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Revista ARETÉ – Revista Amazônica - Revistas.uea.edu.br - uea

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<strong>Revista</strong> <strong>ARETÉ</strong> <strong>–</strong> <strong>Revista</strong> <strong>Amazônica</strong> de Ensino de Ciências ISSN: 1984-7505<<strong>br</strong> />

V.2 <strong>–</strong> N.2 - 2008<<strong>br</strong> />

conforme as suas próprias palavras: “a autêntica investigação científica nunca pode ser<<strong>br</strong> />

dogmática, sob pena de só se achar o que já se procura” (p.104). De modo que, nessa primeira<<strong>br</strong> />

parte, Morais nos leva a pensar na ciência-processo, pois há, segundo o autor, uma discrepância<<strong>br</strong> />

entre o ensino de ciência e a pesquisa científica. Sendo que, em via de regra, ensina-se a ciência<<strong>br</strong> />

dogmaticamente, como se fora coisa acabada e já definida.<<strong>br</strong> />

Morais destaca que, o lugar que a ciência tem ocupado na vida social, decorre, em grande parte,<<strong>br</strong> />

da hiper-especialização do intelectual cientista e da alarmante incultura científica do homem do<<strong>br</strong> />

povo. O autor frisa bem esse confronto quando afirma que “a ciência e a técnica têm sido, sem<<strong>br</strong> />

qualquer dúvida, os principais componentes intelectuais do nosso tempo, nunca tendo se<<strong>br</strong> />

mostrado - a tecnologia e a ciência <strong>–</strong> tão influenciadoras do cotidiano dos homens e mulheres<<strong>br</strong> />

como em nossa época” (p.108-109). Assim, para Morais, a ciência e tecnologia ocupam lugar<<strong>br</strong> />

muito importante em nossa vida social; mas serão muito perigosas se não forem sempre<<strong>br</strong> />

eticamente avaliadas.<<strong>br</strong> />

Morais é muito crítico no aspecto do ensino de ciências na formação de <strong>edu</strong>cadores, em<<strong>br</strong> />

especial aos estudantes de pedagogia. Segundo ele, “a relatividade do conhecimento humano,<<strong>br</strong> />

quase sempre apontada por filósofos e por cientistas de maior visão, só bem raras vezes é<<strong>br</strong> />

lem<strong>br</strong>ada pelo professores que ensinam ciência da <strong>edu</strong>cação” (p.114). E o próprio autor se<<strong>br</strong> />

encarrega de dar o tiro de misericórdia: “talvez, em nossa realidade, isso se prenda ao fato de<<strong>br</strong> />

que a maior parte das faculdades de <strong>edu</strong>cação não conta com atividades de pesquisa,<<strong>br</strong> />

eventualmente fazendo falta significativa a experiência com o que termos denominado, com<<strong>br</strong> />

Newton Freire-Maia, ciência processo”. Todo o problema reside, segundo Morais, em<<strong>br</strong> />

apresentar uma visão ou leitura como se só esta existisse ou tivesse validade. Anota o autor:<<strong>br</strong> />

“Desde que a História ultrapassou os limites de crônica dos acontecimentos humanos e passou<<strong>br</strong> />

a reivindicar seu quinhão de cientificidade, passou também a cair mais freqüentemente nas<<strong>br</strong> />

armadilhas de certas inflexibilidades interpretativas” (p.117). Com isso, Morais nos deixa a lição<<strong>br</strong> />

de que “todo autoritarismo docente é pernicioso”; porém, alerta, quase que contradizendo-se,<<strong>br</strong> />

que é importante uma “formação científica dada a futuros professores e pedagogos” (p.120).<<strong>br</strong> />

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