de d<strong>edu</strong>ção e indução. D<strong>edu</strong>ção consiste em partir de<<strong>br</strong> />
uma verdade já conhecida e que funciona como um princípio geral ao qual se subordinam todos<<strong>br</strong> />
os casos que serão demonstrados a partir dela isto é parte-se de uma verdade já conhecida para<<strong>br</strong> />
demonstrar que ela se aplica a todos os casos particulares iguais. Por indução entende o<<strong>br</strong> />
caminho exatamente inverso da d<strong>edu</strong>ção. Isto é, dos casos particulares iguais ou semelhantes<<strong>br</strong> />
procura-se a lei geral, a definição geral ou a teoria que explica. Chama a atenção para a questão<<strong>br</strong> />
dos argumentos (válidos ou inválidos), proposições (corretas incorretas), aponta os cinco tipos<<strong>br</strong> />
de procedimentos indutivos trabalhados pelo grande filósofo da indução, Stuart-Mill, para a<<strong>br</strong> />
“pesquisa experimental” método da concordância, da diferença, conjunto da concordância e da<<strong>br</strong> />
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diferença, dos resíduos, e das variações concomitantes. É apresentado ainda neste segundo<<strong>br</strong> />
capítulo o chamado “problema de Hume”, ou seja, do problema lógico da indução. Hume afirma<<strong>br</strong> />
que: “nada há em qualquer objeto, considerado em si mesmo, que nos possa oferecer uma<<strong>br</strong> />
razão para tirar uma conclusão além dele”; “mesmo após a observação da freqüente ou<<strong>br</strong> />
constante conjunção de objetos, não temos razão para extrair qualquer inferência concernente<<strong>br</strong> />
a qualquer objeto além daqueles com os quais temos experiência”.(p.50). O texto trabalha em<<strong>br</strong> />
seguida a opinião de Isaac Newton so<strong>br</strong>e o método indutivo-d<strong>edu</strong>tivo, cujos passos ele<<strong>br</strong> />
chamava de análise e síntese. Em outras palavras, entende indução-d<strong>edu</strong>ção como sendo com<<strong>br</strong> />
análise e síntese. Nesta mesma linha de compreensão do que seja indução e d<strong>edu</strong>ção o texto<<strong>br</strong> />
nos reporta ao princípio da parcimônia formulado por Ockham de que “em nossas explicações<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e os fenômenos, não devemos exagerar as complexidades das teorias” (p.56) . A verdade é<<strong>br</strong> />
que as teorias simples conseguem, muitas vezes, explicar fenômenos que nos parecem<<strong>br</strong> />
altamente complexos. Em seguida são trabalhados no texto os três tipos de r<strong>edu</strong>cionismo:<<strong>br</strong> />
ontológico, metodológico e epistemológico. O capítulo falando das leis da dialética: da<<strong>br</strong> />
recíproca e da conexão universal; da transmissão da mudança quantitativa para a qualitativa; da<<strong>br</strong> />
unidade e luta dos contrários e da negação da negação.<<strong>br</strong> />
Capítulo III <strong>–</strong> Verificação, Refutação e Corroboração<<strong>br</strong> />
Quando o cientista executa tarefas como descrever coisas observáveis, relatar acontecimentos<<strong>br</strong> />
está fazendo Ciência a nível elementar. Neste capítulo o autor trabalha alguns procedimentos<<strong>br</strong> />
gerais da Ciência, até porque segundo ele “uma teoria não é uma declaração protocolar e nem<<strong>br</strong> />
mesmo uma generalização obtida de declaração protocolar. Uma teoria pretende explicar e não<<strong>br</strong> />
apenas descrever ou generalizar.” (p.68)<<strong>br</strong> />
No caso de probabilidade, o termo acaso é comumente empregado com três sentidos diversos:<<strong>br</strong> />
1. acontecimento inesperados; 2. pode ocorrer com certa probabilidade; 3. quando o<<strong>br</strong> />
acontecimento é resultado da intersecção de duas séries causais independente. A definição<<strong>br</strong> />
clássica de probabilidade pode ser resumida como um evento igual ao número de casos<<strong>br</strong> />
favoráveis(f) dividido pelo número de casos possíveis. A moderna definição (Ludwig Von Mises,<<strong>br</strong> />
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em 1919) baseia-se em amostragem. Trata-se do axioma da convergência ou axioma-limite. A<<strong>br</strong> />
teoria da probabilidade contém vários outros axiomas.<<strong>br</strong> />
Quanto ao processo, refere-se a uma seqüência de fenômenos que exibem mudanças ao longo<<strong>br</strong> />
do tempo. Para entender, melhor usa-se dois tipos: 1.determinístico(geram a cada passo, uma<<strong>br</strong> />
única predição, aplicado principalmente na genética) e 2. Estocásticos (ou casuais) são descritos<<strong>br</strong> />
como função de probabilidade. Os fatos conduzem a uma descrição, elaboramos teorias,<<strong>br</strong> />
falseamos outras e a diferença entre teoria cientifica e mito é que a primeira deve ter sido<<strong>br</strong> />
submetido a testes e deve ter bem sucedida, enquanto o mito se mantém fora da<<strong>br</strong> />
corroboração(p.80). Existem dois tipos de teorias: as falseáveis e as não falseáveis, as primeiras<<strong>br</strong> />
são cientificas; as outras são não cientificas. A falseabilidade de uma hipótese é diretamente<<strong>br</strong> />
proporcional ao seu conteúdo empírico.<<strong>br</strong> />
Neste aspecto é interessante destacar um resumo de Popper feito por Maia(1990 p.92). O<<strong>br</strong> />
conceito popperiano de Ciência diz que:<<strong>br</strong> />
1.Uma teoria precisa de previsões arriscadas e que justamente o acerto dessas previsões é que<<strong>br</strong> />
a tenha corroborado;<<strong>br</strong> />
2.Toda “boa” teoria proibirá novos fatos;<<strong>br</strong> />
3. A irrefutabilidade é grave defeito;<<strong>br</strong> />
4. Cada tentativa fracassada de refutação é uma corroboração a mais;<<strong>br</strong> />
5. Formulações de leis;<<strong>br</strong> />
6. Especulação;<<strong>br</strong> />
7. A Ciência não deve procurar certezas absolutas, no campo da Ciência o que deve haver são<<strong>br</strong> />
teorias. Então é a teoria da evolução uma teoria cientifica? , então se segundo os critérios acima<<strong>br</strong> />
teoria cientifica é aquela que aponta os seus falseadores potenciais. A teoria geral da evolução<<strong>br</strong> />
escapa a simples corroboração, sendo uma parte filosófica, e que se desenvolveu para explica<<strong>br</strong> />
os fatos já conhecidos e os que se iam conhecendo pouco a pouco e por ultimo que fatos<<strong>br</strong> />
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deveriam ser observados para se falsear a teoria da evolução? A paleontologia? Não há dúvida<<strong>br</strong> />
de que a teoria da evolução seja uma teoria cientifica segundo o conceito de Popper <strong>–</strong> isto é<<strong>br</strong> />
possui falseadores potenciais que, se verificados, o<strong>br</strong>igariam os cientistas à rápida elaboração<<strong>br</strong> />
de subteorias.<<strong>br</strong> />
Então quem decide o que Ciência? O fato de que um dado ramo de conhecimento lide com o<<strong>br</strong> />
fenômeno não é garantia de seja Ciência. Essas não Ciências tratam de fenômenos e de sua<<strong>br</strong> />
interpretação que são, em geral, testáveis, assim para concluir a decisão é dada pelo consenso<<strong>br</strong> />
cientifico internacional levando em consideração um conjunto de proposições não<<strong>br</strong> />
regulamentado. A genética não era uma Ciência em 1899 e já era uma Ciência dez anos depois.<<strong>br</strong> />
Capítulo IV <strong>–</strong> Ciência normal e paradigmas<<strong>br</strong> />
A Ciência caminha, diz o autor, de duas formas: por evolução e por revolução. O conceito de<<strong>br</strong> />
Ciência normal é apresentado como sendo o dia-a-dia do cientista. Ao falar de paradigmas o<<strong>br</strong> />
autor afirma ser difícil defini-los. Apresenta contudo três grupos de paradigmas: o metafísico<<strong>br</strong> />
que seria “o conjunto de imagens do mundo e de crenças básicas so<strong>br</strong>e ele. Trata-se do mapa<<strong>br</strong> />
da área a ser explorada. Determina o tipo de teorias que podem ser formuladas”; O sociológico,<<strong>br</strong> />
como sendo “um conjunto de proposições fundamentais, resultantes de uma realização<<strong>br</strong> />
científica de reconhecimento universal”; e o funcional como” um conjunto de instrumentos que<<strong>br</strong> />
permitem a análise e a solução de problemas” (pp.103-104). A vida de um paradigma, segundo<<strong>br</strong> />
o autor, passa por algumas fases: Ciência normal, surgimento, revolução científica, luta pela<<strong>br</strong> />
imposição e Ciência normal e só é abandonado quando há outro para substituí-lo. Em seguida<<strong>br</strong> />
identifica a existência de pequenos e grandes paradigmas atendo-se aos: fixismo e o<<strong>br</strong> />
evolucionismo.<<strong>br</strong> />
Capítulo V - Que é verdade cientifica?<<strong>br</strong> />
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O capítulo se inicia com a apresentação de três dimensões so<strong>br</strong>e a palavra verdade. A verdade<<strong>br</strong> />
está relacionada ao passado enquanto fidelidade ao acontecido, ao presente por ser<<strong>br</strong> />
exatamente o que se procurava, e ao futuro enquanto digno de confiança. São trabalhados em<<strong>br</strong> />
seguida conceitos de verdade elegendo como o mais adequado para a análise da Ciência aquele<<strong>br</strong> />
que tem sua origem Aristóteles ou seja: aquele da “ correspondência com a realidade a que se<<strong>br</strong> />
refere, isto é, entre o pensamento e a realidade” (pp120). Contudo o autor diz que em Ciência,<<strong>br</strong> />
“segundo a posição popperiana, por mais que os fatos ocorram de acordo com as predições de<<strong>br</strong> />
uma teoria, nunca se poderá saber se ela é verdadeira” (p.122). Com referência à questão de<<strong>br</strong> />
sabermos quando que uma teoria é verdadeira o autor a firma que a rigor nunca, contudo<<strong>br</strong> />
quando uma teoria encontra-se “ampla e profundamente corroborada, costuma-se dizer que<<strong>br</strong> />
não se trata mais de uma teoria mas de um fato” (p.124) e mais ainda, à medida que vier<<strong>br</strong> />
crescendo o grau de corroboração da mesma cresce igualmente a probabilidade dela<<strong>br</strong> />
representar a verdade. Conclui-se o capítulo apresentando os três mundos de Popper: o mundo<<strong>br</strong> />
físico, o mundo interno de cada um de nós e as teorias científicas, os sistemas filosóficos,<<strong>br</strong> />
teológicos,etc.<<strong>br</strong> />
Capítulo VI <strong>–</strong> A Ciência e o meio social<<strong>br</strong> />
Este capítulo trata de um aspecto da Ciência que é a neutralidade, acreditar a Ciência como um<<strong>br</strong> />
conjunto de conhecimentos e de atividades seja independente seria ingênuo. A crescente<<strong>br</strong> />
internacionalização torna-a global e por isso condicionada a vários fatores, sociais, políticos,<<strong>br</strong> />
econômicos e culturais. A Ciência hoje vive o dilema de à quem serve mais e melhor, o senhor<<strong>br</strong> />
da guerra ou o senhor da paz. Estando a serviço de não-cientistas, com objetivos<<strong>br</strong> />
preestabelecidos de lucro, dominação e guerra, a Ciência não é neutra, ela está amarrada à<<strong>br</strong> />
muitos fatores.<<strong>br</strong> />
Outro aspecto é a seleção natural das teorias, assim como a seleção natural atuante so<strong>br</strong>e os<<strong>br</strong> />
seres vivos, estão sujeitas a serem aceitas ou não. Portanto alguns fatores operam para<<strong>br</strong> />
determinar sua aceitabilidade (testabilidade, corroboração, coerência, fertilidade e inocuidade<<strong>br</strong> />
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em relação a fatores extra-científicos). No entanto os caminhos são tortuosos, um exemplo é o<<strong>br</strong> />
de Gregor Mendel (1822-1884) apresentou seu trabalho so<strong>br</strong>e leis fundamentais da genética em<<strong>br</strong> />
1865, publicando numa revista pequena em alemão. Sua descoberta teve pouca repercussão,<<strong>br</strong> />
seus resultados não foram compreendidos. Só depois de 35 anos suas leis acabaram de ser<<strong>br</strong> />
redescobertas(pp.133).<<strong>br</strong> />
Capítulo VII <strong>–</strong> A feitura da Ciência<<strong>br</strong> />
O autor começa dizendo que em geral se faz Ciência por dois motivos: curiosidade intelectual e<<strong>br</strong> />
interesse em fins utilitários. O verdadeiro cientista possui algumas características diferenciadas:<<strong>br</strong> />
ama a Ciência, pois a investigação é tarefa complexa, sendo sua aplicação um amplo leque de<<strong>br</strong> />
possibilidades. O local ideal para trabalhar é uma boa universidade, podendo melhorar, dadas<<strong>br</strong> />
as condições para que suas pesquisas seja realizadas de maneira mais ordenada possível que<<strong>br</strong> />
que diz respeito de como fazer.<<strong>br</strong> />
Claude Bernard (pp.145) desenvolveu uma série de considerações so<strong>br</strong>e o trabalho cientifico. O<<strong>br</strong> />
cientista deve conserva sempre uma total liberdade so<strong>br</strong>e a metodologia. A idéia é a semente; o<<strong>br</strong> />
método é o solo que lhe fornece as condições de se desenvolver, de prosperar e de dar os<<strong>br</strong> />
melhores frutos segundo sua natureza. O método heurístico é o processo que o cientista<<strong>br</strong> />
emprega para realizar desco<strong>br</strong>imentos, tais como: método da aplicação teórica, método da<<strong>br</strong> />
mistura de duas teorias, método da revisão de hipóteses, método dos limites; método da<<strong>br</strong> />
diferenciação, método das definições, método das transferências, método da contradição,<<strong>br</strong> />
método da crítica e método da renovação.(pp-150-151)<<strong>br</strong> />
Capítulo VIII <strong>–</strong> Limitações e poderes da Ciência<<strong>br</strong> />
O autor após apresentar o conceito de cientificismo, trabalha, em seguida a questão das<<strong>br</strong> />
limitações da Ciência no sentido de que a ela não pode abarcar tudo mas “ apenas uma fração<<strong>br</strong> />
do que existe, não se pode invocar a Ciência para opinar so<strong>br</strong>e temas que se encontrem foram<<strong>br</strong> />
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do seu âmbito” (p167). Esclarece as limitações da metodologia, onde conclui que é apenas<<strong>br</strong> />
uma maneira de analisar e interpretar a realidade e que “ela caminha por aproximações, que as<<strong>br</strong> />
verdades científicas são sempre precárias e provisórias e que as teorias podem ser<<strong>br</strong> />
corroboradas, jamais provadas, que mesmo hipóteses amplamente corroboradas podem conter<<strong>br</strong> />
erros significativos” (pp170-171). Conclui o capítulo destacando os múltiplos poderes da Ciência<<strong>br</strong> />
(litosfera, biosfera, homem-biológico, homem-psicológico, visão de mundo, sociedade, força das<<strong>br</strong> />
nações).<<strong>br</strong> />
Capítulo IX <strong>–</strong> O cientista<<strong>br</strong> />
É desejável que o cientista tenha várias qualidade, entre elas amor e dedicação e trabalhar em<<strong>br</strong> />
equipe, segundo Maia(1990) nenhum cientista conseguiu ser cem por cento. São pessoas<<strong>br</strong> />
comuns que estão bem longe do estereotipo do cientista, carregando os mesmos problemas<<strong>br</strong> />
sociais, as mesmas preocupações relativas a vida prática. No início de carreira é bom que ele<<strong>br</strong> />
tenha um mentor (cientista mais experiente), que faça estágio, que tenha um regime de<<strong>br</strong> />
trabalho de dedicação exclusiva, para garantir certa segurança. Um dos perigos é quando o<<strong>br</strong> />
cientista se torna administrador, alguns deles costumam alterar períodos de investigação e<<strong>br</strong> />
ensino com os de administração exclusiva ou de administração e ensino, desta forma colocando<<strong>br</strong> />
a pesquisa de lado. Enfim o cientista possui uma série de o<strong>br</strong>igações em relação a sociedade.<<strong>br</strong> />
Sendo especialista seu conhecimento é propriedade pública. 1. Não podendo guardar para si<<strong>br</strong> />
informações que vai acumulando ao longo do tempo; 2. vivendo de salários em geral pagos<<strong>br</strong> />
pelo governo, deve contribui com o povo, informando, não se negando a dar entrevista, redigir<<strong>br</strong> />
artigos mais principalmente publicar.(pp.190)<<strong>br</strong> />
Capítulo X <strong>–</strong> A pesquisa cientifica no Brasil<<strong>br</strong> />
A história da Ciência no Brasil, de acordo com Maia (1990), pode ser dividida em 4 períodos,<<strong>br</strong> />
contudo esse demarcação poderá variar de um autor para outro, dependendo do ponto de<<strong>br</strong> />
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vista que adotam e do peso dado aos acontecimentos. Um primeiro período que chamado de<<strong>br</strong> />
período primitivo composto de três fases: de 1500 a 1808- abertura dos portos <strong>br</strong>asileiros às<<strong>br</strong> />
nações amigas; de 1808 a 1822 <strong>–</strong> independência; de 1822 a 1892 <strong>–</strong> ano de doutoramento de<<strong>br</strong> />
Osvaldo Cruz. O segundo período é considerado pelo autr como sendo o período heróico ( 1892<<strong>br</strong> />
1 1934), com a criação da Universidade de São Paulo e de sua Faculdade de Filosofia, Ciências e<<strong>br</strong> />
Letras. Um terceiro perído que ele chama de período moderno ( 1934 a 1951) com a criação do<<strong>br</strong> />
CNPq e da CAPES. E o quarto período chamado de contemporâneo que se inicia em 1951 até<<strong>br</strong> />
os dias de hoje. Trabalha em seguida um tópico falando so<strong>br</strong>e as dezenas de expedições<<strong>br</strong> />
científicas no Brasil que tiveram inicialmente como finalidades práticas o reconhecimento da<<strong>br</strong> />
terra, determinar-lhe a posição geográfica, traçar mapas,etc.<<strong>br</strong> />
A seguir apresenta resumidamente a longa e tumultuada das tentativas de criação da<<strong>br</strong> />
universidade <strong>br</strong>asileira. Além de um aceno em relação às instituições financeiras que apóiam as<<strong>br</strong> />
pesquisas científicas no Brasil, o autor faz um destaque ao Conselho Nacional de Pesquisa CNPq,<<strong>br</strong> />
criado em 15 de janeiro de 1951, que além de ser uma instituição financiadora de pesquisas é<<strong>br</strong> />
mantenedor de vários institutos de pesquisa: Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia<<strong>br</strong> />
(INPA), Museu Paraense Emílio Goeldi ( MPEG), Instituto de Matemática Pura e Aplicada(IMPA),<<strong>br</strong> />
Instituto <strong>br</strong>asileiro de Bibliografia e Documentação(IBBD), Instituto de Energia Atômica (IEA),<<strong>br</strong> />
Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE).<<strong>br</strong> />
4. Considerações so<strong>br</strong>e os aspectos abordados<<strong>br</strong> />
Em se tratando de uma o<strong>br</strong>a que mistura conceitos e filosofia da Ciência, Maia (1990),biólogo e<<strong>br</strong> />
geneticista, escreve um livro para iniciantes, para aqueles que precisam conhecer desde os<<strong>br</strong> />
processos teóricos, filosóficos, também práticos do conhecimento da pesquisa, para aqueles<<strong>br</strong> />
que estão iniciando a profissão de pesquisador.<<strong>br</strong> />
A o<strong>br</strong>a é didática, utiliza modo claro de explicar portanto recheada de exemplos. O tratamento<<strong>br</strong> />
dos tópicos, mas do que técnico é esclarecedor, não só para ser estudantes de Ciências, mas<<strong>br</strong> />
para leigos e curiosos da temática.<<strong>br</strong> />
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Um dos aspectos que podemos destacar trata-se da Ciência e o meio social, na qual seria<<strong>br</strong> />
ingênuo de nossa parte acreditar que a Ciência está acima do bem e do mal e não sofre as<<strong>br</strong> />
influências dos fatores que compõem a cultura e os interesses da mesma. Estando a serviço de<<strong>br</strong> />
não-cientistas, com objetivos preestabelecidos de lucro, dominação e guerra. A Ciência não é<<strong>br</strong> />
neutra, ela está amarrada a muitos fatores. Outro aspecto é a seleção natural das teorias, assim<<strong>br</strong> />
como a seleção natural atuante so<strong>br</strong>e os seres vivos, estão sujeitas a serem aceitas ou não.<<strong>br</strong> />
Portanto alguns fatores operam para determinar sua aceitabilidade (testabilidade,<<strong>br</strong> />
corroboração, coerência, fertilidade e inocuidade em relação a fatores extra-científicos).<<strong>br</strong> />
Portanto consideramos que todos os aspectos abordados no livro contemplam na mais perfeita<<strong>br</strong> />
ordem didática, o conjunto que traduz a o<strong>br</strong>a, permitindo um melhor esclarecimento so<strong>br</strong>e os<<strong>br</strong> />
aspectos da Ciência e as suas mais variadas formas de se apresentar, para aqueles que já o<<strong>br</strong> />
conhecem de ouvir falar como para aqueles que o conhece de ver, ouvir e descordar.<<strong>br</strong> />
5. Referência Bibliográfica<<strong>br</strong> />
NEWTON, Freire-Maia. A Ciência por dentro. 4 ed. Petrópolis,RJ: Vozes, 1990<<strong>br</strong> />
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LINGUAGEM CIENTÍFICA: O PARADOXO CONTEMPORÂNEO 51<<strong>br</strong> />
Will Fadul Alencar de Oliveira 52<<strong>br</strong> />
Josefina Barrera Kalhil 53<<strong>br</strong> />
O Autor e sua O<strong>br</strong>a<<strong>br</strong> />
Áttico Inácio Chassot, pesquisador <strong>br</strong>asileiro, químico de formação, mestre em ciências, doutor<<strong>br</strong> />
e pós-doutor em <strong>edu</strong>cação aparece no cenário <strong>br</strong>asileiro e internacional com preocupações e<<strong>br</strong> />
pesquisas voltadas para a área do ensino de ciências, <strong>edu</strong>cação, pós-modernidade, ética, cultura<<strong>br</strong> />
popular e da abstração da alfabetização científica por parte da população como uma linguagem,<<strong>br</strong> />
que se torna necessária como efetivo exercício de potencialidades em detrimento às<<strong>br</strong> />
necessidades do mundo pós-moderno, onde os produtos e processos não coexistem em<<strong>br</strong> />
verdadeira correspondência. Onde a sociedade da imagem e do prazer, da compra, da<<strong>br</strong> />
tecnologia em chips, do audiovisual, da moda e da ágil informação transformam a <strong>edu</strong>cação, o<<strong>br</strong> />
ensino e as práticas sociais de acordo com a necessidade do sistema político vigente e do poder<<strong>br</strong> />
de transposição de uma ideologia dominante. Suas pesquisas so<strong>br</strong>e alfabetização científica<<strong>br</strong> />
apontam a uma referência de que sendo os homens e mulheres alfabetizados cientificamente,<<strong>br</strong> />
estariam eles aptos a viverem melhor e de forma mais consciente nessa miscelânea cultural<<strong>br</strong> />
globalizante.<<strong>br</strong> />
51 Trabalho apresentado na disciplina o<strong>br</strong>igatória Tendências Investigativas no Ensino de Ciências (2007) do Curso de Mestrado<<strong>br</strong> />
Profissional em Ensino de Ciências na Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas, orientado pela Profª Drª Josefina<<strong>br</strong> />
Barrera Kalhil.<<strong>br</strong> />
52 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia, da Universidade do Estado do<<strong>br</strong> />
Amazonas <strong>–</strong> UEA.<<strong>br</strong> />
53 Doutora em Ciências Pedagógicas. Vice-coordenadora e Professora do Curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências<<strong>br</strong> />
na Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas. Representante do Projeto RINFOTALCUE (Programa Europeu ALPHA 3)<<strong>br</strong> />
no Brasil. Editora da <strong>Revista</strong> Eletrônica <strong>ARETÉ</strong> (UEA). Faz parte do Conselho Editorial do Jornal Latino-americano de Ensino de<<strong>br</strong> />
Física (LAJPE <strong>–</strong> México). E-mail: josefinabk@yahoo.com.<<strong>br</strong> />
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Chassot é autor de Alfabetização Científica: Questões e Desafios para a Educação, o<strong>br</strong>a que será<<strong>br</strong> />
evidenciada com transposição das idéias do autor supracitado no corpus deste texto em<<strong>br</strong> />
imediata correspondência à necessária informação que se torna profícua, a o<strong>br</strong>a, em relação às<<strong>br</strong> />
temáticas abordadas. A relevância da o<strong>br</strong>a contrasta uma leitura so<strong>br</strong>e como e para que fazer<<strong>br</strong> />
ciência na atualidade, qual seria a relevância do ensino de ciências na perspectiva da era da<<strong>br</strong> />
informação e do mundo tangido por guerras e pelo consumo. São inquietações que trazem a<<strong>br</strong> />
reflexão do imaginário ao fazer <strong>edu</strong>cação em ciências, apontando alternativas como o Ensino de<<strong>br</strong> />
História da Ciência, esse preocupado com a compreensão da construção do conhecimento para<<strong>br</strong> />
o fazer <strong>edu</strong>cação e para produzir uma alfabetização científica do cidadão e da cidadã.<<strong>br</strong> />
Apresentação<<strong>br</strong> />
Numerosos são os trabalhos e pesquisas realizadas so<strong>br</strong>e analfabetismo e so<strong>br</strong>e os processos de<<strong>br</strong> />
alfabetização, no que tangem a pluralidade de números, estatísticas e quanto a conotação<<strong>br</strong> />
sintética, ou seja, ao ato da leitura e da escrita de caracteres, símbolos que expressam a<<strong>br</strong> />
linguagem e o idioma de uma determinada cultura. Essas pesquisas delineiam de forma pontual<<strong>br</strong> />
as características situacionais das condições lingüísticas e dados gerais da compreensão ou não<<strong>br</strong> />
por parte de uma determinada população do domínio do método sintético de alfabetização, o<<strong>br</strong> />
método que incita a correspondência exata da leitura dos desenhos (as letras, caracteres,<<strong>br</strong> />
gravuras, desenhos) de um determinado alfabeto em correspondência exata ao som que foi<<strong>br</strong> />
evidenciado como geral por parte de determinada cultura.<<strong>br</strong> />
As preocupações com os processos lingüísticos dos mecanismos de alfabetização e<<strong>br</strong> />
analfabetismo evidenciam sólidos materiais de pesquisas para a compreensão do que hoje à luz<<strong>br</strong> />
do século XX e XXI chamamos de alfabetização científica, uma evidente necessidade social que<<strong>br</strong> />
emerge da ascensão do capitalismo, da sociedade multimídia e globalizada. Pesquisadores do<<strong>br</strong> />
mundo inteiro passam a configurar como necessária à população mundial a compreensão para<<strong>br</strong> />
as devidas inferências no processo de decisão política e do domínio a cada dia mais rápido das<<strong>br</strong> />
tecnologias da informação e da informática, sendo a base dessa preocupação o não<<strong>br</strong> />
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oferecimento desses subsídios nas escolas e universidades como conteúdos nos currículos,<<strong>br</strong> />
havendo não só uma necessidade de sua inserção, quanto à percepção de que houve uma<<strong>br</strong> />
evolução social em aspectos macros e difusos por conta das tecnologias, da informática e da<<strong>br</strong> />
Ciência.<<strong>br</strong> />
O livro de Attico Chassot tem o grande mérito de sintetizar reflexões so<strong>br</strong>e <strong>edu</strong>cação em<<strong>br</strong> />
ciências de forma a delinear a interpretação da ciência como uma produção cultural e de forma<<strong>br</strong> />
a incluir as ciências na <strong>edu</strong>cação básica no campo da história das disciplinas escolares. Esse livro,<<strong>br</strong> />
que como o autor mesmo afirma é continuação de seus livros anteriores <strong>–</strong> Catalisando as<<strong>br</strong> />
transformações na <strong>edu</strong>cação, Para que(m) é útil o ensino? e A ciência através dos tempos <strong>–</strong>,<<strong>br</strong> />
reúne de maneira articulada textos que refletem discussões so<strong>br</strong>e a complexidade do ensino de<<strong>br</strong> />
ciências, seu contexto, características e críticas à luz do pensamento clássico.<<strong>br</strong> />
Os dezoito capítulos de Alfabetização Científica: Questões e Desafios para a Educação<<strong>br</strong> />
(excluindo nessa contagem o convite inicial à leitura, a apresentação, o epílogo e a bibliografia)<<strong>br</strong> />
podem ser vistos, no meu entendimento, como abordando centralmente quatro grandes grupos<<strong>br</strong> />
de questões, que serão divididos em:<<strong>br</strong> />
Nos primeiros capítulos (cap. 1 <strong>–</strong> Alfabetização científica e cidadania; cap. 2 <strong>–</strong> [Des]adjetivando<<strong>br</strong> />
a ciência; cap. 5 <strong>–</strong> Linguagem (química) e poder na sala de aula; cap. 9 <strong>–</strong> Procurando resgatar a<<strong>br</strong> />
ciência nos saberes populares; cap. 10 <strong>–</strong> Procurando um ensino de ciências fora da sala de aula;<<strong>br</strong> />
cap. 11 <strong>–</strong> Do fantasticamente pequeno ao fantasticamente grande; cap. 12 <strong>–</strong> Procurar fazer<<strong>br</strong> />
imagens de um mundo quase imaginário; cap. 15 <strong>–</strong> So<strong>br</strong>e cartas que falam de ensino de<<strong>br</strong> />
ciências): São abordadas questões mais diretamente relativas ao ensino de ciências nas salas de<<strong>br</strong> />
aula, nesses capítulos a preocupação do autor é aprofundar análises já desenvolvidas em<<strong>br</strong> />
trabalhos anteriores, bem como articulá-las a novas investigações. Desses textos, professores<<strong>br</strong> />
poderão extrair orientações para o trabalho docente, porém tais orientações nunca são<<strong>br</strong> />
desenvolvidas como prescrições, nem mesmo como proposições fechadas em si mesmas. São<<strong>br</strong> />
discussões teóricas visando criticar um ensino usualmente desvinculado da realidade do aluno<<strong>br</strong> />
ou que enxerga essa mesma realidade de forma asséptica e isenta de contradições.<<strong>br</strong> />
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O autor questiona: Como a alfabetização científica poderia/deveria interessar ao universo<<strong>br</strong> />
usualmente alheio e até refratário do Ensino das Ciências Naturais? Infere respostas ampliando<<strong>br</strong> />
uma reflexão adjetivando os termos alfabetização e ciências. Essa decisão do autor se baseia em<<strong>br</strong> />
suas pesquisas no Brasil e no mundo so<strong>br</strong>e analfabetismo, citando que não se pode ter a clara<<strong>br</strong> />
distinção e o número de homens e mulheres que são analfabetos cientificamente, relatando a<<strong>br</strong> />
inexistência de um teste de verificação para tal questão de ordem política e social, sendo que<<strong>br</strong> />
estes números assustam as perspectivas mais otimistas.<<strong>br</strong> />
Chassot revisita a discussão so<strong>br</strong>e a relação entre ciência e saberes populares, visando o diálogo<<strong>br</strong> />
da escola com esses saberes, compreendendo suas diferenças, mas não as utilizando para<<strong>br</strong> />
hierarquizá-los. Enfrenta também o problema de se ensinar uma ciência que é marcadamente<<strong>br</strong> />
abstrata <strong>–</strong> a ciência dos grandes e dos pequenos números <strong>–</strong> e analisa possibilidades de trabalho<<strong>br</strong> />
que evitem o distanciamento dos alunos em relação ao conhecimento científico. Não para que<<strong>br</strong> />
esse conhecimento se transforme em moeda de troca no mercado, mas para que facilite a<<strong>br</strong> />
organização da luta social e política. Considera a alfabetização científica como o conjunto de<<strong>br</strong> />
conhecimentos que facilitariam a vida de homens e mulheres fazerem uma leitura do mundo<<strong>br</strong> />
onde vivem, do mundo natural e da compreensão das necessidades de<<strong>br</strong> />
transformação/adaptação coerentes, sustentáveis.<<strong>br</strong> />
Aborda questões centrais como a necessidade social de se investir em uma alfabetização<<strong>br</strong> />
científica, para mostrar o quanto a Ciência mudou, muda e mudará a vida da humanidade.<<strong>br</strong> />
Critica a visão eurocêntrica de Ciência, questionando as maneiras preconceituosas de<<strong>br</strong> />
abordagem das ciências na atualidade, os mesmos indicam o marco zero para o que se chama<<strong>br</strong> />
de ciência moderna no período do Renascimento. Ou seja, não concebe a visão que a ciência<<strong>br</strong> />
que se convencionou como moderna seja apresentada como melhor e mais interessante do que<<strong>br</strong> />
em outras épocas, incita compreender o contexto das épocas na História da Ciência.<<strong>br</strong> />
A linguagem deve ser entendida como um instrumento de facilitação do esperado processo de<<strong>br</strong> />
politização da sala de aula. A linguagem é a marca cultural de quem a fez, produz. Menciona a<<strong>br</strong> />
importância de transformar o ensino de Química Instrumental, pois, tal como é trabalhado, o<<strong>br</strong> />
ensino de química usualmente não faz parte da realidade do aluno e possui poucos significados.<<strong>br</strong> />
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Entende que a química por trabalhar com modelos, torna a realidade, muitas vezes, fora de<<strong>br</strong> />
nosso alcance em nível de abstração, compreensão, tendo em vista a prática de maior parte dos<<strong>br</strong> />
professores. Dessa forma apresenta o desafio de mudar tal realidade com um ensino menos<<strong>br</strong> />
esotérico, menos místico, menos ritual, mas que possa contextualizar suas raízes históricas.<<strong>br</strong> />
Hoje existem novos paradigmas que, mesmo ainda em elaboração, oferecem uma suficiente<<strong>br</strong> />
consistência na sociedade. O autor menciona a importância de Thiollent, um dos autores<<strong>br</strong> />
pioneiros com uma proposta onde o pesquisador explicitaria e deixaria presentes seus pontos<<strong>br</strong> />
de vista, sem se preocupar com as regras impostas pela academia de forma dogmática.<<strong>br</strong> />
Considera a o<strong>br</strong>a de autores como Khun, Boaventura Santos, Bachelard, Rubem Alves, Eduardo<<strong>br</strong> />
Fleury Mortimer, como aportes fundamentais para situar uma compreensão epistemológica e<<strong>br</strong> />
histórica das concepções de ciências e da complexidade do mundo pós-moderno, muito utiliza<<strong>br</strong> />
os pensamentos desses autores para aprofundar suas pesquisas.<<strong>br</strong> />
Questiona que para que haja a compreensão da ciência deve-se resgatar os saberes populares<<strong>br</strong> />
em uma atividade de pesquisa, onde se favoreça a junção da visão do cientista, da ciência da<<strong>br</strong> />
escola, da universidade e da ciência popular.<<strong>br</strong> />
No segundo grupo de capítulos (cap. 3 <strong>–</strong> O impacto da tecnologia na Educação; cap. 17 <strong>–</strong><<strong>br</strong> />
Plugados e desplugados: uns e outros, muitas vezes, excluídos), o autor discute como as<<strong>br</strong> />
tecnologias são produtoras de inclusões e exclusões, tanto na <strong>edu</strong>cação como mais amplamente<<strong>br</strong> />
no tecido social.<<strong>br</strong> />
Chassot observa a importância da sociedade se despir de alguns rótulos so<strong>br</strong>e a Ciência, pois,<<strong>br</strong> />
que o preconceito pode atrasar substancialmente a criticidade tão sonhada por muitos<<strong>br</strong> />
intelectuais em relação à Ciência, Tecnologia e Sociedade. No contraste global das tecnologias<<strong>br</strong> />
da informação, a aceleração do conhecimento é tão rápida que até mesmo os mais plugados se<<strong>br</strong> />
desatualizam. Partindo desse pressuposto aponta que a sociedade não se dá conta de fazer<<strong>br</strong> />
algumas alterações, tendo em vista justificado o princípio de que convivemos em uma<<strong>br</strong> />
sociedade analfabeta cientificamente pela natureza avassaladora da transmissão da informação<<strong>br</strong> />
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que não se agrupa, nem se solidifica como conhecimento e nem como prática social, pela<<strong>br</strong> />
questão do tempo e da rapidez da troca e identidade das informações.<<strong>br</strong> />
A mundialização fez desaparecer cada vez mais os empregos e as profissões, o comportamento,<<strong>br</strong> />
mudando as perspectivas da humanidade de forma paradoxal. A Ciência nesse contexto é<<strong>br</strong> />
apontada como fantástica, subjetiva e emancipadora, portanto, não para todos, só para alguns.<<strong>br</strong> />
A proletarização dos profissionais da <strong>edu</strong>cação os torna excluídos dos meios que fazem<<strong>br</strong> />
transformações, por exemplo, o poder de acesso a novas e tantas informações e a correção de<<strong>br</strong> />
práticas pedagógicas inúteis ao desenvolvimento ou ampliação de informação em<<strong>br</strong> />
conhecimentos.<<strong>br</strong> />
Antes a escola era associada à Igreja, era referência do conhecimento, hoje a escola escolhe<<strong>br</strong> />
como se adequar ao projeto de sociedade a qual está inserida. Nesta mesma continuidade de<<strong>br</strong> />
idéias agrupa mais uma, a de que saber selecionar a informação é uma das maiores exigências e<<strong>br</strong> />
necessidades destes novos tempos, essa é uma das novas funções da escola. E os substantivos e<<strong>br</strong> />
adjetivos estão à tona na sociedade pós-moderna, diferenciando as responsabilidades e<<strong>br</strong> />
tornando-as sub-especializadas, padronizadas em campos de interesse e em campos de<<strong>br</strong> />
concentração temática: professor formador, professor informador, formação versus<<strong>br</strong> />
informação, repetidores de conteúdos.<<strong>br</strong> />
Em um terceiro grupo de capítulos (cap. 4 <strong>–</strong> Buscando um ensino mais apolítico; cap. 6 <strong>–</strong><<strong>br</strong> />
Procurando uma inserção numa dimensão ambiental para <strong>edu</strong>cação; cap. 7 <strong>–</strong> Currículos legais e<<strong>br</strong> />
ilegais; cap. 16 <strong>–</strong> So<strong>br</strong>e um continuado fazer-se professor), as questões gerais da <strong>edu</strong>cação são<<strong>br</strong> />
mais acentuadamente contempladas. É quando o autor expressa mais claramente sua<<strong>br</strong> />
compreensão de que a ciência na escola é sempre uma ciência transformada em disciplina e em<<strong>br</strong> />
conhecimento escolar e como tal precisa ser investigada. É também quando articula mais<<strong>br</strong> />
fortemente a questão mais específica do ensino de ciências com as discussões do campo<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cacional mais amplo, sem as quais não é possível compreender o espaço da sala de aula.<<strong>br</strong> />
Menciona-se na o<strong>br</strong>a o caráter de necessidade de uma alfabetização científica desenvolvida a<<strong>br</strong> />
partir do currículo, para que no ensino, o aluno tenha facilitada sua aprendizagem e sua<<strong>br</strong> />
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inserção consciente no mundo. A dimensão ambiental tem a função de tornar o ensino menos<<strong>br</strong> />
asséptico, menos dogmático, menos abstrato. Chassot menciona a necessidade de tornar o<<strong>br</strong> />
ensino mais sujo, encharcado de realidade. Faz um convite à rebeldia, onde o mesmo diz que<<strong>br</strong> />
um ensino mais político não se anuncia, se faz.<<strong>br</strong> />
O desafio é discutir os assuntos que estão mais próximos dos alunos, observar o futuro se faz<<strong>br</strong> />
necessário para desencadear reflexões para tentar emancipar os alunos da exclusão do ensino<<strong>br</strong> />
acrítico. Com isso soma-se o entendimento necessário de que a crise ecológica e a questão<<strong>br</strong> />
ambiental devem ser entendidas como parte da diversidade cultural dos currículos escolares e<<strong>br</strong> />
acadêmicos. A formação de uma consciência ambiental deve ser desenvolvida a partir da<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cação, com abordagem sócio-política, deixando transparentes as ações antrópicas e suas<<strong>br</strong> />
conseqüências.<<strong>br</strong> />
Em um quarto e último grupo de capítulos (cap. 8 <strong>–</strong> Presenteísmo é uma conspiração contra o<<strong>br</strong> />
passado que ameaça o futuro; cap. 13 <strong>–</strong> Propostas de ensino de história da ciência; cap.14 <strong>–</strong><<strong>br</strong> />
Islamismo: vencendo [pré] conceitos; cap. 18 <strong>–</strong> A farsa ou o embuste Sokal) é que se revela<<strong>br</strong> />
especialmente o lado do autor como historiador das ciências. Sua pesquisa nesse campo tem<<strong>br</strong> />
fortes associações com seu entendimento de que pela história das ciências é possível a<<strong>br</strong> />
construção de um ensino em uma perspectiva mais crítica e mais fecunda para os alunos.<<strong>br</strong> />
Porém, nesse livro, ele extrapola igualmente o campo específico da <strong>edu</strong>cação em ciências para<<strong>br</strong> />
refletir so<strong>br</strong>e questões de gênero e religião, bem como as vaidades e querelas do meio<<strong>br</strong> />
acadêmico. Assim, o livro se constitui como uma crítica contundente ao cientificismo que<<strong>br</strong> />
atravessa nossa sociedade e, portanto, nossas escolas, procurando desconstruir a imagem de<<strong>br</strong> />
uma ciência asséptica e isenta. Contrapõe-se ao esquema confortável em que muitos cientistas<<strong>br</strong> />
se colocam ao separar sua produção científica propriamente dita da aplicação de sua produção.<<strong>br</strong> />
Os limites entre esses contextos são mais tênues quando nos vemos diante da inter-relação de<<strong>br</strong> />
saberes socialmente elaborados e da rede de ligações políticas e econômicas que se institui na<<strong>br</strong> />
ciência contemporânea.<<strong>br</strong> />
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O autor apresenta a História da Construção do Conhecimento como produtora de uma História<<strong>br</strong> />
atual e futura mais consciente, o autor alerta para a busca do entendimento da realidade do<<strong>br</strong> />
mundo em que vivemos, usando uma linguagem chamada Ciência, diz que devemos recordar<<strong>br</strong> />
sempre que tratamos de realidades com as quais temos dificuldades em interagir e, por isso,<<strong>br</strong> />
precisamos fazer imagens e modelos explicativos. Sugere uma proposta: Façamos de nossos<<strong>br</strong> />
alunos e alunas pesquisadores, que esses perguntem para os pais, avós como era o mundo em<<strong>br</strong> />
que eles viviam quando tinham sua idade. Que busquem o conhecimento na pesquisa e na<<strong>br</strong> />
diversidade social.<<strong>br</strong> />
Críticas a o<strong>br</strong>a e ao autor<<strong>br</strong> />
Considero a o<strong>br</strong>a uma sistematização didática e científica das características situacionais,<<strong>br</strong> />
políticas e pedagógicas da alfabetização científica na realidade pós-moderna. Tema de<<strong>br</strong> />
necessidade social que enfrenta a ausência de pesquisas com características epistemológicas,<<strong>br</strong> />
sociológicas, publicações e até mesmo as devidas discussões, dada a ausência de uma<<strong>br</strong> />
epistemologia do analfabetismo científico já produzida, organizada. O que existem são<<strong>br</strong> />
pesquisas voltadas a classificar e demonstrar que o analfabetismo existe e como se apresenta<<strong>br</strong> />
nas sociedades.<<strong>br</strong> />
Portanto, o autor fomenta de forma analítica a ascensão, discussão deste tema que ainda hoje é<<strong>br</strong> />
estudado como categoria de análise no contexto do ensino de ciências nas universidades, de<<strong>br</strong> />
forma a realizar uma chamada aos professores e interessados em <strong>edu</strong>cação a promover uma<<strong>br</strong> />
extensa observação e reflexão so<strong>br</strong>e o cenário de contrastes da Alfabetização Científica versus<<strong>br</strong> />
Desenvolvimento. Delineado tal cenário por propostas multinacionais de Governos, que afetam<<strong>br</strong> />
a <strong>edu</strong>cação, sendo que os problemas que se configuram nessa relação pouco são evidenciados<<strong>br</strong> />
nas pesquisas e nas publicações.<<strong>br</strong> />
Referência<<strong>br</strong> />
CHASSOT, Attico. Alfabetização Científica: Questões e Desafios para a Educação. 4.ed. Ijuí,RS:<<strong>br</strong> />
Unijuí, 2006.<<strong>br</strong> />
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IMPLICAÇÕES DA CIÊNCIA MODERNA 54<<strong>br</strong> />
Dayse Peixoto Maia 55<<strong>br</strong> />
Josefina Barrera Kalhil 56<<strong>br</strong> />
SOBRE O AUTOR:<<strong>br</strong> />
Gerard Fourez nasceu em maio de 1937, é licenciado em filosofia, mestre em matemática e<<strong>br</strong> />
doutor em física teórica e professor da Universidade de Namur, onde fundou o departamento<<strong>br</strong> />
de Philosophie de l’homme de science e é também professor visitante da Universidade de<<strong>br</strong> />
Filadélfia. Dentre os seus trabalhos destacam-se: La science partisame, Pour une ethique de<<strong>br</strong> />
l’enseignement dês sciences e Construire une ethique de l’enseignement.<<strong>br</strong> />
SOBRE A OBRA:<<strong>br</strong> />
O autor a<strong>br</strong>ange em sua o<strong>br</strong>a, uma dimensão histórica conceitual da ciência e traça um perfil<<strong>br</strong> />
desta, a partir de suas características mais importantes como a formação de seus paradigmas, a<<strong>br</strong> />
construção de objetos e sua articulação com a ética e a ideologia. Expõe concepções recentes e<<strong>br</strong> />
compatíveis com o desenvolvimento da ciência relacionando-a com a filosofia e a sociologia.<<strong>br</strong> />
Reflete ainda so<strong>br</strong>e conceitos inerentes à construção do conhecimento científico tais como<<strong>br</strong> />
cultura, política e religião. Destaca o sentido humano da ciência e contextualiza acerca de sua<<strong>br</strong> />
produção pela sociedade e para a sociedade, assim como sua repercussão em nosso mundo<<strong>br</strong> />
globalizado. É uma o<strong>br</strong>a para todos quantos queiram conhecer mais so<strong>br</strong>e ciência e filosofia.<<strong>br</strong> />
54 Trabalho apresentado na disciplina o<strong>br</strong>igatória Tendências Investigativas no Ensino de Ciências (2007) do Curso de Mestrado<<strong>br</strong> />
Profissional em Ensino de Ciências na Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas, orientado pela Profª Drª Josefina<<strong>br</strong> />
Barrera Kalhil.<<strong>br</strong> />
55 Aluna bolsista do programa RH-POSGRAD da FAPEAM. Licenciada em biologia pela UFAM e mestranda do Programa Pós-<<strong>br</strong> />
Graduação em Ensino de Ciências na Amazônia da UEA. (maiadayse@gmail.com)<<strong>br</strong> />
56 Doutora em Ciências Pedagógicas. Vice-coordenadora e Professora do Curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências<<strong>br</strong> />
na Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas. Representante do Projeto RINFOTALCUE (Programa Europeu ALPHA 3)<<strong>br</strong> />
no Brasil. Editora da <strong>Revista</strong> Eletrônica <strong>ARETÉ</strong> (UEA). Faz parte do Conselho Editorial do Jornal Latino-americano de Ensino de<<strong>br</strong> />
Física (LAJPE <strong>–</strong> México). E-mail: josefinabk@yahoo.com.<<strong>br</strong> />
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INTRODUÇÃO À FILOSOFIA<<strong>br</strong> />
Para fazer filosofia é necessário nos embasarmos em tradições intelectuais e utilizemos<<strong>br</strong> />
resultados das gerações anteriores. Existe a necessidade de ferramentas adequadas como a<<strong>br</strong> />
linguagem “elaborada” que permite a hermenêutica que leva a uma superação de idéias e ao<<strong>br</strong> />
pensamento emancipado dos padrões impostos pela sociedade. A linguagem elaborada<<strong>br</strong> />
contrapõe-se à de códigos restritos, genericamente utilizados nas ciências e no cotidiano dos<<strong>br</strong> />
grupos sociais que partilham os mesmos pressupostos teóricos. O autor utiliza uma figura criada<<strong>br</strong> />
por Bachelard: o apartamento, o porão e o sótão; que representam instâncias reflexivas<<strong>br</strong> />
existenciais diferenciadas pelo grau de abstração, introspecção ou conformação referentes aos<<strong>br</strong> />
condicionamentos que nos são apresentados; assim uma abordagem filosófica opõe-se aos<<strong>br</strong> />
limites da técnica e da não reflexão desta so<strong>br</strong>e sua atuação na sociedade. A filosofia é a busca<<strong>br</strong> />
de significados para as escolhas humanas, portanto uma questão global da existência, que se<<strong>br</strong> />
opõe a interesses setorializados característicos das ciências. Partindo deste pressuposto o texto<<strong>br</strong> />
discorre basicamente so<strong>br</strong>e dois aspectos: a filosofia da ciência que considera as condições que<<strong>br</strong> />
validam o conhecimento humano; e a ética que reflete so<strong>br</strong>e nossas ações perante os códigos<<strong>br</strong> />
morais, ajudando a abordar aspectos sociopolíticos e da relação entre ciência e sociedade,<<strong>br</strong> />
questionando o alcance do saber científico. O primeiro capítulo termina com uma reflexão<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e a normalidade. O autor distingue quatro sentidos básicos deste tema: o científico e trivial,<<strong>br</strong> />
no qual tudo é normal pelo fato de existir; o sentido estatístico, onde pressupostos teóricos vão<<strong>br</strong> />
indicar numericamente se algo é normal ou não: o sentido do consenso social, determinado<<strong>br</strong> />
pelas crenças éticas; e o sentido dependente de um juízo de valor ou de normas éticas<<strong>br</strong> />
admitidas pela sociedade.<<strong>br</strong> />
REFLEXÕES EPISTEMOLÓGICAS: O MÉTODO CIENTÍFICO: A OBSERVAÇÃO<<strong>br</strong> />
Inicialmente o autor expõe de forma de forma sucinta o Método Dialético com a construção de<<strong>br</strong> />
uma tese, uma antítese e sua síntese, que gera uma nova tese, originando um processo cíclico,<<strong>br</strong> />
este exemplificado pela representação simplificada da exposição que Claude Bernard fez do<<strong>br</strong> />
método científico dialético: a observação fiel da realidade, a formulação de leis a partir dos<<strong>br</strong> />
pressupostos obtidos pela observação, a verificação experimental que irá promover ou não leis<<strong>br</strong> />
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e estas poderão formular teorias. O autor então dedica-se a examinar a observação em si,<<strong>br</strong> />
promovendo uma longa reflexão de características intrínsecas a ela.<<strong>br</strong> />
Não sendo passiva nem neutra, a observação está alicerçada em um conjunto de interesses que<<strong>br</strong> />
vão organizar a forma como é focada pelo sujeito. A partir dessa organização abstrata é que se<<strong>br</strong> />
irá produzir a descrição do fato observado. Para ela são necessárias noções prévias e<<strong>br</strong> />
representações teóricas e culturais que promoverão a sistematização do que foi inferido a partir<<strong>br</strong> />
da observação, portanto existe uma linguagem anterior a toda descrição. As observações<<strong>br</strong> />
podem ter seu significado alterado de acordo com o contexto teórico em que esteja inserido, já<<strong>br</strong> />
que dependem de uma rede de hipóteses interpretativas. As observações geram fatos que são<<strong>br</strong> />
modelos de interpretação da realidade que vão sustentar teorias a serem provadas, entretanto<<strong>br</strong> />
muitas vezes as proposições teóricas é que originam a investigação científica. As observações<<strong>br</strong> />
vão ser mediadas pela influência da linguagem, como conjunto de símbolos significativos e pela<<strong>br</strong> />
cultura porque formam uma rede social de significados, onde o sujeito observador está inserido.<<strong>br</strong> />
A inter-relação desses fatores acaba por influenciar a observação que jamais é neutra e gera<<strong>br</strong> />
proposições empíricas que na realidade já são teóricas pela estrutura de sua gênese.<<strong>br</strong> />
A objetividade necessária a uma observação eficaz respalda-se na significação dos objetos como<<strong>br</strong> />
entidades coletivamente instituídas e reconhecidas o que afasta seu significado de possíveis<<strong>br</strong> />
influências subjetivas e individuais. A linguagem para sua transmissão deve ser reconhecida<<strong>br</strong> />
pelos padrões sociais e corresponder à cultura onde é produzida. Se o sujeito media sua ação<<strong>br</strong> />
pela cultura partilhada socialmente, trabalhando de forma estruturada, poderá obter uma<<strong>br</strong> />
observação objetiva, porém não existe objetividade plena, uma vez que toda observação é<<strong>br</strong> />
ancorada em uma construção social inerente a uma cultura. Se a objetividade é fruto da<<strong>br</strong> />
organização social do mundo tal como o conhecemos e partilhamos, a subjetividade refere-se<<strong>br</strong> />
ao eu pessoal de cada um, muitas vezes sem referência ao conteúdo sócio-cultural de conceitos<<strong>br</strong> />
anteriormente citados; portanto a subjetividade não cabe na atividade científica uma vez que<<strong>br</strong> />
não pode ser amplamente partilhada por embasar-se em critérios meramente pessoais.<<strong>br</strong> />
Ainda é feita uma reflexão so<strong>br</strong>e o que é a realidade e a importância deste conceito para o<<strong>br</strong> />
método científico, e em termos de segurança afetiva, quer individual, quer coletiva para o<<strong>br</strong> />
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embasamento da observação. A comunidade científica quando em unanimidade, confere um<<strong>br</strong> />
significado subjetivo de mais valor ou mais real àquilo que foi estabelecido. A representação de<<strong>br</strong> />
realidade perspassa ao âmbito da coletividade quando envolve um relato mítico que sustenta a<<strong>br</strong> />
representação social de um grupo culturalmente organizado. Na sociedade moderna e pósmoderna<<strong>br</strong> />
a ciência tem sido referenciada como mito fundamental a explicar o que é real e irreal.<<strong>br</strong> />
Além do sentimento de objetividade promovido pela construção social do mundo organizado<<strong>br</strong> />
pela nossa maneira de ver e de sentir, a observação depende ainda de seus “objetos<<strong>br</strong> />
fenomenais” e da ação do sujeito transcendental ou científico, uma vez que a ciência é um<<strong>br</strong> />
processo absoluto em si e cultural quanto à coletividade. A observação é antes de mais nada<<strong>br</strong> />
uma construção do sujeito e não a identificação de algo posto na natureza porém não percebido<<strong>br</strong> />
<strong>–</strong> o mundo da imediatez é assim destituído.<<strong>br</strong> />
MÉTODO CIENTÍFICO: ADOÇÃO E REJEIÇÃO DE MODELOS<<strong>br</strong> />
Teorias, leis ou modelos não são d<strong>edu</strong>zidas das observaçãoesmas inferidas a partir do próprio<<strong>br</strong> />
discurso da observação. Sua verificação refere-se mais à nossa satisfação do que a um processo<<strong>br</strong> />
lógico. A ciência é subdeterminada, ou seja, apresenta um número infinito de teorias a partir de<<strong>br</strong> />
um número finito de observações empíricas, o que torna nossas representações científicas<<strong>br</strong> />
relativas, portanto não indicando uma única leitura da realidade. A abordagem científica<<strong>br</strong> />
elabora-se a partir de nossas referências do cotidiano e da influência de nossa cultura que irão<<strong>br</strong> />
interferir no modo como os modelos e objetos serão propostos. Estes não podem ser<<strong>br</strong> />
considerados objetivos no sentido estrito da palavra. Para compreender um modelo científico é<<strong>br</strong> />
necessário saber como ocorreu a construção dos conceitos que o constituem. Quanto mais útil<<strong>br</strong> />
ele for, servindo, portanto, de objeto à prática científica, mais objetivo também o será.<<strong>br</strong> />
Ao se propor uma verificação ou falseamento é necessário primeiramente determinarmos o que<<strong>br</strong> />
é verdadeiro e considerarmos a ambigüidade existente neste conceito, dependendo, portanto,<<strong>br</strong> />
da perspectiva de mundo que se quer destacar. A verificação, é pois, uma releitura do mundo<<strong>br</strong> />
embasada na teoria que se pretende verificar. Sendo a verdade um critério subjetivo e<<strong>br</strong> />
temporal, a verificação questiona muito mais a eficácia de um modelo a partir de nossa<<strong>br</strong> />
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satisfação ao utilizá-lo. A permanência de um determinado modelo depende de quanto tempo<<strong>br</strong> />
este resistirá às tentativas de falseamento. Será então substituído por outro que apresente<<strong>br</strong> />
limites mais amplos e satisfatórios às proposições científicas. Foi Popper quem criou o critério<<strong>br</strong> />
de falseabilidade ao notar o aspecto voluntarista no processo científico, segundo ele, não se<<strong>br</strong> />
pode provar que um modelo é verdadeiro, mas que é falso, sendo submetido a testes. Se puder<<strong>br</strong> />
resistir a este critério, teremos então uma teoria científica que poderá ainda não ser verdadeira,<<strong>br</strong> />
mas já aceita como científica. Para que ocorra a substituição de um modelo há a necessidade de<<strong>br</strong> />
uma experiência crucial, onde é inserido um fator voluntarista que é a decisão de abandonar o<<strong>br</strong> />
modelo se não forem atingidos resultados pré-determinados. Estes têm sua interpretação<<strong>br</strong> />
dependente do quadro teórico que foi aceito anteriormente. A substituição de modelos<<strong>br</strong> />
interpretativos causa alterações na linha de pesquisa ou de interpretação e são causadas por<<strong>br</strong> />
inúmeros fatores do âmbito científico, social e ideológico. As metodologias científicas são<<strong>br</strong> />
díspares porque os métodos adotados são diferentes entre si. No método analítico ressaltam-se<<strong>br</strong> />
os elementos básicos que o constituem, podendo se auto-reconstruir. No método sistêmico a<<strong>br</strong> />
ênfase está no todo, sendo prioridade as inter-relações entre seus componentes.<<strong>br</strong> />
O texto segue discutindo a diferença entre tecnologias materiais e intelectuais e suas relações<<strong>br</strong> />
com a ciência e a cultura. Em relação à tecnologia material há exigência do melhor ou mais<<strong>br</strong> />
avançado, porém quando se discute a tecnologia intelectual, a ideologia aponta para a verdade<<strong>br</strong> />
científica como o “melhor” em forma de conceito. As tecnologias intelectuais tendem a apontar<<strong>br</strong> />
a solução dos problemas de forma definida, pela proposição de verdades últimas, ficando a<<strong>br</strong> />
cargo dos cientistas a determinação da originalidade e importância do conhecimento. A ciência<<strong>br</strong> />
caracteriza-se pela não aceitabilidade das proposições científicas de forma absoluta, assim<<strong>br</strong> />
como propôs Popper. A racionalidade científica é abstrata por contar com elementos de várias<<strong>br</strong> />
ordens, já que tem mais relação com o cotidiano do que com uma lógica absoluta de uma visão<<strong>br</strong> />
histórica onde o critério.<<strong>br</strong> />
O MÉTODO CIENTÍFICO: A COMUNIDADE CIENTÍFICA<<strong>br</strong> />
Neste capítulo o autor faz uma reflexão so<strong>br</strong>e a constituição sócio-ideológica da comunidade<<strong>br</strong> />
científica, considerando todos os seus sujeitos e situando-os como agentes da construção da<<strong>br</strong> />
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ciência. Pertencentes à classe média industrial, ela é um grupo social bem definido e<<strong>br</strong> />
reconhecido, com um acesso privilegiado ao saber, atuando em parceria com o militarismo e a<<strong>br</strong> />
industria, e por vezes de difícil identificação por sua natureza coletiva, social e por sua estrutura<<strong>br</strong> />
interna hierárquica e divisão de trabalho. Apesar de não ter poder social, alia-se a outros grupos<<strong>br</strong> />
detentores de poder econômico e político, fato que estabeleceu sua relação com o complexo<<strong>br</strong> />
militar-industrial, que a subsidia, induzindo o desenvolvimento cientifico acelerado, mas<<strong>br</strong> />
acabando por promover a militarização e o consumismo a partir de seus produtos. Por ser a<<strong>br</strong> />
classe média caracterizada por sua despolitização, a comunidade científica a ela pertencente<<strong>br</strong> />
tende a se tornar burocratizada e corporativa. Tem características típicas da sociedade<<strong>br</strong> />
industrial no tangente à critica so<strong>br</strong>e a utilidade social da ciência por ela produzida, levando a<<strong>br</strong> />
uma visão dicotomizada quanto à origem da ciência na sociedade na sociedade e na história.<<strong>br</strong> />
MÉTODO CIENTÍFICO: A CIÊNCIA COMO DISCIPLINA INTELECTUAL<<strong>br</strong> />
Neste capítulo o autor trata de características inerentes à própria ciência, como seus<<strong>br</strong> />
paradigmas, rupturas epistemológicas, práticas laboratoriais e interdisciplinaridade; reflete<<strong>br</strong> />
ainda so<strong>br</strong>e revolução e produção científica.<<strong>br</strong> />
Todas as disciplinas científicas são delimitadas por um paradigma que é uma matriz disciplinar.<<strong>br</strong> />
Seus conceitos são culturalmente construídos a partir de uma nova significação do mundo por<<strong>br</strong> />
vários fatores típicos de cada época. O objeto de uma disciplina não é anterior a ela própria; é<<strong>br</strong> />
construído pela delimitação de seu paradigma. Sua evolução pode determinar a variação de seu<<strong>br</strong> />
objeto ou sua ruptura, estabelecida por paradigmas questões não mais pertinentes. É essa<<strong>br</strong> />
ruptura epistemológica que determinará o objeto de uma disciplina científica. Os falsos objetos<<strong>br</strong> />
empíricos que pretensamente se encontram na base de uma disciplina são, muitas vezes,<<strong>br</strong> />
apenas conceitos que se propagam entre disciplinas, tornando-se endurecidos e incontestáveis.<<strong>br</strong> />
Cada ciência apresenta seu próprio paradigma. Este conceito foi introduzido por Thomas S.<<strong>br</strong> />
Kuhn que classificou em duas as práticas da ciência: A ciência normal é o trabalho científico<<strong>br</strong> />
tentando resolver problemas através dos paradigmas específicos, inferindo deles questões e<<strong>br</strong> />
respostas; e a revolução científica causada quando o próprio paradigma de uma disciplina é<<strong>br</strong> />
questionado. Chama-se de fase pré-paradigmática à que antecede a formulação de uma<<strong>br</strong> />
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disciplina caracterizada pela não definição de suas prática; as realidades sociais irão determinar<<strong>br</strong> />
a evolução da disciplina através da maneira como as pessoas interagem as lutas e demandas<<strong>br</strong> />
sociais referenciadas pelo paradigma da nova ciência. No período paradigmático a disciplina já<<strong>br</strong> />
está estabelecida com seu objeto e técnicas estabilizados.<<strong>br</strong> />
O período pós-paradigmático caracteriza-se pela inadequação da disciplina científica aos<<strong>br</strong> />
paradigmas e que se apresenta como uma tecnologia intelectual acabada, útil, porém sem<<strong>br</strong> />
pesquisa que a sustente.<<strong>br</strong> />
Faz-se indispensável comentar a importância que os laboratórios passaram a ter como local<<strong>br</strong> />
preferencial à verificação de conceitos postos pelo paradigma, pois nele pode-se controlar<<strong>br</strong> />
fatores indispensáveis à tradução de problemas do cotidiano em linguagem científica. As<<strong>br</strong> />
técnicas exigem traduções que são essenciais à prática e à utilização da ciência para que se<<strong>br</strong> />
possa aplicar o discurso ao cotidiano através de explicações e r<strong>edu</strong>ções deste. O paradigma<<strong>br</strong> />
permite simplificar o problema a fim de poder abordá-lo de forma mais precisa.<<strong>br</strong> />
A interdisciplinaridade aborda o mundo de forma mais completa e complexa através de várias<<strong>br</strong> />
abordagens. Na primeira, compartilhada por uma multiplicidade de enfoques, o que não cria<<strong>br</strong> />
uma ciência melhor que as demais,, mas que produz uma nova visão, um novo paradigma que<<strong>br</strong> />
aborda o cotidiano criticamente resolvendo problemas concretos. A segunda abordagem da<<strong>br</strong> />
interdisciplinaridade vai de encontro à idéia de prática científica visando à abordagem de<<strong>br</strong> />
questões do cotidiano, sendo essencialmente política.<<strong>br</strong> />
Outra visão apresentada pelo autor é a da ciência como tecnologia intelectual. Mais que um<<strong>br</strong> />
instrumento, é uma organização social, assim como a tecnologia propriamente dita, também é.<<strong>br</strong> />
Ambas reúnem elementos organizados socialmente como revistas científicas, bibliotecas,<<strong>br</strong> />
laboratórios, etc. É um sistema organizado em função de projetos, constituindo-se de<<strong>br</strong> />
elementos representacionais e materiais. A produção científica é de varias formas: uma<<strong>br</strong> />
representação do mundo que visa a dominação da natureza cada vez mais impulsionada pelos<<strong>br</strong> />
subsídios que o comércio e o militarismo dão às ciências; mas também a produção simbólica<<strong>br</strong> />
que legitima a prática científica através de sua objetividade. Há também a produção cultural<<strong>br</strong> />
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onde partilham uma representação do mundo onde se inserem e estruturam. Tanto as<<strong>br</strong> />
representações utilizáveis, como os discursos simbólicos legitimadores <strong>–</strong> entendidos como<<strong>br</strong> />
produção científica <strong>–</strong> inserem sua comunidade no âmbito sócio-econômico.<<strong>br</strong> />
PERSPECTIVAS SÓCIO-HISTÓRICAS SOBRE A CIÊNCIA MODERNA<<strong>br</strong> />
A historicidade da ciência moderna remota ao século XIV, na Europa Ocidental, onde a<<strong>br</strong> />
burguesia em formação desenvolveu também a interioridade do sujeito. A “objetividade” foi<<strong>br</strong> />
portanto produzida a partir da formulação de uma cultura que produziu uma linguagem comum<<strong>br</strong> />
fornecendo pontos de referência aos cientistas e permitindo uma comunicação universal. O<<strong>br</strong> />
desenvolvimento da ciência moderna articulou-se à ideologia da burguesia tornando-se eficaz<<strong>br</strong> />
como instrumento de suplantação social e econômico, levando ao atual questionamento de até<<strong>br</strong> />
que ponto essa ideologia dominante, respaldada pelo desenvolvimento científico pode ser<<strong>br</strong> />
responsabilizada pela depredação de nosso planeta. Foi a física a primeira ciência a se organizar<<strong>br</strong> />
e ter uma atitude técnico-científica, eliminando a subjetividade, substituindo-a pelo<<strong>br</strong> />
determinismo mensurável. Foi a primeira ciência organizada de acordo com os critérios<<strong>br</strong> />
científicos válidos até hoje, tornando-se um paradigma histórico do desenvolvimento da ciência.<<strong>br</strong> />
Historicamente a ciência e a tecnologia desenvolveram-se independentemente até a<<strong>br</strong> />
estruturação de cada uma delas. Atualmente estão ligadas de forma quase que indissolúvel, já<<strong>br</strong> />
que o desenvolvimento de uma pressupõe o da outra.<<strong>br</strong> />
CIÊNCIA E IDEOLOGIA<<strong>br</strong> />
As representações científicas estão ligadas a uma visão ideológica do mundo.Os discursos<<strong>br</strong> />
ideológicos propõem-se mais a legitimar práticas sociais do que descrever os motivos que os<<strong>br</strong> />
fundamenta. O discurso científico também é eficiente para fazer crítica à ideologia dominante<<strong>br</strong> />
através de rupturas epistemológicas. As representações ideológicas existem<<strong>br</strong> />
independentemente de nossas intenções, estando inseridas em nossa cultura muitas vezes de<<strong>br</strong> />
forma inconsciente. A ética é outro aspecto intrínseco à ideologia, assim como a ciência. Ela nos<<strong>br</strong> />
remete à questões básicas de atribuições de significado e valores. Propõem-se então que a ética<<strong>br</strong> />
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esteja acima da ideologia no sentido de não ser por ela estabelecida, proporcionando<<strong>br</strong> />
independência para suas bases.<<strong>br</strong> />
CIÊNCIAS FUNDAMENTAIS E APLICADAS<<strong>br</strong> />
Culturalmente aceitam-se a classificação da ciência em pura, aplicada e tecnológica. A pura não<<strong>br</strong> />
se preocupa com sua extensão social, só com novos conhecimentos. A aplicada tem destinação<<strong>br</strong> />
social direta e a tecnológica que tem aplicações concretas e operacionais. Todas se articulam e<<strong>br</strong> />
completam justificando seus objetos e suas práticas. As puras ou fundamentais têm lugar nos<<strong>br</strong> />
laboratórios por ser este ambiente propício para separar e identificar os elementos a analisar.<<strong>br</strong> />
Independente da classificação, todos os campos da ciência se relacionam a projetos dentro das<<strong>br</strong> />
ciências aplicadas pois necessitam apresentar resultados concretos, geralmente experimentais.<<strong>br</strong> />
CIÊNCIA, PODER POLÍTICO E ÉTICA<<strong>br</strong> />
O conhecimento é uma representação de domínio da natureza e de poder so<strong>br</strong>e o grupo social.<<strong>br</strong> />
A ciência perspassa os campos da ética e da política em todas as sociedades. Habermas (1973)<<strong>br</strong> />
classifica as interações entre ciência e sociedade em três categorias: tecnocrática, onde o<<strong>br</strong> />
técnico decide; decisionista, onde o público decide; e pragmática-política onde há um embate<<strong>br</strong> />
constante entre especialista e sujeito. Tanto as tecnologias matérias como as intelectuais<<strong>br</strong> />
determinam organizações sociais por não serem neutras e promoverem um condicionamento<<strong>br</strong> />
da existência individual e social. Surge então a figura da vulgarização científica “efeito vitrine”,<<strong>br</strong> />
onde o verdadeiro conhecimento não é transmitido, só se faz propaganda da ciência. No<<strong>br</strong> />
processo de vulgarização por “transmissão de poder social”, algum conhecimento é conferido.<<strong>br</strong> />
No sentido que propicia escolha e leitura de mundo.<<strong>br</strong> />
IDEALISMO E HISTÓRIA HUMANA<<strong>br</strong> />
O idealismo não se sustenta pela própria evolução dos significados que a sociedade lhe confere<<strong>br</strong> />
através do desenvolvimento cultural da humanidade. Nossas referências se alteram conforme<<strong>br</strong> />
nossas experiências vão se resignificando. Definir um conceito é dizer quais relatos lhe<<strong>br</strong> />
corresponde de acordo com o contexto em que esteja inserido. Historicamente os conceitos se<<strong>br</strong> />
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constroem através de duas teorias: a idealista e a histórico-social. As interações que surgem<<strong>br</strong> />
entre aspectos econômicos, políticos e ideológicos, acabam por sintetizar outros.<<strong>br</strong> />
CIÊNCIA, VERDADE, IDEALISMO<<strong>br</strong> />
O caráter cultural da ciência é muito expressivo porque foi construída para o homem a partir de<<strong>br</strong> />
projetos específicos. Determinar o que seja verdade é algo complexo já que parte de um<<strong>br</strong> />
aspecto subjetivo. Como construção humana a verdade estrutura e significa o mundo sendo,<<strong>br</strong> />
entretanto, uma construção social com implicações individuais por referir-se a significados<<strong>br</strong> />
individuais que cada sujeito lhe confere. Desde sua instituição a ciência é quase um sinônimo de<<strong>br</strong> />
veracidade, sua relatividade não chega a abalar a crença popular estabelecida ideologicamente<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e o escopo das ciências como um todo. Alguns lhe atribuem um valor absoluto, de forma<<strong>br</strong> />
idealista, sem questionamentos. Outros a vêem como um conjunto de conhecimentos<<strong>br</strong> />
historicamente relativo e construído. A fé absoluta na ciência é quase uma forma de idolatria.<<strong>br</strong> />
ÉTICA E CIÊNCIA<<strong>br</strong> />
O debate ético é bem mais amplo que um código moral construído pela sociedade e a<strong>br</strong>ange os<<strong>br</strong> />
paradigmas morais da ciência, questiona valore, ideologias e representações humanas, não<<strong>br</strong> />
sendo portanto neutro. Uma decisão ética é aquela embasada em nosso conjunto de regras de<<strong>br</strong> />
conduta validadas pela sociedade. A racionalidade científica e a moral ética são construídas em<<strong>br</strong> />
torno de paradigmas, vinculando e apresentando valores à sociedade. Podemos então comparar<<strong>br</strong> />
paradigma científico e debate ético quanto à sua gênese e desenvolvimento.<<strong>br</strong> />
COMO ARTICULAR CIÊNCIA E ÉTICA<<strong>br</strong> />
A ciência não pode dar uma resposta a questões éticas, permitindo entretanto, analisar melhor<<strong>br</strong> />
os efeitos e a coerência de uma determinada abordagem. Esta visão leva a um debate onde se<<strong>br</strong> />
vê a confrontação entre nossas escolhas e a ciência, algumas vezes deixando para esta a<<strong>br</strong> />
determinação de normas éticas a serem seguidas. Por conclusão o autor declara ser o ser<<strong>br</strong> />
humano quem decide, não em última instância, mas em primeira, que rumo tomar na política,<<strong>br</strong> />
na sociedade e na ciência.<<strong>br</strong> />
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CONCLUSÕES DA OBRA:<<strong>br</strong> />
A o<strong>br</strong>a foi escrita com a intenção de sociabilizar ainda mais o conhecimento científico pela<<strong>br</strong> />
disseminação de seus conceitos e historicidade, o que é possível através de sua linguagem clara<<strong>br</strong> />
e fluente. Também promove uma reflexão individual pautada na objetividade dos temas e<<strong>br</strong> />
exemplos que trabalha, colocando em evidência o significado cultural e sociológico da ciência<<strong>br</strong> />
como construção do conhecimento<<strong>br</strong> />
CONSIDERAÇÕES AOS ASPECTOS ABORDADOS:<<strong>br</strong> />
Sendo esta a primeira o<strong>br</strong>a so<strong>br</strong>e filosofia da ciência a qual tenho possibilidade de conhecer,<<strong>br</strong> />
externo aqui minha real satisfação com o tema tão <strong>br</strong>ilhantemente trabalhado pelo autor. Sua<<strong>br</strong> />
linguagem clara e sempre exemplificada facilita a compreensão mesmo sem se dispor de muitos<<strong>br</strong> />
pré-requesitos conceituais. Única consideração em contrário à apresentação da o<strong>br</strong>a é o fato de<<strong>br</strong> />
ser muito extensa por a<strong>br</strong>anger múltiplas idéias. Talvez se ela fosse fracionada <strong>–</strong> o quinto<<strong>br</strong> />
capítulo por si só já seria uma ótima produção! <strong>–</strong> se tornasse mais clara quanto à abordagem<<strong>br</strong> />
transmitida; de qualquer forma, é uma excelente publicação, provavelmente básica para quem<<strong>br</strong> />
deseja conhecer mais da ciência e do homem.<<strong>br</strong> />
REFERÊNCIA:<<strong>br</strong> />
FOUREZ, Gerard. A construção das Ciências: Introdução à Filosofia e à Ética das Ciências.<<strong>br</strong> />
Tradução de Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1995.<<strong>br</strong> />
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EDUCAÇÃO CIENTÍFICA NA ERA DA TV DIGITAL INTERATIVA<<strong>br</strong> />
Fabiane de Matos Araújo 57<<strong>br</strong> />
Elizabeth da Conceição Santos 58<<strong>br</strong> />
RESUMO: Este trabalho visa contribuir com uma conjectura para futura diretriz da <strong>edu</strong>cação<<strong>br</strong> />
científica no Ensino de Ciências através da utilização da TV Digital Interativa, dando significado<<strong>br</strong> />
para a construção do conhecimento pelos pares <strong>edu</strong>cacionais. A metodologia empregada na<<strong>br</strong> />
construção desse artigo foi leitura so<strong>br</strong>e as áreas pertinentes ao estudo, cito: tecnologias<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cacionais, ensino de ciências, TV Digital Interativa, Experiência Científica e pesquisa de<<strong>br</strong> />
campo na cidade de Manaus, Amazonas, Brasil.O resultado desse estudo expõe um novo olhar<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e a potencialização da <strong>edu</strong>cação através da utilização das tecnologias <strong>edu</strong>cacionais, o<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>car pela pesquisa e da experiência científica.<<strong>br</strong> />
PALAVRAS-CHAVES: Educação Científica; TV Digital Interativa; Ensino de Ciências.<<strong>br</strong> />
ABSTRACT: This paper seeks to contribute with one conjectures for future guideline of the<<strong>br</strong> />
scientific <strong>edu</strong>cation in the Teaching of Sciences through the use of Interactive Digital TV, giving<<strong>br</strong> />
meaning for the construction of the knowledge for the <strong>edu</strong>cation pairs. The methodology used<<strong>br</strong> />
in the construction of that article was reading on the pertinent areas to the study, I mention:<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cation technologies, teaching of sciences, Interactive Digital TV, Scientific Experience and<<strong>br</strong> />
field research in the city of Manaus, Amazon, Brazil. The resulted of that study exposes a new<<strong>br</strong> />
one look of the <strong>edu</strong>cation through the use of the <strong>edu</strong>cation technologies, <strong>edu</strong>cating for the<<strong>br</strong> />
research and of the scientific experience.<<strong>br</strong> />
KEYWORDS: Scientific <strong>edu</strong>cation; Interactive Digital TV; Teaching of Sciences.<<strong>br</strong> />
57 Aluna do Curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências na Amazônia (UEA). Especialista em Psicopedagogia. Bacharel<<strong>br</strong> />
em Dança. E-mail: lindamulher28@hotmail.com<<strong>br</strong> />
58 Doutora em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso e Doutora em Biologia Controle do Meio Ambiente pela<<strong>br</strong> />
Universidad de León. Mestra em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Estadual de Campinas. Especialista em<<strong>br</strong> />
Educação Ambiental pela Universidade Federal de Mato Grosso. Graduada em Matemática pela Universidade Federal do<<strong>br</strong> />
Amazonas. Professora do Curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências na Amazônia (UEA). E-mail:<<strong>br</strong> />
elizabethsantos@vivax.com.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
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INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />
A TV Digital Interativa é um meio de disseminação de informação dirigida inclusive à <strong>edu</strong>cação e<<strong>br</strong> />
que apresenta elementos da TV, da internet, do rádio e do vídeo, proporcionando novas formas<<strong>br</strong> />
de relacionamento com a TV, as mídias digitais e a nova condição da interatividade. Diante<<strong>br</strong> />
desta nova perspectiva relacionamos a utilização desta nova mídia para o benefício do Ensino<<strong>br</strong> />
de Ciências através da validação do processo do <strong>edu</strong>car pela pesquisa utilizando a TV Digital<<strong>br</strong> />
Interativa como fator contribuinte para a <strong>edu</strong>cação científica, portanto o objetivo deste estudo<<strong>br</strong> />
visa propor como alternativa na otimização do processo de ensino-aprendizagem, a utilização<<strong>br</strong> />
da TV Digital Interativa e das NTIC para melhoraria da <strong>edu</strong>cação científica.<<strong>br</strong> />
DESENVOLVIMENTO<<strong>br</strong> />
Submetido ao pensamento do paradigma newtoniano-cartesiano, onde toda sociedade, ciência<<strong>br</strong> />
e cultura tornaram-se progressivamente fragmentada, desenvolvendo estilos de vida<<strong>br</strong> />
profundamente doentios, forjando a idéia da fragmentação e divisão, encaminhando a<<strong>br</strong> />
proposições dualistas, como a separação entre mente-corpo, ciência-ética, objetivo-subjetivo,<<strong>br</strong> />
razão-emoção, entre outros.<<strong>br</strong> />
Considerando os fortes direcionamentos dos paradigmas, uma das premissas deste trabalho é o<<strong>br</strong> />
marco situacional do ensino de ciências no ensino fundamental das escolas, que separam o<<strong>br</strong> />
conhecimento escolar do conhecimento fundado na prática de vida, não contextualizando nem<<strong>br</strong> />
fazendo uma “ponte” dialógica entre teoria e prática. Gil-Pèrez (2002) sublinha a necessária<<strong>br</strong> />
mudança de atitude dos professores no sentido de ultrapassarem a aceitação fácil de um<<strong>br</strong> />
empirismo clássico e ingênuo, concebendo a ciência como uma simples descoberta, quer da<<strong>br</strong> />
observação neutral, quer pela confirmação experimental escolar positiva. Ou seja, um trabalho<<strong>br</strong> />
de experimentação pautado apenas na verificação, sem reflexão atitudinal entre a teoria e<<strong>br</strong> />
prática, não acrescentando real significação do conhecimento para o aluno.<<strong>br</strong> />
Quanto uma perspectiva orientada pela investigação, há de se considerar o elemento cognitivo<<strong>br</strong> />
da discussão e observação argumentativa, necessitando de espaço indispensável para<<strong>br</strong> />
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compreender as dificuldades e complexidade revestida no processo de construção da ciência,<<strong>br</strong> />
não ignorando o papel de sujeito do aluno na construção do conhecimento, é neste sentido que<<strong>br</strong> />
a TV Digital Interativa, nos seus múltiplos recursos informativos e construtivos poderão ajudar<<strong>br</strong> />
na elaboração com significação própria pelo aluno dos conceitos aprendidos e apreendidos,<<strong>br</strong> />
externalizando através desta mídia a trajetória que percorreu para aprender e o que aprendeu<<strong>br</strong> />
de fato, contribuindo assim para melhorar a <strong>edu</strong>cação científica.<<strong>br</strong> />
Outro atributo que necessita ser refletido e analisado é “contra a desconfiança progressiva na<<strong>br</strong> />
capacidade intelectual do aluno. A assunção de que a <strong>edu</strong>cabilidade da inteligência é possível<<strong>br</strong> />
a<strong>br</strong>e amplas perspectivas à elaboração, intencional e sistemática de estratégias metodológicas<<strong>br</strong> />
dirigidas ao desenvolvimento de competências do pensar” (Santos & Praia, 1992). Necessita-se<<strong>br</strong> />
portanto no momento do planejamento, de uma ousadia por parte do professor em depositar<<strong>br</strong> />
desafios, como incentivo e que não sirvam de desmotivação, mas instigação.<<strong>br</strong> />
Outra premissa é a importância do uso das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação<<strong>br</strong> />
(NTIC) no processo de ensino-aprendizagem a qual tem sido defendida por vários autores.<<strong>br</strong> />
Dentre as razões que justificam sua implantação e implementação nas escolas, consideramos a<<strong>br</strong> />
capacidade de ajudar os alunos na busca de informações. É possível ainda estender a<<strong>br</strong> />
aprendizagem baseada em problemas para a baseada em projetos, onde as tecnologias podem<<strong>br</strong> />
possibilitar diferentes formas de representação, facilitar a construção intencional, a<<strong>br</strong> />
exteriorização e a manipulação de modelos mentais e as relações dinâmicas entre os elementos,<<strong>br</strong> />
neste caso, estudamos a TV Digital Interativa como ferramenta didático-pedagógico para<<strong>br</strong> />
otimização desse ensino, o qual envolverá necessariamente a capacitação de professores, a<<strong>br</strong> />
implantação do projeto nas escolas e a promoção de reuniões avaliativas com o objetivo de<<strong>br</strong> />
colher dados, sejam eles positivos ou negativos.<<strong>br</strong> />
No desenho geográfico do Amazonas, há muitos municípios distantes, separados por <strong>br</strong>aços do<<strong>br</strong> />
Rio Negro, Amazonas, Solimões entre outros, que somente são alcançados via barco ou avião. A<<strong>br</strong> />
intercomunicação entre os municípios e a capital, Manaus, resultam em inúmeras dificuldades.<<strong>br</strong> />
A TV Digital interativa implicada à Educação, vem no intuito de minimizar incontáveis situações<<strong>br</strong> />
criticas nem mesmo relatadas neste artigo.<<strong>br</strong> />
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Somos sabedores que, o fenômeno das redes de comunicação e o uso das novas tecnologias<<strong>br</strong> />
derrubam fronteiras geográficas e incrementam o acesso à informação. Sendo a Amazônia um<<strong>br</strong> />
local de restrito acesso físico, a disponibilização desses recursos para uma Educação à Distância,<<strong>br</strong> />
vai ao encontro destes objetivos, ampliando as possibilidades de comunicação, rompendo as<<strong>br</strong> />
barreiras físicas entre os corpos discente-discente, discente-docente e vice-versa, contribuindo<<strong>br</strong> />
assim para uma <strong>edu</strong>cação científica.<<strong>br</strong> />
No entanto, ensinar através de recursos tecnológicos para se atingir resultados significativos<<strong>br</strong> />
exige-se um contexto propício para uma nova concepção de <strong>edu</strong>cação e ensino, caso contrário,<<strong>br</strong> />
a utilização da TVDI será um apoio que reforçará as formas tradicionais de ensino, ou seja as<<strong>br</strong> />
tecnologias por si só, não modificam, sozinhas, o processo de ensinar e aprender, mas a atitude<<strong>br</strong> />
básica pessoal e institucional diante da vida, do mundo, de si mesmo e do outro.<<strong>br</strong> />
O sinal digital será aberto e gratuito, no entanto será necessário providenciar um conversor o<<strong>br</strong> />
chamado, set-top box, e uma antena que poderá ser externa ou interna, isto para as televisões<<strong>br</strong> />
que não possuem esta tecnologia já incluída. Contudo o recurso de interatividade só estará<<strong>br</strong> />
disponível em <strong>br</strong>eve, devido essa função funcionar como programa que precisa de uma espécie<<strong>br</strong> />
de sistema operacional, batizado como Ginga.<<strong>br</strong> />
Será uma diferença em vários âmbitos. Na imagem, a TV Digital permite a transmissão de<<strong>br</strong> />
imagens em alta definição sendo sua qualidade seis vezes superior aos do DVDs; No som, tornase<<strong>br</strong> />
possível ouvir programas com som surround 5.1, o mesmo dos home theaters; Quanto à<<strong>br</strong> />
mobilidade, o sinal digital pode ser captado por celulares, notebooks e outros aparelhos<<strong>br</strong> />
portáteis, sendo esta uma das maiores novidades desta mídia e por fim a interatividade,<<strong>br</strong> />
permitindo a pessoa de desempenhar diversas funções com um simples toque no controle<<strong>br</strong> />
remoto. Segundo Sablon et al (1999 como citado em MEYER & BERTAGNA, 2006,p.103-104), a<<strong>br</strong> />
TV Digital não é apenas um evolução tecnológica da TV analógica, mas uma nova plataforma de<<strong>br</strong> />
comunicação, que deverá ter um grande impacto na <strong>edu</strong>cação. Com ajuda da interatividade os<<strong>br</strong> />
professores e alunos terão disponível uma nova ferramenta de <strong>edu</strong>cação a distância, devido à<<strong>br</strong> />
facilidade no uso do serviço, ao baixo custo de implantação, e à grande área geográfica de<<strong>br</strong> />
cobertura, proporcionada pela quase total disponibilidade do sinal de TV no território nacional.<<strong>br</strong> />
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A disposição interativa permite ser ator e autor, fazendo da comunicação uma ferramenta<<strong>br</strong> />
indispensável de aprendizagem. Não restrita apenas da recepção, seja de X para Y, mas da cocriação<<strong>br</strong> />
do próprio conhecimento, com trocas de ações, opiniões, modificação de conteúdos.<<strong>br</strong> />
Com esta mídia, seu usuário poderá ouvir, ver, ler, gravar, voltar, montar sua programação, ir<<strong>br</strong> />
adiante, selecionar, enviar, enfim inúmeras possibilidades compatível inclusive com dimensões<<strong>br</strong> />
quântica. Em suma, a interatividade permite ultrapassar a condição do discente passivo, da<<strong>br</strong> />
<strong>edu</strong>cação bancária, para a condição de sujeito operante, construtor. Onde X media Y e ambos<<strong>br</strong> />
constroem o conhecimento.<<strong>br</strong> />
CONCLUSÃO<<strong>br</strong> />
Para efeito geral, o objetivo deste artigo era propor como conjectura futura no Ensino de<<strong>br</strong> />
Ciências, a utilização da TV Digital Interativa como contribuição para melhoria da <strong>edu</strong>cação<<strong>br</strong> />
científica. Foram demonstradas duas vertentes importantes atualmente: o avanço tecnológico,<<strong>br</strong> />
da Sociedade do Conhecimento conforme assinala Moraes (1997) representada pela introdução<<strong>br</strong> />
da TV Digital Interativa e a necessidade de mudança no ensino de Ciências.<<strong>br</strong> />
Foram feitas algumas considerações so<strong>br</strong>e mais uma tecnologia, a TVDI, estabelecendo<<strong>br</strong> />
posteriormente a importância da utilização desta mídia para as atividades experimentais<<strong>br</strong> />
investigativas, como fator motivador, introdutório de novos conceitos abstratos e pesquisador<<strong>br</strong> />
de conceitos científicos.<<strong>br</strong> />
A reflexão que aqui deixamos aponta para o fato de que as atividades que envolvem a <strong>edu</strong>cação<<strong>br</strong> />
científica através dos recursos tecnológicos, ajudam os alunos a aprender melhor os conceitos<<strong>br</strong> />
ao facilitarem a atividade de pesquisa so<strong>br</strong>e várias questões com eles relacionadas e ao<<strong>br</strong> />
colocarem-nos na situação de construtores ativos do seu próprio conhecimento, num ambiente<<strong>br</strong> />
de trabalho de cooperação ao nível do grupo e ao nível da turma.<<strong>br</strong> />
Concernente ao papel do professor, pensamos que a opção por atividades como esta, só é<<strong>br</strong> />
proporcionada após conhecimento e compreensão dos interesses e dificuldades dos seus<<strong>br</strong> />
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alunos. O docente não deve ser entendido apenas como operador de equipamento mas um<<strong>br</strong> />
mediador do conhecimento.<<strong>br</strong> />
A intervenção do aluno deve ser estimulada em todas as fases da construção do conhecimento,<<strong>br</strong> />
desde da observação e manipulação do experimento, investigação e pesquisa e externalização<<strong>br</strong> />
do conhecimento construído, pois essa é uma condição essencial para a ocorrência de interação<<strong>br</strong> />
social e conseqüente aprendizagem.<<strong>br</strong> />
Assim exposto, esperamos ter contribuído de alguma maneira para a promoção e reflexão do<<strong>br</strong> />
Ensino de Ciências na atual conjuntura sócio-<strong>edu</strong>cativa.<<strong>br</strong> />
REFERÊNCIAS<<strong>br</strong> />
GIL, P.; CARVALHO, A.M.P. Formações de Professores de Ciências: tendências e inovações. 4.ed.<<strong>br</strong> />
São Paulo: Cortez, 2000.<<strong>br</strong> />
MEYER, J.F.; BERTAGNA, R.H. O Ensino, a ciência e o cotidiano. Campinas, SP: Editora Alínea,<<strong>br</strong> />
2006.<<strong>br</strong> />
MORAES, M. C. O paradigma <strong>edu</strong>cacional emergente. Campinas, SP: Papirus, 1997.<<strong>br</strong> />
SANTOS, M.E.; PRAIA, J. F. Percursos de mudança didáctica das ciências. In: CACHAPUZ, F.<<strong>br</strong> />
(Coord.). Ensino das ciências e formação de professores. Aveiro: Universidade de Aveiro, 1992.<<strong>br</strong> />
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LA MECÁNICA ESTUDIADA A TRAVÉS DE UN MARTILLO<<strong>br</strong> />
Jesús Vila Muño 59<<strong>br</strong> />
Carlos Julio Sierra Mora 60<<strong>br</strong> />
RESUMEN: En este trabajo se presenta una práctica de laboratorio muy didáctica, puesto que<<strong>br</strong> />
conseguimos con ella dos objetivos: por un lado se realizarán experimentos de la percusión de<<strong>br</strong> />
un martillo giratorio contra un disco deslizante en reposo, donde intervienen y se aplican una<<strong>br</strong> />
gran cantidad de conceptos y principios de la Mecánica; y, por otro lado, se estudiarán los<<strong>br</strong> />
coeficientes de rozamiento entre los discos y el suelo donde se apoyan.<<strong>br</strong> />
PALABRAS CLAVE: Percusión, Conservación Energía, Conservación Momento Angular,<<strong>br</strong> />
Coeficiente de Rozamiento<<strong>br</strong> />
RESUMO: Neste trabalho é apresentada uma prática de laboratório muito didática, posto que<<strong>br</strong> />
conseguimos com a mesma dois objetivos: por um lado se realizaram experimentos de<<strong>br</strong> />
percussão de um martelo giratório contra um disco deslizante em repouso, onde intervém e se<<strong>br</strong> />
aplicam uma grande quantidade de conceitos e princípios da Mecânica; e, por outro lado, se<<strong>br</strong> />
estudaram os coeficientes de atrito entre os discos e a superfície de apoio.<<strong>br</strong> />
PALAVRAS-CHAVES: Percussão; Conservação de Energia, Conservação do Momento Angular;<<strong>br</strong> />
Coeficiente de Rozamiento<<strong>br</strong> />
1. DESCRIPCIÓN<<strong>br</strong> />
El material necesario para la puesta en marcha de este experimento es el siguiente: soporte con<<strong>br</strong> />
martillo, cuadrante graduado, tabla de madera o similar, discos de madera, cronómetro,<<strong>br</strong> />
balanza.<<strong>br</strong> />
59 Doctor en Ciencias Físicas. Profesor de la Universidad del País Vasco. España.<<strong>br</strong> />
60 Licenciado en Ciencias Físicas. Profesor del Colegio “Los Peñascales”. Madrid. España<<strong>br</strong> />
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El montaje viene representado en la figura 1 y se estudiará la percusión entre dos sólidos, uno<<strong>br</strong> />
de ellos un martillo girando alrededor de un eje y un disco apoyado en el suelo según el<<strong>br</strong> />
esquema siguiente:<<strong>br</strong> />
Figura 1. Montaje del experimento<<strong>br</strong> />
2. DESARROLLO TEÓRICO<<strong>br</strong> />
Sabemos que un péndulo físico o compuesto es todo sólido rígido que puede oscilar alrededor<<strong>br</strong> />
de un eje fijo, que no pase por su centro de gravedad.<<strong>br</strong> />
Figura 2. Fuerzas aplicadas so<strong>br</strong>e el péndulo compuesto<<strong>br</strong> />
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Si separamos el cuerpo de su posición de equili<strong>br</strong>io y lo dejamos en libertad, el péndulo se<<strong>br</strong> />
encuentra sometido a un par de fuerzas, su peso y la reacción en el eje de oscilación. Aplicando<<strong>br</strong> />
la ecuación fundamental de la dinámica de rotación y teniendo en cuenta que para pequeñas<<strong>br</strong> />
oscilaciones senθ<<strong>br</strong> />
≅ θ , obtenemos que el valor del período es:<<strong>br</strong> />
T<<strong>br</strong> />
= 2π<<strong>br</strong> />
I<<strong>br</strong> />
mgd<<strong>br</strong> />
siendo I el momento de inercia respecto al eje de giro, m la masa y d la distancia del eje de giro<<strong>br</strong> />
al centro de gravedad. Por tanto, si conocemos la masa del martillo y la distancia d podemos<<strong>br</strong> />
determinar I.<<strong>br</strong> />
La energía potencial de martillo cuando se desplaza un ángulo θ de la vertical y se deja caer, se<<strong>br</strong> />
convierte energía cinética en la posición vertical. A través de esta relación podemos calcular la<<strong>br</strong> />
velocidad angular ω y la velocidad lineal v justo antes de la percusión.<<strong>br</strong> />
Figura 3. Distancias a tener en cuenta<<strong>br</strong> />
1 ω<<strong>br</strong> />
mgh = I<<strong>br</strong> />
2<<strong>br</strong> />
2<<strong>br</strong> />
)<<strong>br</strong> />
h = d − x = d − d cosθ = d (1- cosθ<<strong>br</strong> />
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1 2<<strong>br</strong> />
mgd ( 1−<<strong>br</strong> />
cosθ<<strong>br</strong> />
) = Iω<<strong>br</strong> />
2<<strong>br</strong> />
ω =<<strong>br</strong> />
2mgd (1 − cosθ<<strong>br</strong> />
)<<strong>br</strong> />
I<<strong>br</strong> />
v = ω.l<<strong>br</strong> />
Un instante después de la percusión, la energía cinética que poseerá el martillo se invertirá en la<<strong>br</strong> />
energía potencial que adquiere al llegar a la posición dada por θ´:<<strong>br</strong> />
1 2<<strong>br</strong> />
I ω´<<strong>br</strong> />
= m.<<strong>br</strong> />
g.<<strong>br</strong> />
d(1<<strong>br</strong> />
− cosθ´)<<strong>br</strong> />
2<<strong>br</strong> />
ω´<<strong>br</strong> />
=<<strong>br</strong> />
2mgd (1 − cosθ´´<<strong>br</strong> />
)<<strong>br</strong> />
I<<strong>br</strong> />
v ´ = ω´.l<<strong>br</strong> />
Para calcular la velocidad de salida del disco, tendremos en cuenta que en la percusión se debe<<strong>br</strong> />
conservar el momento angular total, antes y después del choque.<<strong>br</strong> />
El momento angular del martillo respecto al eje de giro, antes del choque es<<strong>br</strong> />
del choque es L ´ = I.<<strong>br</strong> />
ω´<<strong>br</strong> />
.<<strong>br</strong> />
L = I. ω y, después<<strong>br</strong> />
El momento angular del disco respecto al eje de giro del martillo es<<strong>br</strong> />
L = z.<<strong>br</strong> />
m . v d<<strong>br</strong> />
siendo z la<<strong>br</strong> />
d<<strong>br</strong> />
distancia vertical del disco al eje de giro, m d su masa y v d su velocidad.<<strong>br</strong> />
Luego:<<strong>br</strong> />
I . ω = I.<<strong>br</strong> />
ω´<<strong>br</strong> />
+ z.<<strong>br</strong> />
m d<<strong>br</strong> />
. vd<<strong>br</strong> />
⇒ v<<strong>br</strong> />
d<<strong>br</strong> />
=<<strong>br</strong> />
I( ω −ω´)<<strong>br</strong> />
z.<<strong>br</strong> />
m<<strong>br</strong> />
d<<strong>br</strong> />
Teniendo todas las velocidades, podemos calcular el coeficiente de restitución correspondiente<<strong>br</strong> />
a esta percusión.<<strong>br</strong> />
K<<strong>br</strong> />
v − vd<<strong>br</strong> />
= −<<strong>br</strong> />
v − 0<<strong>br</strong> />
v<<strong>br</strong> />
=<<strong>br</strong> />
d<<strong>br</strong> />
− v<<strong>br</strong> />
v<<strong>br</strong> />
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La diferencia de energía antes y después de la percusión se debe invertir en aumentar la energía<<strong>br</strong> />
cinética del disco de madera; pero si el choque no es elástico, parte se invierte en deformar el<<strong>br</strong> />
disco y el martillo.<<strong>br</strong> />
También podremos calcular el coeficiente de rozamiento dinámico del disco con el tablero por<<strong>br</strong> />
el que se mueve:<<strong>br</strong> />
V 2 final = v 2 inicial + 2ax<<strong>br</strong> />
Figura 4. Disco apoyado so<strong>br</strong>e la tabla horizontal<<strong>br</strong> />
∑<<strong>br</strong> />
F<<strong>br</strong> />
= md . a ⇒;<<strong>br</strong> />
−Fr<<strong>br</strong> />
= md<<strong>br</strong> />
. a<<strong>br</strong> />
− µ . m . g = m a ⇒ a = −µ . g<<strong>br</strong> />
d d<<strong>br</strong> />
.<<strong>br</strong> />
Luego:<<strong>br</strong> />
2<<strong>br</strong> />
0 = v d<<strong>br</strong> />
− 2µ<<strong>br</strong> />
gx ⇒<<strong>br</strong> />
µ =<<strong>br</strong> />
2<<strong>br</strong> />
v d<<strong>br</strong> />
2gx<<strong>br</strong> />
Para calcular el coeficiente de rozamiento estático, se eleva el tablero respecto de uno de sus<<strong>br</strong> />
lados menores, y con el disco en el extremo superior. El ángulo de inclinación del tablero nos<<strong>br</strong> />
permite determinar dicho coeficiente. Este ángulo se determina estudiando el ángulo del<<strong>br</strong> />
martillo so<strong>br</strong>e el cuadrante graduado.<<strong>br</strong> />
Figura 5. Disco apoyado so<strong>br</strong>e la tabla inclinada<<strong>br</strong> />
F = µ N = µ . m g cosθ<<strong>br</strong> />
r<<strong>br</strong> />
e. e d<<strong>br</strong> />
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En el momento en el que el disco comienza a deslizar, tenemos que<<strong>br</strong> />
m g senθ<<strong>br</strong> />
µ<<strong>br</strong> />
e.<<strong>br</strong> />
m g<<strong>br</strong> />
d<<strong>br</strong> />
=<<strong>br</strong> />
d<<strong>br</strong> />
cosθ<<strong>br</strong> />
Luego: µ = e<<strong>br</strong> />
tgθ<<strong>br</strong> />
3. PROCEDIMIENTO A SEGUIR<<strong>br</strong> />
1. Obtener experimentalmente el período del péndulo físico constituido por el martillo<<strong>br</strong> />
oscilando alrededor de un eje que pasa por el mango. Para ello, se realizará un desplazamiento<<strong>br</strong> />
angular pequeño del martillo y se medirá el tiempo que tarda en realizar un número de<<strong>br</strong> />
oscilaciones completas. Calcular el valor de T con su error cuadrático medio cometido después<<strong>br</strong> />
de repetir 5 veces la medida.<<strong>br</strong> />
2. Una vez determinado su período, obtener el momento de inercia I respecto al eje de giro del<<strong>br</strong> />
martillo. Se conocen los datos correspondientes a la masa del martillo y a la distancia del centro<<strong>br</strong> />
de gravedad del martillo al eje de giro.<<strong>br</strong> />
3. Determinar con la balanza las masas de los tres discos.<<strong>br</strong> />
4. Dejar caer el martillo desde diferentes ángulos θ para que golpee el disco, quien se situará en<<strong>br</strong> />
la posición indicada “o” de la plataforma los ángulos máximos θ´ que alcanza el martillo después<<strong>br</strong> />
del choque, así como la distancia x recorrida por el disco. Repetir lo mismo para todos los discos<<strong>br</strong> />
y anotar en una tabla.<<strong>br</strong> />
5. Calcular los valores de ω, ω´, v, v´, v d , K, y colocar en una tabla junto con los valores de θ, θ´.<<strong>br</strong> />
6. Calcular el coeficiente de rozamiento dinámico para cada disco.<<strong>br</strong> />
7. Calcular el coeficiente de rozamiento estático para cada disco.<<strong>br</strong> />
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4. CONCLUSIONES<<strong>br</strong> />
Se tienen en cuenta una gran cantidad de conceptos y principios de la Mecánica, abarcando al<<strong>br</strong> />
Cinemática, la Dinámica de traslación y la Dinámica de rotación. En una sola práctica trabajamos<<strong>br</strong> />
con los conceptos de velocidad lineal, velocidad angular, aceleración, centro de gravedad,<<strong>br</strong> />
momento de inercia, período de un péndulo físico o compuesto, conservación de la energía,<<strong>br</strong> />
conservación del momento angular, coeficiente de restitución, fuerza de rozamiento,<<strong>br</strong> />
coeficiente de rozamiento estático, coeficiente de rozamiento dinámico, etc. Este experimento<<strong>br</strong> />
se ha propuesto a muchos profesores en diferentes cursos de formación, y siempre se llega a la<<strong>br</strong> />
conclusión de que se trata de un experimento muy sencillo en cuanto a la puesta en<<strong>br</strong> />
funcionamiento, pero de un valor didáctico extraordinario.<<strong>br</strong> />
BIBLIOGRAFÍA<<strong>br</strong> />
VILA, J. y otros. Prácticas de Física. Servicio de Publicaciones E.T.S. de Ingenieros de Caminos,<<strong>br</strong> />
Canales y Puertos. España: Universidad de Canta<strong>br</strong>ia, 1995.<<strong>br</strong> />
SIERRA, C.J. y otros. 65 experimentos de Mecánica de fácil realización. Servicio de<<strong>br</strong> />
Publicaciones E.T.S. de Ingenieros de Caminos, Canales y Puertos. España: Universidad de<<strong>br</strong> />
Canta<strong>br</strong>ia, 1995.<<strong>br</strong> />
VILA, J. Prácticas de laboratorio. Física I. 4º Curso. Quito: Edicum<strong>br</strong>e Editorial Corporativa,<<strong>br</strong> />
1997.<<strong>br</strong> />
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