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Estudos Paulo Freire - Projeto Guri

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abstrato ou concreto, próximo ou distante, universal ou individual. […] Embora o conceito seja<br />

normalmente indicado por um nome, não é o nome, visto que diferentes nomes podem exprimir<br />

o mesmo conceito ou diferentes conceitos podem ser indicados, por equívoco, pelo mesmo<br />

nome. […] O conceito tampouco se refere necessariamente a coisa ou fatos reais, pois pode<br />

haver conceitos de coisas inexistentes ou passadas, cuja existência não é verificável nem tem<br />

um sentido específico. Enfim, o alegado caráter de universalidade subjetiva ou validade<br />

intersubjetiva do conceito na realidade é simplesmente sua comunicabilidade de signo<br />

linguístico: a função primeira e fundamental do conceito é a mesma da linguagem: a<br />

comunicação.<br />

A noção de conceito da origem a dois problemas fundamentais: um sobre a natureza do<br />

conceito e outro sobre a função do conceito. […]<br />

A) O problema da natureza do conceito recebeu duas soluções fundamentais: 1ª. O<br />

conceito é a essência das coisas, mais precisamente a sua essência necessária, pelo qual não<br />

podem ser de modo diferente daquilo que são; 2ª. O conceito é um signo […] do objeto<br />

(qualquer que seja) e se acha em relação de significação com ele.<br />

[...]<br />

B) A função pode ser concebida de duas maneiras fundamentais diferentes: como final e<br />

como instrumental. Função final é atribuída ao conceito pela sua interpretação como essência,<br />

visto que, por esta interpretação, o conceito não tem outra função senão exprimir ou revelar a<br />

substância das coisas. Desse ponto de vista, a função identifica-se com a própria natureza do<br />

conceito. Quando, porém, se admite a teoria simbólica do conceito, admite-se ipso facto<br />

também a sua instrumentalidade; e essa instrumentalidade pode ser aclarada e descrita nos<br />

seus múltiplos aspectos. […]<br />

1º. A primeira função atribuída ao conceito é a de descrever os objetos da experiência<br />

para permitir o seu reconhecimento.<br />

2º. A segunda função atribuída ao conceito é a econômica. A essa função vincula-se o<br />

caráter classificador do conceito.<br />

3º. A terceira função do conceito é organizar os dados a experiência de modo que se<br />

estabeleçam entre eles nexos de natureza lógica.<br />

4º. A quarta função do conceito, hoje considerada fundamental nas ciências físicas, é a<br />

previsão. […] Por ela, o conceito é um meio ou procedimento antecipador ou projetante.<br />

Linguagem:<br />

Em geral, o uso de signos intersubjetivos, que são os que possibilitam a comunicação.<br />

Por uso entende-se: 1º. Possibilidade de escolha (instituição, mutação, correção) dos signos;<br />

2º. Possibilidade de combinação de tais signos de maneiras limitadas e repetíveis. Este<br />

segundo critério diz respeito as estruturas sintáticas da linguagem, enquanto o primeiro se<br />

refere ao dicionário da linguagem. […]<br />

A linguagem distingue-se da língua, que é um conjunto particular organizado de signos<br />

intersubjetivos. A distinção entre linguagem e língua foi estabelecida por Ferdinand de<br />

Saussure, que a definia da seguinte forma: “A língua é um produto social da faculdade de<br />

linguagem e ao mesmo tempo um conjunto de convenções necessárias adotas pelo corpo<br />

social para permitir o exercício desta faculdade nos indivíduos. Tomada em conjunto, a<br />

linguagem é multiforme e heteróclita; sobreposta a domínios diversos – físico, fisiológico e<br />

psíquico – também pertence ao domínio individual e ao domínio social; não se deixa classificar

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