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Revista ARETÉ – Revista Amazônica - Revistas.uea.edu.br - uea

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<strong>Revista</strong> <strong>ARETÉ</strong> <strong>–</strong> <strong>Revista</strong> <strong>Amazônica</strong> de Ensino de Ciências ISSN: 1984-7505<<strong>br</strong> />

V.2 <strong>–</strong> N.2 - 2008<<strong>br</strong> />

Precisamos ter referências pelas quais concebemos o mundo que nos rodeia, servindo-nos de<<strong>br</strong> />

modelo para conhecermos e decidirmos, no conjunto de padrões familiares, socioculturais,<<strong>br</strong> />

normas, crenças, escala de valores, aqueles que devemos seguir para termos uma cidadania<<strong>br</strong> />

realmente consciente. Precisamos saber que não podemos mais tratar nosso planeta como se<<strong>br</strong> />

vem fazendo em nome de um discurso falacioso de progresso. Apesar de muitas vezes<<strong>br</strong> />

acharmos que temos esses valores im<strong>br</strong>icados em nós, muitas vezes nossas incertezas faz-nos<<strong>br</strong> />

distanciarmos dos mesmos, por isso, precisamos ter bem claro os critérios que nos orientam a<<strong>br</strong> />

vida e que validam nossos atos.<<strong>br</strong> />

Precisamos também vencer a visão cartesiana e inaugurar uma visão holística, no Ensino de<<strong>br</strong> />

Ciências em nossas escolas, em especial da Física. Faz-se necessário que se vença o paradigma<<strong>br</strong> />

mecanicista apoiado na Física Clássica Newtoniana que ainda reina em nossas escolas de Ensino<<strong>br</strong> />

Médio e propor uma <strong>edu</strong>cação em Ciências que trate de vencer e banir o analfabetismo<<strong>br</strong> />

científico, pois não é possível que, num mundo dominado por novas tecnologias de 3ª geração,<<strong>br</strong> />

muitos ainda não saberem o princípio de funcionamento de uma garrafa térmica, por exemplo.<<strong>br</strong> />

Precisamos urgentemente inaugurar uma visão transdisciplinar capaz de vencer a lógica<<strong>br</strong> />

predominante da exclusão, da certeza, da verdade absoluta e estabelecer uma lógica do que é<<strong>br</strong> />

comum a todos, de inclusão e aceitação do imprevisível das várias possibilidades da Mecânica<<strong>br</strong> />

Quântica, do imponderável, da dúvida e do mistério de todas as coisas no mundo.<<strong>br</strong> />

Muitas dessas referências podem ou não ser ensinadas na escola. Mas, não é novidade que<<strong>br</strong> />

nossas escolas são po<strong>br</strong>es de recursos, que nossa comunidade escolar é desestimulada, que<<strong>br</strong> />

nossos professores estão desatualizados e que não valorizam ou incentivam a curiosidade de<<strong>br</strong> />

seus estudantes. Nesse quadro lamentável, então por que ainda se ensinar Ciência na escola,<<strong>br</strong> />

especialmente a Física? Apenas para direcionar jovens para a área de Ciência e Tecnologia?<<strong>br</strong> />

Por isso acreditamos que o estudo da epistemologia da ciência é essencial na formação<<strong>br</strong> />

docente, pois amplia nossa concepção so<strong>br</strong>e o que é ciência, como ela progride e quais suas<<strong>br</strong> />

características, ajudando-nos, inclusive, a romper com a visão ingênua da ciência - que esta veio<<strong>br</strong> />

para dar todas as respostas que não sabemos. A partir dessa concepção, podemos oferecer uma<<strong>br</strong> />

explicação, entre tantas, de que precisamos continuar a ensinar Física em nossas escolas porque<<strong>br</strong> />

o homem precisa entender como ele construiu so<strong>br</strong>e o mundo material (e seu entorno), seus<<strong>br</strong> />

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