20.11.2014 Views

A MEMÓRIA DEVORADORA NA POESIA DE ARNALDO ANTUNES

A MEMÓRIA DEVORADORA NA POESIA DE ARNALDO ANTUNES

A MEMÓRIA DEVORADORA NA POESIA DE ARNALDO ANTUNES

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Anais Eletrônicos do IV Seminário Nacional Literatura e Cultura<br />

São Cristóvão/SE: GELIC/UFS, V. 4, 3 e 4 de maio de 2012. ISSN: 2175-4128<br />

11<br />

Nos poemas de Antunes aqui analisados, vê-se uma escrita que se faz como<br />

resgate/citação/devoração de uma vasta memória de leitura e também como<br />

articulação entre diversas referências. Esse processo de elaboração, de recortar<br />

imagens do espaço urbano e ressignificá-las, também questiona a noção de posse,<br />

propriedade e autoria do poema, pois essa perspectiva põe em xeque a noção de<br />

autor gênio, princípio absoluto do ato de criação, e também encena os múltiplos<br />

trânsitos da memória por uma vasta rede de textualidades que compõe o sujeito na<br />

cidade contemporânea, que se faz como um texto a ser continuamente lido em seus,<br />

às vezes, desconcertantes, injustos e contraditórios sentidos.<br />

Em seu percurso pela cidade, em seu percurso pela escrita, Antunes desloca<br />

imagens de poesia, de autoria, de leitura e nos diz que escrita e memória são<br />

trânsitos, movimentos que reordenam o lido, o visto, o vivido, o imaginado, feitos de<br />

zonas de esquecimento, de silêncios e sons que nos assediam em nossa passagem<br />

pela memória dos sentidos provisórios que damos ao mundo.<br />

Referências:<br />

A Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 1985.<br />

ANDRA<strong>DE</strong>, Oswald de. Revista de antropofagia. Edição fac-similar. São Paulo: Cia.<br />

Litographica Ypiranga, 1976.<br />

<strong>ANTUNES</strong>, Arnaldo. n.d.a. São Paulo: Iluminuras, 2010.<br />

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Trad.: Maria Ermantina Galvão Gomes<br />

Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!