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Estudos Paulo Freire - Projeto Guri

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○ A partir disso, coloca o autor que:<br />

○ O sectário: tende ao subjetivismo (pois, ao pensar/agir somente<br />

da sua compreensão irracional e fanática do mundo, não pode<br />

objetificar a realidade concreta); tendem as tentativas de<br />

“controle” do processo histórico a partir de sua visão; e, por fim,<br />

tendem ao controle do povo a partir da sua visão de mundo.<br />

○ O radical: compreende a dialética da objetividade-subjetividade<br />

(o sujeito se constitui ao pensar sobre objetos concretos da<br />

realidade que mediam sua relação com outros sujeitos, realidade<br />

esta passível de ser mudada pela própria subjetividade destes<br />

sujeitos, num processo permanente e dialético); assim inseremse<br />

criticamente na realidade para compreendê-la em seu devir<br />

constante, para melhor transformá-la em prol da humanização<br />

constante dos seres humanos; logo, não busca o controle do<br />

povo, mas sim o diálogo com ele, para comungarem da realidade<br />

e crescerem mutuamente.<br />

Capítulo 1: Justificativa da “pedagogia do oprimido”<br />

● Inicia o autor a justificativa da pedagogia do oprimido colocando a ideia de que existe<br />

um problema central das sociedades humanas, e que, nas sociedades<br />

contemporâneas, tem um caráter iniludível: o problema da humanização.<br />

○ Constata que o ser humano, como ser inconcluso e consciente desta<br />

inconclusão, possui uma vocação ontológica para, literalmente, “ser humano”,<br />

ou seja, ser sujeito de reflexão e transformação.<br />

○ Vocação que, em dada realidade histórica, concreta e real, pode ser afirmada<br />

ou negada<br />

■ Se negada, ocorre a desumanização, a objetificação do ser humano,<br />

que se torna um “ser menos” no conjunto de suas possibilidades e<br />

potencialidades humanas.<br />

■ Porém, este ser menos, como possibilidade ontológica, é resultado de<br />

uma realidade concreta que impede os sujeitos de serem mais, que, ao<br />

explorar, oprimir e assim objetificar os homens, não possibilita a sua<br />

realização enquanto ser humano<br />

○ Conclui o autor que a desumanização não é destino dado, posto que nasça de<br />

uma realidade injusta e opressora e que pode ser modificada pela luta dos<br />

próprios sujeitos que estão “sendo menos” pela sua libertação, pela sua<br />

humanização.<br />

[18] Comentário: Ao discutir a<br />

dimensão antropológica do ser humano<br />

em <strong>Freire</strong>, a questão da dialética entre<br />

subjetividade e objetividade torna-se<br />

uma das principais temáticas para<br />

esclarecer o conceito de homem como<br />

ser de práxis, de ação e reflexão. Ou<br />

seja, reflete-se em comunhão com<br />

outros sujeitos (pensamento-linguagem<br />

dos sujeitos que possuem a sua<br />

subjetividade) para conhecer melhor a<br />

realidade objetiva. Este conhecer<br />

implica sempre em formas de ação<br />

concreta nesta realidade, que, ao ser<br />

transformado de algum modo, volta a<br />

condicionar a subjetividade dos sujeitos<br />

que existem nesta realidade. Ao<br />

objetivar a realidade para entende-la e<br />

transformá-la, por fim, o homem acaba<br />

sendo constituído por estas<br />

objetificações que realiza com a<br />

consciência, objetificações que<br />

emergem dentro de um determinada<br />

sociedade tomando por base as<br />

relações sociais fundamentais, que são<br />

as de produção e reprodução da<br />

vida...— malaggi<br />

A contradição opressores-oprimidos. Sua superação<br />

● Pontua o autor que as condições concretas de opressão não instauram uma nova<br />

forma de vocação ontológica no ser humano, o “ser menos”. Esta é apenas uma<br />

distorção histórica possível do “ser mais”.<br />

● A luta dos oprimidos para “ser mais” é uma luta de sua libertação e dos opressores<br />

também, é uma superação da contradição visando restaurar a humanidade perdida<br />

em ambos.<br />

○ A tarefa de conduzir esta recuperação da humanidade nos oprimidos e<br />

opressores deve ser dos oprimidos, visto que, para o autor, somente o poder<br />

que nasce e se fortalece da debilidade que se torna progressivamente<br />

consciência crítica dos que se encontram oprimidos na sociedade

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