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PROFESSOR DOUTOR JOAQUIM EDUARDO NUNES DE SÁ ...

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1. INTRODUÇÃO<br />

1.1.Grimm’s<br />

Os contos de fada não têm igual, não só como forma de literatura<br />

mas como obras de arte plenamente compreensíveis para a criança,<br />

como nenhuma outra forma de arte o é. Tal como a verdadeira<br />

arte, o sentido mais profundo do conto de fadas difere de pessoa<br />

para pessoa, e difere para a mesma pessoa em momentos diferentes<br />

da sua vida. A criança extrairá um sentido diferente de um<br />

mesmo conto, segundo os seus interesses e as necessidades de<br />

momento. Na primeira oportunidade, ela regressará ao mesmo<br />

conto, quando estiver pronta para alargar velhos sentidos ou<br />

substituí-los por outros novos.<br />

(Bettelheim,1975/1976/2011, p.23)<br />

Segundo Bettelheim (1975/1976/2011), o gosto por estas histórias deve-se ao facto de<br />

que “(…) os contos de fadas falam para a vida mental interior da criança” (p. 154). Os contos de<br />

fadas transmitem significações latentes e manifestas, oferecendo à imaginação da criança novas<br />

dimensões. “Ao mesmo tempo que distrai a criança, o conto de fadas elucida-a sobre si própria e<br />

promove o desenvolvimento da sua personalidade” (Bettelheim, 1975/1976/2011, p. 20). Cada<br />

história assume uma importância diferente, consoante o estádio de desenvolvimento da criança<br />

(Bettelheim, 1975/1976/2011). Actualmente, os contos de fadas apresentam quase sempre com<br />

um final feliz, mas nem sempre foi assim. A concepção do “viveram felizes para sempre”,<br />

vinculado intrinsecamente aos Contos de Fadas é errónea. Na sua origem, os contos<br />

apresentavam diversos fins, até mesmo os trágicos, pois assim, permitia-se aos ouvintes a<br />

possibilidade de lidarem com as suas frustrações. O “viveram felizes para sempre” (final feliz) foi<br />

uma maneira esperançosa de transmitir aos leitores que, no final, tudo dará certo, mesmo para<br />

aqueles que tenham uma vida sofrida e cheia de desgraças. No entanto, essa é uma ideia nova nos<br />

Contos de Fadas, e o precursor dessa mudança foi o escritor americano Walt Disney. Walt<br />

Disney popularizou esse género literário, modificando muitas histórias, e ainda, vendendo<br />

imagens e estereótipos para cada personagem - o que não acontecia nos contos originais, que<br />

exploravam o imaginário do ouvinte (ou ainda, do leitor, quando alguns foram publicados)<br />

apenas pela história.<br />

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