O CONSTRUTIVISMO PIAGETIANO DIANTE DE ... - Unifra
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Assim, entendi que primeiramente é preciso construir bases resistentes – trabalhar com<br />
instrumentos lógicos prévios (conceitos operatórios). Depois que estas estiverem constituídas podese<br />
prosseguir a construção da torre, tomando o cuidado para que cada tijolo esteja firmemente<br />
assentado sobre o inferior. Novas aprendizagens devem vir após as anteriores estarem consolidadas;<br />
isso requer mais tempo, porém é a garantia de que a aprendizagem será efetiva, significativa.<br />
Se uma criança passa algum tempo a explorar todas as possibilidades relacionadas com<br />
uma determinada noção, isso pode significar que ela tem necessidade de se demorar mais<br />
tempo nessa situação, e que avançará para o próximo estágio menos rapidamente; mas, na<br />
altura em que ela fizer esse avanço, terá uma fundação, em termos de conhecimento muito<br />
melhor, a idéia ser-lhe-á mais proveitosa, prepara-la-á melhor para enfrentar surpresas.<br />
(DUCHWORTH apud HOFFMANN, 2000, p.30)<br />
Explorar todas as possibilidades eis o caminho da construção efetiva. Creio que esse aspecto<br />
deve estar sempre presente na prática de educadores; deixar a criança explorar todas as<br />
possibilidades de determinado brinquedo, jogo ou atividade. Muitas vezes queremos fazer o tempo<br />
render, “ensinar” mais; assim limitamos a exploração a alguns aspectos pré-determinados, dizemos<br />
exatamente o que queremos com cada coisa, impedindo a criança de conhecer outras possibilidades<br />
do que está em questão.<br />
A intervenção priorizou a construção das bases – conceitos operatórios – contudo a escola, a<br />
série em que se encontram, já exigia a colocação dos primeiros tijolos – leitura, escrita, operações<br />
numéricas, etc. Esse descompasso entre a demanda da escola e as possibilidades dos meninos se<br />
reflete no fato de eles terem repetido o 2º Ano. Acredito que repetir de ano pode trazer benefícios.<br />
Ainda que a escola, os conteúdos e a professora provavelmente sejam os mesmos, as crianças agora<br />
dispõem de uma estruturação cognitiva pouco mais avançada que pode lhes possibilitar, dessa vez,<br />
acompanhar as aprendizagens escolares referentes à série.<br />
Como níveis de estruturação variam no decorrer do processo evolutivo, isso significa que<br />
as crianças não aprendem sempre da mesma maneira. Ou seja, o valor dos conteúdos<br />
escolares depende da etapa de desenvolvimento de raciocínio das crianças. Em algumas<br />
etapas, elas podem aprender ou se beneficiar bastante com determinadas coisas, mas em<br />
outras não. E o interesse pelos conteúdos escolares varia à medida que os processos<br />
cognitivos avançam. (SEBER, 1997, p.217)<br />
Enfatizando que as crianças não aprendem sempre da mesma maneira, acredito que<br />
repetindo o 2º Ano os gêmeos podem se beneficiar dos conteúdos escolares que até então não eram<br />
assimiláveis. Isso porque agora já contam com algumas estruturas importantes, inexistentes no<br />
princípio do ano.<br />
Conclusão:<br />
A construção do conhecimento não pode ser isolada do desenvolvimento da inteligência. O