Lívia Gebara Muraro Serrate Cordeiro Esteróis ... - NIMA - PUC-Rio

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Nas figuras 16 e 17 observa-se que o nitrogênio total particulado (NTP)
apresenta um gradiente decrescente em março das estações 2 a 5 e posteriormente
crescente em direção à baía; e um gradiente sempre crescente do rio para a baía em
setembro, quando as concentrações são maiores: medianas de 0,11 mg.L -1 em março e
0,32 mg.L -1 em setembro. Como era de se esperar, as concentrações de NTP estiveram
bem abaixo das reportadas para o esgoto bruto (2,63 mg.L -1 ).
Neste estudo, agregando os dados de COP, SS e NTP, foi observada uma
tendência à natureza mais inorgânica do material particulado em suspensão na baía no
período seco e no rio no período chuvoso. Essas tendências distintas corroboram as
características particulares que vêm sendo observadas entre o compartimento rio e o
compartimento baía da área de estudo.
Meyers (1997) relata que em águas superficiais a razão C:N molar varia entre 5 e
7 devido à influência do organismos fitoplanctônicos. Durante a diagênese recente
ocorre a degradação parcial da matéria orgânica algal ao longo da coluna d’água,
principalmente abaixo da zona fótica. Essa degradação é preferencial dos compostos
ricos em nitrogênio (proteínas), o que faz com que a razão C:N alcance valores entre 10
e 13.
Os valores medianos da razão molar C:N foram 6,07 em março e 5,87 em
setembro. Este parâmetro mostrou um comportamento singular. Em março apresentou
valores decrescentes da estação 3 a 5, com os maiores valores nas estações 2 e 3 (9,96 e
9,86, respectivamente), mas aumentando novamente da estação 6 para a 7. Em
setembro, a distribuição desta razão foi mais regular e inversa a do NTP. Tais valores
medianos seriam indicativos de matéria orgânica originada por organismos
fitoplanctônicos, entretanto, as baixas concentrações de clorofila e dos níveis de OD nas
estações fluviais não corroboram esta hipótese.
Agregando os resultados mais relevantes de SS, COP, NTP e C:N, observamos
que ocorre uma mudança de material na estação 5 (na foz do rio Iguaçu) em setembro,
época mais seca. Da mesma forma como acontece na estação 7 em setembro, este
material parece ser mais rico em nitrogênio, uma vez que nestas estações há o aumento
de NTP e a diminuição de C:N e de COP em mg.g -1 . O material da estação 7 parece ser
derivado de uma produtividade primária. Contudo, o material da estação 5 parece ser
alóctone, com duas origens possíveis. Uma é a ressuspensão de sedimentos originados
do banco de vazante que existe na foz do rio, já que a estação 4 não apresenta
concentrações tão altas, não foram detectadas concentrações altas de clorofilas e não há