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Mar-Abr - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

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Sakata ML, Sakata VM, Arana J, Guerra DR, Teixeira S, Sakata K<br />

Figura 1 - Imagem <strong>de</strong> UBM <strong>de</strong>monstrando achados compatív eis com<br />

o mecanismo da íris em plateau – ausência <strong>de</strong> sulco ciliar, processos<br />

ciliares, suficientemen te anteriorizado s (neste olho), corroborand o<br />

para a presença <strong>de</strong> um ângulo irido-corneano estreito. A localização<br />

do esporão escleral está indicado pela seta<br />

argônio foi realizada em dois <strong>de</strong>stes olhos. Medicações<br />

hipotensoras tópicas foram associadas conforme a necessida<strong>de</strong><br />

clínica <strong>de</strong> controle da PIO em cada caso.<br />

Foi observado na gonioscopia que três dos nove<br />

olhos do segundo grupo já apresentavam SAP na primeira<br />

consulta, antes da realização das iri<strong>de</strong>ctomias. Durante<br />

o tempo <strong>de</strong> seguimento, nenhum olho apresentou crise<br />

congestiva.Três dos olhos que não apresentavam SAP na<br />

primeira consulta evoluíram com a formação <strong>de</strong> SAP: 2<br />

olhos sob uso irregular <strong>de</strong> pilocarpina e 1 olho submetido<br />

à iridoplastia periférica e em uso regular <strong>de</strong> pilocarpina<br />

(segundo relatado pelos pacientes).Três olhos não evoluíram<br />

com formação <strong>de</strong> SAP durante o tempo <strong>de</strong> seguimento<br />

– 2 olhos em uso regular <strong>de</strong> pilocarpina (segundo<br />

relato dos pacientes) e 1 olho submetido à iridoplastia<br />

periférica. Dois olhos do segundo grupo foram submetidos<br />

à trabeculectomia <strong>de</strong>vido a <strong>de</strong>scontrole da PIO, sendo<br />

que um <strong>de</strong>les foi submetido à cirurgia combinada. A<br />

média da profundida<strong>de</strong> da câmara anterior dos olhos segundo<br />

grupo foi <strong>de</strong> 2.20 + 0.39 cm.<br />

DISCUSSÃO<br />

Este estudo observou que <strong>de</strong>ntre os 17 casos <strong>de</strong><br />

síndrome <strong>de</strong> íris em plateau avaliados, 8 <strong>de</strong>les se apresentaram<br />

em GA. Mesmo com iri<strong>de</strong>ctomia patente, 6<br />

dos 8 olhos apresentaram crise congestiva recidiva e os<br />

outros 2 olhos apresentaram teste provocativo <strong>de</strong> prono<br />

posição em quarto escuro positivo. Estes 8 pacientes foram<br />

diagnosticados segundo os critérios <strong>de</strong>ste estudo,<br />

como casos <strong>de</strong> síndrome da íris em plateau completa.<br />

Nove dos <strong>de</strong>zessete olhos não apresentaram nenhum<br />

Figura 2 - Desenho ilustrativo , <strong>de</strong>monstrando o sinal em “S” ou sinal<br />

da dupla corcova. Na figura A, observa-se um olho com mecanismo da<br />

íris em plateau. Na figura B, observ a-se o mesmo olho durante a<br />

gonioscopia <strong>de</strong> in<strong>de</strong>ntação. Partindo da parte central, a íris se<br />

posterioriza assumindo o contorno do cristalino para logo após, voltar<br />

a se anteriorizar, assumindo o contorno dos processos ciliares<br />

anteriorizados<br />

episódio <strong>de</strong> glaucoma agudo durante o período avaliado.<br />

Entretanto, <strong>de</strong>vido aos achados observados nos exames<br />

<strong>de</strong> gonioscopia e UBM, estes 9 olhos foram diagnosticados<br />

como possíveis casos <strong>de</strong> síndrome da íris em<br />

plateau incompleta.<br />

Na maioria das vezes, o tratamento <strong>de</strong> casos <strong>de</strong><br />

glaucoma agudo envolve o uso <strong>de</strong> drogas hipotensoras<br />

(tópicas e/ou sistêmicas), seguidas pelo uso <strong>de</strong> pilocarpina<br />

e realizando-se finalmente a iri<strong>de</strong>ctomia a laser. Esta<br />

conduta é efetiva em tratar a crise congestiva<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada por um bloqueio <strong>de</strong> pupila ou pelo mecanismo<br />

<strong>de</strong> íris em plateau. Contudo, é importante lembrar<br />

que a realização <strong>de</strong> uma iri<strong>de</strong>ctomia não garante a presença<br />

<strong>de</strong> um ângulo aberto. A presença <strong>de</strong> uma<br />

iri<strong>de</strong>ctomia patente significa somente a eliminação do<br />

componente <strong>de</strong> bloqueio pupilar. Outros mecanismos<br />

(como o da íris em plateau) não são alterados pela realização<br />

<strong>de</strong>ste procedimento e, <strong>de</strong>ssa maneira, po<strong>de</strong>m ser<br />

responsáveis pela manutenção <strong>de</strong> um ângulo estreito<br />

após iri<strong>de</strong>ctomia 13-17 . Dessa maneira, todos os olhos com<br />

ângulos oclusíveis (que apresentaram glaucoma agudo<br />

ou não) sempre <strong>de</strong>vem ser submetidos à nova gonioscopia<br />

após a iri<strong>de</strong>ctomia, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> verificar o grau<br />

<strong>de</strong> abertura do ângulo e investigar a presença <strong>de</strong> outros<br />

possíveis mecanismos envolvidos no processo <strong>de</strong> fechamento<br />

angular – íris plateau, facomórfico, presença <strong>de</strong><br />

sinéquias anteriores periféricas extensas.<br />

Estudos prévios <strong>de</strong>monstraram que o componente<br />

<strong>de</strong> bloqueio pupilar está presente na gran<strong>de</strong> maioria<br />

dos olhos que apresentam o mecanismo <strong>de</strong> íris em<br />

plateau. 17 Por esse motivo, a presença do mecanismo <strong>de</strong><br />

íris em plateau <strong>de</strong>ve ser confirmada após a iri<strong>de</strong>ctomia<br />

Rev Bras Oftalmol. 2006; 65 (2): 87-93

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