Lívia Gebara Muraro Serrate Cordeiro Esteróis ... - NIMA - PUC-Rio

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alterações ocorridas no ecossistema, com o estabelecimento de proporções
relativas entre cada uma das fontes (naturais - terrestres e marinhas; e antrópicas)
para o ambiente (Engel e Macko, 1993).
O monitoramento da poluição decorrente de esgotamento doméstico em
ambientes marinhos tem sido feito no Brasil por indicadores e abordagens
tradicionais, tais como a distribuição de bactérias do gênero Coliforme, amônia
e/ou matéria orgânica biodegradável (DBO ou DQO) em água e sedimento. Cada
um desses métodos apresenta limitações, relacionadas com a baixa especificidade
e/ou com a sensibilidade e a necessidade de análises em poucas horas após a
coleta. Por exemplo, no caso de bactérias Coliformes fecais, embora específicas
para traçar esgoto, elas não são resistentes ao estresse ambiental na mesma
proporção que outros organismos patogênicos e podem morrer rapidamente em
função da exposição ao sol, de variações de temperatura e salinidade e de
processos de desinfecção do esgoto. Desta forma, há a necessidade de considerar
um indicador mais persistente e igualmente específico.
Os esteróis são amplamente utilizados, desde a década de 1960, como
marcadores moleculares no estudo da origem e transformações da matéria
orgânica no ambiente. A poluição por esgotos domésticos no ambiente aquático é
o principal tipo de poluição avaliada através do mapeamento dos esteróis,
valendo-se das vantagens de boa especificidade e do elevado tempo de meia-vida
nos sedimentos anaeróbicos, da ordem de décadas (Takada & Eganhouse, 1998).
Os esteróis são também utilizados no estudo de contaminações pretéritas
quando analisados em sedimentos de testemunhos. São ferramentas eficazes para
se conhecer o ‘histórico’ do impacto de uma área e acompanhar, em escalas de
tempo apropriadas, a eficiência das ações de controle da contaminação fecal, neste
caso, quando acoplado a informações sobre a entrada percapita de esgoto e/ou
taxas de sedimentação (Hatcher e Mcgilivary, 1979; Readman et al., 1986;
Leblanc et al., 1992; Bachtiar et al., 1996; Nichols et al., 1996; Carreira et al.,
2001).
Os esteróis já são utilizados também no Brasil como marcadores
moleculares: no Estuário do Rio Capiberibe (Fernandes et al., 1999), no litoral
Norte de São Paulo (Kawakami e Montone, 1999); em manguezais de Piracicaba -
SP (Firme, 2003). No Estado do Rio de Janeiro foram realizados estudos na Baía
de Sepetiba (Ribeiro, 2002), na Enseada de Botafogo (Lima da Costa, 2003), na