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Revista da Pós-Graduação nº 1 - Fatec

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O Projeto Tietê<br />

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo<br />

(Sabesp) não só é responsável pela coordenação do Projeto Tietê, mas também é responsável<br />

pela execução <strong>da</strong>s principais obras do sistema de coleta e tratamento de esgoto <strong>da</strong> Região<br />

Metropolitana de São Paulo (RMSP), onde há o maior despejo de poluentes<br />

(SABESP, 2009).<br />

Para alcançar seu objetivo, a Sabesp conta com a aju<strong>da</strong> <strong>da</strong> população<br />

e de parceiros, uma vez que todos têm responsabili<strong>da</strong>de nesse trabalho. Assim, a Companhia<br />

de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), é responsável pelo controle <strong>da</strong> poluição<br />

do esgoto industrial; o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) é responsável pelo<br />

rebaixamento e limpeza <strong>da</strong> calha do rio Tietê, na tentativa de controlar as enchentes na<br />

RMSP e, para finalizar, a organização não governamental S.O.S Mata Atlântica, através do<br />

Núcleo Pró Tietê, é responsável por desenvolver, na comuni<strong>da</strong>de, um programa de educação<br />

e conscientização ambiental (SABESP, 2009).<br />

Dessa forma, os trabalhos de recuperação do rio Tietê foram divididos<br />

em três grandes etapas, sendo que a primeira e a segun<strong>da</strong> já foram concluí<strong>da</strong>s e a terceira<br />

está em negociação.<br />

Na primeira etapa realiza<strong>da</strong> entre 1995 e 1998, foram inaugura<strong>da</strong>s 3<br />

novas estações de tratamento de esgotos: São Miguel, ABC e Parque Novo Mundo. Além<br />

disso, a capaci<strong>da</strong>de de tratamento <strong>da</strong> Estação de Barueri foi amplia<strong>da</strong> de 7 para 9,5m³/s de<br />

esgotos tratados. Foram construídos também 1,5 quilômetros de redes coletoras, 315 quilômetros<br />

de coletores - tronco, 37 quilômetros de interceptores e mais 250 mil ligações domiciliares<br />

(SABESP, 2009). Iniciou-se também o monitoramento de 1250 indústrias para adequá-las<br />

às normas de saneamento ambiental. Essas empresas eram responsáveis pela emissão<br />

de quase 90% <strong>da</strong> poluição industrial na bacia (CETESB, 2005).<br />

O trabalho principal <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> etapa, com início em 2002 e término<br />

em 2008, constituiu-se na interligação do sistema de coleta às estações de tratamento, o que<br />

permitiu a ampliação dos índices de coleta de esgoto de 80% para 84% e de tratamento de<br />

62% para 70%, impedindo que 350 milhões de litros de esgotos fossem lançados no rio<br />

(SABESP, 2009). Quanto ao monitoramento <strong>da</strong>s indústrias houve a inclusão de 290 empresas,<br />

que mesmo não possuindo o potencial poluidor <strong>da</strong>quelas já seleciona<strong>da</strong>s, estavam localiza<strong>da</strong>s<br />

em áreas que serão atendi<strong>da</strong>s por sistemas públicos de coleta, afastamento e tratamento<br />

de esgotos (CETESB, 2005).<br />

A terceira etapa ain<strong>da</strong> em negociação terá vigência até 2015 e tem<br />

como objetivo <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong>de à melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de ambiental <strong>da</strong> bacia do Alto Tietê,<br />

com ênfase na coleta e tratamento de esgoto <strong>da</strong>s regiões mais afasta<strong>da</strong>s.<br />

Durante a primeira etapa do Projeto, grandes obras foram realiza<strong>da</strong>s<br />

e muito pouco foi feito no sentido de minimizar o problema do lixo e <strong>da</strong> carga difusa proveniente<br />

<strong>da</strong> Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), que hoje respondem por aproxima<strong>da</strong>mente<br />

40% <strong>da</strong> poluição verifica<strong>da</strong> no rio Tietê (FREITAS, FORNARI, 2002).<br />

Para uma efetiva despoluição, as ações de saneamento precisam, ain<strong>da</strong>,<br />

controlar os efluentes industriais e domésticos que são lançados diretamente em galerias<br />

de água pluvial; os serviços de coleta de lixo e de limpeza de vias públicas devem ser ampliados<br />

e deve haver um controle maior do uso e ocupação do solo. E, o mais importante: deve<br />

ser estabeleci<strong>da</strong> a implantação de programas de educação ambiental<br />

(FREITAS, FORNARI, 2002).<br />

Em junho de 1993, a Fun<strong>da</strong>ção S.O.S. Mata Atlântica, criou o Núcleo<br />

União Pró Tietê, que deu início ao programa Observando o Tietê. Este projeto de educação<br />

ambiental diferente, dos padrões acadêmicos e <strong>da</strong> educação formal, procura fazer o monitoramento<br />

<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água por percepção e de forma participativa, e tem como princi-<br />

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