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Revista ARETÉ – Revista Amazônica - Revistas.uea.edu.br - uea

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<strong>Revista</strong> <strong>ARETÉ</strong> <strong>–</strong> <strong>Revista</strong> <strong>Amazônica</strong> de Ensino de Ciências ISSN: 1984-7505<<strong>br</strong> />

V.2 <strong>–</strong> N.2 - 2008<<strong>br</strong> />

4. O Aparelho Doutrinal dos “portanto” e dos “é por isso que”, por meio dos quais as<<strong>br</strong> />

pessoas de autoridade ligam os preconceitos antigos aos costumes do cotidiano.<<strong>br</strong> />

5. Hesitação: apesar de ser característica do pensamento pré-científico, a hesitação ao não<<strong>br</strong> />

querer aceitar de “olhos fechados” elucu<strong>br</strong>ações do tipo em que uma linha de raciocínio<<strong>br</strong> />

consegue fundir num mesmo valor o ouro, o sol e o sangue, por exemplo, foi um dos<<strong>br</strong> />

fatores que levaram o pensamento epistemológico avançar nos séculos mais<<strong>br</strong> />

materialistas que se seguiram, forçando argumentos mais materiais.<<strong>br</strong> />

6. O Valor da Pedra Preciosa para o Inconsciente: não se tem apreço por um remédio de<<strong>br</strong> />

baixo preço, pois a cura pelo mesmo sempre esteve atrelado à quantidade de ouro<<strong>br</strong> />

apresentado e sua bula.<<strong>br</strong> />

7. Axioma da Avareza ou Princípio Básico do Substancialismo: ninguém pode dar o que não<<strong>br</strong> />

tem.<<strong>br</strong> />

O problema que queremos tratar neste capítulo é precisamente o seguinte:<<strong>br</strong> />

Como foi possível fazer com que a intuição da vida, cujo caráter invasor vamos<<strong>br</strong> />

mostrar, ficasse restrita ao seu próprio campo?<<strong>br</strong> />

Em especial, como as Ciências físicas se livraram das lições animistas?<<strong>br</strong> />

Como a hierarquia do saber foi restabelecida, ao afastar a consideração<<strong>br</strong> />

primitiva desse objeto privilegiado que é o nosso corpo? (BACHELARD, 1996, p.<<strong>br</strong> />

185)<<strong>br</strong> />

A primeira parte do livro em questão se encerra com um obstáculo delimitado com muita<<strong>br</strong> />

precisão na noção de obstáculo epistemológico. O capítulo 7 trata do obstáculo animista nas<<strong>br</strong> />

Ciências físicas, que foi extremamente visível nos séculos XVII e XVIII, constituindo num dos<<strong>br</strong> />

traços mais distintivos do espírito pré-científico, e que veio a ser superado pela Física do século<<strong>br</strong> />

XIX. Esse obstáculo não pode ser confundido com o que os etnólogos estudaram tão<<strong>br</strong> />

exaustivamente que seria a crença que atribui alma própria a plantas, objetos inanimados e<<strong>br</strong> />

fenômenos da natureza. Para explicar este sentido animista, Bachelard busca a interpretação<<strong>br</strong> />

dada pela mentalidade pré-científica aos fenômenos biológicos baseados nos três reinos da<<strong>br</strong> />

natureza (animal, vegetal e mineral) 40<<strong>br</strong> />

ao explicarem alguns fenômenos físicos, como a<<strong>br</strong> />

imantação, por exemplo, em analogia aos vasos linfáticos do corpo de alguns animais <strong>–</strong> é o<<strong>br</strong> />

40 Nota das autoras: não há especificação na o<strong>br</strong>a de Bachelard se essa divisão já é conhecida na Idade Moderna ou<<strong>br</strong> />

se ele está se referindo ao ano da 1ª publicação de A Formação do Espírito Científico, em 1938.<<strong>br</strong> />

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