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Estudos Paulo Freire - Projeto Guri

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● Por parte do povo simples (colonos), faltou-lhes um ânimo<br />

fundamental e a vontade de integrar-se com a colônia, não<br />

somente estar nela, mas com ela. Queriam explorá-la,<br />

levantar algum fundo para então voltarem para Portugal em<br />

melhores condições.<br />

● Por parte dos sujeitos mais abastados de Portugal, os<br />

mesmos somente vieram a esta terra por possuírem<br />

condições de estabelecerem negócios rendosos, enquanto<br />

empresários, portanto, não como trabalhadores. Assim,<br />

vinham com o intuito de tirar vantagens comerciais, não<br />

com o intuito de integrar-se.<br />

● Como consequência econômica interligada a estes dois fatores, cita P.F que a<br />

colonização brasileira pautou-se pela criação de grandes propriedades de terra,<br />

as quais eram outorgadas a uma só pessoa, que passava a ser o senhor delas<br />

e das pessoas que nela viviam.<br />

○ Neste contexto econômico, surgiam determinadas atitudes que se<br />

enraizavam culturalmente entre os trabalhadores de tais propriedades, as<br />

quais explicam, segundo P.F, os condicionantes históricos da<br />

inexperiência democrática do povo brasileiro, que se caracterizou pela<br />

ausência (compulsória) de diálogo, o qual permite e se faz presente<br />

somente na criação de conjuntos humanos flexíveis e abertos, não<br />

autárquicos; o qual gera e se alimenta de mentalidades permeáveis a<br />

novas ideias e a sua análise crítica, e não ‘mudas’, que recebem<br />

passivamente receitas e doações.<br />

“Nas grandes propriedades separadas umas das outras, pelas próprias disposições<br />

legais, por léguas, não havia mesmo outra maneira de vida, que não fosse a de se<br />

fazerem os ‘moradores’ desses domínios, ‘protegidos’ dos senhores. Tinham de se<br />

fazerem protegidos por eles, senhores todo-poderosos, das incursões predatórias dos<br />

nativos. Da violência arrogante dos trópicos. Das arremetidas até de outros senhores.<br />

Aí se encontram, realmente, as primeiras condições culturológicas em que nasceu e se<br />

desenvolveu no homem brasileiro o gosto, a um tempo de mandonismo e de<br />

dependência, de ‘protecionismo’, que sempre floresce entre nós em plena fase de<br />

transição”.<br />

“A distância social existente e característica das relações humanas no grande domínio<br />

não permite a dialogação. O clima desta, pelo contrário, é o das áreas abertas. Aquele<br />

em que o homem desenvolve o sentido de sua participação na vida comum. A<br />

dialogação implica na responsabilidade social e política do homem. Implica num<br />

mínimo de consciência transitiva, que não se desenvolve nas condições oferecidas<br />

pelo grande domínio.<br />

Não há autogoverno sem dialogação, daí ter sido entre nós desconhecido o<br />

autogoverno ou dele termos raras manifestações.”.<br />

● Tais processos geraram a ausência das condições para o diálogo, logo, para

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