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a relação entre factores psicológicos e as perturbações do ...

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A RELAÇÃO ENTRE FACTORES PSICOLÓGICOS E ASPERTURBAÇÕES DO COMPORTAMENTO ALIMENTARNA ADOLESCÊNCIAMARIA TERESA BRUM PREZADO DAMIÃO PINHEIROOrienta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Seminário de Dissertação:PROFESSORA DR.ª IVONE PATRÃOCo-Orienta<strong>do</strong>r de Dissertação:PROFESSORA DR.ª ANA ROSA TAPADINHASTese submetida como requisito parcial para a obtenção <strong>do</strong> grau de:MESTRE EM PSICOLOGIAEspecialidade em Psicologia Clínica2012


Dissertação de Mestra<strong>do</strong> realizada sob a orientaçãoda Professora Dr.ª Ivone Patrão e co-orientação daProfessora Dr.ª Ana Rosa Tapadinh<strong>as</strong>, apresentadano ISPA – Instituto Universitário para a obtenção <strong>do</strong>grau de Mestre na especialidade de PsicologiaClínica.


AGRADECIMENTOSEm primeiro lugar, não posso deixar de agradecer aos meus Pais por to<strong>do</strong> o apoio,compreensão e segurança que me deram e dão para que eu possa alcançar os meus sonhos eobjectivos. Ao meu queri<strong>do</strong> pai, que infelizmente partiu nesta f<strong>as</strong>e tão importante da minhavida, agradeço especialmente o facto de me ter ensina<strong>do</strong> a ser uma pessoa determinada,persistente e luta<strong>do</strong>ra, ten<strong>do</strong> facilita<strong>do</strong>, por isso, to<strong>do</strong> o meu percurso profissional e pessoal. Àminha mãe, pilar actual da c<strong>as</strong>a, agradeço pela sua paciência, força, carinho e dedicação, emespecial, nestes últimos meses de maior adversidade.À Professora Ivone Patrão, agradeço profundamente to<strong>do</strong> o seu apoio, compreensão,orientação, disponibilidade e capacidade para motivar num ambiente de exigência e humor, aolongo deste percurso.Um sincero agradecimento à Professora Ana Rosa Tapadinh<strong>as</strong> por to<strong>do</strong> o seu apoio,disponibilidade, compreensão, orientação e capacidade de ensinar, ao longo deste percurso.Ao meu irmão, meu namora<strong>do</strong> e “cunhada”, sem os quais teria si<strong>do</strong> difícil concluír estaetapa da minha vida, quero agradecer toda a paciência, força, suporte, pel<strong>as</strong> convers<strong>as</strong>encoraja<strong>do</strong>r<strong>as</strong> e que, por vári<strong>as</strong> vezes, me fizeram rir.À minha avó, tios e primos, muito obrigada pela sua presença, preocupação, dedicação eincentivo pois constituiram um “lembrete” de que vale a pena lutar pelos nossos sonhos,mesmo quan<strong>do</strong> estes parecem ser de difícil alcance.Aos meus amigos, com os quais tem si<strong>do</strong> difícil estar, muito obrigada pela sua paciência,pel<strong>as</strong> gargalhad<strong>as</strong>, por me encherem de força, por me ouvirem e por me acompanharem emto<strong>do</strong>s os momentos.


ÍNDICE1. Introdução ..............................................................................................................................12. Méto<strong>do</strong> ...................................................................................................................................42.1. Delineamento de Investigação .....................................................................................42.2. Amostra ........................................................................................................................42.2.1. Méto<strong>do</strong> de Amostragem .....................................................................................42.2.2. Caracterização da Amostra ................................................................................42.3. Material ........................................................................................................................62.3.1. Questionário Sociodemográfico .........................................................................62.3.2. Avaliação d<strong>as</strong> Perturbações <strong>do</strong> Comportamento Alimentar ..............................72.3.3. Avaliação da Imagem Corporal .......................................................................112.3.4. Avaliação <strong>do</strong> Autoconceito e Auto-Estima ......................................................112.3.5. Avaliação da Ansiedade ...................................................................................132.4. Procedimento .............................................................................................................153. Resulta<strong>do</strong>s ............................................................................................................................174. Discussão .............................................................................................................................245. Considerações Finais ............................................................................................................316. Referênci<strong>as</strong> Bibliográfic<strong>as</strong> ...................................................................................................34Anexos .....................................................................................................................................42Anexo A: “Revisão de Conceitos” ....................................................................................42Anexo B: “Consentimento Informa<strong>do</strong>” .............................................................................74Anexo C: “Material” .........................................................................................................75Anexo D: “Estatística - Outputs” ......................................................................................85


LISTA DE TABELASTabela 1. Análise Descritiva d<strong>as</strong> Variáveis Sociodemográfic<strong>as</strong> ................................................5Tabela 2. Fiabilidade <strong>do</strong> Inventário de Perturbação <strong>do</strong> Comportamento Alimentar (EDI-3) ..10Tabela 3. Fiablidade <strong>do</strong> Perfil de Auto-Percepção ..................................................................13Tabela 4. Fiabilidade <strong>do</strong> Spence Children’s Anxiety Scale .....................................................14Tabela 5. Distribuição <strong>do</strong>s Níveis Clínicos pel<strong>as</strong> Subescal<strong>as</strong> DT, B, BD e Compósito EDRC<strong>do</strong> EDI-3 ...................................................................................................................................17Tabela 6. Distribuição da Competência Percebida nos Diferentes <strong>do</strong>mínios <strong>do</strong> Autoconceito eAuto-Estima da Escala Perfil de Auto-Percepção ....................................................................20Tabela 7. Distribuição <strong>do</strong>s Níveis de Ansiedade obti<strong>do</strong>s no Spence Children Anxiety Scale(SCAS) .....................................................................................................................................21


1. INTRODUÇÃOA a<strong>do</strong>lescência é marcada por profund<strong>as</strong> alterações biológic<strong>as</strong>, psicológic<strong>as</strong> e sociais, queexigem aos jovens a realização de uma série de taref<strong>as</strong> desenvolvimentais, no senti<strong>do</strong> deadquirir uma identidade estável e um sentimento de autonomia interior (Ferreira & Nel<strong>as</strong>,2006; Sprinthall & Collins, 2011). Segun<strong>do</strong> Cordeiro (2009), a a<strong>do</strong>lescência é uma f<strong>as</strong>e comalguns riscos, apesar da sua normalidade, e com alguma carência de <strong>factores</strong> protectores,resiliência e conhecimento. É uma f<strong>as</strong>e caracterizada por uma normal instabilidade, dúvid<strong>as</strong>,angústi<strong>as</strong> e “abanões” afectivos. Porém, dificuldades na adaptação às transformaçõescaracterístic<strong>as</strong> desta f<strong>as</strong>e, poderão tornar os jovens mais vulneráveis para diferentes tipos deproblem<strong>as</strong> emocionais e comportamentais, tais como insatisfação corporal, ansiedade, baixaauto-estima e problem<strong>as</strong> <strong>do</strong> comportamento alimentar (Kerremans, Claes & Bijttebier, 2010).De acor<strong>do</strong> com a literatura, a maior prevalência de Perturbações <strong>do</strong> ComportamentoAlimentar (PCA) encontra-se <strong>entre</strong> os 12 e 25 anos de idade (Rodriguez-Fernandez & Goñi,2012), embora o pico para o seu desenvolvimento se situe <strong>entre</strong> os 16/17 anos (Bravender etal., 2010; Ogden, 2002).As PCA podem ser entendid<strong>as</strong> como perturbações complex<strong>as</strong> e multidimensionais quereflectem a interacção <strong>entre</strong> <strong>factores</strong> psicológicos, biológicos e socio-culturais. Manifestam-sepor comportamentos alimentares patológicos e têm consequênci<strong>as</strong> séri<strong>as</strong> na qualidade de vida(Maximiano, Miranda, Tomé, Luís & Maia, 2004), saúde física e psicossocial (Costarelli,Antonopoulou & Mavrovounioti, 2011; Ogden, 2002). Caracterizam-se ainda por umapreocupação intensa não só com o corpo, m<strong>as</strong> com o peso e com os alimentos (Souto & Ferro-Bucher, 2006, cit. por Carvalho, Amaral & Ferreira, 2009; Ferreira & Veiga, 2010).Um <strong>as</strong>pecto central para o desenvolvimento dest<strong>as</strong> perturbações é a Imagem Corporal.Esta pode ser entendida como um constructo dinâmico e multidimensional (Croll, 2005;Dam<strong>as</strong>ceno, Vianna, Vianna, Lacio, Lima & Novaes, 2006), que reflecte a concepção internae subjectiva sobre o próprio corpo (Carvalho et al., 2009) e engloba <strong>as</strong> percepções,pensamentos, atitudes, comportamentos e emoções de uma pessoa em relação ao seu corpo(Carvalho et al., 2009; Del Ciampo & Del Ciampo, 2010; Grogan, 2008; Weinshenker, 2002).Segun<strong>do</strong> Maximiano et al. (2004), o conceito de Imagem Corporal n<strong>as</strong> PCA envolve du<strong>as</strong>componentes principais: avaliação <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong> corpo (tarefa perceptiva) e atitudes ousentimentos em relação ao corpo.1


Neste senti<strong>do</strong>, face às intens<strong>as</strong> alterações corporais que ocorrem na a<strong>do</strong>lescência e aospadrões de beleza estabeleci<strong>do</strong>s pela sociedade, alcançar um corpo ideal torna-se uma tarefadifícil, poden<strong>do</strong> levar a níveis eleva<strong>do</strong>s de insatisfação corporal (Croll, 2005; Dam<strong>as</strong>ceno etal., 2006; Grogan, 2008). Consequentemente, muitos jovens recorrem a estratégi<strong>as</strong> decontrolo de peso, tais como diet<strong>as</strong> restritiv<strong>as</strong>, excesso de exercício físico, uso de esteróidesanabolizantes e outros méto<strong>do</strong>s pouco saudáveis (e.g., vómito, laxantes), tornan<strong>do</strong>-os maisvulneráveis para o desenvolvimento de outr<strong>as</strong> perturbações, nomeadamente PCA (Dam<strong>as</strong>cenoet al., 2006; Del Ciampo & Del Ciampo, 2010).Para além da relação <strong>entre</strong> a Imagem Corporal e <strong>as</strong> PCA na a<strong>do</strong>lescência, os estu<strong>do</strong>s têmprocura<strong>do</strong> relacionar esta problemática com outros <strong>factores</strong> psicológicos, nomeadamenteAuto-Estima, Autoconceito e Ansiedade.Segun<strong>do</strong> Peixoto (2003), o Autoconceito pode ser defini<strong>do</strong> como o conjunto derepresentações resultantes de avaliações de cariz cognitivo, relativamente a <strong>do</strong>míniosespecíficos de competência e ao seu sumatório (i.é., autoconceito global). Por seu turno, aAuto-Estima corresponde a avaliações de cariz global e possui uma forte componenteafectiva.Relativamente à Ansiedade, esta pode ser definida como uma resposta adaptativa <strong>do</strong>organismo, caracterizada por um conjunto de respost<strong>as</strong> fisiológic<strong>as</strong>, vivenciais,comportamentais e cognitiv<strong>as</strong>, que se traduzem num esta<strong>do</strong> de activação e alerta face a umsinal de perigo ou ameaça à integridade física ou psicológica (Ruiz, Cuadra<strong>do</strong> & Rodriguez,2001). No entanto, a ansiedade pode tornar-se patológica quan<strong>do</strong> deixa de ser adaptativa,quan<strong>do</strong> o perigo a que pretende responder não é real ou quan<strong>do</strong> o nível de activação e duraçãosão desproporciona<strong>do</strong>s em relação à situação objectiva (C<strong>as</strong>tillo, Recon<strong>do</strong>, Asbahr & Manfro,2000; Rosen & Schulkin, 1998; Ruiz et al., 2001).De acor<strong>do</strong> com o estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Costarelli et al. (2011), os a<strong>do</strong>lescentes comatitudes alimentares perturbad<strong>as</strong> apresentaram níveis eleva<strong>do</strong>s de ansiedade, maiorpreocupação com o peso e menor percepção de competência nos <strong>do</strong>mínios da aparência físicae atracção romântica. Est<strong>as</strong> dimensões revelaram-se fortes predictores de atitudes alimentaresperturbad<strong>as</strong>. No entanto, em relação à auto-estima, embora esta tenha si<strong>do</strong> <strong>as</strong>sociada aatitudes alimentares negativ<strong>as</strong>, <strong>as</strong> correlações não se mostraram significativ<strong>as</strong>.Em contrapartida, os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por Kerremans et al. (2010) revelaram não só aexistência de relações significativ<strong>as</strong> <strong>entre</strong> sintom<strong>as</strong> de perturbação alimentar e a percepção decompetência no <strong>do</strong>mínio da aparência física, m<strong>as</strong> também <strong>entre</strong> estes sintom<strong>as</strong> e a autoestimaglobal.2


No mesmo senti<strong>do</strong>, o estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Tao (2010), para além de ter demonstra<strong>do</strong> queníveis eleva<strong>do</strong>s de insatisfação corporal constituem um factor de risco para PCA, reveloutambém a existência de relações significativ<strong>as</strong> <strong>entre</strong> níveis baixos de auto-estima e maior riscopara PCA. Por outro la<strong>do</strong>, de acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por Russo, Brenan, Walkley,Fr<strong>as</strong>er e Greenway (2011), a auto-estima e a ansiedade estão significativamente <strong>as</strong>sociad<strong>as</strong> aorisco de PCA.Por fim, a níveis eleva<strong>do</strong>s de insatisfação corporal, parecem corresponder níveis baixosde auto-estima (Huang, Norman, Zabinsky, Calf<strong>as</strong> & Patrick, 2007; Silva et al., 2009).Em Portugal, os estu<strong>do</strong>s acerca da relação <strong>entre</strong> Auto-Estima, Autoconceito, ImagemCorporal, Ansiedade e <strong>as</strong> PCA na a<strong>do</strong>lescência, parecem esc<strong>as</strong>sos. Além disso, pode-severificar alguma inconsistência nos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s nos vários estu<strong>do</strong>s referi<strong>do</strong>s.Tal como afirma Costarelli et al. (2011), a etiologia d<strong>as</strong> perturbações alimentares naa<strong>do</strong>lescência não está claramente compreendida, dada a sua natureza multidimensional e,desse mo<strong>do</strong>, os estu<strong>do</strong>s poderão focar característic<strong>as</strong> psicossociais tais como auto-estima eansiedade, no senti<strong>do</strong> de contribuír para uma melhor compreensão da sua ligação com <strong>as</strong>PCA, proporcionan<strong>do</strong>, desse mo<strong>do</strong>, melhores estratégi<strong>as</strong> de prevenção.Desta forma, o objectivo <strong>do</strong> presente trabalho é compreender a relação <strong>entre</strong> a ImagemCorporal, Auto-Estima, Autoconceito, Ansiedade e <strong>as</strong> PCA na a<strong>do</strong>lescência.Mais especificamente, procurar-se-á compreender:1) Qual o risco de PCA nos a<strong>do</strong>lescentes em estu<strong>do</strong>;2) Em que medida a Imagem Corporal se relaciona com <strong>as</strong> PCA;3) Em que medida é que a Auto-Estima e o Autoconceito se relacionam com <strong>as</strong> PCA;4) Em que medida é que a Ansiedade está relacionada com <strong>as</strong> PCA.3


2. MÉTODO2.1. Delineamento de InvestigaçãoO presente estu<strong>do</strong> apresenta uma abordagem quantitativa e transversal quanto àtemporalidade. Trata-se de um estu<strong>do</strong> correlacional pois pretende averiguar a existência derelações <strong>entre</strong> variáveis e determinar a força e direcção de uma relação de predição <strong>entre</strong> ess<strong>as</strong>variáveis, através <strong>do</strong> cálculo de coeficientes de correlação, não implican<strong>do</strong> uma relação decausa-efeito (Ribeiro, 2010; Shaughnessy, Zechmeister & Zechmeister, 2005).2.2. Amostra2.2.1. Méto<strong>do</strong> de AmostragemA amostra foi recolhida através de um méto<strong>do</strong> de amostragem não-probabilístico porconveniência, segun<strong>do</strong> o qual a probabilidade de cada elemento da população fazer parte daamostra não é conhecida e a mesma é seleccionada ten<strong>do</strong> em conta a disponibilidade eacessibilidade <strong>do</strong>s elementos que constituem a população (Marôco & Bispo, 2006).A recolha da amostra foi realizada num Centro de Atendimento a A<strong>do</strong>lescentes da grandeLisboa <strong>entre</strong> 16 de Março e 31 de Maio, após ter si<strong>do</strong> dada a autorização pela Coordena<strong>do</strong>ra<strong>do</strong> mesmo.O critério de inclusão na amostra foi a decisão voluntária <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes, com idadescompreendid<strong>as</strong> <strong>entre</strong> os 12 e os 24 anos, em participar no estu<strong>do</strong>. Os questionários foram deauto-preenchimento, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> garantid<strong>as</strong> condições de confidencialidade e anonimato. Oconsentimento informa<strong>do</strong> foi realiza<strong>do</strong> através de uma rúbrica num <strong>do</strong>cumento para o efeito(Anexo B).2.2.2. Caracterização da AmostraNo presente estu<strong>do</strong>, participaram 80 a<strong>do</strong>lescentes com idades compreendid<strong>as</strong> <strong>entre</strong> os 12e os 23 anos (M=19,4; DP=2,97), <strong>do</strong>s quais 80% são <strong>do</strong> sexo feminino e 20% <strong>do</strong> sexom<strong>as</strong>culino; 1,3% frequentam <strong>entre</strong> o 4º e 6º ano de escolaridade, 15,8% <strong>entre</strong> o 7º e 9º ano,4


43,4% <strong>entre</strong> o 10º e 12º ano e 39,5% são estudantes universitários; 19,2% são de raça negra e80,8% são cauc<strong>as</strong>ianos; 91,3% têm nacionalidade portuguesa, 1,3% angolana, 1.3%moçambicana, 3,8% cabo-verdiana e 2,5% têm nacionalidade br<strong>as</strong>ileira.Independentemente de terem ou não irmãos, a maioria <strong>do</strong>s participantes vive com os pais(71,3%), viven<strong>do</strong> os restantes com outros familiares (7,5%), com o/a companheiro/a (6,3%),com amigos (7,5%), sozinhos (6,3%) ou num colégio (1,3%). Em 53,2% <strong>do</strong>s participantes, ospais encontram-se juntos, 37,7% têm os pais separa<strong>do</strong>s, 5,2% perderam o pai e 3,9%perderam a mãe devi<strong>do</strong> à morte <strong>do</strong>s mesmos.No que respeita à prática de exercício físico, 51,3% não praticam exercício, 13,8%praticam exercício esporadicamente, 17,5% praticam exercício de forma moderada e 17,5%praticam exercício físico regularmente.Quanto às categori<strong>as</strong> de peso (IMC), 6,3% <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes têm baixo peso, 78,8% têmpeso normal, 11,3% têm excesso de peso e 3,8% têm obesidade.Por fim, a maioria <strong>do</strong>s participantes não tem antecedentes de PCA (88,8%), 2,5% játiveram Anorexia Nervosa, 2,5% já tiveram Bulimia Nervosa e 6,3% já tiveram outros tiposde PCA.Tabela 1. Análise Descritiva d<strong>as</strong> Variáveis Sociodemográfic<strong>as</strong>N %Sexo Feminino 64 80%M<strong>as</strong>culino 16 20%Ano de Escolaridade 4º-6º ano 1 1,3%7º-9º ano 12 15,8%10º-12º ano 33 43,4%Estudantes Universitários 30 39,5%Raça Negra 15 19,2%Cauc<strong>as</strong>iana 63 80,8%Nacionalidade Portuguesa 73 91,3%Angolana 1 1,3%Moçambicana 1 1,3%Cabo-Verdiana 3 3,8%Br<strong>as</strong>ileira 2 2,5%Com Quem Vive Pais (c/ ou s/ irmãos) 57 71,3%Outros Familiares (c/ ou s/irmãos) 6 7,5%Companheiro/a 5 6,3%Amigos 6 7,5%5


Sozinho/a 5 6,3%Colégio 1 1,3%Esta<strong>do</strong> Civil <strong>do</strong>s Pais Juntos 41 53,2%Separa<strong>do</strong>s 29 37,7%Morte <strong>do</strong> Pai 4 5,2%Morte da Mãe 3 3,9%Prática de Exercício Físico Sedentarismo 41 51,3%Exercício Esporádico 11 13,8%Exercício Modera<strong>do</strong> 14 17,5%Exercício Regular 14 17,5%Índice de M<strong>as</strong>sa Corporal Baixo Peso 5 6,3%Peso Normal 63 78,8%Excesso de Peso 9 11,3%Obesidade 3 3,8%Problem<strong>as</strong> Alimentares Anorexia Nervosa 2 2,5%Anteriores Bulimia Nervosa 2 2,5%Outro 5 6,3%Sem antecedentes 71 88,8%2.3. MaterialPara a realização <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, foram utiliza<strong>do</strong>s os seguintes instrumentos: QuestionárioSociodemográfico, Inventário de Perturbação <strong>do</strong> Comportamento Alimentar, Escala deSilhuet<strong>as</strong> de Collins, Perceived Competence for A<strong>do</strong>lescents e Spence Children’s AnxietyScale (Anexo C).2.3.1. Questionário SociodemográficoO Questionário Sociodemográfico foi elabora<strong>do</strong> pela autora da investigação em conjuntocom a Orienta<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Seminário de Dissertação. Trata-se de um questionário constituí<strong>do</strong> porquestões que permitem obter informações acerca da amostra em estu<strong>do</strong>, possibilitan<strong>do</strong> a suacaracterização. Neste senti<strong>do</strong>, foram recolhid<strong>as</strong> informações acerca da idade, sexo, ano deescolaridade, raça, nacionalidade, peso, altura, com quem vive, esta<strong>do</strong> civil <strong>do</strong>s pais, práticade exercício física (número de vezes por semana e número de hor<strong>as</strong> por dia) e problem<strong>as</strong>alimentares anteriores.6


No que diz respeito ao “Sexo”, consideraram-se <strong>as</strong> categori<strong>as</strong> “Sexo Feminino” e “SexoM<strong>as</strong>culino”; o “Ano de Escolaridade” foi organiza<strong>do</strong> em quatro categori<strong>as</strong>, nomeadamente“4º-6º ano”, “7º-9º ano”, “10º-12º ano” e “Estudantes Universitários”; a “Raça” foicl<strong>as</strong>sificada em “Negra” e “Cauc<strong>as</strong>iana”; e para a “Nacionalidade” foram criad<strong>as</strong> cincocategori<strong>as</strong>, nomeadamente Nacionalidade “Portuguesa”, “Angolana”, “Moçambicana”,“Cabo-Verdiana” e “Br<strong>as</strong>ileira”.A informação acerca <strong>do</strong> peso e altura foi dada pelo próprio participante, não ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong>realizada qualquer medição. Posteriormente, procedeu-se ao cálculo <strong>do</strong> Índice de M<strong>as</strong>saCorporal (IMC=kg/m²) e respectiva categorização. Para os a<strong>do</strong>lescentes com idades <strong>entre</strong> os12 e 20 anos foram utiliza<strong>do</strong>s os critérios e curv<strong>as</strong> percentílic<strong>as</strong> <strong>do</strong> Center of Dise<strong>as</strong>e Controland Prevention (CDC, 2002), recomenda<strong>do</strong>s pela Direcção Geral de Saúde. De acor<strong>do</strong> com estesistema, o qual tem em conta a idade e o sexo, indivíduos abaixo <strong>do</strong> percentil 5 são incluí<strong>do</strong>s nacategoria de “Baixo Peso”, <strong>entre</strong> o percentil 5 e 85 são incluí<strong>do</strong>s no “Peso Normal”, <strong>entre</strong> opercentil 85 e 95 são incluí<strong>do</strong>s no “Excesso de Peso” e acima <strong>do</strong> percentil 95 são incluí<strong>do</strong>s nacategoria “Obesidade”. Para os a<strong>do</strong>lescentes com idades <strong>entre</strong> 21 e 23 anos utilizou-se o sistemade cl<strong>as</strong>sificação para adultos a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> pela Direcção Geral de Saúde (IMC: ]


Perturbação <strong>do</strong> Comportamento Alimentar (Tapadinh<strong>as</strong>, 2009) tem como objectivo avaliar,de forma compreensiva, a presença e intensidade de traços psicológicos ou sintom<strong>as</strong>clinicamente significativos para o desenvolvimento ou manutenção de PCA (Garner, 2004,cit. por Tapadinh<strong>as</strong>, 2009). O EDI-3 pode ser aplica<strong>do</strong> em contexto clínico e em contexto nãoclínico. Neste último, a sua utilização permite a identificação <strong>do</strong>s indivíduos em situação derisco para o desenvolvimento de PCA (Tapadinh<strong>as</strong>, 2009).Trata-se de um instrumento de auto-preenchimento, aplicável a partir <strong>do</strong>s 12 anos e podeser administra<strong>do</strong> em grupo ou individualmente. É constituí<strong>do</strong> por 91 itens, os quais estãoorganiza<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>ze subescal<strong>as</strong> e seis compósitos.As três primeir<strong>as</strong> subescal<strong>as</strong> dizem respeito aos <strong>factores</strong> relaciona<strong>do</strong>s com <strong>as</strong> PCA(Tapadinh<strong>as</strong>, 2009) e são <strong>as</strong> seguintes:1) Obsessão por Emagrecer – DT (1, 7, 11, 16, 25, 32, 49): Acede a um extremo desejode emagrecer, preocupação com a dieta e com o peso e um me<strong>do</strong> intenso de ganharpeso.2) Bulimia – B (4, 5, 28, 38, 46, 53, 61, 64): Acede à tendência para pensar e iniciaringestão alimentar compulsiva perante o sentimento de instabilidade emocional.3) Insatisfação Corporal – BD (2, 9, 12, 19, 31, 45, 47, 55, 59, 62): Acede à insatisfaçãoe preocupação com a forma e tamanho de cert<strong>as</strong> partes <strong>do</strong> corpo.As restantes nove subescal<strong>as</strong> remetem para o constructo psicológico reconheci<strong>do</strong> comoconceptualmente relevante no desenvolvimento e manutenção de PCA (Garner, 2004, cit. porTapadinh<strong>as</strong>, 2009):1) Baixa Auto-estima – LSE (10, 27, 37, 41, 42, 50): Acede a auto-avaliações negativ<strong>as</strong>,sentimentos de insegurança, inadequação, ineficácia e falta de valor pessoal.2) Alienação Pessoal – PA (18, 20, 24, 56, 80, 84, 91): Avalia um amplo conjunto desentimentos, tais como vazio emocional, solidão e fraca capacidade de autocompreensão,sentimento de estar separa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s outros, perdi<strong>do</strong> ou de serdescredibiliza<strong>do</strong>, desejo de ser outra pessoa e sentimento de estar fora de controlo d<strong>as</strong>cois<strong>as</strong> da própria vida.3) Insegurança Interpessoal – II (15, 23, 34, 57, 69, 73, 87): Acede ao desconforto,apreensão e isolamento em situação social.4) Alienação Interpessoal – IA (17, 30, 54, 65, 74, 76, 89): Avalia a decepção, distância,indiferença e falta de confiança n<strong>as</strong> relações, tendência para o sentimento de prisãonuma relação e sensação de falta de compreensão e amor por parte <strong>do</strong>s outros.8


5) Deficits Introspectivos – ID (8, 21, 26, 33, 40, 44, 51, 60, 77): Reenvia paradificuldades em reconhecer sentimentos e emoções, para o me<strong>do</strong> e confusão afectiva.6) Desregulação Emocional – ED (67, 70, 72, 79, 81, 83, 85, 90): Acede à tendência paraa instabilidade emocional, impulsividade, imprudência, raiva e auto-destruição.7) Perfeccionismo – P (13, 29, 36, 43, 52, 63): Reenvia para níveis eleva<strong>do</strong>s e rigorososde desempenho, estabeleci<strong>do</strong>s pelo próprio ou pelos outros.8) Ascetismo – A (66, 68, 75, 78, 82, 86, 88): Acede à tendência para procurar virtudeatravés da busca de ideais espirituais, tais como a auto-disciplina, auto-regulação,auto-restrição, auto-sacrifício e controlo <strong>do</strong>s impulsos corporais.9) Me<strong>do</strong> da Maturidade – MF (3, 6, 14, 22, 35, 39, 48, 58): Reenvia para o desejo deregressar à segurança da infância.Relativamente aos seis compósitos, estes são construí<strong>do</strong>s através da soma d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> T d<strong>as</strong>diferentes subescal<strong>as</strong> e referem-se a constructos psicológicos gerais à excepção de um, o qualreenvia para <strong>as</strong> PCA (Tapadinh<strong>as</strong>, 2009):1) Risco de Perturbação <strong>do</strong> Comportamento Alimentar (EDRC): é composto pel<strong>as</strong>subescal<strong>as</strong> DT, B e BD2) Ineficácia (IC): é composto pel<strong>as</strong> subescal<strong>as</strong> LSE e PA3) Problem<strong>as</strong> Interpessoais (IPC): é composto pel<strong>as</strong> subescal<strong>as</strong> II e IA4) Problem<strong>as</strong> Afectivos (APC): é composto pel<strong>as</strong> subescal<strong>as</strong> ID e ED5) Excesso de Controlo (OC): é composto pel<strong>as</strong> subescal<strong>as</strong> P e A6) Desajustamento Psicológico Geral (GPMC): é composto por tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> subescal<strong>as</strong>psicológic<strong>as</strong> <strong>do</strong> EDI-3.Ao nível da cotação, os itens são avalia<strong>do</strong>s numa escala tipo Likert de seis pontos, ten<strong>do</strong>em conta a frequência com que ocorrem os comportamentos. Contu<strong>do</strong>, na análise realizadapelo investiga<strong>do</strong>r, apen<strong>as</strong> é considerada uma escala tipo Likert de 4 pontos (0 - “nunca”; 0 -“raramente”; 1 - “às vezes”; 2 - “com frequência”; 3 - “qu<strong>as</strong>e sempre”; 4 - “sempre”). Poroutro la<strong>do</strong>, deve-se ter em consideração que os itens 1, 12, 15, 17, 19, 20, 22, 23, 26, 30, 31,37, 39, 42, 50, 55, 57, 58, 62, 69, 73, 76, 80, 89 e 91 são cota<strong>do</strong>s de forma inversa (432100) eque o item 71 não é cota<strong>do</strong>.Após a cotação da escala, procede-se ao cálculo d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> brut<strong>as</strong> d<strong>as</strong> 12 subescal<strong>as</strong> quecompõe o EDI-3, <strong>as</strong> quais são obtid<strong>as</strong> através da soma <strong>do</strong>s diferentes itens que <strong>as</strong> compõem.Posteriormente, transformam-se <strong>as</strong> not<strong>as</strong> brut<strong>as</strong> em not<strong>as</strong> T através de tabel<strong>as</strong> que têm emconta o grupo populacional e a faixa etária. Devi<strong>do</strong> ao facto da amostra em estu<strong>do</strong> não ter9


nenhum diagnóstico de PCA, <strong>as</strong> not<strong>as</strong> brut<strong>as</strong> foram transformad<strong>as</strong> ten<strong>do</strong> em conta o grupocom PCASOE.Para a cotação <strong>do</strong>s compósitos, em primeiro lugar, calculam-se <strong>as</strong> not<strong>as</strong> brut<strong>as</strong> a partir d<strong>as</strong>oma d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> T d<strong>as</strong> diferentes subescal<strong>as</strong> que os compõem. De seguida, ess<strong>as</strong> not<strong>as</strong> sãotransformad<strong>as</strong> em not<strong>as</strong> T com b<strong>as</strong>e n<strong>as</strong> tabel<strong>as</strong> já referid<strong>as</strong>.Deste mo<strong>do</strong>, através da interpretação d<strong>as</strong> not<strong>as</strong> T n<strong>as</strong> diferentes subescal<strong>as</strong> e compósitos,é possível cl<strong>as</strong>sificá-l<strong>as</strong> em três níveis clínicos: Nível eleva<strong>do</strong>, Nível Típico e Nível Baixo.Para avaliar a fiabilidade <strong>do</strong> EDI-3 na amostra em estu<strong>do</strong>, procedeu-se à análise da suaconsistência interna, procuran<strong>do</strong> compará-la com a consistência interna obtida na amostra devalidação da escala (Tapadinh<strong>as</strong>, 2009) (Tabela 2).Tabela 2. Fiabilidade <strong>do</strong> Inventário de Perturbação <strong>do</strong> Comportamento Alimentar (EDI-3)Escala Subescala α α(Tapadinh<strong>as</strong>, 2009)Obsessão por Emagrecer (DT) 0,902 0.85Bulimia (B) 0,818 0,85Insatisfação Corporal (BD) 0,890 0,90Baixa Auto-Estima (LSE) 0,792 0,79Inventário dePerturbação <strong>do</strong>ComportamentoAlimentar(EDI-3)Alienação Pessoal (PA) 0,806 0,75Insegurança Interpessoal (II) 0,718 0,79Alienação Interpessoal (IA) 0,556 0,65Deficits Introspectivos (ID) 0,867 0,76Desregulação Emocional (ED) 0,710 0.71Perfeccionismo (P) 0,595 0,58Ascetismo (A) 0,654 0,60Me<strong>do</strong> de Maturidade (MF) 0,689 0.70Risco de PCA (EDRC) 0,799 0,92Ineficácia (IC) 0,870 0,86Problem<strong>as</strong> Interpessoais (IPC) 0,758 0,82Problem<strong>as</strong> Afectivos (APC) 0,709 0,83Excesso de Controlo (OC) 0,437 0,68Desajustamento Psicológico Geral (GPMC) 0,836 0,92Tal como se pode observar na Tabela 2, para amb<strong>as</strong> <strong>as</strong> amostr<strong>as</strong>, <strong>as</strong> subescal<strong>as</strong> DT, B,BD, LSE, PA, II, ID, ED e os compósitos EDRC, IC, IPC, APC e GPMC, apresentam umaforte consistência interna (α>0,70). Relativamente às subescal<strong>as</strong> A e MF, est<strong>as</strong> revelam umaconsistência interna moderada/razoável (0,6


3.3.3. Avaliação da Imagem CorporalA Imagem Corporal foi avaliada através de <strong>do</strong>is instrumentos, nomeadamente a Escala deSilhuet<strong>as</strong> de Collins e a subescala “Insatisfação Corporal” <strong>do</strong> Inventário de Perturbação <strong>do</strong>Comportamento Alimentar (EDI-3), permitin<strong>do</strong> obter, respectivamente, uma avaliação emtermos de percepção corporal e outra em relação aos sentimentos face ao corpo.A Escala de Silhuet<strong>as</strong> de Collins (1991, cit. por G<strong>as</strong>par, 2009) tem como objectivo avaliara percepção da imagem corporal em termos de discrepância <strong>entre</strong> a imagem percebida e aimagem ideal e é composta por sete silhuet<strong>as</strong> de a<strong>do</strong>lescentes de ambos os sexos, ordenad<strong>as</strong>sequencialmente desde a magreza (F1) até à obesidade (F7). A tarefa de cada a<strong>do</strong>lescenteconsiste em seleccionar a silhueta que considera ser a sua (imagem percebida) e, de seguida,seleccionar a silhueta que gostaria de ter (imagem ideal).Assim, a discrepância é obtida através da diferença <strong>entre</strong> a “imagem percebida” e a“imagem ideal”. Quan<strong>do</strong> a discrepância é positiva, significa que a imagem percebida ésuperior à imagem ideal. Se a discrepância for negativa, significa que a imagem percebida éinferior à imagem ideal. Em ambos os c<strong>as</strong>os, considera-se que o sujeito está insatisfeito com aimagem corporal. Quan<strong>do</strong> não existe discrepância <strong>entre</strong> a imagem percebida e a imagemideal, considera-se que o sujeito está satisfeito com a sua imagem corporal (Mciza, Goedeck &Steyn, 2005, cit. por G<strong>as</strong>par, 2009).3.3.4. Avaliação <strong>do</strong> Autoconceito e Auto-EstimaPara avaliar o Autoconceito e a Auto-Estima, utilizou-se o Perceived Competence forA<strong>do</strong>lescents (Harter, 1988; adapta<strong>do</strong> para a população portuguesa por Peixoto, Alves Martins,Mata & Monteiro, 1996, 1997). Este instrumento permite avaliar o autoconceito em divers<strong>as</strong>áre<strong>as</strong> e ao mesmo tempo obter um valor da auto-estima global <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente. É composta pordu<strong>as</strong> escal<strong>as</strong>, nomeadamente o “Perfil de Auto-Percepção” (“Como é que eu sou?”) e a“Escala de Importância”.O “Perfil de Auto-Percepção” é composto por 40 itens organiza<strong>do</strong>s em sete subescal<strong>as</strong>relativ<strong>as</strong> a <strong>do</strong>mínios específicos <strong>do</strong> autoconceito e uma subescala referente à auto-estima:1) Competência Escolar – CE (1, 9, 17, 25, 33): Acede à forma como o a<strong>do</strong>lescente sepercepciona quanto ao seu desempenho escolar.11


2) Aceitação Social – AC (2. 10, 18, 26, 34): Avalia o grau de aceitação <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescentepelos coleg<strong>as</strong> em termos de popularidade.3) Competência Atlética – CA (3, 11, 19, 27, 35): Acede à forma como o a<strong>do</strong>lescente sepercepciona ao nível d<strong>as</strong> su<strong>as</strong> actividades desportiv<strong>as</strong> e jogos ao ar livre.4) Aparência Física – AF (4, 12, 20, 28, 36): Avalia o grau de satisfação em relação ao<strong>as</strong>pecto, peso, tamanho, etc.5) Atracção Romântica – AR (5, 13, 21, 29, 37): Avalia a percepção de capacidade deatracção romântica para com aqueles(<strong>as</strong>) por quem o/a a<strong>do</strong>lescente se sente atraí<strong>do</strong>/a.6) Comportamento – C (6, 14, 22, 30, 38): Avalia a forma como o a<strong>do</strong>lescente se senteem relação à forma como age.7) Amizades Íntim<strong>as</strong> – AI (7, 15, 23, 31, 39): Avalia a capacidade de fazer amigosíntimos.8) Auto-Estima – AE (7, 16, 24, 32, 40): Reenvia para o julgamento de valor pessoal, nãosen<strong>do</strong> um <strong>do</strong>mínio específico de competência.Para cada item o a<strong>do</strong>lescente terá uma dupla acção. Por um la<strong>do</strong>, perante du<strong>as</strong> descriçõesde sujeitos, terá de optar por aquela com que mais se identifica. Por outro, terá de exprimir oseu grau de identificação a essa opção (“Exactamente como eu” ou “Mais ou menos comoeu”).A cotação pode variar <strong>entre</strong> 4 e 1, os quais correspondem respectivamente a uma elevadacompetência percebida e uma baixa competência percebida. Desta forma, os itens comafirmações mais positiv<strong>as</strong> <strong>do</strong> la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong>, são cota<strong>do</strong>s 4, 3, 2, 1 e, quan<strong>do</strong> <strong>as</strong> afirmaçõesnegativ<strong>as</strong> se encontram nessa posição, os itens são cota<strong>do</strong>s 1, 2, 3, 4 (Peixoto et al., 1996).Após a cotação <strong>do</strong>s itens, procede-se ao cálculo d<strong>as</strong> médi<strong>as</strong> <strong>do</strong>s itens que correspondemàs diferentes subescal<strong>as</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, a média d<strong>as</strong> subescal<strong>as</strong> (à excepção da “Autoestima”)permite obter o Autoconceito Global.Para avaliar a fiabilidade desta escala na amostra em estu<strong>do</strong>, procedeu-se à análise daconsistência interna, procuran<strong>do</strong> compará-la com a amostra de validação da escala (Peixoto etal., 1996) (Tabela 3).12


Tabela 3. Fiabilidade <strong>do</strong> Perfil de Auto-PercepçãoEscala Subescal<strong>as</strong> α α(Peixoto et al., 1996)Competência Escolar (CE) 0,707 0,61Aceitação Social (AS) 0,787 0,75Escala dePercepçãodeCompetênciaCompetência Atlética (CA) 0,818 0,82Aparência Física (AF) 0,909 0,84Atracção Romântica (AR) 0,728 0,61Comportamento (C) 0,786 0,52Amizades Íntim<strong>as</strong> (AI) 0,871 0,74Auto-Estima (AE) 0,823 0,80Tal como se pode verificar através da Tabela 3, tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> subescal<strong>as</strong> da escala “Perfil deAuto-Percepção” apresentam uma forte consistência interna (α>0,7) na amostra em estu<strong>do</strong>.Comparativamente à amostra de validação, verifica-se uma maior consistência interna emtod<strong>as</strong> <strong>as</strong> escal<strong>as</strong>.No entanto, os valores obti<strong>do</strong>s na amostra de validação referem-se apen<strong>as</strong> aosa<strong>do</strong>lescentes <strong>do</strong> 10º, 11º e 12º anos de escolaridade já que, segun<strong>do</strong> Peixoto et al. (1996), aconsistência interna da escala tende a ser mais elevada em sujeitos mais velhos. Assim, ofacto de se terem verifica<strong>do</strong> valores de consistência interna mais eleva<strong>do</strong>s na amostra emestu<strong>do</strong>, não parece surpreender, já que contém maioritariamente a<strong>do</strong>lescentes <strong>entre</strong> os 16 e os23 anos.Relativamente à “Escala de Importância”, esta pretende avaliar a importância atribuídapelo sujeito aos diferentes <strong>do</strong>mínios <strong>do</strong> autoconceito. É composta por <strong>do</strong>ze itens (<strong>do</strong>is paracada <strong>do</strong>mínio) para os quais é pedi<strong>do</strong> ao sujeito que gradue a importância atribuída a cada umdesses <strong>do</strong>mínios, segun<strong>do</strong> a lógica de resposta referida na escala “Percepção de Competência”(Peixoto et al., 1996).3.3.5. Avaliação da AnsiedadePara avaliar a Ansiedade foi utiliza<strong>do</strong> o Spence Children’s Anxiety Scale (SCAS; Spence,1994).O SCAS foi desenvolvi<strong>do</strong> para avaliar a severidade <strong>do</strong>s sintom<strong>as</strong> ten<strong>do</strong> em linha de conta<strong>as</strong> perturbações de ansiedade propost<strong>as</strong> pelo DSM-IV e tem si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> por diversosestu<strong>do</strong>s em diferentes países e em divers<strong>as</strong> faix<strong>as</strong> etári<strong>as</strong> (Muris, Schmidt & Merckelbach,2000; Spence, Barrett & Turnur, 2003). Trata-se de uma escala aplicável em contexto clínicoe em contexto de investigação e pode ser administrada individualmente ou em grupo. No13


entanto, segun<strong>do</strong> Spence (1997), é importante ter em consideração que o SCAS por si só nãoé suficiente para o diagnóstico de perturbações de ansiedade pois, para tal, deve ser tida emconta a frequência, duração, severidade e consequênci<strong>as</strong> da sintomatologia.A escala é composta por 44 itens, <strong>do</strong>s quais 38 reflectem sintom<strong>as</strong> específicos deansiedade e 6 itens positivos, que pretendem reduzir o enviesamento por respost<strong>as</strong> negativ<strong>as</strong>.Os itens estão agrupa<strong>do</strong>s em seis subescal<strong>as</strong>:1) Ansiedade de Separação – SA (5, 8, 12, 15, 16, 44)2) Fobia Social – SP (6, 7, 9, 10, 29, 35)3) Obsessão-Compulsão – OC (14, 19, 27, 40, 41, 42)4) Pânico/Agorafobia – PA (13, 21, 28, 30, 32, 34, 36, 37, 39)5) Me<strong>do</strong> de Danos Físicos (relaciona<strong>do</strong> com fobi<strong>as</strong> específic<strong>as</strong>) – PIF (2, 18, 23, 25, 33)6) Ansiedade Generalizada – GA (1, 3. 4, 20, 22, 24)Os itens são respondi<strong>do</strong>s numa escala tipo Likert de 4 pontos (0 – “nunca”, 1 – “àsvezes”, 2 - “frequentemente”, 3 – “sempre”), corresponden<strong>do</strong> à frequência com que o sujeitoexperiencia os diversos sintom<strong>as</strong> de ansiedade (Spence, 1998).Após a cotação da escala, somam-se os itens que correspondem a cada subescala ecalcula-se a pontuação total da escala através da soma de to<strong>do</strong>s os itens <strong>do</strong> SCAS, à excepção<strong>do</strong>s itens positivos (11, 17, 26, 31, 38, 43). A interpretação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s é efectuada atravésda média e, dessa forma, valores superiores à média indicam sintom<strong>as</strong> clínicos de ansiedade.De forma a avaliar a fiabilidade da escala na amostra em estu<strong>do</strong>, procedeu-se à análise daconsistência interna (Tabela 4).Tabela 4. Fiabilidade <strong>do</strong> Spence Children’s Anxiety ScaleEscala Subescala αSpence Children’s Ansiedade de Separação (SA) 0,68Anxiety Scale Fobia Social (SP) 0,688Obsessão-Compulsão (OC) 0,521Pânico/Agorafobia (PA) 0,864Me<strong>do</strong> de Danos Físicos (PIF) 0,520Ansiedade Generalizada (GA) 0,781SCAS Total 0,900Tal como se pode observar na Tabela 4, <strong>as</strong> subesc<strong>as</strong> PA, GA e o SCAS Total apresentamuma consistência interna forte (α>0,7). As subescal<strong>as</strong> SA e SP, apresentam uma consistênciainterna moderada/razoável (0,6


fraca consistência interna (α


Para a análise d<strong>as</strong> PCA, Insatisfação Corporal, Autoconceito e Auto-Estima, Ansiedade eo Sexo e Raça, utilizou-se o teste T-Student para Amostr<strong>as</strong> Independentes, quan<strong>do</strong> severificaram os pressupostos da normalidade e homgeneidade de variânci<strong>as</strong>, e o teste Mann-Whitney quan<strong>do</strong> pelo menos um <strong>do</strong>s pressupostos não foi observa<strong>do</strong>. Para o Esta<strong>do</strong> Civil ePrática de Exercício Físico, utilizou-se a ANOVA (um factor) ,quan<strong>do</strong> se verificaram ospressupostos da normalidade e homogeneidade de variânci<strong>as</strong>, e o teste de Kruskal-Wallisquan<strong>do</strong> pelo menos um <strong>do</strong>s pressupostos não se observou. Quan<strong>do</strong> se verificaram diferenç<strong>as</strong><strong>entre</strong> os grupos, utilizou-se o teste de Comparações Múltipl<strong>as</strong> LSD para identificar onde é queess<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> se encontravam. Por fim, para estudar a relação <strong>entre</strong> a Idade e o IMC e <strong>as</strong>variáveis mencionad<strong>as</strong>, utilizou-se o Quoeficiente de Correlação de Pearson.Relativamente à análise da Percepção da Imagem Corporal e o Sexo, foi utiliza<strong>do</strong> o testede Qui-Quadra<strong>do</strong> de Independência/Homogeneidade. Para averiguar se existiam diferenç<strong>as</strong><strong>entre</strong> a Percepção da Imagem Corporal e <strong>as</strong> PCA, utilizou-se o teste de Kruskal-Wallis.Posteriormente, para localizar <strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> encontrad<strong>as</strong>, utilizou-se o teste de ComparaçõesMúltipl<strong>as</strong> LSD.Quanto à relação <strong>entre</strong> o Autoconceito, Auto-Estima e <strong>as</strong> PCA, <strong>entre</strong> a InsatisfaçãoCorporal e <strong>as</strong> PCA e <strong>entre</strong> a Ansiedade e <strong>as</strong> PCA, utilizou-se o Quoeficiente de Correlação dePearson.Por fim, recorreu-se à Regressão Linear com o objectivo de perceber o valor predictivo<strong>do</strong> Autoconceito, Auto-Estima, Insatisfação Corporal e Ansiedade no Risco de PCA (EDRC),na amostra em estu<strong>do</strong>.16


3. RESULTADOS3.1. Análise Descritiva d<strong>as</strong> Perturbações <strong>do</strong> Comportamento AlimentarEm média, os participantes apresentaram níveis clínicos baixos na Obsessão porEmagrecer (M=32,64; DP=9,54), Bulimia (M=39,39; DP=5,85), Insatisfação Corporal(M=35,25; DP=9,13) e no Risco de PCA (M=31,33; DP=8,78), o que denota que osa<strong>do</strong>lescentes, em média, têm um risco baixo para o desenvolvimento de PCA.Com b<strong>as</strong>e na Tabela 5, pode-se verificar que apen<strong>as</strong> 2,5% <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes apresentaramum eleva<strong>do</strong> risco para desenvolver PCA, 2,5% níveis clinicamente eleva<strong>do</strong>s na Obsessão porEmagrecer e 3,8% na Bulimia. Para a Insatisfação Corporal não foram encontra<strong>do</strong>s valoresclinicamente eleva<strong>do</strong>s.Tabela 5. Distribuição <strong>do</strong>s Níveis Clínicos pel<strong>as</strong> Subescal<strong>as</strong> DT, B, BD e Compósito EDRC <strong>do</strong> EDI-3Subescala/Compósito Nível Clínico N PercentagemObsessão por Emagrecer BaixoTípicoEleva<strong>do</strong>699286,3%11,3%2,5%BulimiaBaixoTípicoEleva<strong>do</strong>6512381,3%15%3,8%Insatisfação CorporalBaixoTípico661482,5%17,5%Risco de Perturbação <strong>do</strong>Comportamento AlimentarBaixoTípicoEleva<strong>do</strong>717288,8%8,8%2,5%Nota: DT=Obsessão por Emagrecer; B=Bulimia; BD=Insatisfação Corporal;EDRC=Risco de Perturbação <strong>do</strong> Comportamento Alimentar; EDI-3=Inventáriode Perturbação <strong>do</strong> Comportamento Alimentar3.2. Análise d<strong>as</strong> PCA em função d<strong>as</strong> Variáveis Sociodemográfic<strong>as</strong>No que respeita ao Esta<strong>do</strong> Civil <strong>do</strong>s Pais e Prática de Exercício Físico, não foramencontrad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> em relação ao Risco de Perturbação <strong>do</strong> Comportamento Alimentar,Obsessão por Emagrecer e Bulimia. Por outro la<strong>do</strong>, não se observou uma relação significativa<strong>entre</strong> a Idade e ess<strong>as</strong> variáveis.17


Quanto ao Sexo, verificaram-se diferenç<strong>as</strong> significativ<strong>as</strong> em relação ao Risco de PCA(MW=325,5; p=0,025) e Obsessão por Emagrecer (MW=315.0; p=0,017), ten<strong>do</strong> <strong>as</strong> raparig<strong>as</strong>obti<strong>do</strong> valores superiores (M=43,41; M=43,58) comparativamente aos rapazes (M=28,84;M=28,19). Para a Bulimia, não foram encontrad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> de género.Relativamente à Raça, observaram-se diferenç<strong>as</strong> significativ<strong>as</strong> na Obsessão porEmagrecer (MW=316,5; p=0,046), sen<strong>do</strong> esta superior nos a<strong>do</strong>lescentes de raça Negra(M=49,90) comparativamente aos a<strong>do</strong>lescentes Cauc<strong>as</strong>ianos (M=37,02).Por fim, foi encontrada uma relação positiva e moderada <strong>entre</strong> o IMC e o Risco dePerturbação <strong>do</strong> Comportamento Alimentar (r: 0,309; p=0,005) e a Obsessão por Emagrecer(r=0,303; p=,006).3.3. Análise Descritiva da Imagem CorporalAtravés da análise <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s na Escala de Silhuet<strong>as</strong> de Collins, verificou-seque 23,8% <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes desejam aumentar o tamanho corporal (discrepância negativa),45% desejam reduzir o tamanho corporal (discrepância positiva) e 31,3% têm o tamanhocorporal que gostariam de ter (discrepância ideal). Deste mo<strong>do</strong>, pôde-se constatar que 67,5%<strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes estão insatisfeitos com a sua imagem corporal e 32,5% estão satisfeitos.Contu<strong>do</strong>, através da análise da subescala “Insatisfação Corporal” <strong>do</strong> EDI-3, foi possívelverificar que, apesar <strong>do</strong>s níveis de insatisfação, estes são, na sua maioria, clinicamente baixos(82,5%).3.4. Análise da Imagem Corporal em função d<strong>as</strong> Variáveis Sociodemográfic<strong>as</strong>Os resulta<strong>do</strong>s revelaram que a Percepção da Imagem Corporal não é idêntica(homogénea) <strong>entre</strong> os sexos (χ2 =11,673; p=0,003), sen<strong>do</strong> que existe uma maior prevalênciade discrepância negativa nos rapazes (56,2%), comparativamente às raparig<strong>as</strong> (15,6%) e umamaior discrepância positiva n<strong>as</strong> raparig<strong>as</strong> (50%) comparativamente aos rapazes (25%). Poroutro la<strong>do</strong>, verificou-se que existe uma maior prevalência de discrepância ideal n<strong>as</strong> raparig<strong>as</strong>(34,4%) comparativamente aos rapazes (18,8%).No que respeita à Insatisfação Corporal, não foram encontrad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> relativamenteà Raça, Esta<strong>do</strong> Civil <strong>do</strong>s Pais e Prática de Exercício Físico. Por outro la<strong>do</strong>, não se observouqualquer relação <strong>entre</strong> a Idade e a Insatisfação Corporal.18


Quanto ao Sexo, foram encontrad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> significativ<strong>as</strong> (MW=297,0; p=0,01),estan<strong>do</strong> <strong>as</strong> raparig<strong>as</strong> mais insatisfeit<strong>as</strong> com a imagem corporal comparativamente aos rapazes(M=43,86; M=27,06).Por fim, observou-se a existência de uma correlação positiva moderada <strong>entre</strong> o IMC e aInsatisfação Corporal (r=0,315; p=0,004).3.5. Análise Descritiva <strong>do</strong> Autoconceito e Auto-EstimaNo que respeita à percepção de competência nos diversos <strong>do</strong>mínios <strong>do</strong> autoconceito, osresulta<strong>do</strong>s revelaram que, em média, os a<strong>do</strong>lescentes se percepcionam como maiscompetentes em relação às Amizades Íntim<strong>as</strong> (M=3,4; DP=0.79) e Comportamento (M=3,2;DP=0,63), embora também se percepcionem como competentes na Aceitação Social (M=2,8;DP=0,71), Competência Escolar (M=2,71; DP=0,61), Atracção Romântica (M=2,7; DP=0,62)e Aparência Física (M=2,51; DP=0,94). A Competência Atlética parece ter si<strong>do</strong> aquela que,em média, obteve uma menor competência percebida (M=2,36; DP=0,74).Em relação ao Autoconceito Global e Auto-Estima, verificou-se que, em média, osa<strong>do</strong>lescentes se percepcionam globalmente como competentes (M=2,81; DP=0,43) <strong>as</strong>simcomo se avaliam globalmente de forma positiva (M=2,82; DP=0,75).Através da análise da Tabela 6, pode-se observar que 85% <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes têm umaelevada competência percebida em relação ao Comportamento, 82,5% n<strong>as</strong> Amizades Íntim<strong>as</strong>,67,5% na Aceitação Social, 66,3% na Atracção Romântica e 62,5% na Competência Escolar.Porém, na Competência Atlética e Aparência Física, a percentagem de a<strong>do</strong>lescentes comelevada competência percebida é inferior (45%, 47,5%).Quanto ao Autoconceito Global e Auto-Estima, 75% <strong>do</strong>s participantes percepcionam-secomo globalmente competentes e 62,5% têm uma elevada auto-estima.19


Tabela 6. Distribuição da Competência Percebida nos Diferentes <strong>do</strong>mínios <strong>do</strong> Autoconceito e Auto-Estima daEscala Perfil de Auto-PercepçãoSubescala Percepção de Competência N PercentagemCompetência Escolar Baixa30 37,5%Elevada50 62,5%Aceitação SocialBaixaElevada265432,5%67,5%Competência AtléticaBaixaElevada443655%45%Aparência FísicaBaixaElevada423852,5%47,5%Atracção RomânticaBaixaElevada275333,8%66,3%ComportamentoBaixaElevada126815%85%Amizades Íntim<strong>as</strong>BaixaElevada146617,5%82,5%Auto-EstimaBaixa AEElevada AE305037,5%62,5%Autoconceito GlobalBaixaElevada206025%75%3.6. Análise <strong>do</strong> Autoconceito e Auto-Estima em função d<strong>as</strong> Variáveis Sociodemográfic<strong>as</strong>No que respeita à Raça e ao Esta<strong>do</strong> Civil <strong>do</strong>s Pais, não foram encontrad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong>significativ<strong>as</strong>. No mesmo senti<strong>do</strong>, não se observaram relações significativ<strong>as</strong> <strong>entre</strong> o IMC e oAutoconceito e Auto-Estima.Quanto à Idade, verificou-se que esta está moderada e positivamente relacionada com oAutoconceito Global (r=0,297; p=0,007).Relativamente ao Sexo, observaram-se diferenç<strong>as</strong> significativ<strong>as</strong> em relação à AceitaçãoSocial (t=-2,216; p=0,03) e Competência Atlética (t=-2,38; p=0,001), sen<strong>do</strong> estes superioresnos rapazes (M=3,14; M=2,87) comparativamente às raparig<strong>as</strong> (M=2,71; M=2,23).Por fim, foram encontrad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> significativ<strong>as</strong> <strong>entre</strong> a Prática de Exercício Físico ea Competência Atlética (F=2,86; p=0,042), sen<strong>do</strong> que os a<strong>do</strong>lescentes que praticam exercícioregularmente têm uma Competência Atlética percebida superior aos que não praticamexercício físico (M=2,73; M=2,14).20


3.7. Análise descritiva da AnsiedadeNo que diz respeito aos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s no total <strong>do</strong> SCAS, constatou-se que, em média,os a<strong>do</strong>lescentes apresentaram níveis baixos de ansiedade (M=34,71; DP=14,3), ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong>encontra<strong>do</strong>s os mesmos resulta<strong>do</strong>s para <strong>as</strong> diferentes subescal<strong>as</strong> (SA: M=4,71; DP=2,73; SP:M=6,91; DP=3,17; PA: M=4,3; DP=4,24), à excepção da Ansiedade Generalizada, para aqual, em média, se verificaram níveis mais eleva<strong>do</strong>s de ansiedade (M=8,96; DP=3,43).Com b<strong>as</strong>e na tabela 7, pode-se depreender que <strong>as</strong> subescal<strong>as</strong> Ansiedade Generalizada eFobia Social foram aquel<strong>as</strong> onde se verificaram uma maior percentagem de sujeitos comníveis eleva<strong>do</strong>s de ansiedade (46,3% e 26,3%), seguin<strong>do</strong>-se a Ansiedade de Separação (6,3%)e Pânico/Agorafobia (6,3%). Para o SCAS total, 8,8% <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes apresentaram níveisde ansiedade eleva<strong>do</strong>s.Tabela 7. Distribuição <strong>do</strong>s Níveis de Ansiedade obti<strong>do</strong>s no Spence Children Anxiety Scale (SCAS)Subescala Níveis de Ansiedade N PercentagemSCAS TotalBaixo73 91,3%Eleva<strong>do</strong>7 8,8%Ansiedade de SeparaçãoBaixoEleva<strong>do</strong>75593,8%6,3%Fobia SocialBaixoEleva<strong>do</strong>592173,8%26,3%Pânico/AgorafobiaBaixoEleva<strong>do</strong>75593,8%6,3%Ansiedade GeneralizadaBaixoEleva<strong>do</strong>433753,8%46,3%3.8. Análise da Ansiedade em função d<strong>as</strong> Variáveis Sociodemográfic<strong>as</strong>Relativamente ao Esta<strong>do</strong> Civil <strong>do</strong>s Pais e Prática de Exercício Físico, não foramencontrad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> nos níveis de Ansiedade. Por outro la<strong>do</strong>, também não se observouqualquer relação <strong>entre</strong> Idade, IMC e a Ansiedade.No que respeita ao Sexo, verificaram-se diferenç<strong>as</strong> significativ<strong>as</strong> no Pânico/Agorafobia(MW=341,0; p=0,038), ten<strong>do</strong> <strong>as</strong> raparig<strong>as</strong> apresenta<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s mais eleva<strong>do</strong>s (M=43,17)comparativamente aos rapazes (M=29,81).21


Para a Raça, foram encontrad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> significativ<strong>as</strong> na Ansiedade Generalizada(MW=308,5; p=0,037), sen<strong>do</strong> que os a<strong>do</strong>lescentes de Raça Negra apresentaram níveissuperiores comparativamente aos a<strong>do</strong>lescentes Cauc<strong>as</strong>ianos (M=50,43; M=36,90).3.9. Análise da Relação <strong>entre</strong> a Imagem Corporal e <strong>as</strong> PCAOs resulta<strong>do</strong>s demonstraram a existência de diferenç<strong>as</strong> na Percepção Corporal em função<strong>do</strong> Risco de PCA (KW=31,024; p=0,000), Obsessão por Emagrecer (KW=30,611; p=0,000) eInsatisfação Corporal (KW=36,938; p=0,000).Neste senti<strong>do</strong>, observou-se que o Risco de PCA e a Insatisfação Corporal são superioresem a<strong>do</strong>lescentes que desejam reduzir o tamanho corporal (M=56,46; M=57,79)comparativamente aos que desejam aumentar o tamanho corporal (M=27,82; M=29,42) ouque têm o tamanho que desejariam ter (M=27,16; M=24,02).Relativamente à Obsessão por Emagrecer, verificou-se que esta é superior nosa<strong>do</strong>lescentes que têm um tamanho corporal superior ao que gostariam de ter (M=54,67)comparativamente àqueles que desejam aumentar o tamanho corporal (M=19,16) e que têm otamanho que desejariam ter (M=36,32) e, por outro la<strong>do</strong>, os a<strong>do</strong>lescentes com tamanho idealapresentaram mais Obsessão por Emagrecer comparativamente aos a<strong>do</strong>lescentes comtamanho inferior ao que gostariam de ter.No que respeita à Insatisfação Corporal, observou-se que esta tem uma correlaçãopositiva muito forte com o Risco de PCA (r=0,903; p=0,000) e forte com a Obsessão porEmagrecer (r=0,743; p=0,000) e com a Bulimia (r=0,473; p=0,000).3.10. Análise da Relação <strong>entre</strong> Autoconceito, Auto-Estima e <strong>as</strong> PCANo que diz respeito ao Risco de PCA, verificou-se que este está forte e negativamenterelaciona<strong>do</strong> com a Auto-Estima (r=-0,693; p=0,000), Aparência Física (r=-0,648; p=0,000),Autoconceito Global (r=-0,619; p=0,000) e Competência Atlética (r=-0,470; p=0,000) e temuma relação negativa moderada com a Competência Escolar (r=-0,346; p=0,002), AceitaçãoSocial (r=-0,349; p=0,002) e Atracção Romântica (r=-0,332; p=0,003).Por outro la<strong>do</strong>, os resulta<strong>do</strong>s demonstraram que a Obsessão por Emagracer tem uma fortecorrelação negativa com a Auto-Estima (r=-0,630; p=0,000), Aparência Física (r=-0,605;p=0,000) e Autoconceito Global (r=-0,583; p=0,000) e uma correlação negativa moderada22


com a Competência Escolar (r=-0,363; p=0,001), Aceitação Social (r=-0,335; p=0,002),Competência Atlética (r=-0,336; p=0,002) e Atracção Romântica (r=-0,338; p=0,002).Para a Bulimia, verificou-se que esta tem uma relação negativa forte com a Auto-Estima(r=-0,476; p=0,000) e moderada com a Competência Atlética (r=-0,368; p=0,001), AparênciaFísica (r=-0,367; p=0,001) e Autoconceito Global (r=-0,347; p=0,002).Por fim, observou-se a existência de uma correlação negativa forte <strong>entre</strong> a InsatisfaçãoCorporal e a Aparência Física (r=-0,656; p=0,000), Auto-Estima (r=-0,640; p=0,000),Autoconceito Global (r=-0,593; p=0,000) e Competência Atlética (r=-0,507; p=0,000) e umacorrelação negativa moderada com a Aceitação Social (r=-0,335; p=0,000) e AtracçãoRomântica (r=-0,324; p=0,003).3.11. Análise da Relação <strong>entre</strong> a Ansiedade e <strong>as</strong> PCAAtravés <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, verificou-se que o Risco de PCA está moderada epositivamente relaciona<strong>do</strong> com a Fobia Social (r=0,433; p=0,000), Ansiedade Total (r=0,384;p=0,000) e Pânico/Agorafobia (r=0,315; p=0,004).No que respeita à Obsessão por Emagrecer, observou-se uma correlação positivamoderada com a Fobia Social (r=0,424; p=0,000) e Ansiedade Total (r=0,294; p=0,008). Paraa Bulimia, constatou-se que esta apresenta uma correlação positiva forte com a Fobia Social(r=0,512; p=0,000) e uma correlação positiva moderada com a Ansiedade Total (r=0,345;p=0,002). Por fim, foi encontrada uma correlação positiva moderada <strong>entre</strong> a InsatisfaçãoCorporal e a Ansiedade Total (r=0,364; p=0,001) e Pânico/Agorafobia (r=0,338; p=0,002).3.12. Análise <strong>do</strong> Impacto <strong>do</strong> Autoconceito, Auto-Estima, Insatisfação Corporal eAnsiedade no Risco de PCAApós a análise da Regressão Linear, verificou-se que o melhor modelo para explicar oRisco de PCA na amostra em estu<strong>do</strong> é um modelo cuj<strong>as</strong> variáveis independentes são aInsatisfação Corporal, Auto-Estima e Fobia Social (R 2 =86,1%).Desta forma, quan<strong>do</strong> a Auto-Estima aumenta, o Risco de PCA tende a diminuír (B=-1,485; p=0,035), quan<strong>do</strong> a Insatisfação Corporal aumenta, o Risco de PCA também aumenta(B=0,747; p=0,000) e quan<strong>do</strong> a Fobia Social aumenta, o Risco de PCA também aumenta(B=0,468; p=0,001).23


4. DISCUSSÃOO primeiro objectivo específico <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> pretende compreender qual o Risco de PCAnos a<strong>do</strong>lescentes em estu<strong>do</strong>. Desta forma, pode-se concluír que, embora este seja baixo, quero Risco de PCA quer a Obsessão por Emagrecer são superiores no sexo feminino e tendem aaumentar à medida que o IMC também aumenta. Este resulta<strong>do</strong> vai ao encontro com osresulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por vários estu<strong>do</strong>s, segun<strong>do</strong> os quais, <strong>as</strong> raparig<strong>as</strong> apresentaram atitudesalimentares mais perturbad<strong>as</strong> (Bento, Saraiva, Pereira, Azeve<strong>do</strong> & Santos, 2011; Downs,DiNallo, Savage & Davison, 2007), maior risco para desenvolver PCA, níveis superiores emrelação à obsessão por emagrecer e bulimia (Goñi & Rodriguez, 2007; Kerremans et al., 2010;Russo et al., 2011; Tao, 2010). No entanto, no presente estu<strong>do</strong>, <strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> de género emrelação à Bulimia não são significativ<strong>as</strong>.Quanto ao IMC, de acor<strong>do</strong> com o estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Russo et al. (2011), osa<strong>do</strong>lescentes com excesso de peso e obesidade apresentaram um risco superior paradesenvolver PCA. No mesmo senti<strong>do</strong>, os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por Yiou, Yanping, Ailing,Xiaoqi, Guansheng e Guifa (2010) revelaram que um IMC eleva<strong>do</strong> está significativamente<strong>as</strong>socia<strong>do</strong> a níveis eleva<strong>do</strong>s de obsessão por emagrecer e bulimia. Por outro la<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong>Bjornely, Nordahl e Holmen (2011) existe uma relação <strong>entre</strong> problem<strong>as</strong> de peso e atitudesalimentares perturbad<strong>as</strong>. Contu<strong>do</strong>, no estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Bento et al. (2011), a<strong>do</strong>lescentescom excesso de peso e peso normal apresentaram atitudes alimentares mais perturbad<strong>as</strong>, nãoten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> encontrad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> em relação à motivação para emagrecer e bulimia.Observa-se ainda que os a<strong>do</strong>lescentes de Raça Negra são aqueles que demonstram maiorObsessão por Emagrecer. Vários estu<strong>do</strong>s têm aponta<strong>do</strong> para diferenç<strong>as</strong> raciais/etnic<strong>as</strong>relativamente às PCA. De acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por Croll, Neumark-Sztainer,Story e Ireland (2002), os a<strong>do</strong>lescentes de raça negra foram aqueles que reportaram menoscomportamentos alimentares perturba<strong>do</strong>s. No mesmo senti<strong>do</strong>, num estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> comatlet<strong>as</strong> feminin<strong>as</strong> de alta competição, concluiu-se que <strong>as</strong> raparig<strong>as</strong> Latin<strong>as</strong> e Cauc<strong>as</strong>ian<strong>as</strong>apresentaram um risco superior para desenvolver PCA comparativamente às atlet<strong>as</strong> Afro-American<strong>as</strong> (Pernick, Nichols, Rauh, Kern, Ji, Lawson & Wilfley, 2006). Por outro la<strong>do</strong>, noestu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Shaw, Ramirez, Trost, Randall e Stice (2004), os autores esperavam que<strong>as</strong> minori<strong>as</strong> etnic<strong>as</strong> apresent<strong>as</strong>sem menos perturbações alimentares <strong>do</strong> que o grupo de raçabranca porém não foram encontrad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> nos sintom<strong>as</strong> de PCA e nos seus <strong>factores</strong> derisco.24


O segun<strong>do</strong> objectivo específico tem como finalidade compreender a forma como aimagem corporal se relaciona com <strong>as</strong> PCA. Deste mo<strong>do</strong>, em primeiro lugar, verifica-se que osa<strong>do</strong>lescentes que desejam reduzir o seu tamanho corporal têm um risco superior paradesenvolver PCA, maior Obsessão por Emagrecer e Insatisfação Corporal. Este resulta<strong>do</strong>sugere a existência de distorção corporal, na medida em que a maior parte <strong>do</strong>s participantestêm um IMC normal, o que denota a existência de sobrestimação <strong>do</strong> tamanho corporal. Deacor<strong>do</strong> com a literatura, nos indivíduos com PCA ou com risco para o seu desenvolvimento, aimagem corporal fica completamente distorcida. Assim, estes tendem a percepcionar o seucorpo, ou parte dele, como maior <strong>do</strong> que ele é na realidade, impulsionan<strong>do</strong>-os a a<strong>do</strong>ptaremcomportamentos alimentares restritivos a fim de alcançarem uma magreza cada vez maisacentuada (Carvalho et al., 2009; Ferreira & Veiga, 2010).Regista-se ainda que os a<strong>do</strong>lescentes com o tamanho corporal deseja<strong>do</strong> revelam maiorObsessão por Emagrecer <strong>do</strong> que aqueles que gostariam de aumentar o seu tamanho. Esteresulta<strong>do</strong> pode estar relaciona<strong>do</strong> com o facto de que mesmo os indivíduos satisfeitos com <strong>as</strong>ua imagem actual procuram mantê-la a fim de continuar a corresponder aos ideais de beleza,os quais são constantemente a reforça<strong>do</strong>s pelos media (e.g. diet<strong>as</strong>) (Cohen, 2006; Juarez &Pritchard, 2011). Por outro la<strong>do</strong>, durante a a<strong>do</strong>lescência, a influência social constitui um fortepredictor de diet<strong>as</strong> e, muit<strong>as</strong> vezes, face às diet<strong>as</strong> realizad<strong>as</strong> pelos pares, os a<strong>do</strong>lescentestendem a a<strong>do</strong>ptar esses comportamentos por forma a não serem rejeita<strong>do</strong>s pelos grupos (Shea& Pritchard, 2007, cit. por Juarez & Pritchard, 2011).Em segun<strong>do</strong> lugar, pode-se constatar que à medida que os a<strong>do</strong>lescentes estão maisinsatisfeitos com a sua imagem corporal, a Obsessão por Emagrecer, a Bulimia e o risco dePCA tendem a aumentar e que a Insatisfação Corporal constitui um forte predictor <strong>do</strong> Riscode PCA. Este resulta<strong>do</strong> está em total acor<strong>do</strong> com a maior parte da literatura encontrada (e.g.Ferreira & Veiga, 2010; Rodriguez-Fernandez & Goñi, 2012; Tao, 2010). Por outro la<strong>do</strong>,perante um corpo em mudança e os padrões de beleza vigentes na sociedade actual, alcançarum corpo ideal torna-se uma tarefa difícil para muitos a<strong>do</strong>lescentes, levan<strong>do</strong> não só a umaumento da insatisfação corporal bem como a um aumento <strong>do</strong> recurso a diet<strong>as</strong> e outrosméto<strong>do</strong>s de controlo de peso, vulnerabilizan<strong>do</strong>-os, desse mo<strong>do</strong>, para o desenvolvimento dePCA (Croll, 2005; Dam<strong>as</strong>ceno et al., 2006; Del Ciampo & Del Ciampo, 2010; Grogan, 2008).Verifica-se ainda que os rapazes desejam maioritamente aumentar o seu tamanhocorporal e que <strong>as</strong> raparig<strong>as</strong> desejam reduzi-lo, estan<strong>do</strong> est<strong>as</strong> mais insatisfeit<strong>as</strong> com a suaimagem corporal. Por outro la<strong>do</strong>, à medida que o IMC aumenta, a Insatisfação Corporal <strong>do</strong>sa<strong>do</strong>lescentes também aumenta. Estes resulta<strong>do</strong>s vão ao encontro de resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por25


vários estu<strong>do</strong>s, segun<strong>do</strong> os quais, <strong>as</strong> raparig<strong>as</strong> e os a<strong>do</strong>lescentes com excesso de peso eobesidade apresentaram níveis significativamente superiores de insatisfação corporal (Branco,Hilário & Cintra, 2006; Downs et al., 2007; Huang et al., 2007; Lawler & Nixon, 2011;Mati<strong>as</strong>, Rolim, Kretzer, Schmoetz & Andrade, 2010; Tao, 2010). O estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> porPetroski, Pelegrini e Glaner (2009) demonstrou que os rapazes desejavam aumentar otamanho corporal e <strong>as</strong> raparig<strong>as</strong> reduzi-lo. Este facto está fortemente relaciona<strong>do</strong> com osideais de beleza feminino e m<strong>as</strong>culino, os quais valorizam a magreza e elegância feminina e atonificação e volume muscular m<strong>as</strong>culino (Grogan, 2008).O terceiro objectivo específico <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, procura compreender de que forma é que oAutoconceito e Auto-Estima se relacionam com <strong>as</strong> PCA. Pode-se concluír que a diminuiçãoda Auto-Estima, da percepção de competência na Aparência Física, Competência Atlética eAutoconceito Global, estão relaciona<strong>do</strong>s com o aumento da Obsessão por Emagrecer,Bulimia, Insatisfação Corporal e Risco de PCA, constituin<strong>do</strong>-se a Auto-Estima como um fortepredictor relativamente a este último.Constata-se ainda que a diminuição da competência percebida na Aceitação Social eAtracção Romântica está <strong>as</strong>sociada ao aumento <strong>do</strong> Risco de PCA, Obsessão por Emagrecer eInsatisfação Corporal e, por outro la<strong>do</strong>, que a diminuição da Competência Escolar percebidaestá <strong>as</strong>sociada a um aumento <strong>do</strong> Risco de PCA e Obsessão por Emagrecer.Segun<strong>do</strong> vários autores, a baixa auto-estima pode levar ao desenvolvimento de PCA,constituin<strong>do</strong>-se como um factor de risco (Rodriguez-Fernandez & Goñi, 2012; Tao, 2010) eestá fortemente relacionada com a insatisfação corporal (Huang et al., 2007). O estu<strong>do</strong>realiza<strong>do</strong> por Kerremans et al. (2010) para além de ter demonstra<strong>do</strong> que a auto-estima estárelacionada de forma negativa com os sintom<strong>as</strong> de PCA, também revelou que estes estãofortemente relaciona<strong>do</strong>s com a baixa competência percebida no <strong>do</strong>mínio da aparência física.O estu<strong>do</strong> demonstrou ainda que a percepção de competência no <strong>do</strong>mínio da aparência física eautoconceito global constituem fortes predictores de obsessão por emagrecer e insatisfaçãocorporal. Por seu turno, os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por Costarelli et al. (2011) revelaram que osa<strong>do</strong>lescentes com atitudes alimentares perturbad<strong>as</strong> apresentaram níveis inferiores decompetência percebida no <strong>do</strong>mínio da aparência física e atracção romântica.De acor<strong>do</strong> com McVey, Pepler, Davis, Flett e Ab<strong>do</strong>lell (2002), a elevada importância naaceitação social está <strong>as</strong>sociada a níveis eleva<strong>do</strong>s de perturbações alimentares. No mesmosenti<strong>do</strong>, os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por O’Dea (2009) revelaram que a auto-estima e <strong>as</strong> subescal<strong>as</strong><strong>do</strong> autoconceito estão negativamente <strong>as</strong>sociad<strong>as</strong> a comportamentos alimentares perturba<strong>do</strong>s.Por outro la<strong>do</strong>, a necessidade de ser aceite no grupo bem como o sentimento de atractividade26


são <strong>as</strong>pectos fundamentais para a auto-estima e construção da identidade na a<strong>do</strong>lescência esão fortemente influencia<strong>do</strong>s pela imagem corporal (Cole, Cole & Lightfoot, 2005; Coleman& Hendry, 2003; Sprinthall & Collins, 2011).No que diz respeito à Competência Atlética, importa referir que os a<strong>do</strong>lescentes quepraticam exercício regularmente apresentam níveis superiores de competência percebida.Deste mo<strong>do</strong>, embora não se observe uma relação <strong>entre</strong> a Prática de Exerício Físico e <strong>as</strong> PCA,estan<strong>do</strong> esta <strong>as</strong>sociada a maior Competência Atlética percebida e esta, por sua vez, <strong>as</strong>sociadaao Risco de PCA, Obsessão por Emagrecer, Bulimia e Insatisfação Corporal, pode-se colocara hipótese de que a prática regular de exercício está relacionada com a diminuição dess<strong>as</strong>variáveis.Vários estu<strong>do</strong>s têm procura<strong>do</strong> compreender a relação <strong>entre</strong> o exercício físico e <strong>as</strong> PCA.Segun<strong>do</strong> Goñi e Fernandez (2007), a prática regular de exercício físico está <strong>as</strong>sociada a níveisinferiores de insatisfação corporal e menor risco de PCA. No mesmo senti<strong>do</strong>, de acor<strong>do</strong> comMati<strong>as</strong> et al. (2010), os a<strong>do</strong>lescentes mais activos apresentaram níveis superiores de satisfaçãocorporal. No entanto, apesar <strong>do</strong>s seus beneficios, a prática inadequada de exercício físico podeser prejudicial para a saúde e um factor a ter em consideração na compreensão d<strong>as</strong> PCA.Assim, de acor<strong>do</strong> com o estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Assunção, Cordás e Araújo (2002), apreocupação com o peso e a insatisfação corporal precederam o início de actividade física e aprática de exercício excessiva foi considerada como um comportamento fortemente volta<strong>do</strong>para o controlo de peso. Por outro la<strong>do</strong>, o estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Goodwin, Haycraft, Willis eMeyer (2011), demonstrou que, nos rapazes, a obsessão por emagrecer foi um <strong>do</strong>s maiorespredictores de exercício compulsivo e que, n<strong>as</strong> raparig<strong>as</strong>, a obsessão por emagrecer, bulimia einsatisfação corporal foram <strong>do</strong>s principais <strong>factores</strong> predictivos de exercício compulsivo.Parecem existir poucos estu<strong>do</strong>s que relacionem a competência escolar e <strong>as</strong> PCA. Noentanto, de acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por Yanover e Thompson (2008a), ainterferência <strong>do</strong>s sintom<strong>as</strong> de PCA e insatisfação corporal na <strong>as</strong>siduidade, atenção em sala deaula e realização de trabalhos de c<strong>as</strong>a mostrou-se forte e negativamente relacionada com odesempenho académico, sobretu<strong>do</strong> nos participantes que obtiveram pontuações mais elevad<strong>as</strong>n<strong>as</strong> PCA e insatisfação corporal, m<strong>as</strong> também significativamente relacionada com a obsessãopor emagrecer, bulimia e insatisfação corporal. Desta forma, os autores sugerem que odecréscimo no desempenho académico pode ser uma consequência nos indivíduos queexperimentam problem<strong>as</strong> alimentares e perturbações da imagem corporal (Yanover &Thompson, 2008a; Yanover & Thompson, 2008b).27


Observa-se também que o Autoconceito Global tende a aumentar com a idade e que osrapazes se percepcionam como mais competentes no <strong>do</strong>mínio da Aceitação Social eCompetência Atlética. Segun<strong>do</strong> Marsh (1989), o autoconceito tende a diminuir <strong>entre</strong> o inicio emeio da a<strong>do</strong>lescência e a aumentar no ínicio da idade adulta. Peixoto (2003), após umaextensa revisão de literatura, refere que apesar da relativa estabilidade d<strong>as</strong> auto-percepçõesglobais (auto-estima e autoconceito global) ao longo da a<strong>do</strong>lescência, existem diferentespadrões de desenvolvimento. Assim, alguns indivíduos mantêm-n<strong>as</strong> mais ou menosconstantes enquanto outros <strong>as</strong> modificam em função d<strong>as</strong> su<strong>as</strong> vivênci<strong>as</strong> e da forma como est<strong>as</strong>influenciam os sentimentos em relação a si próprios.Quanto às diferenç<strong>as</strong> de género, o estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Silva (2009) demonstrou que osrapazes se percepcionam mais competentes na área atlética e <strong>as</strong> raparig<strong>as</strong> nos <strong>as</strong>pectoscomportamentais. Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por Simons, Capio, Adriaenssens, Delbroek eVandenbussche (2012), revelaram que os rapazes têm níveis de autoconceito físico superioresàs raparig<strong>as</strong>. Segun<strong>do</strong> Peixoto (2003), os rapazes apresentaram autoconceitos de apresentação(competência atlética, aparência física e atracção romântica) mais eleva<strong>do</strong>s, enquanto que <strong>as</strong>apresentaram autoconceitos sociais (aceitação social, comportamento, amizades íntim<strong>as</strong>)superiores. Todavia, nos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por Gentile, Grabe, Dollan-P<strong>as</strong>coe, Twenge,Wells e Maitino (2009) e por Jackson, Zhao, Witt, Fitzgerald, Eye e Harold (2009) não foramencontrad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> de género na aceitação social.O quarto e último objectivo específico, pretende compreender qual a relação <strong>entre</strong> aAnsiedade e <strong>as</strong> PCA. Verifica-se que o aumento de sintom<strong>as</strong> de ansiedade nos a<strong>do</strong>lescentesestá <strong>as</strong>socia<strong>do</strong> a um maior Risco de PCA, Obsessão por Emagrecer, Bulimia e InsatisfaçãoCorporal. Este resulta<strong>do</strong> vai ao encontro com os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por vários estu<strong>do</strong>s,segun<strong>do</strong> os quais a ansiedade está positivamente relacionada com o risco de PCA e comatitudes alimentares perturbad<strong>as</strong> (Costarelli et al., 2011; Ruso et al., 2011).Pode-se ainda constatar que o Risco de PCA aumenta quan<strong>do</strong> os sintom<strong>as</strong> dePânico/Agorafobia e Fobia Social apresenta<strong>do</strong>s pelos a<strong>do</strong>lescentes também aumentam, que oaumento de sintom<strong>as</strong> de Fobia Social está fortemente <strong>as</strong>socia<strong>do</strong> a um aumento de Bulimia econstitui um predictor <strong>do</strong> Risco de PCA.De acor<strong>do</strong> com vários estu<strong>do</strong>s, existe uma relação <strong>entre</strong> o Pânico/Agorafobia e FobiaSocial e <strong>as</strong> PCA. Para alguns autores, a Anorexia Nervosa está mais <strong>as</strong>sociada à Perturbaçãode Pânico e Perturbação Obsessivo-Compulsiva e a Bulimia Nervosa está mais <strong>as</strong>sociada àAnsiedade Social (Bulik et al., 1997, cit. por Buckner, Silga<strong>do</strong> & Lewinsohn, 2010). Por seuturno, de acor<strong>do</strong> com a revisão de literatura realizada por Godart, Flament, Perdereau e28


Jeammet (2002), o desenvolvimento de Fobia Social é superior em indivíduos com AnorexiaNervosa e Bulimia Nervosa.Em relação à Agorafobia e Perturbação de Pânico, alguns estu<strong>do</strong>s encontraram diferenç<strong>as</strong>na co-ocorrência com Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s com o grupode controlo. Porém, noutros estu<strong>do</strong>s, ess<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> não se mostraram significativ<strong>as</strong> (Godartet al. 2002).Quanto ao valor predictivo da Fobia Social, alguns estu<strong>do</strong>s referem que esta predizapen<strong>as</strong> comportamentos bulímicos (Gilbert & Meyer, 2005), enquanto outros consideram quea Fobia Social prediz quer a Bulimia Nervosa quer a Anorexia Nervosa (Godart et al., 2003,cit. por Buckner et al., 2010).O estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Levinson e Rodebaugh (2012), que procurou compreender quaisos <strong>do</strong>mínios da ansiedade social mais relaciona<strong>do</strong>s com <strong>as</strong> PCA, revelou não só que aansiedade social e <strong>as</strong> PCA coexistem frequentemente, <strong>as</strong>sim como demonstrou que aansiedade social relacionada com a aparência prediz a insatisfação corporal, sintom<strong>as</strong>bulímicos, preocupação com a forma e peso corporal e com a alimentação, e que o me<strong>do</strong> deavaliação negativa prediz a obsessão por emagrecer e restrição alimentar.Por outro la<strong>do</strong>, resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por Ray (2012) demonstraram que o isolamento socialestá positivamente relaciona<strong>do</strong> com <strong>as</strong> PCA. Na medida em que a identidade social e <strong>as</strong>interacções sociais são cruciais para o bom desenvolvimento da auto-imagem durante aa<strong>do</strong>lescência (Stein & Corte, 2007, cit. por Ray, 2012), indivíduos socialmente isola<strong>do</strong>sparecem ter um risco superior para centralizar o seu auto-valor no peso e forma corporal e,consequentemente, maior risco para desenvolver comportamentos alimentares desajusta<strong>do</strong>s(Ray, 2012).Por fim, observa-se que <strong>as</strong> raparig<strong>as</strong> apresentam mais sintom<strong>as</strong> de Pânico/Agorafobia eque os a<strong>do</strong>lescentes de Raça Negra mais sintom<strong>as</strong> de Ansiedade Generalizada. De acor<strong>do</strong> como estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por McLean, Asnaani, Litz e Homann (2011), <strong>as</strong> raparig<strong>as</strong> apresentarammaior prevalência de qualquer perturbação de ansiedade, à excepção da ansiedade social, paraa qual não foram encontrad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong>. No mesmo senti<strong>do</strong>, os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s porBorges, Manso, Tomé e Matos (2008) demonstraram que <strong>as</strong> raparig<strong>as</strong> apresentam maioríndice de sintom<strong>as</strong> de tensão, sintom<strong>as</strong> somáticos, me<strong>do</strong> de humilhação, me<strong>do</strong> dedesempenho, ansiedade de separação/pânico, índice de perturbação de ansiedade e ansiedadetotal.Contu<strong>do</strong>, <strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> raciais encontrad<strong>as</strong> estão em desacor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>spor vários estu<strong>do</strong>s. Deste mo<strong>do</strong>, alguns estu<strong>do</strong>s demonstraram que o risco para desenvolver29


Perturbações de Ansiedade Generalizada é superior em indíviduos Brancos não Latinoscomparativamente aos Americo-Asiáticos, Afro-Americanos e Latinos (e.g. Himle et al.,2009, cit. por Lewis-Fernandez et al., 2009). Em contrapartida, noutros estu<strong>do</strong>s não foramencontrad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> raciais significativ<strong>as</strong> na Ansiedade Generalizada (Brenes, Knudson,McCall, Williamson, Miller & Stanley, 2008; Latzman et al., 2011).30


5. CONSIDERAÇÕES FINAISO presente estu<strong>do</strong> procurou compreender a relação <strong>entre</strong> a Imagem Corporal,Autoconceito, Auto-Estima, Ansiedade e <strong>as</strong> PCA na a<strong>do</strong>lescência.Pode-se concluír que a percepção de excesso de peso, insatisfação corporal, a diminuiçãoda auto-estima e da percepção de competência nos <strong>do</strong>mínios da aparência física, competênciaatlética, atracção romântica, aceitação social, competência escolar e o aumento de sintom<strong>as</strong> deansiedade, sobretu<strong>do</strong> relaciona<strong>do</strong>s com a Fobia Social, estão significativamente relaciona<strong>do</strong>scom o aumento risco de PCA. Por outro la<strong>do</strong>, pode-se constatar que a insatisfação corporalestá <strong>as</strong>sociada à diminuição da auto-estima e ao aumento de sintom<strong>as</strong> de ansiedade. Por fim, ainsatisfação corporal, a auto-estima e a Fobia Social emergiram como fortes predictores derisco de PCA. Estes resulta<strong>do</strong>s vão ao encontro <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por outros estu<strong>do</strong>s que,embora utilizem diferentes meto<strong>do</strong>logi<strong>as</strong>, abordam os mesmos constructos.Na medida em que a obesidade constitui um problema de saúde pública actual, importaainda realçar a relação encontrada <strong>entre</strong> o aumento <strong>do</strong> IMC e o risco de PCA e insatisfaçãocorporal. Estu<strong>do</strong>s recentes têm demonstra<strong>do</strong> que a<strong>do</strong>lescentes com excesso de peso eobesidade apresentam maior insatisfação corporal, níveis mais baixos de auto-estima, níveiseleva<strong>do</strong>s de ansiedade, mais atitudes alimentares perturbad<strong>as</strong> e maior risco para desenvolverPCA (Bjornely et al., 2011; Branco et al., 2006; Downs et al., 2007; Huang et al., 2006;Lawler & Nixon, 2011; Russo et al., 2011).Como mais-valia <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong>, destaca-se o facto de relacionar <strong>factores</strong>psicológicos fundamentais durante a a<strong>do</strong>lescência e <strong>as</strong> PCA, cujo pico de desenvolvimento seencontra nesta f<strong>as</strong>e <strong>do</strong> ciclo de vida. No entanto, salientam-se algum<strong>as</strong> limitações.Em primeiro lugar, face à baixa consistência interna encontrada n<strong>as</strong> subescal<strong>as</strong> Obsessão-Compulsão e Me<strong>do</strong> de Danos Físicos <strong>do</strong> Spence Children’s Anxiety Scale, não foi possívelutilizá-l<strong>as</strong>. Possíveis caus<strong>as</strong> para esta situação podem estar relacionad<strong>as</strong> com o contexto deaplicação da prova, investiga<strong>do</strong>r, com a dimensão reduzida da amostra ou com característic<strong>as</strong>da própria escala (Urbina, 2007). Assim, é importante aferir novamente <strong>as</strong> qualidadespsicométric<strong>as</strong> <strong>do</strong> Spence Children’s Anxiety Scale numa amostra de maior dimensão, nosenti<strong>do</strong> de compreender se é o instrumento mais adequa<strong>do</strong> para avaliar a ansiedade ema<strong>do</strong>lescentes.Em segun<strong>do</strong> lugar, os baixos níveis de Risco de PCA, Obsessão por Emagrecer, Bulimia,Insatisfação Corporal e Ansiedade e os níveis eleva<strong>do</strong>s de Autoconceito e Auto-Estima31


poderão estar relaciona<strong>do</strong>s com o facto da recolha da amostra ter decorri<strong>do</strong> em contexto desaúde, poden<strong>do</strong> levar a efeitos de desejabilidade social. Por outro la<strong>do</strong>, a morosidade <strong>do</strong>preenchimento <strong>do</strong>s questionários, poderá ter leva<strong>do</strong> a enviesamentos n<strong>as</strong> respost<strong>as</strong> <strong>do</strong>sparticipantes.Por fim, <strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> encontrad<strong>as</strong> <strong>entre</strong> grupos (raça, sexo, prática de exercício físico)devem ser interpretad<strong>as</strong> com precaução, na medida em que os grupos não têm, em geral, umadimensão estatisticamente significativa (i.é., N>30). Por essa mesma razão, não foi possívelanalisar algum<strong>as</strong> variáveis sociodemográfic<strong>as</strong>. Mais, apesar de não ser possível generalizar osresulta<strong>do</strong>s à população, acrescenta-se o facto da amostra ser constituída maioritariamente porraparig<strong>as</strong>, tornan<strong>do</strong> o estu<strong>do</strong> menos sensível às possíveis relações <strong>entre</strong> variáveis para o sexom<strong>as</strong>culino.Estu<strong>do</strong>s futuros poderão focar <strong>as</strong> relações <strong>entre</strong> o Autoconceito, Auto-Estima, ImagemCorporal, Ansiedade e <strong>as</strong> PCA, procuran<strong>do</strong> compreender <strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> de género, utilizan<strong>do</strong>uma amostra mais representativa, bem como outros instrumentos.A pertinência de estudar <strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> de género prende-se com o facto de vários estu<strong>do</strong>sapontarem para um aumento gradual de atitudes alimentares perturbad<strong>as</strong> no sexo m<strong>as</strong>culino(e.g., Herpetz-Dahlnann et al., 2008, cit. por Costarelli et al., 2011) e, por outro la<strong>do</strong>, deexistirem algum<strong>as</strong> contradições na literatura.Por exemplo, no que diz respeito à auto-estima, alguns estu<strong>do</strong>s apontam para a nãoexistência de diferenç<strong>as</strong> de género na magnitude d<strong>as</strong> <strong>as</strong>sociações <strong>entre</strong> auto-estima e PCA(Kerremans et al., 2010) e outros sugerem que a auto-estima está significativamente <strong>as</strong>sociadaao risco de PCA, apen<strong>as</strong> no sexo feminino (Russo et al., 2011). Por outro la<strong>do</strong>, o estu<strong>do</strong>realiza<strong>do</strong> por Neumark-Szttainer, Wall, Haines, Story, Sherwood e Berg (2007) demonstrouque a auto-estima é um factor protector para o desenvolvimento de PCA em a<strong>do</strong>lescentesfeminin<strong>as</strong>, m<strong>as</strong> não tem qualquer <strong>as</strong>sociação com PCA em a<strong>do</strong>lescentes m<strong>as</strong>culinos.Relativamente à ansiedade, de acor<strong>do</strong> com Whitehead (2008, cit. por Russo et al., 2011),esta parece aumentar os comportamentos para emagrecer e a compulsão alimentar ema<strong>do</strong>lescentes feminin<strong>as</strong> com peso normal. Já nos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por Russo et al. (2011), aansiedade está significativamente correlacionada com o risco de PCA em ambos os sexos.Em conclusão, a Imagem Corporal, o Autoconceito, a Auto-Estima e a Ansiedade, paraalém de serem <strong>as</strong>pectos fundamentais no bem-estar <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes, devem ser considera<strong>do</strong>sna compreensão e prevenção de PCA nesta f<strong>as</strong>e <strong>do</strong> ciclo de vida.Deste mo<strong>do</strong>, promover uma imagem corporal positiva, aumentar a auto-estima e acompetência percebida nos seus diversos <strong>do</strong>mínios, diminuír os níveis de ansiedade e32


estimular competênci<strong>as</strong> sociais, são algum<strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> importantes para a prevenção <strong>do</strong>desenvolvimento de PCA na a<strong>do</strong>lescência (Akos & Levitt, s.d.; Newmark-Sztainer, 2009;White, 2000). Por outro la<strong>do</strong>, desencorajar diet<strong>as</strong> não saudáveis e estimular comportamentosalimentares e prática de exercício físico saudáveis, incentivar a realização de refeições emfamília, encorajar a família a falar menos sobre peso e a promover em c<strong>as</strong>a uma alimentaçãosaudável e prática de exercício físico são algum<strong>as</strong> recomendações úteis na prevenção de PCAe obesidade (Newmark-Sztainer, 2009).33


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ANEXO A“Revisão de Conceitos”CAPÍTULO I – ADOLESCÊNCIADefiniçãoDe acor<strong>do</strong> com Outeiral (1994),A palavra A<strong>do</strong>lescência tem uma dupla origem etimológica, que caracteriza muitobem <strong>as</strong> peculiaridades desta etapa da vida. Por um la<strong>do</strong>, ela vem <strong>do</strong> latim ad (a, para) eolescer (crescer), significan<strong>do</strong> a condição ou processo de crescimento. Por outro la<strong>do</strong>,A<strong>do</strong>lescência também deriva de a<strong>do</strong>lescer, origem da palavra “a<strong>do</strong>ecer”. Temos <strong>as</strong>sim,nesta dupla origem etimológica, um elemento para pensar esta etapa da vida comouma aptidão para crescer (não apen<strong>as</strong> no senti<strong>do</strong> físico, m<strong>as</strong> também psíquico) e paraa<strong>do</strong>ecer (em termos de sofrimento emocional, com <strong>as</strong> transformações biológic<strong>as</strong> ementais que operam nesta faixa da vida) (p. 6).Numa perspectiva histórica, apen<strong>as</strong> recentemente, n<strong>as</strong> sociedades industrializad<strong>as</strong>, é queos adultos consideraram <strong>as</strong> necessidades e capacidades fisiológic<strong>as</strong> e psicológic<strong>as</strong>característic<strong>as</strong> <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes, possibilitan<strong>do</strong> o reconhecimento da a<strong>do</strong>lescência como umestádio de desenvolvimento humano (Sprinthall & Collins, 2011).G. Stanley Hall (1844-1924, cit. por Sprinthall & Collins, 2011), pai da psicologia <strong>do</strong>a<strong>do</strong>lescente, foi o primeiro a realçar a a<strong>do</strong>lescência como um estádio especial <strong>do</strong>desenvolvimento humano, o qual começa na puberdade, por volta <strong>do</strong>s 12/13 anos e termina<strong>entre</strong> os 22 e os 25 anos. Para o autor, trata-se de um perío<strong>do</strong> de tempestade e tensão, no qualocorrem mudanç<strong>as</strong> significativ<strong>as</strong> resultantes da maturação sexual, <strong>as</strong> quais culminariam numanova personalidade (Ferreira & Nel<strong>as</strong>, 2006).Actualmente, a a<strong>do</strong>lescência pode ser definida como uma etapa <strong>do</strong> desenvolvimentohumano situada <strong>entre</strong> a infância e a idade adulta, a qual é caracterizada por profund<strong>as</strong>alterações fisiológic<strong>as</strong>, psicológic<strong>as</strong> e sociais (Coleman & Hendry, 2003; Ferreira & Nel<strong>as</strong>,2006; Sampaio, 2010).Definir limites estáveis acerca <strong>do</strong> início e final da a<strong>do</strong>lescência é uma questão complexa epouco consensual. Pode-se considerar que a a<strong>do</strong>lescência tem início por volta <strong>do</strong>s 11/12 anos,42


com a entrada na puberdade (Sprinthall & Collins, 2011) e termina aos 19/20 anos, após ojovem ter realiza<strong>do</strong> uma série de taref<strong>as</strong> que lhe permitem alcançar a adultícia, nomeadamentea construção de uma identidade própria e <strong>do</strong> sentimento de autonomia (Ferreira & Nel<strong>as</strong>,2006; Mendes, 2009; Sampaio, 2010). No entanto, nos di<strong>as</strong> de hoje, a puberdade inicia-secada vez mais ce<strong>do</strong> e a entrada na idade adulta ocorre cada vez mais tarde, devi<strong>do</strong> aoprolongamento da situação de dependência em relação aos pais, resultante de <strong>factores</strong> sociais,educativos, pessoais e económicos (Sampaio, 1997, cit. por Ferreira & Nel<strong>as</strong>, 2006; Sampaio,2010). Mais ainda, <strong>as</strong>pectos como o sexo, etnia, meio geográfico e condição socio-económicae cultural, também interferem no estabelecimento de limites temporais estáveis (Ferreira &Nel<strong>as</strong>, 2006).Retoman<strong>do</strong> a ideia de que a a<strong>do</strong>lescência é um perío<strong>do</strong> de sofrimento emocional(Outeiral, 1994), de facto, o desejo de permanecer criança e ao mesmo tempo de se tornaradulto, coloca o jovem diante de conflitos interiores, os quais são gera<strong>do</strong>res de ansiedade(Almeida, Rêgo, Rodrigues & Simões, 2007).Segun<strong>do</strong> Cordeiro (2009), a a<strong>do</strong>lescência é uma f<strong>as</strong>e com alguns riscos, apesar da suanormalidade, e com alguma carência de <strong>factores</strong> protectores, resiliência e conhecimento. Éuma f<strong>as</strong>e caracterizada por uma normal instabilidade, dúvid<strong>as</strong>, angústi<strong>as</strong> e “abanões”afectivos. No entanto, a dificuldade na adaptação às mudanç<strong>as</strong> que a caracterizam, aumenta avulnerabilidade <strong>do</strong> jovem a<strong>do</strong>lescente no seu desenvolvimento social e emocional (Coleman& Hendry, 2003).Transformações e Característic<strong>as</strong> da A<strong>do</strong>lescênciaMudanç<strong>as</strong> Fisiológic<strong>as</strong>A PuberdadeA puberdade é uma f<strong>as</strong>e que marca o início da a<strong>do</strong>lescência (Almeida et al., 2007;Sprinthall & Collins, 2011) e pode ser definida como o processo de desenvolvimento no qualocorrem transformações no indivíduo que começam na imaturidade física e vão até àmaturidade biológica (Cole, Cole & Lightfoot, 2005), culminan<strong>do</strong> no aparecimento <strong>do</strong>scaracteres sexuais secundários e na capacidade de reprodução (Cordeiro, 2009). Nestesenti<strong>do</strong>, ocorrem grandes transformações na capacidade, tamanho e forma <strong>do</strong> corpo.43


Associad<strong>as</strong> às mudanç<strong>as</strong> pubertári<strong>as</strong> surgem <strong>as</strong> preocupações com o corpo e <strong>as</strong> dúvid<strong>as</strong>acerca da normalidade <strong>do</strong>s acontecimentos (Almeida et al., 2007). A tomada de consciênciadess<strong>as</strong> alterações leva a uma desorganização e reorganização psicológica e requer a aceitaçãode uma imagem corporal em mudança (Ferreira & Nel<strong>as</strong>, 2006).O Cérebro <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescenteDurante a a<strong>do</strong>lescência, a organização e funcionamento cerebral sofrem vári<strong>as</strong> alterações.Em primeiro lugar, verificam-se mudanç<strong>as</strong> ao nível <strong>do</strong> lobo frontal e d<strong>as</strong> respectiv<strong>as</strong> funções(e.g., memória). Segun<strong>do</strong>, há um aumento significativo da substância branca, o que reflecteum aumento da comunicação neuronal e, consequentemente, um aumento da eficiência nosprocessos neuronais. Por fim, a substância cinzenta atinge um pico no início da puberdade etende a decrescer no final da a<strong>do</strong>lescência, ocorren<strong>do</strong> neste perío<strong>do</strong>, um aumento <strong>do</strong> númerode sinapses – sinaptogénese, o qual poderá estar <strong>as</strong>socia<strong>do</strong> ao aumento hormonalcaracterístico desta etapa (Cole et al., 2005).Esta libertação hormonal parece ter implicações quer ao nível <strong>do</strong> aumento de peso eestatura característico <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> pubertário (Pataki, 2009, cit. por Sampaio, 2010), quer aonível <strong>do</strong> comportamento e humor <strong>do</strong> jovem (Mendes, 2009).A diminuição <strong>do</strong> número de sinapses no final da a<strong>do</strong>lescência poderá reflectir umaconsolidação da eficácia <strong>do</strong> funcionamento cerebral e uma melhoria d<strong>as</strong> vi<strong>as</strong> neuronais.Porém, vários <strong>factores</strong> podem influenciar estes processos, nomeadamente o consumo deálcool e drog<strong>as</strong> (Cole et al., 2005).Mudanç<strong>as</strong> Psicológic<strong>as</strong>O Desenvolvimento CognitivoNa a<strong>do</strong>lescência, ocorrem grandes transformações n<strong>as</strong> capacidades de pensar, racicionar eresolver problem<strong>as</strong> (Sprinthall & Collins, 2011).Ten<strong>do</strong> em conta a perspectiva piagetiana, quan<strong>do</strong> o a<strong>do</strong>lescente entra no estádio d<strong>as</strong>operações formais, o seu pensamento torna-se progressivamente mais flexível e abstracto(Cole et al., 2005; Coleman & Hendry, 2003; Dolle, 2005; Sprinthall & Collins, 2011).Assim, o pensamento a<strong>do</strong>lescente, isto é, o pensamento formal, é caracteriza<strong>do</strong> por uma maiorcapacidade para pensar acerca d<strong>as</strong> relações lógic<strong>as</strong> de um problema (Cole et al., 2005), pensar44


possibilidades (Sprinthall & Collins, 2011) e testar hipóteses não apen<strong>as</strong> da realidade concreta(Dolle, 2005) – raciocínio hipotético -; capacidade para planear e planificar taref<strong>as</strong> (Cole etal., 2005; Sprinthall & Collins, 2011); capacidade para metapensar (Sprinthall & Collins,2003, cit. por Mendes, 2009); e capacidade para reflectir sobre os seus pontos de vista e os<strong>do</strong>s outros (Sprinthall & Collins, 2011) através da aquisição de uma teoria da mente cada vezmais sofisticada (Cole et al., 2005).Est<strong>as</strong> alterações têm implicações importantes n<strong>as</strong> competênci<strong>as</strong> <strong>do</strong> jovem relativamenteao mo<strong>do</strong> de comunicação, à forma como se relaciona com o outro, tomada de decisões enegociação (Coleman & Hendry, 2003).A Identidade e o EuResponder à questão “quem sou eu” é um processo particularmente complexo (Cole etal., 2005) e que envolve mais <strong>do</strong> que uma lista de auto-descrições (Moshman, 2004, cit. porCole et al., 2005).William James (1842-1910, cit. por Cole et al., 2005), propõe a existência de <strong>do</strong>iscomponentes <strong>do</strong> self: “Mim” (dimensão mais objectiva, isto é, o que uma pessoa sabe de siprópria) e o “Eu” (dimensão mais subjectiva, ou seja, aquele que guia e dirige o self). Maistarde, Harter (1999, cit. por Cole et al., 2005) inclui no “Eu” diferentes dimensões:“consciência <strong>do</strong> self” (apreciação <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> interno próprio – e.g., necessidades, pensamentose emoções); “actividade <strong>do</strong> self” (sentimento de ser autor de pensamentos e acções ao longo<strong>do</strong> tempo); “continuidade <strong>do</strong> self” (noção de que a pessoa se mantém a mesma ao longo <strong>do</strong>tempo); e “coerência <strong>do</strong> self” (sentimento de um self único e coerente).Assim, o grande dilema para um jovem que se deseja integrar na sociedade é existir <strong>entre</strong>desempenhar os papéis apropria<strong>do</strong>s e o Eu. Se, por um la<strong>do</strong>, é importante poder desempenharos papéis correctos nos diversos contextos sociais e posteriormente <strong>as</strong> regr<strong>as</strong> adequad<strong>as</strong> aess<strong>as</strong> situações, por outro, é igualmente importante manter elementos de individualidade, ouseja, o Eu (Coleman & Hendry, 2003). Mais ainda, a construção e manutenção <strong>do</strong>autoconceito na a<strong>do</strong>lescência é um processo b<strong>as</strong>tante complexo na medida em que existemdiversos <strong>factores</strong> que contribuem para est<strong>as</strong> alterações, tais como modificações físic<strong>as</strong>,crescimento intelectual, crescente independência emocional, maior tomada de decisõesrelacionad<strong>as</strong> com valores, comportamentos sexuais, escolha de amigos, f<strong>as</strong>e deexperimentação de diferentes papéis e por aí adiante (Coleman & Hendry, 2003).45


De acor<strong>do</strong> com a perspectiva de Erik Erikson (1902-1994), a principal tarefa daa<strong>do</strong>lescência é a resolução da “crise de identidade” e a subsequente construção da mesma.Trata-se de um processo que integra <strong>as</strong> transformações pessoais, <strong>as</strong> exigênci<strong>as</strong> sociais e <strong>as</strong>expectativ<strong>as</strong> em relação ao futuro e envolve a construção <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> de unidade e oreconhecimento <strong>do</strong> mesmo por parte <strong>do</strong>s outros. No entanto, perante <strong>as</strong> su<strong>as</strong> própri<strong>as</strong>transformações e uma sociedade em constante mudança e com regr<strong>as</strong> incoerentes, a tarefa <strong>do</strong>a<strong>do</strong>lescente torna-se mais difícil (Cole et al., 2005; Sprinthall & Collins, 2011).Para o autor, a b<strong>as</strong>e da personalidade adulta é a forma como nos vêmos a nós próprios ecomo os outros nos vêem. Perante um autoconceito estável e positivo, o jovem irádesenvolver uma identidade pessoal estável, com confiança em si mesmo, nos outros ecomprometer-se-á com os valores humanos universais. C<strong>as</strong>o contrário, resultará umaidentidade difusa (Sprinthall & Collins, 2011).Em suma, a a<strong>do</strong>lescência é um momento de luta para determinar a natureza <strong>do</strong> Eu, paraconsolidar uma série de escolh<strong>as</strong>, num to<strong>do</strong> coerente, que constitua a sua pessoa, diferente <strong>do</strong>spais e de outr<strong>as</strong> influênci<strong>as</strong> formativ<strong>as</strong> (Coleman & Hendry, 2003) e, desse mo<strong>do</strong>, construír <strong>as</strong>ua identidade.Mudanç<strong>as</strong> SociaisA Relação de ParesNa a<strong>do</strong>lescência, os jovens tendem a p<strong>as</strong>sar mais tempo com os pares <strong>do</strong> que com os paisou outros adultos. Os grupos de pares aumentam e diversificam-se e <strong>as</strong> amizades ou relaçõesmais próxim<strong>as</strong> intensificam-se (Cole et al., 2005).Assim, os pares ocupam um papel central, na medida em que oferecem apoio social forada família, ou seja, proporcionam um conjunto alternativo de valores e opiniões, contribuempara o desenvolvimento de competênci<strong>as</strong> sociais e para a formação da identidade (Coleman &Hendry, 2003; Sprinthall & Collins, 2011).Apesar <strong>do</strong>s seus <strong>as</strong>pectos positivos, o grupo também poderá ter um impacto negativo nodesenvolvimento. Desta forma, face à pressão <strong>do</strong> grupo, à necessidade comum aos jovens deser aceite no grupo, às própri<strong>as</strong> característic<strong>as</strong> de personalidade e a ambientes familiares maisdestrutura<strong>do</strong>s, os jovens poderão a<strong>do</strong>ptar comportamentos desajusta<strong>do</strong>s ou desenvolverperturbações psicológic<strong>as</strong> (Cole et al., 2005; Coleman & Hendry, 2003; Sprinthall & Collins,2011).46


Relação com a FamíliaTo<strong>do</strong> o fenómeno a<strong>do</strong>lescente é profundamente influencia<strong>do</strong> pelo desenvolvimentosocial, intelectual e emocional fomenta<strong>do</strong> pel<strong>as</strong> relações familiares (Sprinthall & Collins,2011).Durante este perío<strong>do</strong>, os jovens procuram uma certa autonomia face às figur<strong>as</strong> parentais,contu<strong>do</strong>, não se separam completamente <strong>do</strong>s mesmos. Tal como na infância, os paiscontinuam a ter um papel fundamental na vida <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente, deven<strong>do</strong> não só continuar aprovidenciar cuida<strong>do</strong>s básicos, bem como envolver-se, promover, encorajar ou limitar <strong>as</strong>actividades realizad<strong>as</strong> pelos filhos, num ambiente de segurança e de qualidade afectiva (Coleet al., 2005).Assim, num ambiente de segurança e confiança, o a<strong>do</strong>lescente poderá experimentar nov<strong>as</strong>idei<strong>as</strong> e perspectiv<strong>as</strong> ou expressar novos sentimentos, o que contribui de forma positiva para oseu crescimento, nomeadamente para o processo de autonomia emocional e formação daidentidade (Cole et al., 2005; Sprinthall & Collins, 2011).CAPÍTULO II – A IMAGEM CORPORALImagem Corporal e Satisfação com a Imagem CorporalSegun<strong>do</strong> Shilder (1935, 1950), a imagem corporal pode ser entendida como a imagemsubjectiva <strong>do</strong> próprio corpo, formada na mente de cada indivíduo. Para o autor, a imagemcorporal é perceptiva e é construída de forma dinâmica a partir d<strong>as</strong> interacções sociais e deacor<strong>do</strong> com os padrões de uma cultura, reflectin<strong>do</strong>, dessa forma, atitudes e interacções com osoutros (Grogan, 2008; Maximiano, Miranda, Tomé, Luís, & Maia, 2004; Ogden, 2002).Thompson et al. (1999, cit. por Grogan, 2008) defendem que a imagem corporal é umaforma de padronizar <strong>as</strong> diferentes dimensões que a compõem, nomeadamente a satisfaçãocom o peso, satisfação corporal, orientação da aparência, corpo ideal, esquema corporal,distorção corporal, avaliação da aparência, estima corporal, padrão de corpo, percepçãocorporal, perturbação da imagem corporal, <strong>entre</strong> outros.Actualmente, a imagem corporal pode ser entendida como um constructo dinâmico emultidimensional (Croll, 2005; Dam<strong>as</strong>ceno, Vianna, Vianna, Lacio, Lima & Novaes, 2006),que reflecte <strong>as</strong> percepções, pensamentos, atitudes e emoções de uma pessoa em relação ao seucorpo (Del Ciampo & Del Ciampo, 2010; Grogan, 2008; Weinshenker, 2002) e pode ser47


modificada por <strong>factores</strong> pessoais (e.g., idade, sexo, importância atribuída ao corpo,personalidade, experiênci<strong>as</strong> anteriores) e sociais (e.g., família, pares, media, cultura) (Croll,2005; Dam<strong>as</strong>ceno et al., 2006; Grogan, 2008; Holmqvist & Frisén, 2010; Ogden, 2002).Perante a influência destes <strong>factores</strong>, os indivíduos poderão desenvolver atitudes esentimentos positivos ou negativos em relação à sua imagem corporal. Neste senti<strong>do</strong>, <strong>as</strong>atisfação corporal pode ser entendida como uma avaliação positiva da imagem corporal, quepermite ao indivíduo ter um desempenho emocional e social adequa<strong>do</strong> (Del Ciampo & DelCiampo, 2010). Por outro la<strong>do</strong>, a insatisfação corporal diz respeito a sentimentos epensamentos negativos relativamente à aparência, tamanho, forma, tonificação muscular epeso corporal (C<strong>as</strong>h & Szymanski, 1995, cit. por Grogan, 2008), influencian<strong>do</strong>, desse mo<strong>do</strong>, obem-estar emocional e a qualidade de vida (Del Ciampo & Del Ciampo, 2010).Segun<strong>do</strong> Ogden (2002), a insatisfação corporal pode ser considerada ten<strong>do</strong> em conta trêsperspectiv<strong>as</strong>: 1) distorção <strong>do</strong> tamanho e percepção <strong>do</strong> corpo como maior <strong>do</strong> que ele érealmente; 2) discrepância <strong>entre</strong> a imagem percebida e a imagem ideal sem, no entanto, sernecessário medir objectivamente o tamanho corporal; 3) sentimentos e cognições negativ<strong>as</strong>sobre o corpo.Imagem Corporal e a Insatisfação Corporal na A<strong>do</strong>lescênciaA imagem corporal é um <strong>as</strong>pecto central durante a a<strong>do</strong>lescência (Dam<strong>as</strong>ceno et al., 2006),na medida em que a forma como o jovem percebe o seu corpo é fundamental para aconstrução da sua identidade (Del Ciampo & Del Ciampo, 2010).Face às mudanç<strong>as</strong> pubertári<strong>as</strong>, os jovens experimentam uma reorganização da imagemcorporal (Dam<strong>as</strong>ceno et al., 2006), estranhan<strong>do</strong>, muit<strong>as</strong> vezes, o seu próprio corpo(Weinshenker, 2002). Mais ainda, a a<strong>do</strong>lescência é um perío<strong>do</strong> em que <strong>as</strong> norm<strong>as</strong> vigentes nogrupo de pares e <strong>as</strong> expectativ<strong>as</strong> sociais têm um grande impacto (Barbosa, 2008, cit. porSampaio, 2010; Sprinthall & Collins, 2011), influencian<strong>do</strong> <strong>as</strong> reacções pessoais <strong>do</strong> jovem àssu<strong>as</strong> alterações corporais, <strong>as</strong> quais determinam a imagem corporal, a auto-estima e aidentidade sexual (Sprinthall & Collins, 2011).Desta forma, perante uma sociedade que valoriza a magreza e elegância feminina e atonificação e volume muscular m<strong>as</strong>culino, os a<strong>do</strong>lescentes estão mais vulneráveis adesenvolver sentimentos e atitudes negativ<strong>as</strong> em relação ao seu corpo (Croll, 2005;Dam<strong>as</strong>ceno et al., 2006; Grogan, 2008).48


De acor<strong>do</strong> com a literatura, <strong>as</strong> raparig<strong>as</strong> tendem a estar mais insatisfeit<strong>as</strong> com o seucorpo, a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong> frequentemente estratégi<strong>as</strong> para perder peso, nomeadamente diet<strong>as</strong>restritiv<strong>as</strong>, prática excessiva de exercício físico e outros méto<strong>do</strong>s de controlo de peso poucosaudáveis (e.g., vómito, uso de laxantes). No entanto, os rapazes também apresentam níveisde insatisfação corporal, <strong>as</strong>piran<strong>do</strong> um corpo mesomórfico, isto é, viril e com um bomdesenvolvimento muscular, a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong>, frequentemente estratégi<strong>as</strong> como excesso de exercíciofísico e consumo de esteróides anabolizantes (Dam<strong>as</strong>ceno et al., 2006; Del Ciampo & DelCiampo, 2010; Ogden, 2002).Estes comportamentos, poderão colocar os jovens em risco para o desenvolvimento deperturbações <strong>do</strong> comportamento alimentar, perturbações dismórfic<strong>as</strong> corporais e dismorfi<strong>as</strong>musculares, comprometen<strong>do</strong>, dessa forma, a sua saúde (Croll, 2005; Dam<strong>as</strong>ceno et al., 2006;Del Ciampo & Del Ciampo, 2010; Weinshenker, 2002).De acor<strong>do</strong> com alguns estu<strong>do</strong>s, existem diversos <strong>factores</strong> psicológicos que estãorelaciona<strong>do</strong>s com a insatisfação corporal, nomeadamente baixa auto-estima, autoconceito,ansiedade, depressão e tendênci<strong>as</strong> obsessivo-compulsiv<strong>as</strong> em relação à alimentação(Costarelli, Antonopoulou & Mavrovounioti, 2011; Dam<strong>as</strong>ceno et al., 2010; Martins, Nunes& Noronha, 2008; Perrin, Boone-Heinone, Field, Coyne-Be<strong>as</strong>ley & Gor<strong>do</strong>n-Larsen, 2010;Silva et al., 2009; Weinshenker, 2002). A insatisfação corporal parece constituír um <strong>do</strong>sprincipais <strong>factores</strong> de risco para o desenvolvimento de perturbações <strong>do</strong> comportamentoalimentar (Costarelli et al., 2011; Lawler & Nixon. 2011).Um outro <strong>as</strong>pecto que parece estar significativamente <strong>as</strong>socia<strong>do</strong> à insatisfação corporal éo índice de m<strong>as</strong>sa corporal (IMC). Neste senti<strong>do</strong>, os estu<strong>do</strong>s apontam para que quanto maiorfor o IMC, maior será o nível de insatisfação corporal (Branco, Hilário & Cintra, 2006;Downs, DiNallo, Savage & Davison. 2007; Lawler & Nixon, 2011).Por fim, a prática de actividade física também parece ser uma factor relevante para aimagem corporal, no senti<strong>do</strong> em que indivíduos fisicamente activos parecem ter níveissuperiores de satisfação corporal (Mati<strong>as</strong>, Rolim, Kretzer, Schmoetz & Andrade, 2010).49


CAPÍTULO III – PERTURBAÇÕES DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR (PCA)DefiniçãoAs Perturbações <strong>do</strong> Comportamento Alimentar (PCA) são perturbações complex<strong>as</strong> emultidimensionais que reflectem a interacção <strong>entre</strong> <strong>factores</strong> psicológicos, biológicos e socioculturais.Manifestam-se por comportamentos alimentares patológicos e têm consequênci<strong>as</strong>séri<strong>as</strong> na qualidade de vida (Maximiano et al., 2004), saúde física e psicossocial (Costarelli etal., 2011; Ogden, 2002). Caracterizam-se ainda por uma preocupação intensa não só com ocorpo, m<strong>as</strong> com o peso e com os alimentos (Souto & Ferro-Bucher, 2006, cit. por Carvalho,Amaral & Ferreira, 2009; Ferreira & Veiga, 2010).Dentro d<strong>as</strong> PCA destacam-se a Anorexia Nervosa (AN) e a Bulimia Nervosa (BN). Noentanto, dependen<strong>do</strong> da intensidade e frequência <strong>do</strong>s sintom<strong>as</strong>, estes podem não preencher ocritério completo para o diagnóstico de AN ou BN, sen<strong>do</strong>, dessa forma, incluí<strong>do</strong>s n<strong>as</strong>Perturbações <strong>do</strong> Comportamento Alimentar Sem Outra Especificação (PCASOE).Anorexia Nervosa (AN)Etimologicamente, Anorexia deriva <strong>do</strong> Grego an (“privação” ou “negação”) e orexis(“apetite”), significan<strong>do</strong>, portanto, a negação <strong>do</strong> desejo de comer. No entanto, o termo clínicoAnorexia Nervosa, que designa a negação <strong>do</strong> desejo de comer devi<strong>do</strong> a uma condição mental,apen<strong>as</strong> foi utiliza<strong>do</strong> a partir de 1874 (Costin, 2007). Na realidade, o termo anorexia épara<strong>do</strong>xal na medida em que raramente existe uma perda de apetite m<strong>as</strong> sim um intensodesejo de controlá-lo (Costin, 2007).Os indivíduos com AN apresentam geralmente uma obsessão pela magreza e comida,me<strong>do</strong> (por vezes patológico) de ganhar peso, um controlo rígi<strong>do</strong>, somatização de emoções eprocuram a perfeição (Costin, 2007). Brady e Rieger (1972, cit. por Ogden, 2002) sugeremque nestes indivíduos, comer provoca ansiedade e, consequentemente, a anorexia permitereduzi-la através <strong>do</strong> evitamento da comida. Assim, com o evoluír da <strong>do</strong>ença, a dieta é cadavez mais rigorosa, tornan<strong>do</strong>-se a perda de peso uma fonte de sucesso e a ingestão excessiva dealimentos uma fonte de frac<strong>as</strong>so (Costin, 2007).De acor<strong>do</strong> com o DSM-IV-TR (2002), os critérios diagnósticos para a AN são: A) recusaem manter um peso corporal igual ou superior ao mínimamente normal para a idade e altura(e.g., perda de peso excessiva ou incapacidade para ganhar o peso espera<strong>do</strong>); B) me<strong>do</strong> intenso50


em ganhar peso ou engordar, mesmo quan<strong>do</strong> o peso é insuficiente; C) perturbação naapreciação <strong>do</strong> peso e forma corporal, indevida influência <strong>do</strong> peso e forma corporal na autoavaliaçãoou negação da gravidade <strong>do</strong> emagrecimento actual; D) n<strong>as</strong> jovens, após a menarca,amenorreia. Pode-se ainda distinguir <strong>do</strong>is tipos específicos na AN: Tipo Restritivo, em quedurante o episódio de AN, a pessoa não recorre regularmente a ingestão compulsiva dealimentos nem a purgantes; e Tipo Purgativo, no qual a pessoa tem comportamento bulímicosou purgativos.Bulimia Nervosa (BN)O termo Bulimia tem a sua origem na palavra grega boulimia (“fome de boi”) e significaapetite exagera<strong>do</strong> ou fome insaciável (Costin, 2007). Relativamente ao termo BulimiaNervosa (BN), este foi utiliza<strong>do</strong> inicialmente por Russell (1979, cit. por Ogden, 2002) paradescrever uma variante da AN, sugerin<strong>do</strong> que a BN consistia num desejo incontrolável decomer, num me<strong>do</strong> intenso de engordar, evitan<strong>do</strong>-o através da indução de vómito e/ou abusode comportamentos purgativos.Os indivíduos com BN apresentam perío<strong>do</strong>s de ingestão compulsiva frequentes,comportamentos compensatórios, um fraco auto-controlo, me<strong>do</strong> de engordar e desejo deemagrecer (Costin, 2007; Ogden, 2002). Neste senti<strong>do</strong>, após um episódio de ingestãocompulsiva, o qual está <strong>as</strong>socia<strong>do</strong> a um aumento <strong>do</strong>s níveis de ansiedade, os indivíduosrecorrem a comportamentos compensatórios na tentativa de se libertarem <strong>do</strong> excesso dealimento. No entanto, apesar <strong>do</strong>s comportamentos compensatórios serem mais frequentesapós perío<strong>do</strong>s de ingestão compulsiva, com o avançar da <strong>do</strong>ença, estes tendem a ocorrer apósa ingestão de <strong>do</strong>ses normais ou pequen<strong>as</strong> (Costin, 2007).Segun<strong>do</strong> o DSM-IV-TR (2002), os critérios diagnósticos para BN são: A) episódiosrecorrentes de ingestão compulsiva; B) comportamentos compensatórios inapropria<strong>do</strong>srecorrentes, para impedir o ganho ponderal; C) a ingestão compulsiva e os comportamentoscompensatórios inapropria<strong>do</strong>s ocorrem pelo menos du<strong>as</strong> vezes por semana em três mesesconsecutivos; D) a auto-avaliação é inadequadamente influenciada pelo peso e formacorporais; E) a perturbação não ocorre exclusivamente durante os episódios de AN. Tal comona AN, existem <strong>do</strong>is tipos específicos de BN: Tipo Purgativo e Tipo Não Purgativo (no qualocorrem comportamentos compensatórios inadequa<strong>do</strong>s, tais como jejum ou excesso deexercício físico).51


Perturbações <strong>do</strong> Comportamento Alimentar Sem Outra Especificação (PCASOE)Segun<strong>do</strong> Appolinário (2005, cit. por Ferreira & Veiga, 2010), n<strong>as</strong> PCASOE encontram-sepesso<strong>as</strong> cujo quadro clínico se <strong>as</strong>semelha à AN ou BN, embora não preencham totalmente osseus critérios diagnósticos, pela ausência de um <strong>as</strong>pecto clínico essencial. Assim, com b<strong>as</strong>e noDSM-IV-TR (2002), alguns exemplos são: 1) mulheres com to<strong>do</strong>s os critérios de AN m<strong>as</strong>sem amenorreia; 2) presença de to<strong>do</strong>s os critérios de AN ainda que com a perda excessiva depeso, este se mantenha normal; 3) presença de to<strong>do</strong>s os critérios de BN m<strong>as</strong> os episódios deingestão compulsiva e comportamentos compensatórios têm uma duração e frequênciainferior; 4) uso de comportamentos compensatórios por pesso<strong>as</strong> de peso normal após aingestão de pequen<strong>as</strong> quantidades de alimento; 5) perturbação de ingestão compulsiva, naqual ocorrem episódios recorrentes de ingestão alimentar maciça sem o recurso acomportamentos compensatórios inapropria<strong>do</strong>s.Focan<strong>do</strong> a Perturbação de Ingestão Compulsiva (PIC), embora no DSM-IV-TR esta nãoseja reconhecida como uma perturbação específica, foi proposta como tal para o DSM-V(Keel, Brown, Holm-Denoma & Bodell, 2011).Assim, nos anos 80, os estu<strong>do</strong>s na área da obesidade e BN mostraram que muit<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong>tinham problem<strong>as</strong> de ingestão compulsiva sem outros critérios para BN e, portanto, deveriamestar noutra categoria. Mais tarde, em 1992, o termo Ingestão Compulsiva foi publica<strong>do</strong> porRobert Spitzer no International Journal of Eating Disorders e em 2004 é publica<strong>do</strong> no DSM-IV (Costin, 2007).De acor<strong>do</strong> com o DSM-IV-TR (2002), os critérios para PIC são: A) episódios recorrentesde ingestão compulsiva; B) os episódios de ingestão compulsiva estão <strong>as</strong>socia<strong>do</strong>s a três oumais <strong>do</strong>s seguintes – 1) comer muito mais rapidamente <strong>do</strong> que o normal; 2) comer sentin<strong>do</strong>-secompletamente desconfortável; 3) comer grandes quantidades de comida quan<strong>do</strong> não se sentefisicamente fome; 4) comer sozinho por vergonha da quantidade ingerida; 5) sentir-se muitotriste ou deprimi<strong>do</strong> após o excesso alimentar; C) profun<strong>do</strong> mal-estar ao recordar <strong>as</strong> ingestõescompulsiv<strong>as</strong>, D) <strong>as</strong> ingestões compulsiv<strong>as</strong> têm lugar pelo menos <strong>do</strong>is di<strong>as</strong> por semana duranteseis meses; E) a ingestão compulsiva não se <strong>as</strong>socia ao uso regular de estratégi<strong>as</strong>compensatóri<strong>as</strong> inadequad<strong>as</strong>.52


PCA. Idade e GéneroSegun<strong>do</strong> a literatura, o pico para o desenvolvimento de AN ocorre por volta <strong>do</strong>s 16/17anos, sen<strong>do</strong> o padrão semelhante para a BN (Bravender et al., 2010; Ogden, 2002). Asprofund<strong>as</strong> alterações que ocorrem na a<strong>do</strong>lescência tornam este perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> desenvolvimentoparticularmente vulnerável para o desenvolvimento de PCA (Bravender et al., 2010; Fonseca,2011). Ao deparar-se com a transformação de um corpo de criança num corpo adulto, a perdade peso torna-se uma meta para qu<strong>as</strong>e to<strong>do</strong>s os a<strong>do</strong>lescentes, geran<strong>do</strong> uma preocupaçãoconstante em fazer diet<strong>as</strong> e um nível eleva<strong>do</strong> de insatisfação. Porém, a forma como oa<strong>do</strong>lescente lida com essa insatisfação pode ser determinante para a a<strong>do</strong>pção de umcomportamento ajusta<strong>do</strong> ou não (Carvalho et al., 2009).Em relação ao género, os estu<strong>do</strong>s têm mostra<strong>do</strong> algum<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> a este nível. Assim,tanto a AN como a BN são mais frequentes no sexo femino (Downs et al., 2007; Kerremans,Claes & Bijttebier, 2010; Ogden, 2002; Russo, Brennan, Walkley, Fr<strong>as</strong>er & Greenway, 2011).Apesar disso, a prevalência de AN m<strong>as</strong>culina parece estar a aumentar sobretu<strong>do</strong> em gruposvulneráveis tais como modelos e bailarinos (Buckley, Freyne & Walsh, 1991, cit. por Ogden,2002). No entanto, os rapazes parecem desenvolver mais comportamentos no senti<strong>do</strong> deaumentar a m<strong>as</strong>sa muscular, de extremo culto <strong>do</strong> corpo e outr<strong>as</strong> atitudes e comportamentos<strong>as</strong>socia<strong>do</strong>s à dismorfia muscular (e.g., Labre, 2002, cit. por Ricciardelli & McCabe, 2004).Por outro la<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> Woodside et al. (2001, cit. por Ricciardelli & McCabe, 2004),quan<strong>do</strong> se consideram <strong>as</strong> PCASOE, est<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> de género tendem a atenuar-se.Factores de Risco para o Desenvolvimento de PCADeterminar a causa d<strong>as</strong> PCA é um processo muito complexo, já que se trata de umfenómeno multifactorial. Porém, os estu<strong>do</strong>s têm-se preocupa<strong>do</strong> em identificar alguns <strong>factores</strong>de risco que, embora sejam apresenta<strong>do</strong>s, em geral, de forma separada, se inter-relacionam einfluenciam.Segun<strong>do</strong> a literatura, parece existir uma vulnerabilidade genética bem como algum<strong>as</strong>alterações n<strong>as</strong> vi<strong>as</strong> e funções neuronais (Klump, Bylik, Kaye, Tre<strong>as</strong>ure & Tyson, 2009;Morgan, Vecchiatti & Negrão, 2002: Seabra, 2011). Contu<strong>do</strong>, separar a genética <strong>do</strong> meioambiente é um processo difícil e inadequa<strong>do</strong> (Costin, 2007).53


Outro <strong>as</strong>pecto que parece estar relaciona<strong>do</strong> com <strong>as</strong> PCA é o IMC. Assim, vários estu<strong>do</strong>revelam a existência de uma correlação positiva <strong>entre</strong> o IMC e <strong>as</strong> PCA (Bjornely, Nordahl &Holmen, 2011; Downs et al., 2007; Russo et al., 2011).Ao IMC pode-se <strong>as</strong>sociar outro <strong>as</strong>pecto específico da a<strong>do</strong>lescência, isto é, a puberdade.Desta forma, alterações de peso e forma corporal característic<strong>as</strong> <strong>do</strong> sexo feminino, levammuit<strong>as</strong> vezes a níveis eleva<strong>do</strong>s de insatisfação corporal e, consequentemente, ao uso deméto<strong>do</strong>s de controlo de peso, tais como diet<strong>as</strong> (Ricciardelli & McCabe, 2004; Shisslak &Crago, 2001), o que revela um maior risco de PCA no sexo feminino. No entanto, para osrapazes o efeito d<strong>as</strong> alterações pubertári<strong>as</strong> ainda é pouco consensual (Ricciardelli & McCabe.2004).Ao nível psicológico, <strong>as</strong> PCA têm uma relação significativa com a baixa auto-estima,auto-avaliação negativa, insatisfação corporal, ansiedade, depressão, alterações relacionais,consumo de álcool e outr<strong>as</strong> substânci<strong>as</strong>, temperamento, personalidade, perd<strong>as</strong> eacontecimentos traumáticos (Bjornely et al., 2011; Costarelli et al., 2011; Downs et al., 2007;Fonseca, 2011; Kerremans et al., 2010; Morgan et al., 2002; Ricciardelli & McCabe, 2004;Russo et al., 2011; Seabra, 2011; Shisslak & Crago, 2001).Relativamente à relação <strong>entre</strong> os <strong>as</strong>pectos familiares e <strong>as</strong> PCA podem-se destacar alguns<strong>factores</strong> de risco, nomeadamente obesidade familiar, presença de PCA, negligência, hiperprotecção,conflitos familiares, perda parental, separação parental, hipervalorização <strong>do</strong> peso eforma corporal e psicopatologia parental (Bacalhau & Moleiro, 2010; Fonseca, 2011; Morganet al., 2001; Shisslak & Crago, 2001).Por fim, e não menos importantes, os <strong>factores</strong> socioculturais também têm um impactosignificativo n<strong>as</strong> PCA, sobretu<strong>do</strong> na a<strong>do</strong>lescência. Variáveis como raça/etnia, nível socioeconómicoe excesso de exercício parecem ter uma forte relação com esta problemática(Ricciaderlli & McCabe, 2004). Por outro la<strong>do</strong>, numa sociedade onde os padrões de belez<strong>as</strong>ão extremamente valoriza<strong>do</strong>s, muito reforça<strong>do</strong>s pelos media, os níveis de insatisfaçãocorporal tendem a aumentar, levan<strong>do</strong> a um maior risco de PCA (Costin, 2007; Morgan et al.,2002; Ricciardelli & McCabe, 2004; Schisslak & Crago, 2001). Para além disso, a pressãoexercida pelos pares também parece ter um grande impacto (Ricciardelli & McCabe, 2004;Schisslak & Crago, 2001).54


CAPÌTULO IV – AUTO-ESTIMA E AUTOCONCEITOEnquadramento Histórico da Auto-Estima e AutoconceitoEm termos históricos, William James foi o primeiro autor a analisar o autoconceito de umponto de vista psicológico. Em 1890, o autor propõe a existência de <strong>do</strong>is componentes <strong>do</strong> self:“Eu” (“I-self”) e o “Mim” (“Me-self”). O primeiro corresponderia à dimensão maissubbjectiva, ou seja, ao Eu enquanto conhece<strong>do</strong>r, que organiza e interpreta <strong>as</strong> experiênci<strong>as</strong> <strong>do</strong>indivíduo. O segun<strong>do</strong> representaria a dimensão mais objectiva, isto é, o Eu enquanto objectoconheci<strong>do</strong> (e.g., self material, self social e self espiritual) (Cole et al., 2005; Fox, 1997). Nestesenti<strong>do</strong>, considera que o self global é simultaneamente “Eu” (sujeito que conhece e observa) e“Mim” (sujeito alvo d<strong>as</strong> autopercepções), sen<strong>do</strong> o que cada pessoa sabe sobre si, resulta<strong>do</strong> d<strong>as</strong>característic<strong>as</strong> dest<strong>as</strong> du<strong>as</strong> dimensões <strong>do</strong> self.Para James, o autoconceito organiza-se de forma hierárquica, estan<strong>do</strong> o self espiritual notopo da hierarquia e considera a auto-estima como o resulta<strong>do</strong> da discrepância <strong>entre</strong> o nívelde sucesso que a pessoa consegue alcançar e o nível de sucesso que a mesma desejariaalcançar, isto é, a discrepância <strong>entre</strong> o self real e o self ideal.Posteriormente, surgiu o interesse pela perspectiva interaccionista, que se refere àinfluência <strong>do</strong> meio ambiente na construção <strong>do</strong> autoconceito e autoestima. De acor<strong>do</strong> com acorrente <strong>do</strong> interaccionismo simbólico, a construção <strong>do</strong> autoconceito e da auto-estima resultade um processo de internalização, através <strong>do</strong> qual o indivíduo se apropria <strong>do</strong>s valores eopiniões <strong>do</strong>s outros acerca de si próprio (Harter, 1999, cit. por Peixoto, 2003).Ten<strong>do</strong> em conta o conceito de “espelho” de Cooley (1902, cit. por Peixoto, 2003), éatravés da forma como os outros nos vêem que construímos representações sobre nóspróprios. Para Mead (1934, cit. por Peixoto, 2003), o self, ao mesmo tempo “Eu” e “Mim”, éo produto de um processo social, isto é, é socialmente regula<strong>do</strong> e regula<strong>do</strong>r da vida social.Assim, segun<strong>do</strong> a autora, <strong>as</strong>sumir o papel <strong>do</strong>s outros e interiorizar <strong>as</strong> su<strong>as</strong> atitudes é umrequisito para a construção <strong>do</strong> self.Em suma, de acor<strong>do</strong> com esta perspectiva, os indivíduos respondem aos estímulosenvolventes de acor<strong>do</strong> com o significa<strong>do</strong> que os outros têm para si, significa<strong>do</strong> esse que éfruto da interacção social e é altera<strong>do</strong> pela interpretação <strong>do</strong> indivíduo, consoante o contexto dainteracção.Por fim, pode-se ainda considerar a abordagem fenomenológica da auto-estima e <strong>do</strong>autoconceito. Segun<strong>do</strong> Rogers (s.d.), o impacto de uma experiência depende <strong>do</strong> significa<strong>do</strong>55


atribuí<strong>do</strong> pela pessoa a essa mesma experiência. As experiênci<strong>as</strong> que ocorrem na vida de umindivíduo são simbolizad<strong>as</strong>, percebid<strong>as</strong> e organizad<strong>as</strong> em determinada relação com o self, ouseja, podem ser ignorad<strong>as</strong> c<strong>as</strong>o não exista relação com a estrutura <strong>do</strong> self, negad<strong>as</strong> oudistorcid<strong>as</strong> no c<strong>as</strong>o de serem inconsistentes com a estrutura <strong>do</strong> self. Neste senti<strong>do</strong>, muit<strong>as</strong>vezes, <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> tendem a eliminar <strong>as</strong>pectos que estão de acor<strong>do</strong> ou em desacor<strong>do</strong> com o seuautoconceito.Autoconceito e Auto-Estima - Definição“As representações que cada pessoa constrói acerca de si própria permitem interpretar edar significa<strong>do</strong> às experiênci<strong>as</strong> quotidian<strong>as</strong>, possibilitan<strong>do</strong> a manutenção de uma imagemcoerente de nós próprios” (e.g., Harter, 1999, cit. por Peixoto, 2003, p. 1). Neste senti<strong>do</strong>, quero autoconceito quer a auto-estima reenviam para ess<strong>as</strong> representações.No entanto, definir autoconceito e auto-estima parece ser um processo complexo e poucoconsensual, na medida em que nem to<strong>do</strong>s os autores os consideram como conceitos distintos eoutros utilizam-nos como sinónimos (Peixoto, 2003).O autoconceito pode ser defini<strong>do</strong> como um esquema cognifivo, uma estrutura organizadade conhecimento que contém traços, valores e memóri<strong>as</strong> episódic<strong>as</strong> e semântic<strong>as</strong> <strong>do</strong> self e quecontrola o processamento de informação relevante para o próprio indivíduo (e.g., Greenwald& Pratkanis, 1984, cit. por Campbell, Trapnell, Heine, Katz, Lavallee & Leham, 1996).Vaz Serra (1986), considera o autoconceito como um fenómeno gradual, que resulta daintervenção de divers<strong>as</strong> variáveis, nomeadamente o mo<strong>do</strong> como os outros observam oindivíduo, a forma como ele considera o seu desempenho em situações específic<strong>as</strong>, acomparação <strong>do</strong> seu comportamento com o <strong>do</strong>s seus pares e ainda com os valores veicula<strong>do</strong>spor grupos normativos.Para Purkey (1970, 1988, cit. por Peixoto, 2003), o autoconceito é o conjunto de crenç<strong>as</strong>que uma pessoa pensa serem verdadeir<strong>as</strong> acerca de si mesma. Hattie (1992, cit. por Peixoto,2003) considera que o autoconceito consiste n<strong>as</strong> avaliações cognitiv<strong>as</strong> que incluem <strong>as</strong> crenç<strong>as</strong>ou conhecimentos sobre <strong>as</strong> descrições, prescrições e avaliações de nós próprios.Mais recentemente, Carless e Fox (2003) defendem que o autoconceito é uma autodescriçãod<strong>as</strong> capacidades, actividades, qualidades, característic<strong>as</strong>, <strong>do</strong>s valores e <strong>do</strong>s papéis <strong>do</strong>Eu.Segun<strong>do</strong> Campbell et al. (1996), é possível distinguir os conteú<strong>do</strong>s <strong>do</strong> autoconceito e <strong>as</strong>ua estrutura. Os conteú<strong>do</strong>s podem ser subdividi<strong>do</strong>s em componentes de conhecimento56


(“quem/o que sou eu?”) e componentes avaliativos (“como é que me sinto comigo?”). Osprimeiros incluem crenç<strong>as</strong> sobre atributos específicos de uma pessoa em relação a si própria,papéis, valores e competênci<strong>as</strong> pessoais. Os segun<strong>do</strong>s incluem a auto-estima e auto-avaliaçãoglobal <strong>do</strong> indivíduo. Ou seja, o autoconceito teria um carácter essencialmente cognitivo ecorresponderia ao conjunto de crenç<strong>as</strong> que os indivíduos possuem acerca de si próprios,enquanto a auto-estima seria a componente afectiva da representação que a pessoa constrói(Campbell & Lavalle, 1993, cit. por Peixoto, 2003).De acor<strong>do</strong> com Coopersmith (1967, cit. por Avanci, Assis, César <strong>do</strong>s Santos & Oliveira,2007), a auto-estima pode ser entendida como a avaliação que a pessoa faz em relação a siprópria, reflecte uma atitude de aprovação ou desaprovação em relação a si e envolve o autojulgamentoem relação à competência e valor, o qual é expresso através d<strong>as</strong> atitudes que apessoa tem consigo mesma. Rosernberg (1986, cit. por Janeiro, 2008) considera a auto-estimacomo uma atitude positiva ou negativa em relação ao self, a qual implica um sentimento devalor. No mesmo senti<strong>do</strong>, Harter (1993a, cit. por Peixoto, 2003) compreende a auto-estimaenquanto a visão global que a pessoa tem de si própria, com uma componente essencialmenteafectiva.Em suma, de acor<strong>do</strong> com Peixoto (2003), a distinção <strong>entre</strong> autoconceito e auto-estima éclara quer <strong>do</strong> ponto de vista conceptual quer <strong>do</strong> ponto de vista <strong>do</strong>s instrumentos de avaliação.Em termos conceptuais, pode-se definir o autoconceito como o conjunto derepresentações, resultantes de avaliações de cariz cognitivo, relativ<strong>as</strong> a <strong>do</strong>mínios específicosde competência e ao seu sumatório (i.é., autoconceito global). Por outro la<strong>do</strong>, a auto-estimapossui uma forte componente afectiva e corresponde a avaliações de cariz global.Relativamente às questões meto<strong>do</strong>lógic<strong>as</strong>, em alguns instrumentos de avaliação <strong>do</strong>autoconceito global este é obti<strong>do</strong> através <strong>do</strong> sumatório <strong>do</strong>s autoconceitos n<strong>as</strong> diferentesdimensões <strong>do</strong> mesmo (e.g., Escala de Piers Harris). Por seu turno, em escal<strong>as</strong> de avaliação daauto-estima global (e.g., Rosernberg; Perfis de Autoconceito de Susan Harter), esta é obtida apartir de respost<strong>as</strong> a itens que apelam a uma auto-avaliação global por parte <strong>do</strong> sujeito, nãosen<strong>do</strong>, portanto, inferida por <strong>do</strong>mínios específicos de competência.Característic<strong>as</strong> <strong>do</strong> Autoconceito e da Auto-estimaDe acor<strong>do</strong> com Shavelson, Hubner e Stanton (1976, cit. por Peixoto, 2003), oautoconceito apresenta <strong>as</strong> seguintes característic<strong>as</strong>: 1) é organiza<strong>do</strong> e estrutura<strong>do</strong>, na medidaem que <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> categorizam a informação sobre si propri<strong>as</strong> e inter-relacionam ess<strong>as</strong>57


categori<strong>as</strong>; 2) é multidimensional, ou seja, é constituí<strong>do</strong> por diferentes dimensões (e.g.,autoconceito social, autoconceito físico); 3) é hierárquico, encontran<strong>do</strong>-se o autoconceitoglobal no topo da hierarquia; 4) é estável no topo da hierarquia embora essa estabilidade setorne progressivamente menor à medida que se desce na hierarquia; 5) torna-seprogressivamente multifaceta<strong>do</strong> com a idade; e 6) possui uma dimensão descritiva eavaliativa.O modelo hierárquico de organização <strong>do</strong> autoconceito proposto inicalmente porShavelson et al. (1976, cit. por Peixoto, 2003) sugere que o autoconceito global se subdivideem autoconceito académico e autoconceito não académico, os quais, por sua vez, sesubdividem, por exemplo, em autoconceito matemático e autoconceito da língua materna, eautoconceito físico e autoconceito social, respectivamente. No entanto, alguns autores foramefectuan<strong>do</strong> algum<strong>as</strong> alterações quanto à sua organização (e.g., Marsh, 1997).Outros autores (e.g., Harter, 1985, cit. por Candei<strong>as</strong>, 1999), defendem uma organizaçãoconcêntrica <strong>do</strong> autoconceito. Assim, de acor<strong>do</strong> com este modelo, o essencial é compreender odiferente significa<strong>do</strong> que os vários <strong>as</strong>pectos <strong>do</strong> autoconceito têm para cada indivíduo, bemcomo a forma como estes valorizam <strong>as</strong> diferentes facet<strong>as</strong> <strong>do</strong> self. Este modelo b<strong>as</strong>eia-se nopressuposto de que nem tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> dimensões <strong>do</strong> autoconceito contribuem da mesma forma parao sentimento d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong>, existin<strong>do</strong> dimensões determinantes para o valor que cada pessoaatribui a si própria e outr<strong>as</strong> menos relevantes. Neste senti<strong>do</strong>, o peso e contribuição de cadadimensão depende da sua centralidade.Relativamente à auto-estima, esta pode ser considerada como o resulta<strong>do</strong> de umaavaliação global <strong>do</strong> indivíduo, é unidimensional e tem uma forte componente afectiva. Destaforma, pode ser cl<strong>as</strong>sificada como positiva/negativa ou elevada/baixa (Peixoto, 2003).Relação <strong>entre</strong> o Autoconceito e a Auto-estima e sua Relação com Outr<strong>as</strong> VariáveisPara alguns autores que distinguem autoconceito e auto-estima, esta última engloba oautoconceito, constituin<strong>do</strong> a sua componente afectiva (e.g., Osborne, 1996, cit. por Peixoto,2003). Outros autores (e.g., Harter, 1999) consideram que a auto-estima resulta não <strong>do</strong> merosumatório d<strong>as</strong> diferentes auto-percepções, m<strong>as</strong> da relação dest<strong>as</strong> com a importância atribuidaàs diferentes facet<strong>as</strong> <strong>do</strong> autoconceito.Com b<strong>as</strong>e no modelo de James, Harter considera que a auto-estima resulta dadiscrepância <strong>entre</strong> a percepção de competência nos diferentes <strong>do</strong>mínios <strong>do</strong> autoconceito e aimportância dada a esses <strong>do</strong>mínios. Considera ainda que o autoconceito apen<strong>as</strong> é influencia<strong>do</strong>58


pelos <strong>do</strong>mínios verdadeiramente importantes para a pessoa, pelo que apen<strong>as</strong> ess<strong>as</strong> dimensõessão considera<strong>do</strong>s no cálculo da discrepância (e.g., Harter, 1988, cit. por Peixoto, 2003).De acor<strong>do</strong> com a autora, níveis de competência percebida eleva<strong>do</strong>s em áre<strong>as</strong> considerad<strong>as</strong>importantes estão <strong>as</strong>socia<strong>do</strong>s a uma auto-estima elevada. Por outro la<strong>do</strong>, níveis decompetência percebida reduzi<strong>do</strong>s ness<strong>as</strong> áre<strong>as</strong>, estão <strong>as</strong>socia<strong>do</strong>s a baixa auto-estima. Noentanto, níveis de competência percebida em áre<strong>as</strong> considerad<strong>as</strong> pouco importantes, nãoproduzem qualquer efeito (Harter, 1993, cit. por Candei<strong>as</strong>, 1999; Harter, 1993a, 1999, cit. porPeixoto, 2003).Aspectos como a idade, sexo, raça, estatuto socio-económico, rendimento académico eaprovação ou desaprovação <strong>do</strong>s pais e pares exercem uma grande influência nodesenvolvimento e manutenção <strong>do</strong> autoconceito e auto-estima (Candei<strong>as</strong>, 1999; Cole et al.,2005; Peixoto, 2003; Zambon, 2003).Na infância, <strong>as</strong> auto-descrições são pouco complex<strong>as</strong> devi<strong>do</strong> ao precário desenvolvimentocognitivo. No entanto, o suporte parental e social e a existência de experiênci<strong>as</strong> emocionaispositiv<strong>as</strong> durante este perío<strong>do</strong> são de extrema importância para o desenvolvimento de umautoconceito e auto-estima positivos, quer na a<strong>do</strong>lescência quer na vida adulta (Cole et al.,2005; Sisto, Batholomeu, Rueda & Fernandes, 2004; Peixoto, 2003).Os vários estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s por Susan Harter demonstraram que a auto-estima é umindica<strong>do</strong>r de saúde mental importante. Assim, níveis eleva<strong>do</strong>s de auto-estima na infância sãoum bom predictor de satisfação e felicidade no futuro, enquanto que níveis baixos de autoestimaestão <strong>as</strong>socia<strong>do</strong>s a depressão, ansiedade e desajustamento escolar e social (Cole et al.,2005).Na a<strong>do</strong>lescência, a importância atribuída às diferentes dimensões <strong>do</strong> autoconceito bemcomo a sua complexidade sofrem algum<strong>as</strong> alterações. Nesta f<strong>as</strong>e, a qualidade d<strong>as</strong> relaçõesfamiliares continua a ser de extrema importância, porém, a relação com os pares tambémparece ter um papel determinantes na contrução e manutenção de autoconceitos positivos e deníveis de auto-estima eleva<strong>do</strong>s (Cole et al., 2005; Peixoto, 2003; Sprinthall & Collins, 2011).Em relação ao género, é importante distinguir <strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> relativ<strong>as</strong> às auto-avaliaçãoglobais e às dimensões específic<strong>as</strong> <strong>do</strong> autoconceito (Peixoto, 2003). De acor<strong>do</strong> com váriosestu<strong>do</strong>s, <strong>as</strong> raparig<strong>as</strong> possuem níveis de auto-estima mais baixos <strong>do</strong> que os rapazes (Huang,Norman, Zabinski, Calf<strong>as</strong> & Patrick, 2007). No entanto, noutros estu<strong>do</strong>s, est<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong>parecem não ser significativ<strong>as</strong> (Silva, 2009).Quanto às dimensões <strong>do</strong> autoconceito, o estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Silva (2009) demonstrouque os rapazes se percepcionam mais competentes na área atlética e <strong>as</strong> raparig<strong>as</strong> nos <strong>as</strong>pectos59


comportamentais. Por outro la<strong>do</strong>, o estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Simons, Capio, Adriaenssens,Delbroek e Vandenbussche (2012), revelou que os rapazes têm níveis de autoconceito físicosuperiores às raparig<strong>as</strong>.Por fim, vários estu<strong>do</strong>s têm demonstra<strong>do</strong> a existência de uma relação significativa <strong>entre</strong> oautoconceito e a auto-estima e outr<strong>as</strong> variáveis, tais como insatisfação corporal, ansiedade,depressão, obesidade e perturbações <strong>do</strong> comportamento alimentar (Costarelli et al., 2011;Kerremans et al., 2010; Martins et al., 2008; Russo et al., 2011; Simons et al., 2012;Syngollitou & D<strong>as</strong>kalou, 2004).CAPÍTULO V – ANSIEDADEDiferentes abordagens da ansiedadeSegun<strong>do</strong> Freud (1920, 1926, cit. por Pessotti, 1978), o desenvolvimento da ansiedade é areacção <strong>do</strong> Ego ao perigo e um sinal preparatório para a fuga. Na ansiedade neurótica o Egotenta uma fuga d<strong>as</strong> exigênci<strong>as</strong> da líbi<strong>do</strong> e trata esse perigo como se fosse externo. O autorconsidera que em situações de perigo ocorre o sinal de angústia, ou seja, a pessoa espera quese verifique uma situação de impotência ou, de outro mo<strong>do</strong>, a situação actual recorda-lhe umacontecimento traumático vivi<strong>do</strong> préviamente. Tal como afirma, “a ansiedade é, por um la<strong>do</strong>,a expectativa <strong>do</strong> trauma e, por outro, a repetição atenuada dele” (Freud, 1951, cit. por Pessotti,1978, p. 106).Para Estes e Skinner (1941, cit. por Pessotti, 1978), a ansiedade tem du<strong>as</strong> característic<strong>as</strong>que a definem. Em primeiro lugar, é um esta<strong>do</strong> emocional semelhante ao me<strong>do</strong>, em segun<strong>do</strong>,o estímulo perturba<strong>do</strong>r é “antecipa<strong>do</strong> no futuro”. No paradigma S1-S2, S1 <strong>as</strong>sinala aeminência de S2, uma condição aversiva, sen<strong>do</strong> que S1 é o estímulo inicial neutro.Lazarous (1966, cit. por Pessotti, 1978) considera que a ansiedade é a resposta à ameaça.Assim, a ansiedade actua como sinal, m<strong>as</strong> não motiva, em senti<strong>do</strong> estrito, o comportamento,sen<strong>do</strong> este motiva<strong>do</strong> pela própria ameaça.Na psicologia existêncial, a ansiedade neurótica ou patológica resulta <strong>do</strong> encontro <strong>do</strong> Eucom a ansiedade normal, ameaçan<strong>do</strong> a sua existência. De acor<strong>do</strong> com esta perspectiva, o Eu éo resulta<strong>do</strong> de um sistema de valores e o homem existe como indivíduo pela sua capacidadede avaliação. Assim, a ameaça aos seus valores fundamentais é também uma ameaça à suaexistência (Pessotti, 1978).60


Ansiedade Normal e PatológicaA ansiedade pode ser definida como uma reacção normal ao stress e representa umaemoção comum nos humanos, quan<strong>do</strong> não excessiva e irracional (Pagnini, Manzoni,C<strong>as</strong>telnuovo & Molinari, 2009).Pode também ser definida como uma resposta adaptativa <strong>do</strong> organismo, caracterizada porum conjunto de respost<strong>as</strong> fisiológic<strong>as</strong>, vivenciais, comportamentais e cognitiv<strong>as</strong> que setraduzem num esta<strong>do</strong> de activação e alerta face a um sinal de perigo ou ameaça à integridadefísica ou psicológica. Assim, produz-se uma sensação subjectiva de desconforto, umamodificação neurofisiológica de activação <strong>do</strong>s mecanismos de controlo cerebral, alteraçõesperiféric<strong>as</strong> fisiológic<strong>as</strong> mediad<strong>as</strong> pelo sistema nervoso autónomo (aumento <strong>do</strong> tónussimpático) e sistema endócrino (Rosen & Schunlkin, 1998; Ruiz, Cuadra<strong>do</strong> & Rodriguez,2001).De acor<strong>do</strong> com Rosen e Schulkin (1998), a emoção <strong>do</strong>minante nos fenómenos ansiosos éo me<strong>do</strong>. Porém, na ansiedade normal, esse me<strong>do</strong> é adaptativo, na medida em que é dirigi<strong>do</strong> aacontecimentos desencadeantes e é mobiliza<strong>do</strong>r de respost<strong>as</strong> adaptad<strong>as</strong>. Por sua vez, ess<strong>as</strong>respost<strong>as</strong> podem ser reactiv<strong>as</strong> ou defensiv<strong>as</strong>.Segun<strong>do</strong> Barlow (2002, cit. por Cr<strong>as</strong>ke, Rauch & Ursano, 2009), a ansiedade é um esta<strong>do</strong>de humor orienta<strong>do</strong> para o futuro <strong>as</strong>socia<strong>do</strong> à preparação para a possibilidade de ocorrência deum acontecimento negativo, no qual o me<strong>do</strong> é a resposta de alarme ao perigo eminente oupresente, real ou percebi<strong>do</strong>.Sen<strong>do</strong> um fenómeno psíquico universal, a ansiedade torna-se patológica quan<strong>do</strong> deixa deser adaptativa, quan<strong>do</strong> o perigo a que pretende responder não é real ou quan<strong>do</strong> o nível deactivação e duração são desproporciona<strong>do</strong>s em relação à situação objectiva (C<strong>as</strong>tillo,Recon<strong>do</strong>, Asbahr & Manfro, 2000; Rosen & Schulkin, 1998; Ruiz et al., 2001).Segun<strong>do</strong> C<strong>as</strong>tillo et al. (2000), a ansiedade patológica pode ser definida como um esta<strong>do</strong>emocional desagradável de me<strong>do</strong>, apreensão, caracteriza<strong>do</strong> por um desconforto devi<strong>do</strong> àantecipação <strong>do</strong> perigo ou de algo desconheci<strong>do</strong>.Para Ruiz et al. (2001), a ansiedade patológica é qualitativa e quantitativamente diferenteda ansiedade normal, na medida em que há dificuldade na adaptação, deterioração <strong>do</strong>rendimento e há uma combinação de sintom<strong>as</strong> físicos e psicológicos que afectam níveis maisprofun<strong>do</strong>s da corporalidade e <strong>do</strong>s sentimentos vitais. Assim, há uma redução da liberdadepessoal <strong>do</strong> sujeito.61


A ansiedade patológica pode ser reactiva, na medida em que surge como uma reacção aum acontecimento precipitante, ou endógena, isto é, surge de forma não ligada e, neste c<strong>as</strong>o, odesconhecimento da razão pela qual se está ansioso é frequente (Ruiz et al., 2001).Em conclusão, a ansiedade patológica é, então, desadaptada e desproporcionada aoacontecimento, tem um carácter dura<strong>do</strong>uro, persistente e repetitivo e desorganiza a eficiênciacognitiva.De uma forma geral, o pensamento ansioso caracteriza-se por uma ideia constante deameaça face a um potencial perigo, me<strong>do</strong>, alerta e vigilância, orientan<strong>do</strong>-se, desta forma, parao futuro. Por outro la<strong>do</strong>, a experiência ansiosa está <strong>as</strong>sociada a comportamentos ansiosos, taiscomo inquietação motora, inquietação psíquica, desconcentração <strong>as</strong>sociada a taref<strong>as</strong>, e outr<strong>as</strong>manifestações físic<strong>as</strong> que resultam <strong>do</strong> excesso de actividade <strong>do</strong> sistema nervoso simpático(e.g. nause<strong>as</strong>, diarrei<strong>as</strong>, tremores, sudação excessiva, palpitações, <strong>do</strong>res no peito, taquicárdia,<strong>do</strong>res de barriga, cefalei<strong>as</strong>, <strong>do</strong>res de cost<strong>as</strong> e insónia inicial). Contu<strong>do</strong>, estes comportamentosaparecem de diferentes form<strong>as</strong> e intensidade em cada indivíduo e, mais ainda, para algunsindivíduos a ansiedade patológica é vivida pre<strong>do</strong>minantemente ao nível psicológico, enquantoque para outros, ela é vivida pre<strong>do</strong>minantemente ao nível comportamental.Importa ainda referir que a ansiedade normal ou patológica não são categori<strong>as</strong> diferentes.Existe, sim, um continuum, no qual é possível transitar de um esta<strong>do</strong> normal de ansiedadepara um esta<strong>do</strong> patológico e vice-versa.Ansiedade na Infância e A<strong>do</strong>lescênciaDe acor<strong>do</strong> com Rosen e Schulkin (1998), na infância e a<strong>do</strong>lescência a ansiedade surgecomo uma característica normal, permitin<strong>do</strong>-lhes uma boa adaptação a situações nov<strong>as</strong>,inesperad<strong>as</strong> ou perigos<strong>as</strong>. No entanto, a ansiedade pode aumentar de intensidade, tornan<strong>do</strong>-sedisfuncional <strong>do</strong> ponto de vista socio-emocional (Ferreira, 1996, cit. por Borges, Manso, Tomé& Matos, 2008).Segun<strong>do</strong> Bees<strong>do</strong>, Knappe e Pine (2009), a infância e a a<strong>do</strong>lescência são a etapa <strong>do</strong> ciclode vida de maior risco para o desenvolvimento de sintom<strong>as</strong> ansiosos, que podem transitar demeros sintom<strong>as</strong> para perturbações de ansiedade propriamente dit<strong>as</strong>.Face às característic<strong>as</strong> desenvolvimentais da infância e a<strong>do</strong>lescência, segun<strong>do</strong> Wilson,Pritchard e Revalee (2005, cit. por Borges et al., 2008), alguns indivíduos não conseguemalcançar um ajustamento psicossocial saudável, poden<strong>do</strong> apresentar diferentes62


sintomatologi<strong>as</strong> ou perturbações, nomeadamente ansiedade, o que poderá ter repercurssões aonível familiar, escolar e social.Existem alguns <strong>factores</strong> que podem contribuír para o desenvolvimento dest<strong>as</strong>perturbações, tais como a idade, ser <strong>do</strong> sexo feminino, <strong>factores</strong> genéticos, estilo de educação,estatuto socio-económico, temperamento e personalidade, estilos parentais, acontecimentos devida, suporte social recebi<strong>do</strong> e prátic<strong>as</strong> de socialização (Abdel-Khalek & Alansari, 2004;Bees<strong>do</strong> et al., 2009; Essau et al., 2011).Cl<strong>as</strong>sificação d<strong>as</strong> Perturbações de AnsiedadeAs perturbações de ansiedade na infância e a<strong>do</strong>lescência não se caracterizam por umpadrão homogénio e consistente de sintom<strong>as</strong>, poden<strong>do</strong> diferir na sua frequência, gravidade, nodesenvolvimento, na evolução e n<strong>as</strong> reacções ao tratamento (Fonseca, 1998, cit. por Borges etal., 2008). Neste senti<strong>do</strong>, o seu diagnóstico requer to<strong>do</strong> o cuida<strong>do</strong> e atenção.Segun<strong>do</strong> o DSM-IV-TR (2002), são cl<strong>as</strong>sificad<strong>as</strong> <strong>as</strong> seguintes perturbações de ansiedade:Ataque de Pânico; Agorafobia; Perturbação de Pânico com e sem agorafobia; FobiaEspecífica e Fobia Social; Perturbação Obsessivo-Compulsiva; Perturbação de AnsiedadeGeneralizada; Perturbação de Stress Pós-Traumático; Perturbação de Stress Agu<strong>do</strong>;Perturbação devi<strong>do</strong> a uma condição médica, induzi<strong>do</strong> por substânci<strong>as</strong> ou sem outraespecificação. Relativamente às crianç<strong>as</strong> e a<strong>do</strong>lescentes, embora se possa identificar qualqueruma dest<strong>as</strong> perturbações (Spence et al., 2001, cit. por Vianna, Campos & Fernadez, 2009), aPerturbação de Ansiedade de Separação é exclusiva para est<strong>as</strong> f<strong>as</strong>es.Critérios Diagnósticos para Ataque de Pânico – DSM-IV-TR (2002)O Ataque de Pânico caracteriza-se por um perío<strong>do</strong> de me<strong>do</strong> ou desconforto intenso,durante o qual pelo menos quatro <strong>do</strong>s seguintes sintom<strong>as</strong> surgem subitamente e atingem o seupico em dez minutos: 1) Palpitações, batimentos cardíacos ou ritmo cardíaco acelara<strong>do</strong>; 2)Suores; 3) Estremecimentos ou Tremores; 4) Dificuldades em respirar; 5) Sensação de sufoco;6) Desconforto ou <strong>do</strong>r no peito; 7) Nause<strong>as</strong> ou mal-estar ab<strong>do</strong>minal; 8) Sensação de tontura,desequilibrio, de cabeça oca ou de desmaio; 9) Desrealização ou despersonalização; 10) Me<strong>do</strong>63


de perder o controlo ou de enlouquecer; 11) Me<strong>do</strong> de morrer; 12) Parestesi<strong>as</strong>; 13) Sensação defrio ou de calor. 1Critérios Diagnósticos para Agorafobia – DSM-IV-TR (2002)A Agorafobia é definida como a ansiedade que surge em lugares ou situações n<strong>as</strong> quais afuga possa ser difícil ou em que não seja possível ter ajuda no c<strong>as</strong>o de ter um ataque depânico. As situações são evitad<strong>as</strong> ou enfrentad<strong>as</strong> com um intenso mal-estar ou ansiedade devir a ter um ataque de pânico. 1Critérios Diagnósticos para Perturbação de Pânico Com e Sem Agorafobia – DSM-IV-TR (2002)A Perturbação de Pânico Sem Agorafobia, implica a existência de ataques de pânicoinespera<strong>do</strong>s e recorrentes e que pelo menos um <strong>do</strong>s ataques seja segui<strong>do</strong> por um perío<strong>do</strong> (1mês ou mais) de um ou mais <strong>do</strong>s seguintes: 1) preocupação persistente acerca de ter novosataques; 2) preocupação acerca d<strong>as</strong> implicações <strong>do</strong>s ataques e su<strong>as</strong> consequênci<strong>as</strong>; 3)alteração significativa no comportamento relaciona<strong>do</strong> com os ataques.A Perturbação de Pânico Com Agorafobia caracteriza-se pela coexistência de critérios dePerturbação de Pânico e Agorafobia.Critérios Diagnósticos para Fobia Específica – DSM-IV-TR (2002)A Fobia Específica caracteriza-se por um me<strong>do</strong> acentua<strong>do</strong> e persistente, excessivo ouirracional, desencadea<strong>do</strong> pela presença ou antecipação de um objecto ou situação específica.A exposição ao estímulo fóbico provoca qu<strong>as</strong>e invariavelmente uma resposta ansiosa imediatae a pessoa reconhece que o me<strong>do</strong> é excessivo ou irracional (algo que pode não acontecer n<strong>as</strong>crianç<strong>as</strong>). Podem ser de diferentes tipos, por exemplo, tipo animal, ambiente natural, sangueinjecção-ferimentos,situacional.1 Ataque de Pânico e Agorafobia não são perturbações codificáveis.64


Critérios Diagnósticos para Fobia Social – DSM-IV-TR (2002)A Fobia social é caracterizada pelo me<strong>do</strong> acentua<strong>do</strong> e persistente de uma ou maissituações sociais e de desempenho n<strong>as</strong> quais o sujeito está exposto a pesso<strong>as</strong> desconhecid<strong>as</strong>ou à possível observação de outr<strong>as</strong>. O sujeito teme demonstrar a sua ansiedade e temecomportar-se de forma humilhante ou embaraça<strong>do</strong>ra.Muit<strong>as</strong> vezes, a Fobia Social está <strong>as</strong>sociada a Ataques de Pânico situacionais.Critérios Diagnósticos para Perturbação Obessivo-Compulsiva – DSM-IV-TR (2002)A Perturbação Obsessivo-Compulsiva caracteriza-se por obsessões ou compulsões. Asobsessões – pensamentos, impulsos ou imagens – são recorrentes e persistentes e sãoexperimentad<strong>as</strong> durante algum perío<strong>do</strong> da perturbação como intrusivos e inapropria<strong>do</strong>s,provocan<strong>do</strong> um intenso mal-estar. A pessoa tenta suprimir ou ignorar tais pensamentos ouimagens ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou acção, embora reconheça que ospensamentos obsessivos são um produto da sua mente.As compulsões são comportamentos repetitivos ou actos mentais que <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> sesentem compelid<strong>as</strong> a executar em resposta a uma obsessão, ou de acor<strong>do</strong> com regr<strong>as</strong> quedevem ser aplicad<strong>as</strong> de mo<strong>do</strong> rígi<strong>do</strong>. Estes comportamentos têm como objectivo evitar oureduzir o mal-estar ou prevenir algum acontecimento ou situação temida. Contu<strong>do</strong>, estescomportamentos ou não estão liga<strong>do</strong>s de um mo<strong>do</strong> realista com o que pretendem neutralizarou são claramente excessivos.As obsessões ou compulsões provocam um forte mal-estar, consomem tempo (mais de 1hora por dia) e interferem significativamente com <strong>as</strong> rotin<strong>as</strong> normais da pessoa,funcionamento ocupacional ou social.Critérios Diagnósticos para Perturbação de Ansiedade Generalizada – DSM-IV-TR(2002)A Perturbação de Ansiedade Generalizada caracteriza-se por ansiedade e preocupação(apreensão expectante) que ocorrem durante mais de metade <strong>do</strong>s di<strong>as</strong>, durante pelo menos seismeses acerca de acontecimentos ou actividades. A pessoa tem dificuldade em controlar apreocupação e está <strong>as</strong>sociada a três ou mais <strong>do</strong>s seguintes sintom<strong>as</strong>: 1) Agitação, nervosismo65


ou tensão interior; 2) Fadiga fácil; 3) Dificuldades de concentração ou mente vazia; 4)Irritabilidade; 5) Tensão muscular; 6) Perturbações <strong>do</strong> Sono.Critérios Diagnósticos para Perturbação da Ansiedade de Separação – DSM-IV-TR(2002)A Perturbação da Ansiedade de Separação é caracterizada por uma ansiedade excessivaou inadequada para o nível de desenvolvimento <strong>do</strong> sujeito, relativa à separação da c<strong>as</strong>a ou d<strong>as</strong>pesso<strong>as</strong> a quem está vincula<strong>do</strong>, que se manifesta pela presença de três <strong>do</strong>s seguintes: 1) Malestarexcessivo e recorrente quan<strong>do</strong> ocorre ou é antecipada a separação da c<strong>as</strong>a ou de figur<strong>as</strong>de maior vinculação; 2) Preocupação excessiva ou persistente pela possível perda d<strong>as</strong>principais figur<strong>as</strong> de vinculação ou por possíveis males que possam acontecer a ess<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong>;3) Preocupação persistente e excessiva pela possibilidade de que um acontecimento adversopossa levar à separação de uma importante figura de vinculação; 4) Relutância persistente ourecusa em ir à escola ou a outro local por me<strong>do</strong> da separação; 5) Relutância ou me<strong>do</strong>persistente e excessivo de estar em c<strong>as</strong>a sozinho ou sem <strong>as</strong> principais figur<strong>as</strong> de vinculação; 6)Relutância persistente ou recusa em a<strong>do</strong>rmecer sem estar próximo de uma importante figurade vinculação ou em a<strong>do</strong>rmecer fora de c<strong>as</strong>a; 7) Pesadelos repeti<strong>do</strong>s que envolvem o tema d<strong>as</strong>eparação; 8) Queix<strong>as</strong> repetid<strong>as</strong> de sintom<strong>as</strong> físicos quan<strong>do</strong> ocorre ou se antecipa a separaçãoem relação a figur<strong>as</strong> importantes de vinculação. A duração é de pelo menos de quatroseman<strong>as</strong> e inicia-se antes <strong>do</strong>s 18 anos.Esta perturbação causa um mal-estar clinicamente significativo ou um défice social,escolar ou noutr<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> da actividade social <strong>do</strong> sujeito.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAbdel-Khalek, A., & Alansari, B. (2004). Gender differences in anxiety amongundergraduates from ten Arab countries. Social, Behavior and Personality, 32(7), 649-656. Consulta<strong>do</strong> em Outubro, 8, 2012, através da fontehttp://www.baderansari.info/FULLTEXT_E/06Genderdifferencesinanxiety.pdfAlmeida, S., Rêgo, B., Rodrigues, D., & Simões, S. (2007). O a<strong>do</strong>lescer... um vir a ser.A<strong>do</strong>lescência & Saúde, 4(3), 24-28. Consulta<strong>do</strong> em Outubro, 20, 2011, através da fontehttp://www.a<strong>do</strong>lescenciaesaude.com/detalhe_artigo.<strong>as</strong>p?id=9566


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ANEXO B“Consentimento Informa<strong>do</strong>”TRABALHO DE INVESTIGAÇÂO“A Relação <strong>entre</strong> Factores Psicológicos e <strong>as</strong> Perturbações <strong>do</strong> Comportamento Alimentarna A<strong>do</strong>lescência”Consentimento Informa<strong>do</strong>Declaro que recebi informações e explicações sobre o objectivo e funcionamento destetrabalho, optan<strong>do</strong> livremente em participar no mesmo.Tomei conhecimento que posso retirar o meu consentimento e interromper a minhaparticipação a qualquer momento, sem penalidade._______________________Assinatura <strong>do</strong> participanteLisboa, / / .74


ANEXO C“Material”Antes de mais, gostaria de agradecer a sua participação neste estu<strong>do</strong>Peço que leia atentamente <strong>as</strong> questões que se seguem e que responda a tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> pergunt<strong>as</strong> da forma maissincera possível. Desta forma, estará a dar um enorme contributo para este trabalho.Trata-se de um questionário individual, anónimo e confidencial, onde não existem respost<strong>as</strong> cert<strong>as</strong> ouerrad<strong>as</strong>. Peço-lhe apen<strong>as</strong> que dê a sua opinião sinceraI Questionário Socio-DemográficoIdade: ______ Sexo: ____ Ano Escolar: ______ Raça: ם Negra ם Cauc<strong>as</strong>ianaNacionalidade: ______________ Peso (kg): ______ Altura: ______m______cmCom Quem Vive: ___________________________________________________________Esta<strong>do</strong> Civil <strong>do</strong>s Pais: ם Vivem juntosםSepara<strong>do</strong>s םViúvo (indique o progenitor faleci<strong>do</strong>) _________________ Pratica desporto/actividade física: ם Sim ם NãoNo c<strong>as</strong>o de praticar desporto/actividade física:Quant<strong>as</strong> vezes por semana: __________Quanto tempo (hor<strong>as</strong>) por dia: ________Já alguma vez teve problem<strong>as</strong> alimentares? ם Sim ם NãoNo c<strong>as</strong>o de já ter ti<strong>do</strong> problem<strong>as</strong> alimentares diga qual/quais: ם Anorexia NervosaםBulimia Nervosa םOutro: ___________ 75


II. Perceived Competence for A<strong>do</strong>lescents - Como é que eu sou e o Quanto isto é importante para mimLeia atentamente <strong>as</strong> seguintes afirmações e <strong>as</strong>sinale com um X a opção (apen<strong>as</strong> uma) que melhor traduzir a suaopinião.Exemplo:Exacta/ComoeuMais ouMenoscomoeu~Mais ouMenosComoeuExact/como euםם Alguns jovens gostam de ir MAS Outros preferem <strong>as</strong>sistir a ם ם ao cinema nos tempos livres acontecimentos desportivosComo é que eu sou?Exacta/ComoeuMais ouMenoscomoeuםם Alguns jovens sentem quesão tão inteligentes como osoutros jovens da sua idadeMASOutros jovens não têm tantacerteza de serem tãointeligentes~Mais ouMenosComoeuExact/como euםם םם Alguns jovens acham difícil fazer amigosMASPara outros é muito fácilfazer amigosםם םם Alguns jovens são muito bons a praticar qualquertipo de desportoMASOutros jovens sentem quenão são muito bons apraticar desportoםם םם Alguns jovens não se sentem muito satisfeitoscom a sua aparênciaMASOutros jovens gostam d<strong>as</strong>ua aparênciaםם םם Alguns jovens normalmente não saem com pesso<strong>as</strong> (<strong>do</strong>sexo oposto) com quemqueriam realmente saírMASOutros jovens saem com <strong>as</strong>pesso<strong>as</strong> com quemgostariam mesmo de saírםם םם Alguns jovens fazem geralmente o que está certo MASOutros jovens, muit<strong>as</strong> vezesnão fazem o que está certoםם םם Alguns jovens têm um amigo especial com quempodem partilhar os seussegre<strong>do</strong>sMASOutros jovens não têm umamigo especial com quepodem partilhar os seussegre<strong>do</strong>sםם םם Alguns jovens ficam frequentementedesaponta<strong>do</strong>s consigoMASOutros jovens estão muitosatisfeitos consigoםם םם Alguns jovens são lentos a fazer o seu trabalho escolar MASOutros jovens conseguemfazer o seu trabalho escolarrapidamenteםם םם Alguns jovens têm muitos amigosMASOutros jovens não têmmuitos amigosםם םם Alguns jovens são muito bons a praticar qualquertipo de actividadedesportiva que fizessempela 1ª vezMASOutros jovens sentem quenão seriam muito bonsnuma nova actividadedesportivaםם 76


Exacta/ComoeuMais ouMenoscomoeuםם Alguns jovens gostariam que o seu corpo fossediferenteMASOutros jovens gostam <strong>do</strong>seu corpo tal como é~Mais ouMenosComoeuExact/como euםם םם Alguns jovens têm facilidade em arranjarnamora<strong>do</strong>s (<strong>as</strong>)MASOutros jovens têmdificuldade em arranjarnamora<strong>do</strong>s (<strong>as</strong>)םם םם Alguns jovens, frequentemente, arranjamproblem<strong>as</strong> com aquilo quefazemMASOutros jovens,normalmente, não fazemcois<strong>as</strong> que lhes possamcausar problem<strong>as</strong>םם םם Alguns jovens gostariam muito de ter um amigoespecial para partilharcois<strong>as</strong>MASOutros jovens têm umamigo especial com quempartilham cois<strong>as</strong>םם םם Alguns jovens não gostam <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> como estão aencaminhar a sua vidaMASOutros jovens gostam <strong>do</strong>mo<strong>do</strong> como estão aencaminhar a sua vidaםם םם Alguns jovens fazem muito bem os seus trabalhosescolaresMASOutros jovens não fazemmuito bem os seus trabalhosescolaresםם םם Alguns jovens têm dificuldade em que osoutros gostem delesMASOutros jovens têmfacilidade em que os outrosgostem delesםם םם Alguns jovens acham que são melhores a praticardesporto <strong>do</strong> que outrosjovens da sua idadeMASOutros jovens sentem quenão praticam tão bemdesporto como outrosjovens da sua idadeםם םם Alguns jovens gostariam que a sua aparência físicafosse diferenteMASOutros jovens gostam d<strong>as</strong>ua aparência física talcomo éםם םם Alguns jovens têm facilidade em namorar compesso<strong>as</strong> por quem seapaixonamMASOutros jovens têmdificuldade em namorarcom <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> por quem seapaixonamםם םם Alguns jovens normalmente agem de acor<strong>do</strong> com o quesabem ser suposto agirMASOutros jovens muit<strong>as</strong> vezesnão agem de acor<strong>do</strong> com oque sabem ser suposto agirםם םם Alguns jovens não têm um amigo especial parapartilhar pensamentos esentimentos muito pessoaisMASOutros jovens têm umamigo especial com quempartilham os seussentimentos e pensamentosmuito pessoaisםם םם Alguns jovens, a maior parte d<strong>as</strong> vezes, estãosatisfeitos consigo própriosMASOutros jovensfrequentemente não estãosatisfeitos consigo própriosםם םם Alguns jovens têm dificuldade em responder àsquestões que os professorescolocamMASOutros jovens normalmenterespondem de formacorrecta às questões que osprofessores colocamםם 77


Exacta/ComoeuMais ouMenoscomoeuםם Alguns jovens são populares <strong>entre</strong> os da suaidadeMASOutros jovens não sãomuito populares <strong>entre</strong> os d<strong>as</strong>ua idade~Mais ouMenosComoeuExact/como euםם םם Alguns jovens não são muito bons a jogar em jogosao ar livreMASOutros jovens são bons emjogos ao ar livreםם םם Alguns jovens acham que têm um bom <strong>as</strong>pectoMASOutros jovens acham quenão têm um bom <strong>as</strong>pectoםם םם Alguns jovens acham que são bem aceites pel<strong>as</strong>pesso<strong>as</strong> por quem seapaixonamMASOutros jovens acham quenão são bem aceites pel<strong>as</strong>pesso<strong>as</strong> por quem seapaixonamםם םם Alguns jovens arranjam complicações pela formacomo se comportamMASOutros jovens comportamsede forma a não teremcomplicaçõesםם םם Alguns jovens gostariam de ter um amigo especial emquem pudessem terconfiançaMASOutros jovens acham quetêm um amigo especial emquem podem ter confiançaםם םם Alguns jovens gostam <strong>do</strong> tipo de pessoa que sãoMASOutros jovens, muit<strong>as</strong> vezesgostariam de ser outra pessoaםם םם Alguns jovens sentem-se b<strong>as</strong>tante inteligentesMASOutros jovens questionamsesobre a sua inteligênciaםם םם Alguns jovens acham que são bem aceites pel<strong>as</strong>pesso<strong>as</strong> da sua idadeMASOutros jovens desejariamque mais pesso<strong>as</strong> da suaidade os aceit<strong>as</strong>semםם םם Alguns jovens sentem que não são muito atléticosMASOutros jovens sentem quesão muito atléticosםם םם Alguns jovens gostam mesmo <strong>do</strong> seu <strong>as</strong>pectoMASOutros jovens gostariam deter um <strong>as</strong>pecto diferenteםם םם Alguns jovens têm facilidade em fazer com que<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> <strong>do</strong> sexo opostose sintam atraíd<strong>as</strong> por elesMASOutros jovens têmdificuldade em fazer comque <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> <strong>do</strong> sexooposto se sintam atraíd<strong>as</strong>por elesםם םם Alguns jovens normalmente comportam-secorrectamenteMASOutros jovens normalmentecomportam-seincorrectamenteםם םם Alguns jovens gostariam de ter um amigo especial aquem pudessem fazerconfidênci<strong>as</strong>MASOutros jovens têm umamigo especial a quempodem fazer confidênci<strong>as</strong>םם םם Alguns jovens estão satisfeitos com a suamaneira de serMASOutros jovens gostariam deser diferentesםם 78


Exacta/ComoeuMais ouMenoscomoeuO Quanto isto é Importante para Mim?~Mais ouMenosComoeuExact/como euםם Alguns jovens pensam que é importante ser inteligenteMASOutros jovens pensam quenão é importante serinteligenteםם םם Alguns jovens pensam que não é <strong>as</strong>sim tão importante termuitos amigosMASOutros jovens pensam que éimportante ter muitosamigosםם םם Alguns jovens acham que importante ser bom emdesportoMASOutros jovens não sepreocupam muito em serbom em desportoםם םם Alguns jovens acham que a sua aparência física não tem<strong>as</strong>sim tanta importânciaMASOutros jovens acham que <strong>as</strong>ua aparência física éimportanteםם םם Alguns jovens acham importante ser bem aceitespel<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> por quem seapaixonamMASOutros jovens não achamimportante ser bem aceitespel<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> por quem seapaixonamםם םם Alguns jovens acham que não é <strong>as</strong>sim tão importante fazer<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> que estão cert<strong>as</strong>MASOutros jovens acham quefazer <strong>as</strong> cois<strong>as</strong> cert<strong>as</strong> éimportanteםם םם Alguns jovens acham que é importante ter um amigoespecial a quem possam fazerconfidênci<strong>as</strong>MASOutros jovens não achamimportante ter um amigoespecial a quem possamfazer confidênci<strong>as</strong>םם םם Alguns jovens acham que que ser bom na escola não é<strong>as</strong>sim tão importanteMASOutros jovens acham queser bom na escola éimportanteםם םם Alguns jovens acham que é importante ser popularMASOutros jovens não seimportam quanto à suapopularidadeםם םם Alguns jovens acham que não é importante ser bom emactividades desportiv<strong>as</strong>MASOutros jovens acham queser bom em actividadesdesportiv<strong>as</strong> é importanteםם םם Alguns jovens acham que o seu <strong>as</strong>pecto é importanteMASOutros jovens acham quenão é importante o seu<strong>as</strong>pectoםם םם Alguns jovens acham importante que a pessoa pelaqual se sentemromanticamente interessa<strong>do</strong>stambém goste delesםם Alguns jovens acham que é importante agircorrectamenteMASMASOutros jovens acham quenão é necessário que apessoa pela qual se sentemromanticamenteinteressa<strong>do</strong>s também gostedelesOutros jovens não seimportam se agem ou nãode forma correctaםםםםםם Alguns jovens acham que é importante ter um amigoespecial em quem possamconfiarMASOutros jovens acham quenão é importante ter umamigo especial em quempossam confiarםם 79


III Inventário de Perturbação <strong>do</strong> Comportamento Alimentar - Alimentação, Atitudes e SentimentosAs afirmações que se seguem estão relacionad<strong>as</strong> com a comida ou alimentação e outr<strong>as</strong> com os sentimentos ouatitudes que experimentaPara cada fr<strong>as</strong>e deverá escolher a alternativa com a qual se identifica, de forma sincera.NuncaRaramenteÀs vezesComfrequênciaQu<strong>as</strong>esempreSempre1. Como <strong>do</strong>ces e hidratos de carbono sem me preocupar2. Penso que a minha barriga é dam<strong>as</strong>ia<strong>do</strong> grande3. Gostaria de voltar a ser criança para me sentir seguro/a4. Como quan<strong>do</strong> estou preocupa<strong>do</strong>/a5. Empanturro-me de comida6. Gostaria de ser mais jovem7. Penso em fazer dieta8. Assusto-me quan<strong>do</strong> os meus sentimentos são muito fortes9. Acho que <strong>as</strong> minh<strong>as</strong> cox<strong>as</strong> são dem<strong>as</strong>ia<strong>do</strong> gross<strong>as</strong>10. Considero-me incapaz como pessoa11. Sinto-me culpa<strong>do</strong>/a quan<strong>do</strong> como demais12. Penso que a minha barriga tem o tamanho adequa<strong>do</strong>13. Na minha família só se valoriza o desempenhoexcepcional14. A infância é a época mais feliz da vida15. Sou capaz de expressar os meus sentimento16. Apavora-me a ideia de engordar17. Confio nos outros18. Sinto-me só no mun<strong>do</strong>19. Sinto-me satisfeito/a com a forma <strong>do</strong> meu corpo20. Acho que geralmente controlo <strong>as</strong> cois<strong>as</strong> que acontecemna minha vida21. Fico confuso/a com <strong>as</strong> minh<strong>as</strong> emoções22. Prefiro ser adulto <strong>do</strong> que ser criança23. Comunico facilmente com os outros24. Gostaria de ser outra pessoa25. Exagero ou <strong>do</strong>u dem<strong>as</strong>iada importância ao peso26. Consigo identificar com clareza <strong>as</strong> emoções que sinto27. Sinto-me inadequa<strong>do</strong>/a28. Já tive ataques de gulodice nos quais senti que nãoconseguia parar de comer29. Quan<strong>do</strong> era criança esforçava-me muito para nãodecepcionar os meus pais e professores30. Tenho amigos íntimos31. Gosto da forma <strong>do</strong> meu rabo32. Estou preocupa<strong>do</strong>/a porque queria ser mais magro/a33. Não sei o que está a acontecer dentro de mim34. Tenho dificuldade em expressar <strong>as</strong> minh<strong>as</strong> emoções aosoutros35. As exigênci<strong>as</strong> da vida adulta são excessiv<strong>as</strong>36. Odeio não ser o/a melhor em tu<strong>do</strong>37. Sinto-me seguro/a de mim mesmo/a38. Só penso em empanturrar-me (comer demais)39. Sinto-me feliz por já não ser criança40. Não sei muito bem quan<strong>do</strong> tenho fome ou não41. Tenho uma fraca opinião sobre mim80


NuncaRaramenteÀs vezesComfrequênciQu<strong>as</strong>esempreSempre42. Acho que posso conseguir atingir os meus objectivos43. Os meus pais esperavam de mim excelentes resulta<strong>do</strong>s44. Tenho me<strong>do</strong> de perder o controlo <strong>do</strong>s meus sentimentos45. Penso que <strong>as</strong> minh<strong>as</strong> anc<strong>as</strong> são dem<strong>as</strong>ia<strong>do</strong> larg<strong>as</strong>46. Como com moderação em frente aos outros, m<strong>as</strong>empanturro-me de comi<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> se vão embora47. Sinto-me incha<strong>do</strong>/a após uma refeição normal48. Acho que <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> são felizes quan<strong>do</strong> são crianç<strong>as</strong>49. Se aumento um quilo, tenho me<strong>do</strong> de continuar aengordar50. Considero-me uma pessoa com valor51. Quan<strong>do</strong> estou preocupa<strong>do</strong>/a não sei se estou triste,<strong>as</strong>susta<strong>do</strong>/a ou irrita<strong>do</strong>/a52. Acho que devo fazer <strong>as</strong> cois<strong>as</strong> de forma perfeita ou não<strong>as</strong> fazer53. Penso em vomitar para perder peso54. Preciso manter <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> a alguma distância(incomoda-me o excesso de proximidade d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong>)55. Acho que <strong>as</strong> minh<strong>as</strong> cox<strong>as</strong> têm o tamanho adequa<strong>do</strong>56. Sinto-me vazio/a por dentro (emocionalmente)57. Consigo falar sobre <strong>as</strong>pectos pessoais e sentimentos58. Os melhores anos da vida são quan<strong>do</strong> se chega a adulto59. Acho que o meu rabo é dem<strong>as</strong>ia<strong>do</strong> grande60. Tenho sentimentos que não consigo identificar bem61. Como e bebo às escondid<strong>as</strong>62. Acho que <strong>as</strong> minh<strong>as</strong> anc<strong>as</strong> são <strong>do</strong> tamanho adequa<strong>do</strong>63. Tenho met<strong>as</strong> (objectivos) muito elevad<strong>as</strong>64. Quan<strong>do</strong> estou preocupa<strong>do</strong>/a, tenho me<strong>do</strong> de começar acomer65. As pesso<strong>as</strong> de quem gosto de verdade acabam por medecepcionar66. Tenho vergonha d<strong>as</strong> minh<strong>as</strong> fraquez<strong>as</strong> pessoais67. As pesso<strong>as</strong> dizem que sou emocionalmente instável68. Gostaria de ter o controlo total sobre <strong>as</strong> minh<strong>as</strong>necessidades físic<strong>as</strong> (por ex: fome, sede, sono)69. Sinto-me à vontade na maior parte d<strong>as</strong> situações emgrupo70. Digo impulsivamente cois<strong>as</strong> de que depois me arrepen<strong>do</strong>71. Esforço-me para encontrar cois<strong>as</strong> que me dêem prazer72. Tenho que ter cuida<strong>do</strong> com a minha tendência paraconsumir drog<strong>as</strong>73. Sou comunicativo/a com a maior parte d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong>74. As relações com <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> fazem com que me sintaaprisiona<strong>do</strong>/a75. Renunciar aos prazeres faz-me sentir espiritualmentemais forte76. As pesso<strong>as</strong> compreendem os meus verdadeirosproblem<strong>as</strong>77. Tenho pensamentos estranhos que não consigo tirar daminha cabeça78. Comer por prazer é um sinal de fraqueza moral79. Tenho tendência a ter ataques de raiva ou de ira81


NuncaRaramenteÀs vezesComfrequênciQu<strong>as</strong>esempreSempre80. Acho que <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> confiam em mim tanto quantomereço81. Tenho que ter cuida<strong>do</strong> com a minha tendência a beberálcool em excesso82. Acredito que relaxar (descansar) é uma perda de tempo83. As pesso<strong>as</strong> consideram que me irrito facilmente84. Tenho a sensação de que tu<strong>do</strong> me corre mal85. Tenho mudanç<strong>as</strong> brusc<strong>as</strong> de humor86. Sinto-me incomoda<strong>do</strong>/a com <strong>as</strong> minh<strong>as</strong> necessidadesfísic<strong>as</strong> (ex: fome, sede, sono)87. Prefiro p<strong>as</strong>sar o tempo sozinho/a <strong>do</strong> que estaracompanha<strong>do</strong>/a88. O sofrimento transforma-nos numa pessoa melhor89. Sei que <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> me apreciam90. Sinto necessidade de fazer mal aos outros ou a mimmesmo/a91. Sinto que realmente sei quem souIV. Escala de Silhuet<strong>as</strong> - Como é que eu sou e Como é que gostaria de serTen<strong>do</strong> em conta <strong>as</strong> imagens que se seguem, seleccione em primeiro lugar a pessoa que mais se parece consigo eem segun<strong>do</strong> lugar a pessoa que mais se parece com aquela que gostaria de ser.No c<strong>as</strong>o de ser um rapaz, preencha <strong>as</strong> imagens que correspondem ao sexo m<strong>as</strong>culino.No c<strong>as</strong>o de ser uma rapariga, preencha <strong>as</strong> imagens que correspondem ao sexo feminino.Assinale com um círculo (O) o número da imagem que corresponde à sua opção.Aquela que mais se parece comigo é:Aquela que eu gostava de ser é:82


Aquele que mais se parece comigo é:Aquele que eu gostava de ser é:V. Spence Children Anxiety Scale - Como é que eu me sintoTen<strong>do</strong> em conta <strong>as</strong> seguintes afirmações, para cada fr<strong>as</strong>e <strong>as</strong>sinale com um X a opção que melhor caracteriza <strong>as</strong>ua opinião.Importa referir novamente que não existem respost<strong>as</strong> cert<strong>as</strong> ou errad<strong>as</strong>.Deverá responder ten<strong>do</strong> em conta o grau de frequência em que est<strong>as</strong> situações lhe ocorrem utilizan<strong>do</strong> a seguintecl<strong>as</strong>sificação: 0 – Nunca; 1 – Às Vezes; 2 – Frequentemente; SempreNuncaÀs VezesFrequentementeSempre1. Preocupo-me com <strong>as</strong> cois<strong>as</strong>2. Tenho me<strong>do</strong> <strong>do</strong> escuro3. Quan<strong>do</strong> tenho um problema, tenho uma sensação esquisitano estômago4. Tenho me<strong>do</strong>5. Teria me<strong>do</strong> se fic<strong>as</strong>se sozinho/a em c<strong>as</strong>a6. Tenho me<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> tenho de fazer um teste7. Tenho me<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> tenho de usar c<strong>as</strong><strong>as</strong> de banho públic<strong>as</strong>8. Preocupa-me o facto de estar longe <strong>do</strong>s meus pais9. Tenho me<strong>do</strong> de fazer figur<strong>as</strong> tristes à frente de pesso<strong>as</strong>10. Preocupa-me o facto de fazer mal o meu trabalho daescola11. Sou popular <strong>entre</strong> <strong>as</strong> outr<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> da minha idade12. Preocupa-me o facto de alguma coisa terrível acontecercom alguém da minha família13. De repente, sinto-me como se não pudesse respirar quan<strong>do</strong>não há nenhuma razão para isso83


NuncaÀs VezesFrequentementeSempre14. Tenho de verificar constantemente se fiz bem <strong>as</strong> cois<strong>as</strong>(como o interruptor desliga<strong>do</strong>, ou a porta trancada)15. Tenho me<strong>do</strong> se tiver de <strong>do</strong>rmir sozinho16. Tenho dificuldade em ir para a escola de manhã porqueme sinto nervoso ou tenho me<strong>do</strong>17. Sou bom em desporto18. Tenho me<strong>do</strong> de cães19. Não consigo ter pensamentos maus ou disparata<strong>do</strong>s20. Quan<strong>do</strong> tenho um problema, o meu coração baterapidamente21. De repente começo a tremer quan<strong>do</strong> não há nenhumarazão para isso22. Preocupa-me o facto de alguma coisa má vir a acontecercomigo23. Tenho me<strong>do</strong> de ir a médicos ou a dentist<strong>as</strong>24. Quan<strong>do</strong> tenho um problema sinto-me inseguro/a25. Tenho me<strong>do</strong> de estar em lugares altos ou em eleva<strong>do</strong>res26. Sou uma boa pessoa27. Tenho de ter pensamentos especiais para evitar queaconteçam cois<strong>as</strong> más (como números ou palavr<strong>as</strong>)28. Fico <strong>as</strong>susta<strong>do</strong>/a se tiver de viajar de carro, autocarro oucomboio29. Preocupo-me com o que <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> pensam de mim30. Tenho me<strong>do</strong> de estar em locais cheios de gente (comocentros comerciais, cinem<strong>as</strong>, autocarros, recintos cheios)31. Sinto-me feliz32. De repente, sinto-me realmente <strong>as</strong>susta<strong>do</strong>/a por nenhumarazão33. Tenho me<strong>do</strong> de insectos ou aranh<strong>as</strong>34. De repente, tenho tontur<strong>as</strong> ou desmaios quan<strong>do</strong> não hárazão para isso35. Sinto me<strong>do</strong> se tiver de falar à frente da minha turma36. De repente, o meu coração começa a bater muito depress<strong>as</strong>em motivo para isso37. Preocupa-me o facto de ter me<strong>do</strong> repentino quan<strong>do</strong> não hárazão para isso38. Gosto de mim39. Tenho me<strong>do</strong> de estar em pequenos locais fecha<strong>do</strong>s, comotúneis ou sal<strong>as</strong> pequen<strong>as</strong>40. Tenho de repetir indefinidamente algum<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> (comolavar <strong>as</strong> mãos, limpar ou colocar <strong>as</strong> cois<strong>as</strong> numa determinadaordem)41. Incomodam-me imagens ou pensamentos maus oudisparata<strong>do</strong>s à minha frente42. Tenho de fazer algum<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> da maneira certa paraevitar que aconteçam cois<strong>as</strong> más43. Tenho orgulho no meu trabalho na escola44. Teria me<strong>do</strong> se tivesse de ficar longe de c<strong>as</strong>a à noiteFIM!!!MUITO OBRIGADA84


ANEXO DCaracterização da AmostraIdadeDescriptivesStatistic Std. ErrorMean 19,41 ,33295% Confidence Interval Lower Bound 18,75for Mean Upper Bound 20,075% Trimmed Mean 19,61Median 20,00Variance 8,828Std. Deviation 2,971Minimum 12Maximum 23Range 11Interquartile Range 4Skewness -,746 ,269Kurtosis ,149 ,532ValidSexoFrequênciaPercentagemPercentagemVálidaCumulativePercentFeminino 64 80,0 80,0 80,0M<strong>as</strong>culino16 20,0 20,0 100,0Total 80 100,0 100,0FrequencyRaçaPercentValidPercentCumulativePercentNegra 15 18,8 19,2 19,2Valid Cauc<strong>as</strong>iana 63 78,8 80,8 100,0Total 78 97,5 100,0MissingSystem 2 2,5Total 80 100,0ValidNacionalidadeFrequenc PercentyValidPercentCumulativePercentPortuguesa 73 91,3 91,3 91,3Angolana 1 1,3 1,3 92,5Moçambicana 1 1,3 1,3 93,8Cabo-Verdiana3 3,8 3,8 97,5Br<strong>as</strong>ileira 2 2,5 2,5 100,0Total 80 100,0 100,0ValidCom quem viveFrequencyPercentValidPercentCumulative PercentPais (c/ ou s/ irmãos) 57 71,3 71,3 71,3Outros Familiares (c/ ous/ irmãos)6 7,5 7,5 78,8Companheiro/a 5 6,3 6,3 85,0Amigos 6 7,5 7,5 92,5Sozinho/a 5 6,3 6,3 98,8Colégio 1 1,3 1,3 100,0Total 80 100,0 100,0Esta<strong>do</strong> Civíl <strong>do</strong>s PaisFrequency PercentValidPercentCumulativePercentJuntos 41 51,3 53,2 53,2Separa<strong>do</strong>s 29 36,3 37,7 90,9ValidMorte <strong>do</strong>Pai4 5,0 5,2 96,1Morte daMãe3 3,8 3,9 100,0Total 77 96,3 100,0MissingSystem 3 3,8Total 80 100,0Ano de EscolaridadeFrequency Percent Valid Percent CumulativePercent4º-6º ano 1 1,3 1,3 1,37º-9º ano 12 15,0 15,8 17,110º-12º ano 33 41,3 43,4 60,5ValidEstUniversitário30 37,5 39,5 100,0Total 76 95,0 100,0Missing System 4 5,0Total 80 100,0ValidValidPrática de Exercício FísicoFrequency Percent ValidPercentCumulativePercentSedentarismo 41 51,3 51,3 51,3ExercícioEsporádico11 13,8 13,8 65,0ExercícioModera<strong>do</strong>14 17,5 17,5 82,5ExercícioRegular14 17,5 17,5 100,0Total 80 100,0 100,0Problem<strong>as</strong> Alimentares AnterioresFrequency Percent ValidPercentCumulativePercentAnorexiaNervosa2 2,5 2,5 2,5BulimiaNervosa2 2,5 2,5 5,0Outro 5 6,3 6,3 11,3SemAntecedentes71 88,8 88,8 100,0Total 80 100,0 100,0Execício Físico: Di<strong>as</strong> Semana X Hor<strong>as</strong> DiaFrequency Percent ValidPercentCumulativePercent,00 41 51,3 51,9 51,91,00 11 13,8 13,9 65,82,00 14 17,5 17,7 83,53,00 1 1,3 1,3 84,8Valid4,00 9 11,3 11,4 96,26,00 2 2,5 2,5 98,79,00 1 1,3 1,3 100,0Total 79 98,8 100,0Missin Syste1 1,3g mTotal 80 100,0ValidÍndice de M<strong>as</strong>sa CorporalFrequency Percent ValidPercentCumulativePercentBaixo Peso 5 6,3 6,3 6,3Peso Normal 63 78,8 78,8 85,0Excesso Peso 9 11,3 11,3 96,3Obesidade 3 3,8 3,8 100,0Total 80 100,0 100,085


Fiabilidade <strong>do</strong>s InstrumentosReliability Statistics - CECronbach's Alpha N of Items,707 5Reliability Statistics - CACronbach's Alpha N of Items,818 5Reliability Statistics - ARCronbach's Alpha N of Items,728 5Reliability Statistics - AICronbach's Alpha N of Items,871 5Reliability Statistics - DTCronbach's Alpha N of Items,902 7Reliability Statistics - BDCronbach's Alpha N of Items,890 10Reliability Statistics - PACronbach's Alpha N of Items,806 7Reliability Statistics - IACronbach's Alpha N of Items,556 7Reliability Statistics - EDCronbach's Alpha N of Items,710 8Reliability Statistics – ACronbach's Alpha N of Items,654 7Reliability Statistics - EDRCCronbach's Alpha N of Items,799 3Reliability Statistics - IPCCronbach's Alpha N of Items,758 2Reliability Statistics - OCCronbach's Alpha N of Items,437 2Reliability Statistics - SACronbach's Alpha N of Items,680 6Reliability Statistics - OCCronbach's Alpha N of Items,521 6Reliability Statistics - PIFCronbach's Alpha N of Items,520 5Reliability Statistics - ASCronbach's Alpha N of Items,787 5Reliability Statistics - AFCronbach's Alpha N of Items,909 5Reliability Statistics - CCronbach's Alpha N of Items,786 5Reliability Statistics - AECronbach's Alpha N of Items,823 5Reliability Statistics - BCronbach's Alpha N of Items,818 8Reliability Statistics – LSECronbach's Alpha N of Items,792 6Reliability Statistics – IICronbach's Alpha N of Items,718 7Reliability Statistics – IDCronbach's Alpha N of Items,867 9Reliability Statistics - PCronbach's Alpha N of Items,595 6Reliability Statistics - MFCronbach's Alpha N of Items,689 8Reliability Statistics - ICCronbach's Alpha N of Items,870 2Reliability Statistics – APCCronbach's Alpha N of Items,709 2Reliability Statistics - GPMCCronbach's Alpha N of Items,836 9Reliability Statistics - SPCronbach's Alpha N of Items,688 6Reliability Statistics - PACronbach's Alpha N of Items,864 9Reliability Statistics – GACronbach's Alpha N of Items,781 6Reliability Statistics – SCAS TCronbach's Alpha N of Items,900 3886


Análise Descritiva <strong>do</strong>s InstrumentosValidValores Clínicos DTFrequency Percent ValidPercentCumulative PercentNível Clínico Baixo 69 86,3 86,3 86,3Intervalo Clínico Típico 9 11,3 11,3 97,5Nível Clínico Eleva<strong>do</strong> 2 2,5 2,5 100,0Total 80 100,0 100,0ValidValores Clínicos BFrequency Percent ValidPercentCumulative PercentNível Clínico Baixo 65 81,3 81,3 81,3Intervalo Clínico Típico 12 15,0 15,0 96,3Nível Clínico Eleva<strong>do</strong> 3 3,8 3,8 100,0Total 80 100,0 100,0ValidValores Clínicos BDFrequency Percent ValidPercentCumulative PercentNível Clínico Baixo 66 82,5 82,5 82,5Intervalo Clínico Típico 14 17,5 17,5 100,0Total 80 100,0 100,0ValidValores Clínicos EDRCFrequen PercentcyValidPercentCumulativePercentNível ClínicoBaixo71 88,8 88,8 88,8Intervalo ClínicoTípico7 8,8 8,8 97,5Nível ClínicoEleva<strong>do</strong>2 2,5 2,5 100,0Total 80 100,0 100,0Descriptive StatisticsN MinimumMaximumMeanStd.DeviationObsessão porEmagrecer80 23 60 32,64 9,544Bulimia 80 35 66 39,39 5,845Insatisfação Corporal 80 23 57 35,25 9,126Risco de Perturbação<strong>do</strong> Comportamento80 20 63 31,33 8,783AlimentarValid N (listwise) 80ValidCompetência Percebida CEFrequencyPercentValidPercentCumulativePercentBaixa CompetênciaPercebida30 37,5 37,5 37,5ElevadaCompetênciaPercebida50 62,5 62,5 100,0Total 80 100,0 100,0ValidCompetência Percebida ASFrequencyPercentValidPercentCumulativePercentBaixa CompetênciaPercebida26 32,5 32,5 32,5ElevadaCompetênciaPercebida54 67,5 67,5 100,0Total 80 100,0 100,0ValidCompetência Percebida CAFrequencyPercentValidPercentCumulativePercentBaixa CompetênciaPercebida44 55,0 55,0 55,0ElevadaCompetênciaPercebida36 45,0 45,0 100,0Total 80 100,0 100,0ValidCompetência Percebida AFFrequencyPercentValidPercentCumulativePercentBaixa CompetênciaPercebida42 52,5 52,5 52,5ElevadaCompetênciaPercebida38 47,5 47,5 100,0Total 80 100,0 100,0ValidCompetência Percebida ARFrequencyPercentValidPercentCumulativePercentBaixa CompetênciaPercebida27 33,8 33,8 33,8ElevadaCompetênciaPercebida53 66,3 66,3 100,0Total 80 100,0 100,0ValidCompetência Percebida CFrequencyPercentValidPercentCumulativePercentBaixa CompetênciaPercebida12 15,0 15,0 15,0ElevadaCompetênciaPercebida68 85,0 85,0 100,0Total 80 100,0 100,0ValidCompetência Percebida AIFrequencyPercentValidPercentCumulativePercentBaixa CompetênciaPercebida14 17,5 17,5 17,5ElevadaCompetênciaPercebida66 82,5 82,5 100,0Total 80 100,0 100,0ValidNíveis de Auto-EstimaFrequenc PercentyValidPercentCumulativePercentBaixa Auto-Estima30 37,5 37,5 37,5Elevada Autoestima50 62,5 62,5 100,0Total 80 100,0 100,087


ValidNíveis de Autoconceito GlobalFrequencyPercentValidPercentCumulativePercentBaixo AutoconceitoGlobal20 25,0 25,0 25,0Eleva<strong>do</strong>Autoconceito Global60 75,0 75,0 100,0Total 80 100,0 100,0Descriptive StatisticsN Minimum Maximum Mean Std.DeviationCE 80 1,40 4,00 2,7050 ,61292AS 80 1,00 4,00 2,7950 ,70798CA 80 1,00 4,00 2,3575 ,74064AF 79 1,00 4,00 2,5114 ,93958AR 80 1,20 4,00 2,6925 ,67651C 80 1,80 4,00 3,2050 ,62761AI 79 1,00 4,00 3,3949 ,78966AE 80 1,00 4,00 2,8225 ,74562ACG 80 1,89 3,74 2,8078 ,42706Valid N(listwise)78ValidValores Clínicos SCAS TotalFrequencyPercentValidPercentCumulativePercentNíveis Baixos deAnsiedade73 91,3 91,3 91,3Níveis Eleva<strong>do</strong>s deAnsiedade7 8,8 8,8 100,0Total 80 100,0 100,0ValidValores Clínicos SCAS SPFrequencyPercentValidPercentCumulativePercentNíveis Baixos deAnsiedade59 73,8 73,8 73,8Níveis Eleva<strong>do</strong>s deAnsiedade21 26,3 26,3 100,0Total 80 100,0 100,0ValidValores Clínicos SCAS OCFrequencyPercentValidPercentCumulativePercentNíveis Baixos deAnsiedade70 87,5 87,5 87,5Níveis Eleva<strong>do</strong>s deAnsiedade10 12,5 12,5 100,0Total 80 100,0 100,0ValidValores Clínicos SCAS PAFrequencyPercentValidPercentCumulativePercentNíveis Baixos deAnsiedade75 93,8 93,8 93,8Níveis Eleva<strong>do</strong>s deAnsiedade5 6,3 6,3 100,0Total 80 100,0 100,0ValidValores Clínicos SCAS PIFFrequencyPercentValidPercentCumulativePercentNíveis Baixos deAnsiedade74 92,5 92,5 92,5Níveis Eleva<strong>do</strong>s deAnsiedade6 7,5 7,5 100,0Total 80 100,0 100,0ValidValores Clínicos SCAS GAFrequencyPercentValidPercentCumulativePercentNíveis Baixos deAnsiedade43 53,8 53,8 53,8Níveis Eleva<strong>do</strong>s deAnsiedade37 46,3 46,3 100,0Total 80 100,0 100,0Descriptive StatisticsN Minimum Maximum Mean Std. Deviation KurtosisStatistic Statistic Statistic Statistic Statistic Statistic Std. Errorsc<strong>as</strong>T 80 11 80 34,71 14,304 ,708 ,532SA 80 1 16 4,71 2,729 3,752 ,532SP 80 2 17 6,91 3,167 ,828 ,532OC 80 0 12 5,25 2,553 -,027 ,532PA 80 0 20 4,30 4,238 1,919 ,532PIF 80 0 13 3,88 2,446 1,440 ,532GA 80 2 18 8,96 3,425 -,260 ,532Valid N (listwise) 80ValidPercICFrequency Percent Valid Percent Cumulative PercentDiscrepância Negativa 19 23,8 23,8 23,8Discrepância Ideal 25 31,3 31,3 55,0Discrepância Positiva 36 45,0 45,0 100,0Total 80 100,0 100,088


Análise em função d<strong>as</strong> Variáveis Sociodemográfic<strong>as</strong>SexoTests of NormalityKolmogorov-Smirnov aStatisticdf Sig. StatisticShapiro-Wilkdf Sig.Feminino ,219 64 ,000 ,859 64 ,000DTM<strong>as</strong>culino ,390 16 ,000 ,623 16 ,000Feminino ,243 64 ,000 ,688 64 ,000BM<strong>as</strong>culino ,240 16 ,014 ,833 16 ,008Feminino ,102 64 ,094 ,953 64 ,016BDM<strong>as</strong>culino ,133 16 ,200 * ,922 16 ,179Feminino ,134 64 ,006 ,906 64 ,000EDRCM<strong>as</strong>culino ,220 16 ,037 ,817 16 ,005*. This is a lower bound of the true significance.a. Lilliefors Significance CorrectionDTBBDEDRCRanksSexo N MeanRankSum ofRanksFeminino 64 43,58 2789,00M<strong>as</strong>culino 16 28,19 451,00Total 80Feminino 64 41,05 2627,50M<strong>as</strong>culino 16 38,28 612,50Total 80Feminino 64 43,86 2807,00M<strong>as</strong>culino 16 27,06 433,00Total 80Feminino 64 43,41 2778,50M<strong>as</strong>culino 16 28,84 461,50Total 80Test Statistics aObsessão BulimiaporEmagrecerInsatisfaçãoCorporalRisco dePerturbação<strong>do</strong>ComportamentoAlimentarMann-Whitney U 315,000 476,500 297,000 325,500Wilcoxon W 451,000 612,500 433,000 461,500Z -2,385 -,432 -2,590 -2,249Asymp. Sig. (2-tailed),017 ,666 ,010 ,025a. Grouping Variable: SexoBDEqualvariances<strong>as</strong>sumedEqualvariancesnot<strong>as</strong>sumedLevene's Test forEquality of VariancesF Sig. t df Sig. (2-tailed)4,292Independent Samples Testt-test for Equality of MeansMeanDifferenceStd. Error Difference95% Confidence Interval of the DifferenceLowerUpper,042 2,636 78 ,010 6,484 2,460 1,587 11,3813,384 34,964 ,002 6,484 1,916 2,594 10,375RaçaTests of NormalityKolmogorov-Smirnov a Shapiro-WilkStatistic df Sig. Statis df Sig.ticNegra ,181 15 ,200 * ,901 15 ,100DT Cauc<strong>as</strong>iana,278 63 ,000 ,792 63 ,000Negra ,240 15 ,020 ,779 15 ,002B Cauc<strong>as</strong>iana,229 63 ,000 ,679 63 ,000Negra ,122 15 ,200 * ,948 15 ,493BD Cauc<strong>as</strong>iana,114 63 ,041 ,922 63 ,001Negra ,121 15 ,200 * ,940 15 ,386EDRC Cauc<strong>as</strong>iana,187 63 ,000 ,850 63 ,000*. This is a lower bound of the true significance.a. Lilliefors Significance CorrectionDTBBDEDRCRanksRaça N MeanRankSum ofRanksNegra 15 49,90 748,50Cauc<strong>as</strong>iana 63 37,02 2332,50Total 78Negra 15 44,07 661,00Cauc<strong>as</strong>iana 63 38,41 2420,00Total 78Negra 15 46,10 691,50Cauc<strong>as</strong>iana 63 37,93 2389,50Total 78Negra 15 49,00 735,00Cauc<strong>as</strong>iana 63 37,24 2346,00Total 78Test Statistics aDT B BD EDRCMann-Whitney U 316,500 404,000 373,500 330,000Wilcoxon W 2332,5002420,0002389,500 2346,000Z -1,991 -,878 -1,257 -1,811Asymp. Sig. (2-tailed),046 ,380 ,209 ,070a. Grouping Variable: Raça89


Esta<strong>do</strong> CivílTests of NormalityKolmogorov-Smirnov a Shapiro-Wilk<strong>do</strong>s Pais Statistic df Sig. Statistic df Sig.Juntos ,263 41 ,000 ,804 41 ,000DTSepara<strong>do</strong>s ,210 29 ,002 ,847 29 ,001Morte <strong>do</strong> Pai ,305 4 . ,920 4 ,538Morte da Mãe ,365 3 . ,797 3 ,107Juntos ,240 41 ,000 ,693 41 ,000BSepara<strong>do</strong>s ,222 29 ,001 ,743 29 ,000Morte <strong>do</strong> Pai ,208 4 . ,950 4 ,714Morte da Mãe ,292 3 . ,923 3 ,463Juntos ,135 41 ,056 ,925 41 ,010BDSepara<strong>do</strong>s ,151 29 ,091 ,911 29 ,018Morte <strong>do</strong> Pai ,287 4 . ,931 4 ,598Morte da Mãe ,227 3 . ,983 3 ,747Juntos ,188 41 ,001 ,861 41 ,000EDRCSepara<strong>do</strong>s ,165 29 ,043 ,911 29 ,018Morte <strong>do</strong> Pai ,271 4 . ,848 4 ,220Morte da Mãe ,276 3 . ,942 3 ,537a. Lilliefors Significance CorrectionDTBBDEDRCRanksEsta<strong>do</strong> Civíl <strong>do</strong>s Pais N Mean RankJuntos 41 37,70Separa<strong>do</strong>s 29 40,79Morte <strong>do</strong> Pai 4 34,88Morte da Mãe 3 45,00Total 77Juntos 41 37,90Separa<strong>do</strong>s 29 43,12Morte <strong>do</strong> Pai 4 29,50Morte da Mãe 3 26,83Total 77Juntos 41 40,76Separa<strong>do</strong>s 29 37,78Morte <strong>do</strong> Pai 4 24,75Morte da Mãe 3 45,83Total 77Juntos 41 39,29Separa<strong>do</strong>s 29 40,26Morte <strong>do</strong> Pai 4 25,63Morte da Mãe 3 40,67Total 77Test Statistics a,bDT B BD EDRCChi-Square ,686 2,753 2,249 1,552df 3 3 3 3Asymp. Sig. ,876 ,431 ,522 ,670a. Kruskal Wallis Testb. Grouping Variable: Esta<strong>do</strong> Civíl <strong>do</strong>s PaisTest Statistics a,bDT B BD EDRCChi-Square ,068 2,086 3,161 ,846df 3 3 3 3Asymp. Sig. ,995 ,555 ,367 ,838a. Kruskal Wallis Testb. Grouping Variable: Prática de Exercício FísicoPrática de ExercícioTests of NormalityKolmogorov-Smirnov a Shapiro-WilkFísico Statistic df Sig. Statistic df Sig.Sedentarismo ,276 41 ,000 ,841 41 ,000DTExercício Esporádico ,290 11 ,011 ,780 11 ,005Exercício Modera<strong>do</strong> ,225 14 ,054 ,839 14 ,016Exercício Regular ,314 14 ,001 ,730 14 ,001Sedentarismo ,242 41 ,000 ,680 41 ,000BExercício Esporádico ,161 11 ,200 * ,885 11 ,120Exercício Modera<strong>do</strong> ,277 14 ,005 ,721 14 ,001Exercício Regular ,241 14 ,027 ,692 14 ,000Sedentarismo ,133 41 ,065 ,931 41 ,016BDExercício Esporádico ,153 11 ,200 * ,958 11 ,748Exercício Modera<strong>do</strong> ,134 14 ,200 * ,933 14 ,335Exercício Regular ,124 14 ,200 * ,913 14 ,177Sedentarismo ,156 41 ,013 ,893 41 ,001EDRCExercício Esporádico ,175 11 ,200 * ,921 11 ,326Exercício Modera<strong>do</strong> ,155 14 ,200 * ,879 14 ,056Exercício Regular ,208 14 ,104 ,851 14 ,023*. This is a lower bound of the true significance.a. Lilliefors Significance CorrectionDTBBDEDRCIdadeRanksPrática de Exercício Físico N Mean RankSedentarismo 41 40,44Exercício Esporádico 11 41,91Exercício Modera<strong>do</strong> 14 40,57Exercício Regular 14 39,50Total 80Sedentarismo 41 38,33Exercício Esporádico 11 36,59Exercício Modera<strong>do</strong> 14 47,25Exercício Regular 14 43,18Total 80Sedentarismo 41 44,02Exercício Esporádico 11 30,86Exercício Modera<strong>do</strong> 14 41,18Exercício Regular 14 37,07Total 80Sedentarismo 41 42,18Exercício Esporádico 11 35,27Exercício Modera<strong>do</strong> 14 41,18Exercício Regular 14 39,00Total 80CorrelationsIdade DT B BD EDRC IMCPearson Correlation 1 ,005 ,003 -,141 -,069 ,100Sig. (2-tailed) ,966 ,978 ,213 ,545 ,379N 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,005 1 ,520 ** ,743 ** ,918 ** ,303 **DT Sig. (2-tailed) ,966 ,000 ,000 ,000 ,006N 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,003 ,520 ** 1 ,473 ** ,696 ** ,127B Sig. (2-tailed) ,978 ,000 ,000 ,000 ,263N 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation -,141 ,743 ** ,473 ** 1 ,903 ** ,315 **BD Sig. (2-tailed) ,213 ,000 ,000 ,000 ,004N 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation -,069 ,918 ** ,696 ** ,903 ** 1 ,309 **EDRC Sig. (2-tailed) ,545 ,000 ,000 ,000 ,005N 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,100 ,303 ** ,127 ,315 ** ,309 ** 1IMC Sig. (2-tailed) ,379 ,006 ,263 ,004 ,005N 80 80 80 80 80 80**. Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).90


SexoTests of NormalityKolmogorov-Smirnov a Shapiro-WilkStatistic df Sig. Statistic df Sig.CEFeminino ,138 62 ,005 ,972 62 ,166M<strong>as</strong>culino ,163 16 ,200 * ,925 16 ,205ASFeminino ,093 62 ,200 * ,978 62 ,328M<strong>as</strong>culino ,170 16 ,200 * ,935 16 ,289CAFeminino ,106 62 ,083 ,968 62 ,100M<strong>as</strong>culino ,157 16 ,200 * ,953 16 ,545AFFeminino ,101 62 ,186 ,938 62 ,004M<strong>as</strong>culino ,111 16 ,200 * ,961 16 ,685ARFeminino ,174 62 ,000 ,939 62 ,004M<strong>as</strong>culino ,222 16 ,034 ,903 16 ,090CFeminino ,128 62 ,013 ,913 62 ,000M<strong>as</strong>culino ,117 16 ,200 * ,966 16 ,764AIFeminino ,282 62 ,000 ,788 62 ,000M<strong>as</strong>culino ,268 16 ,003 ,777 16 ,001AEFeminino ,128 62 ,013 ,949 62 ,012M<strong>as</strong>culino ,285 16 ,001 ,859 16 ,019ACGFeminino ,074 62 ,200 * ,980 62 ,409M<strong>as</strong>culino ,098 16 ,200 * ,975 16 ,911*. This is a lower bound of the true significance.a. Lilliefors Significance CorrectionASCAAFACGGroup StatisticsSexo N Mean Std. Deviation Std. Error MeanFeminino 64 2,7094 ,70547 ,08818M<strong>as</strong>culino 16 3,1375 ,62703 ,15676Feminino 64 2,2281 ,69999 ,08750M<strong>as</strong>culino 16 2,8750 ,68848 ,17212Feminino 63 2,4825 ,95488 ,12030M<strong>as</strong>culino 16 2,6250 ,89703 ,22426Feminino 64 2,7718 ,42042 ,05255M<strong>as</strong>culino 16 2,9518 ,43653 ,10913CEARCAIAEASCAAFACGRanksSexo N Mean Rank Sum of RanksFeminino 64 39,50 2528,00M<strong>as</strong>culino 16 44,50 712,00Total 80Feminino 64 39,28 2514,00M<strong>as</strong>culino 16 45,38 726,00Total 80Feminino 64 42,67 2731,00M<strong>as</strong>culino 16 31,81 509,00Total 80Feminino 63 40,04 2522,50M<strong>as</strong>culino 16 39,84 637,50Total 79Feminino 64 38,98 2494,50M<strong>as</strong>culino 16 46,59 745,50Total 80Test Statistics aCE AR C AI AEMann-Whitney U 448,000 434,000 373,000 501,500 414,500Wilcoxon W 2528,000 2514,000 509,000 637,500 2494,500Z -,774 -,944 -1,683 -,033 -1,178Asymp. Sig. (2-tailed) ,439 ,345 ,092 ,974 ,239a. Grouping Variable: SexoIndependent Samples TestLevene's Test fort-test for Equality of MeansEquality of VariancesF Sig. t df Sig. (2- Mean Std. Error 95% Confidence Interval of the Differencetailed) Difference Difference Lower UpperEqual variances <strong>as</strong>sumed ,164 ,687 -2,216 78 ,030 -,42812 ,19316 -,81268 -,04357Equal variances not <strong>as</strong>sumed -2,380 25,391 ,025 -,42812 ,17986 -,79826 -,05799Equal variances <strong>as</strong>sumed ,082 ,775 -3,317 78 ,001 -,64688 ,19504 -1,03517 -,25858Equal variances not <strong>as</strong>sumed -3,350 23,383 ,003 -,64688 ,19308 -1,04594 -,24781Equal variances <strong>as</strong>sumed ,538 ,465 -,539 77 ,591 -,14246 ,26424 -,66863 ,38371Equal variances not <strong>as</strong>sumed -,560 24,387 ,581 -,14246 ,25449 -,66726 ,38234Equal variances <strong>as</strong>sumed ,001 ,980 -1,520 78 ,132 -,17999 ,11839 -,41568 ,05571Equal variances not <strong>as</strong>sumed -1,486 22,476 ,151 -,17999 ,12113 -,43088 ,07091RaçaTests of NormalityKolmogorov-Smirnov a Shapiro-WilkStatistic df Sig. Statistic df Sig.CENegra ,159 15 ,200 * ,945 15 ,450Cauc<strong>as</strong>iana ,143 61 ,004 ,968 61 ,114ASNegra ,141 15 ,200 * ,965 15 ,783Cauc<strong>as</strong>iana ,133 61 ,009 ,972 61 ,167CANegra ,180 15 ,200 * ,970 15 ,863Cauc<strong>as</strong>iana ,121 61 ,027 ,964 61 ,074AFNegra ,185 15 ,177 ,913 15 ,149Cauc<strong>as</strong>iana ,091 61 ,200 * ,947 61 ,010ARNegra ,190 15 ,151 ,940 15 ,377Cauc<strong>as</strong>iana ,161 61 ,000 ,933 61 ,002CNegra ,192 15 ,142 ,932 15 ,293Cauc<strong>as</strong>iana ,153 61 ,001 ,899 61 ,000AINegra ,190 15 ,152 ,897 15 ,085Cauc<strong>as</strong>iana ,302 61 ,000 ,747 61 ,000AENegra ,225 15 ,040 ,914 15 ,157Cauc<strong>as</strong>iana ,164 61 ,000 ,940 61 ,005ACGNegra ,116 15 ,200 * ,966 15 ,790Cauc<strong>as</strong>iana ,092 61 ,200 * ,980 61 ,405*. This is a lower bound of the true significance.a. Lilliefors Significance CorrectionCEASCAARCAIAERanksRaça N Mean Rank Sum of RanksNegra 15 34,50 517,50Cauc<strong>as</strong>iana 63 40,69 2563,50Total 78Negra 15 43,77 656,50Cauc<strong>as</strong>iana 63 38,48 2424,50Total 78Negra 15 37,00 555,00Cauc<strong>as</strong>iana 63 40,10 2526,00Total 78Negra 15 33,83 507,50Cauc<strong>as</strong>iana 63 40,85 2573,50Total 78Negra 15 26,43 396,50Cauc<strong>as</strong>iana 63 42,61 2684,50Total 78Negra 15 30,33 455,00Cauc<strong>as</strong>iana 62 41,10 2548,00Total 77Negra 15 32,13 482,00Cauc<strong>as</strong>iana 63 41,25 2599,00Total 7891


Test Statistics aCE AS CA AR C AI AEMann-Whitney U 397,500 408,500 435,000 387,500 276,500 335,000 362,000Wilcoxon W 517,500 2424,500 555,000 507,500 396,500 455,000 482,000Z -,957 -,816 -,477 -1,085 -2,501 -1,794 -1,407Asymp. Sig. (2-tailed) ,339 ,414 ,633 ,278 ,055 ,073 ,159a. Grouping Variable: RaçaAFACGGroup StatisticsRaça N Mean Std. Deviation Std. Error MeanNegra 15 2,4533 ,94557 ,24414Cauc<strong>as</strong>iana 62 2,4839 ,93075 ,11821Negra 15 2,6724 ,42610 ,11002Cauc<strong>as</strong>iana 63 2,8240 ,42227 ,05320AFACGIndependent Samples TestLevene's Test fort-test for Equality of MeansEquality ofVariancesF Sig. t df Sig. (2- Mean Std. Error 95% Confidence Interval of the Differencetailed) Difference Difference Lower UpperEqual variances <strong>as</strong>sumed ,039 ,845 -,114 75 ,910 -,03054 ,26862 -,56565 ,50457Equal variances not <strong>as</strong>sumed -,113 21,067 ,911 -,03054 ,27125 -,59453 ,53346Equal variances <strong>as</strong>sumed ,003 ,957 -1,247 76 ,216 -,15158 ,12152 -,39361 ,09045Equal variances not <strong>as</strong>sumed -1,240 21,053 ,228 -,15158 ,12221 -,40568 ,10252CorrelationsIdade IMC2 CE AS CA AF AR C AI AE ACGPearson Correlation 1 ,100 ,118 ,285 * ,070 ,236 * ,248 * ,264 * ,009 ,140 ,297 **Idade Sig. (2-tailed) ,379 ,298 ,010 ,536 ,036 ,027 ,018 ,940 ,216 ,007N 80 80 80 80 80 79 80 80 79 80 80Pearson Correlation ,100 1 -,166 -,061 -,094 -,284 * -,146 -,024 -,120 -,146 -,227 *IMC2 Sig. (2-tailed) ,379 ,141 ,593 ,406 ,011 ,196 ,833 ,293 ,197 ,043N 80 80 80 80 80 79 80 80 79 80 80Pearson Correlation ,118 -,166 1 ,084 ,046 ,451 ** ,230 * ,469 ** ,140 ,520 ** ,565 **CE Sig. (2-tailed) ,298 ,141 ,458 ,688 ,000 ,040 ,000 ,217 ,000 ,000N 80 80 80 80 80 79 80 80 79 80 80Pearson Correlation ,285 * -,061 ,084 1 ,433 ** ,421 ** ,457 ** -,098 ,266 * ,414 ** ,646 **AS Sig. (2-tailed) ,010 ,593 ,458 ,000 ,000 ,000 ,387 ,018 ,000 ,000N 80 80 80 80 80 79 80 80 79 80 80Pearson Correlation ,070 -,094 ,046 ,433 ** 1 ,313 ** ,352 ** -,145 ,118 ,353 ** ,538 **CA Sig. (2-tailed) ,536 ,406 ,688 ,000 ,005 ,001 ,198 ,300 ,001 ,000N 80 80 80 80 80 79 80 80 79 80 80Pearson Correlation ,236 * -,284 * ,451 ** ,421 ** ,313 ** 1 ,406 ** ,169 ,275 * ,721 ** ,782 **AF Sig. (2-tailed) ,036 ,011 ,000 ,000 ,005 ,000 ,137 ,015 ,000 ,000N 79 79 79 79 79 79 79 79 78 79 79Pearson Correlation ,248 * -,146 ,230 * ,457 ** ,352 ** ,406 ** 1 ,076 ,062 ,459 ** ,633 **AR Sig. (2-tailed) ,027 ,196 ,040 ,000 ,001 ,000 ,501 ,585 ,000 ,000N 80 80 80 80 80 79 80 80 79 80 80Pearson Correlation ,264 * -,024 ,469 ** -,098 -,145 ,169 ,076 1 ,112 ,330 ** ,346 **C Sig. (2-tailed) ,018 ,833 ,000 ,387 ,198 ,137 ,501 ,325 ,003 ,002N 80 80 80 80 80 79 80 80 79 80 80Pearson Correlation ,009 -,120 ,140 ,266 * ,118 ,275 * ,062 ,112 1 ,251 * ,511 **AI Sig. (2-tailed) ,940 ,293 ,217 ,018 ,300 ,015 ,585 ,325 ,026 ,000N 79 79 79 79 79 78 79 79 79 79 79Pearson Correlation ,140 -,146 ,520 ** ,414 ** ,353 ** ,721 ** ,459 ** ,330 ** ,251 * 1 ,762 **AE Sig. (2-tailed) ,216 ,197 ,000 ,000 ,001 ,000 ,000 ,003 ,026 ,000N 80 80 80 80 80 79 80 80 79 80 80Pearson Correlation ,297 ** -,227 * ,565 ** ,646 ** ,538 ** ,782 ** ,633 ** ,346 ** ,511 ** ,762 ** 1ACG Sig. (2-tailed) ,007 ,043 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,002 ,000 ,000N 80 80 80 80 80 79 80 80 79 80 80*. Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).**. Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).92


CEASCAAFARCAIAEEsta<strong>do</strong> Civíl <strong>do</strong>s PaisTests of NormalityKolmogorov-Smirnov a Shapiro-WilkStatistic df Sig. Statistic df Sig.Juntos ,142 39 ,047 ,933 39 ,023Separa<strong>do</strong>s ,184 29 ,014 ,921 29 ,032Morte <strong>do</strong> Pai ,307 4 . ,729 4 ,024Morte da Mãe ,253 3 . ,964 3 ,637Juntos ,147 39 ,032 ,961 39 ,199Separa<strong>do</strong>s ,185 29 ,012 ,943 29 ,119Morte <strong>do</strong> Pai ,236 4 . ,940 4 ,653Morte da Mãe ,292 3 . ,923 3 ,463Juntos ,120 39 ,166 ,966 39 ,281Separa<strong>do</strong>s ,125 29 ,200 * ,950 29 ,180Morte <strong>do</strong> Pai ,283 4 . ,863 4 ,272Morte da Mãe ,385 3 . ,750 3 ,000Juntos ,110 39 ,200 * ,950 39 ,083Separa<strong>do</strong>s ,120 29 ,200 * ,927 29 ,045Morte <strong>do</strong> Pai ,292 4 . ,862 4 ,268Morte da Mãe ,343 3 . ,842 3 ,220Juntos ,207 39 ,000 ,922 39 ,010Separa<strong>do</strong>s ,172 29 ,028 ,939 29 ,093Morte <strong>do</strong> Pai ,234 4 . ,928 4 ,584Morte da Mãe ,253 3 . ,964 3 ,637Juntos ,140 39 ,052 ,917 39 ,007Separa<strong>do</strong>s ,160 29 ,056 ,931 29 ,057Morte <strong>do</strong> Pai ,307 4 . ,729 4 ,024Morte da Mãe ,175 3 . 1,000 3 1,000Juntos ,293 39 ,000 ,786 39 ,000Separa<strong>do</strong>s ,237 29 ,000 ,802 29 ,000Morte <strong>do</strong> Pai ,271 4 . ,848 4 ,220Morte da Mãe ,385 3 . ,750 3 ,000Juntos ,153 39 ,022 ,927 39 ,014Separa<strong>do</strong>s ,199 29 ,005 ,890 29 ,006Morte <strong>do</strong> Pai ,252 4 . ,916 4 ,513Morte da Mãe ,253 3 . ,964 3 ,637Juntos ,137 39 ,064 ,959 39 ,164Separa<strong>do</strong>s ,086 29 ,200 * ,961 29 ,343ACGMorte <strong>do</strong> Pai ,185 4 . ,981 4 ,910Morte da Mãe ,354 3 . ,821 3 ,165*. This is a lower bound of the true significance.a. Lilliefors Significance CorrectionCEASCAAFARCAIAEACGRanksEsta<strong>do</strong> Civíl <strong>do</strong>s Pais N Mean RankJuntos 41 38,34Separa<strong>do</strong>s 29 36,09Morte <strong>do</strong> Pai 4 67,50Morte da Mãe 3 38,17Total 77Juntos 41 36,77Separa<strong>do</strong>s 29 41,03Morte <strong>do</strong> Pai 4 32,25Morte da Mãe 3 58,83Total 77Juntos 41 36,46Separa<strong>do</strong>s 29 42,60Morte <strong>do</strong> Pai 4 34,13Morte da Mãe 3 45,33Total 77Juntos 40 37,14Separa<strong>do</strong>s 29 36,95Morte <strong>do</strong> Pai 4 51,50Morte da Mãe 3 54,33Total 76Juntos 41 40,04Separa<strong>do</strong>s 29 35,48Morte <strong>do</strong> Pai 4 49,00Morte da Mãe 3 45,50Total 77Juntos 41 39,76Separa<strong>do</strong>s 29 34,33Morte <strong>do</strong> Pai 4 61,75Morte da Mãe 3 43,50Total 77Juntos 40 39,98Separa<strong>do</strong>s 29 36,24Morte <strong>do</strong> Pai 4 36,50Morte da Mãe 3 43,33Total 76Juntos 41 39,26Separa<strong>do</strong>s 29 35,98Morte <strong>do</strong> Pai 4 55,50Morte da Mãe 3 42,67Total 77Juntos 41 38,34Separa<strong>do</strong>s 29 36,67Morte <strong>do</strong> Pai 4 50,75Morte da Mãe 3 54,83Total 77Test Statistics a,bCE AS CA AF AR C AI AE ACGChi-Square 7,109 3,405 1,725 3,241 1,882 5,647 ,754 2,815 2,958df 3 3 3 3 3 3 3 3 3Asymp. Sig. ,068 ,333 ,631 ,356 ,597 ,130 ,861 ,421 ,398a. Kruskal Wallis Testb. Grouping Variable: Esta<strong>do</strong> Civíl <strong>do</strong>s PaisTest of Homogeneity of VariancesLevene Statistic df1 df2 Sig.AS ,394 3 73 ,758ACG ,487 3 73 ,693ASACGANOVASum of Squares df Mean Square F Sig.Between Groups 1,589 3 ,530 1,078 ,364Within Groups 35,856 73 ,491Total 37,445 76Between Groups ,617 3 ,206 1,102 ,354Within Groups 13,621 73 ,187Total 14,238 7693


CEASCAAFARCAIAETests of NormalityPrática de Exercício Físico Kolmogorov-Smirnov a Shapiro-WilkStatistic df Sig. Statistic df Sig.Sedentarismo ,146 39 ,035 ,956 39 ,135Exercício Esporádico ,140 11 ,200 * ,967 11 ,860Exercício Modera<strong>do</strong> ,225 14 ,053 ,919 14 ,215Exercício Regular ,117 14 ,200 * ,968 14 ,842Sedentarismo ,118 39 ,184 ,969 39 ,361Exercício Esporádico ,160 11 ,200 * ,975 11 ,933Exercício Modera<strong>do</strong> ,212 14 ,089 ,894 14 ,092Exercício Regular ,177 14 ,200 * ,913 14 ,171Sedentarismo ,127 39 ,116 ,947 39 ,065Exercício Esporádico ,201 11 ,200 * ,935 11 ,461Exercício Modera<strong>do</strong> ,145 14 ,200 * ,965 14 ,805Exercício Regular ,138 14 ,200 * ,971 14 ,884Sedentarismo ,133 39 ,080 ,943 39 ,048Exercício Esporádico ,169 11 ,200 * ,898 11 ,173Exercício Modera<strong>do</strong> ,154 14 ,200 * ,925 14 ,262Exercício Regular ,166 14 ,200 * ,909 14 ,152Sedentarismo ,163 39 ,011 ,948 39 ,068Exercício Esporádico ,243 11 ,068 ,904 11 ,204Exercício Modera<strong>do</strong> ,301 14 ,001 ,894 14 ,094Exercício Regular ,201 14 ,129 ,867 14 ,038Sedentarismo ,138 39 ,059 ,910 39 ,004Exercício Esporádico ,191 11 ,200 * ,825 11 ,020Exercício Modera<strong>do</strong> ,120 14 ,200 * ,952 14 ,600Exercício Regular ,200 14 ,134 ,943 14 ,462Sedentarismo ,304 39 ,000 ,757 39 ,000Exercício Esporádico ,280 11 ,016 ,826 11 ,021Exercício Modera<strong>do</strong> ,221 14 ,062 ,852 14 ,024Exercício Regular ,295 14 ,002 ,671 14 ,000Sedentarismo ,157 39 ,017 ,947 39 ,064Exercício Esporádico ,299 11 ,007 ,837 11 ,029Exercício Modera<strong>do</strong> ,141 14 ,200 * ,948 14 ,524Exercício Regular ,168 14 ,200 * ,944 14 ,471Sedentarismo ,140 39 ,052 ,949 39 ,078Exercício Esporádico ,141 11 ,200 * ,949 11 ,632ACGExercício Modera<strong>do</strong> ,124 14 ,200 * ,951 14 ,570Exercício Regular ,206 14 ,110 ,938 14 ,396*. This is a lower bound of the true significance.a. Lilliefors Significance CorrectionCEASCAAFARCAIAEACGRanksPrática de Exercício Físico N Mean RankSedentarismo 41 41,21Exercício Esporádico 11 44,18Exercício Modera<strong>do</strong> 14 38,86Exercício Regular 14 37,18Total 80Sedentarismo 41 40,11Exercício Esporádico 11 40,77Exercício Modera<strong>do</strong> 14 37,04Exercício Regular 14 44,89Total 80Sedentarismo 41 34,13Exercício Esporádico 11 42,77Exercício Modera<strong>do</strong> 14 46,00Exercício Regular 14 51,86Total 80Sedentarismo 40 38,65Exercício Esporádico 11 48,32Exercício Modera<strong>do</strong> 14 37,96Exercício Regular 14 39,36Total 79Sedentarismo 41 39,12Exercício Esporádico 11 37,91Exercício Modera<strong>do</strong> 14 42,50Exercício Regular 14 44,57Total 80Sedentarismo 41 43,37Exercício Esporádico 11 49,27Exercício Modera<strong>do</strong> 14 36,61Exercício Regular 14 29,11Total 80Sedentarismo 40 41,09Exercício Esporádico 11 38,09Exercício Modera<strong>do</strong> 14 34,54Exercício Regular 14 43,86Total 79Sedentarismo 41 38,07Exercício Esporádico 11 48,82Exercício Modera<strong>do</strong> 14 38,21Exercício Regular 14 43,36Total 80Sedentarismo 41 39,16Exercício Esporádico 11 44,95Exercício Modera<strong>do</strong> 14 38,71Exercício Regular 14 42,71Total 80Test Statistics a,bCE AS CA AF AR C AI AE ACGChi-Square ,678 ,833 7,376 1,713 ,825 6,028 1,560 2,224 ,751df 3 3 3 3 3 3 3 3 3Asymp. Sig. ,878 ,841 ,061 ,634 ,843 ,110 ,668 ,527 ,861a. Kruskal Wallis Testb. Grouping Variable: Prática de Exercício FísicoTest of Homogeneity of VariancesLevene Statistic df1 df2 Sig.CE ,044 3 76 ,988AS ,063 3 76 ,979CA 1,359 3 76 ,262ACG 1,396 3 76 ,251CAACGCEASDescriptivesN Mean Std. Deviation Std. Error95% Confidence Interval for MeanLower Bound Upper BoundMinimumMaximumSedentarismo 41 2,1415 ,74464 ,11629 1,9064 2,3765 1,00 4,00Exercício Esporádico 11 2,4727 ,44965 ,13557 2,1707 2,7748 1,80 3,20Exercício Modera<strong>do</strong> 14 2,5286 ,73425 ,19624 2,1046 2,9525 1,00 3,60Exercício Regular 14 2,7286 ,77104 ,20607 2,2834 3,1738 1,00 4,00Total 80 2,3575 ,74064 ,08281 2,1927 2,5223 1,00 4,00Sedentarismo 41 2,7762 ,40187 ,06276 2,6493 2,9030 1,89 3,74Exercício Esporádico 11 2,9039 ,33105 ,09982 2,6815 3,1263 2,37 3,37Exercício Modera<strong>do</strong> 14 2,7755 ,48808 ,13045 2,4937 3,0573 1,91 3,49Exercício Regular 14 2,8571 ,52360 ,13994 2,5548 3,1595 2,03 3,66Total 80 2,8078 ,42706 ,04775 2,7128 2,9028 1,89 3,74Sedentarismo 41 2,7122 ,61976 ,09679 2,5166 2,9078 1,40 4,00Exercício Esporádico 11 2,8364 ,68596 ,20683 2,3755 3,2972 1,80 4,00Exercício Modera<strong>do</strong> 14 2,6714 ,56898 ,15207 2,3429 2,9999 1,80 3,60Exercício Regular 14 2,6143 ,62494 ,16702 2,2535 2,9751 1,40 3,60Total 80 2,7050 ,61292 ,06853 2,5686 2,8414 1,40 4,00Sedentarismo 41 2,7756 ,68731 ,10734 2,5587 2,9926 1,00 4,00Exercício Esporádico 11 2,8182 ,70685 ,21312 2,3433 3,2930 1,60 4,00Exercício Modera<strong>do</strong> 14 2,6571 ,82435 ,22032 2,1812 3,1331 1,20 4,00Exercício Regular 14 2,9714 ,68773 ,18380 2,5743 3,3685 2,00 4,00Total 80 2,7950 ,70798 ,07915 2,6374 2,9526 1,00 4,0094


CAACGCEASANOVASum of Squares df Mean Square F Sig.Between Groups 4,397 3 1,466 2,861 ,042Within Groups 38,938 76 ,512Total 43,335 79Between Groups ,191 3 ,064 ,341 ,796Within Groups 14,217 76 ,187Total 14,408 79Between Groups ,323 3 ,108 ,279 ,841Within Groups 29,355 76 ,386Total 29,678 79Between Groups ,723 3 ,241 ,471 ,703Within Groups 38,875 76 ,512Total 39,598 79Dependent Variable: Competência Atlética(I) Prática de ExercícioFísico(J) Prática de ExercícioFísicoMultiple ComparisonsMean Difference(I-J)Std.ErrorSig.95% Confidence IntervalLower Bound Upper BoundExercício Esporádico -,33126 ,24305 ,177 -,8153 ,1528SedentarismoExercício Modera<strong>do</strong> -,38711 ,22157 ,085 -,8284 ,0542Exercício Regular -,58711 * ,22157 ,010 -1,0284 -,1458Sedentarismo ,33126 ,24305 ,177 -,1528 ,8153Exercício Esporádico Exercício Modera<strong>do</strong> -,05584 ,28840 ,847 -,6302 ,5186LSDExercício Regular -,25584 ,28840 ,378 -,8302 ,3186Sedentarismo ,38711 ,22157 ,085 -,0542 ,8284Exercício Modera<strong>do</strong> Exercício Esporádico ,05584 ,28840 ,847 -,5186 ,6302Exercício Regular -,20000 ,27054 ,462 -,7388 ,3388Sedentarismo ,58711 * ,22157 ,010 ,1458 1,0284Exercício Regular Exercício Esporádico ,25584 ,28840 ,378 -,3186 ,8302Exercício Modera<strong>do</strong> ,20000 ,27054 ,462 -,3388 ,7388*. The mean difference is significant at the 0.05 level.CorrelationsIdade IMC sc<strong>as</strong>T SA SP PA GAPearson Correlation 1 ,100 -,014 -,188 ,090 -,012 ,011Idade Sig. (2-tailed) ,379 ,901 ,095 ,427 ,916 ,919N 80 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,100 1 -,009 ,078 ,071 -,041 -,079IMC Sig. (2-tailed) ,379 ,937 ,490 ,530 ,718 ,487N 80 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation -,014 -,009 1 ,725 ** ,622 ** ,826 ** ,839 **sc<strong>as</strong>T Sig. (2-tailed) ,901 ,937 ,000 ,000 ,000 ,000N 80 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation -,188 ,078 ,725 ** 1 ,233 * ,541 ** ,493 **SA Sig. (2-tailed) ,095 ,490 ,000 ,038 ,000 ,000N 80 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,090 ,071 ,622 ** ,233 * 1 ,353 ** ,528 **SP Sig. (2-tailed) ,427 ,530 ,000 ,038 ,001 ,000N 80 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation -,012 -,041 ,826 ** ,541 ** ,353 ** 1 ,650 **PA Sig. (2-tailed) ,916 ,718 ,000 ,000 ,001 ,000N 80 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,011 -,079 ,839 ** ,493 ** ,528 ** ,650 ** 1GA Sig. (2-tailed) ,919 ,487 ,000 ,000 ,000 ,000N 80 80 80 80 80 80 80**. Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).*. Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).SexoTests of NormalityKolmogorov-Smirnov a Shapiro-WilkStatistic df Sig. Statistic df Sig.sc<strong>as</strong>TFeminino ,102 64 ,093 ,952 64 ,015M<strong>as</strong>culino ,200 16 ,086 ,881 16 ,040SAFeminino ,125 64 ,014 ,890 64 ,000M<strong>as</strong>culino ,272 16 ,002 ,908 16 ,109SPFeminino ,140 64 ,003 ,930 64 ,001M<strong>as</strong>culino ,161 16 ,200 * ,930 16 ,240PAFeminino ,134 64 ,006 ,885 64 ,000M<strong>as</strong>culino ,294 16 ,001 ,735 16 ,000GAFeminino ,148 64 ,001 ,960 64 ,037M<strong>as</strong>culino ,173 16 ,200 * ,879 16 ,038*. This is a lower bound of the true significance.a. Lilliefors Significance Correctionsc<strong>as</strong>TSASPPAGA GeneralizadaRanksSexo N Mean Rank Sum of RanksFeminino 64 42,85 2742,50M<strong>as</strong>culino 16 31,09 497,50Total 80Feminino 64 41,82 2676,50M<strong>as</strong>culino 16 35,22 563,50Total 80Feminino 64 41,70 2669,00M<strong>as</strong>culino 16 35,69 571,00Total 80Feminino 64 43,17 2763,00M<strong>as</strong>culino 16 29,81 477,00Total 80Feminino 64 41,98 2686,50M<strong>as</strong>culino 16 34,59 553,50Total 8095


sc<strong>as</strong>T SA SP PA GAMann-Whitney U 361,500 427,500 435,000 341,000 417,500Wilcoxon W 497,500 563,500 571,000 477,000 553,500Z -1,811 -1,028 -,932 -2,074 -1,143Asymp. Sig. (2-tailed) ,070 ,304 ,351 ,038 ,253a. Grouping Variable: SexoRaçaTests of NormalityKolmogorov-Smirnov a Shapiro-WilkStatistic df Sig. Statistic df Sig.sc<strong>as</strong>TNegra ,106 15 ,200 * ,974 15 ,917Cauc<strong>as</strong>iana ,131 63 ,009 ,907 63 ,000SANegra ,157 15 ,200 * ,909 15 ,132Cauc<strong>as</strong>iana ,187 63 ,000 ,862 63 ,000SPNegra ,222 15 ,045 ,837 15 ,012Cauc<strong>as</strong>iana ,113 63 ,044 ,955 63 ,022PANegra ,184 15 ,182 ,914 15 ,154Cauc<strong>as</strong>iana ,173 63 ,000 ,847 63 ,000GANegra ,210 15 ,075 ,907 15 ,122Cauc<strong>as</strong>iana ,140 63 ,004 ,966 63 ,082*. This is a lower bound of the true significance.a. Lilliefors Significance Correctionsc<strong>as</strong>TSASPPAGARanksRaça N Mean Rank Sum of RanksNegra 15 47,40 711,00Cauc<strong>as</strong>iana 63 37,62 2370,00Total 78Negra 15 47,40 711,00Cauc<strong>as</strong>iana 63 37,62 2370,00Total 78Negra 15 37,87 568,00Cauc<strong>as</strong>iana 63 39,89 2513,00Total 78Negra 15 42,10 631,50Cauc<strong>as</strong>iana 63 38,88 2449,50Total 78Negra 15 50,43 756,50Cauc<strong>as</strong>iana 63 36,90 2324,50Total 78Test Statistics <strong>as</strong>c<strong>as</strong>T SA SP PA GAMann-Whitney U 354,000 354,000 448,000 433,500 308,500Wilcoxon W 2370,000 2370,000 568,000 2449,500 2324,500Z -1,503 -1,520 -,313 -,499 -2,090Asymp. Sig. (2-tailed) ,133 ,129 ,755 ,618 ,037a. Grouping Variable: Raç<strong>as</strong>c<strong>as</strong>TSASPPAEsta<strong>do</strong> Civíl <strong>do</strong>s PaisTests of NormalityKolmogorov-Smirnov a Shapiro-WilkStatistic df Sig. Statistic df Sig.Juntos ,150 41 ,021 ,947 41 ,054Separa<strong>do</strong>s ,133 29 ,200 * ,929 29 ,051Morte <strong>do</strong> Pai ,389 4 . ,741 4 ,032Morte da Mãe ,312 3 . ,896 3 ,373Juntos ,138 41 ,047 ,827 41 ,000Separa<strong>do</strong>s ,185 29 ,012 ,912 29 ,020Morte <strong>do</strong> Pai ,252 4 . ,882 4 ,348Morte da Mãe ,328 3 . ,871 3 ,298Juntos ,164 41 ,007 ,918 41 ,006Separa<strong>do</strong>s ,133 29 ,200 * ,925 29 ,042Morte <strong>do</strong> Pai ,314 4 . ,854 4 ,240Morte da Mãe ,276 3 . ,942 3 ,537Juntos ,158 41 ,012 ,870 41 ,000Separa<strong>do</strong>s ,181 29 ,016 ,896 29 ,008Morte <strong>do</strong> Pai ,333 4 . ,793 4 ,091Morte da Mãe ,343 3 . ,842 3 ,220Juntos ,180 41 ,002 ,946 41 ,051Separa<strong>do</strong>s ,152 29 ,085 ,962 29 ,377GAMorte <strong>do</strong> Pai ,318 4 . ,873 4 ,310Morte da Mãe ,292 3 . ,923 3 ,463*. This is a lower bound of the true significance.a. Lilliefors Significance CorrectionTest Statistics a,bsc<strong>as</strong>T SA SP PA GAChi-Square 1,582 3,736 ,176 1,401 ,608df 3 3 3 3 3Asymp. Sig. ,663 ,291 ,981 ,705 ,895a. Kruskal Wallis Testb. Grouping Variable: Esta<strong>do</strong> Civíl <strong>do</strong>s PaisANOVAAnsiedade GeneralizadaSum of Squares df Mean Square F Sig.Between Groups 7,385 3 2,462 ,204 ,894Within Groups 882,407 73 12,088Total 889,792 76sc<strong>as</strong>TSASPPAGAAnsiedade GeneralizadaRanksEsta<strong>do</strong> Civíl <strong>do</strong>s Pais N Mean RankJuntos 41 36,59Separa<strong>do</strong>s 29 40,72Morte <strong>do</strong> Pai 4 49,63Morte da Mãe 3 41,17Total 77Juntos 41 34,65Separa<strong>do</strong>s 29 43,33Morte <strong>do</strong> Pai 4 50,00Morte da Mãe 3 42,00Total 77Juntos 41 38,80Separa<strong>do</strong>s 29 38,48Morte <strong>do</strong> Pai 4 42,75Morte da Mãe 3 41,67Total 77Juntos 41 36,88Separa<strong>do</strong>s 29 40,09Morte <strong>do</strong> Pai 4 48,75Morte da Mãe 3 44,50Total 77Juntos 41 37,21Separa<strong>do</strong>s 29 41,03Morte <strong>do</strong> Pai 4 42,50Morte da Mãe 3 39,17Total 77Test of Homogeneity of VariancesLevene Statistic df1 df2 Sig.,458 3 73 ,71296


sc<strong>as</strong>TSASPPAGAPrática de Exercício FísicoTests of NormalityKolmogorov-Smirnov a Shapiro-WilkStatistic df Sig. Statistic df Sig.Sedentarismo ,132 41 ,071 ,921 41 ,007Exercício Esporádico ,142 11 ,200 * ,941 11 ,537Exercício Modera<strong>do</strong> ,189 14 ,187 ,937 14 ,383Exercício Regular ,155 14 ,200 * ,934 14 ,347Sedentarismo ,213 41 ,000 ,871 41 ,000Exercício Esporádico ,184 11 ,200 * ,934 11 ,457Exercício Modera<strong>do</strong> ,170 14 ,200 * ,930 14 ,305Exercício Regular ,250 14 ,017 ,883 14 ,064Sedentarismo ,152 41 ,018 ,957 41 ,124Exercício Esporádico ,219 11 ,147 ,886 11 ,125Exercício Modera<strong>do</strong> ,278 14 ,005 ,850 14 ,022Exercício Regular ,159 14 ,200 * ,896 14 ,097Sedentarismo ,163 41 ,008 ,858 41 ,000Exercício Esporádico ,207 11 ,200 * ,900 11 ,183Exercício Modera<strong>do</strong> ,229 14 ,046 ,906 14 ,137Exercício Regular ,240 14 ,028 ,794 14 ,004Sedentarismo ,151 41 ,020 ,961 41 ,174Exercício Esporádico ,221 11 ,140 ,902 11 ,195Exercício Modera<strong>do</strong> ,196 14 ,149 ,941 14 ,425Exercício Regular ,182 14 ,200 * ,945 14 ,486*. This is a lower bound of the true significance.a. Lilliefors Significance Correctionsc<strong>as</strong>TSASPPAGARanksPrática de Exercício Físico N Mean RankSedentarismo 41 43,22Exercício Esporádico 11 40,18Exercício Modera<strong>do</strong> 14 38,36Exercício Regular 14 34,93Total 80Sedentarismo 41 42,06Exercício Esporádico 11 42,64Exercício Modera<strong>do</strong> 14 38,36Exercício Regular 14 36,39Total 80Sedentarismo 41 40,59Exercício Esporádico 11 43,55Exercício Modera<strong>do</strong> 14 36,18Exercício Regular 14 42,18Total 80Sedentarismo 41 42,32Exercício Esporádico 11 41,55Exercício Modera<strong>do</strong> 14 39,86Exercício Regular 14 35,00Total 80Sedentarismo 41 43,12Exercício Esporádico 11 35,32Exercício Modera<strong>do</strong> 14 40,68Exercício Regular 14 36,71Total 80Test Statistics a,bsc<strong>as</strong>T SA SP PA GAChi-Square 1,489 ,853 ,756 1,086 1,457df 3 3 3 3 3Asymp. Sig. ,685 ,837 ,860 ,780 ,692a. Kruskal Wallis Testb. Grouping Variable: Prática de Exercício FísicoTest of Homogeneity of VariancesAnsiedade GeneralizadaLevene Statistic df1 df2 Sig.,614 3 76 ,608Ansiedade GeneralizadaANOVASum of Squares df Mean Square F Sig.Between Groups 13,399 3 4,466 ,372 ,774Within Groups 913,488 76 12,020Total 926,887 79SexoTotalFemininoM<strong>as</strong>culinoSexo * PercIC CrosstabulationPercICDiscrepânciaNegativaDiscrepânciaIdealDiscrepânciaPositivaTotalCount 10 22 32 64% within Sexo 15,6% 34,4% 50,0% 100,0%% within PercIC 52,6% 88,0% 88,9% 80,0%% of Total 12,5% 27,5% 40,0% 80,0%Count 9 3 4 16% within Sexo 56,2% 18,8% 25,0% 100,0%% within PercIC 47,4% 12,0% 11,1% 20,0%% of Total 11,2% 3,8% 5,0% 20,0%Count 19 25 36 80% within Sexo 23,8% 31,2% 45,0% 100,0%% within PercIC 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%% of Total 23,8% 31,2% 45,0% 100,0%Chi-Square TestsValue df Asymp. Sig.(2-sided)Pearson Chi-Square 11,673 a 2 ,003Likelihood Ratio 10,315 2 ,006Linear-by-Linear Association 8,475 1 ,004N of Valid C<strong>as</strong>es 80a. 1 cells (16,7%) have expected count less than 5. The minimumexpected count is 3,80.97


Análise da Relação <strong>entre</strong> Imagem Corporal, Autoconceito, Auto-Estima, Ansiedade e <strong>as</strong>PCADTBBDEDRCRanksPercIC N Mean RankDiscrepância Negativa 19 19,16Discrepância Ideal 25 36,32Discrepância Positiva 36 54,67Total 80Discrepância Negativa 19 43,13Discrepância Ideal 25 31,96Discrepância Positiva 36 45,04Total 80Discrepância Negativa 19 29,42Discrepância Ideal 25 24,02Discrepância Positiva 36 57,79Total 80Discrepância Negativa 19 27,82Discrepância Ideal 25 27,16Discrepância Positiva 36 56,46Total 80Test Statistics a,bDT B BD EDRCChi-Square 30,611 5,117 36,938 31,024df 2 2 2 2Asymp. Sig. ,000 ,077 ,000 ,000a. Kruskal Wallis Testb. Grouping Variable: PercICPercICTests of NormalityKolmogorov-Smirnov a Shapiro-WilkStatistic df Sig. Statistic df Sig.Discrepância Negativa ,204 19 ,036 ,883 19 ,024DT Discrepância Ideal ,273 25 ,000 ,743 25 ,000Discrepância Positiva ,130 36 ,131 ,943 36 ,064Discrepância Negativa ,260 19 ,002 ,855 19 ,008B Discrepância Ideal ,223 25 ,002 ,728 25 ,000Discrepância Positiva ,314 36 ,000 ,656 36 ,000Discrepância Negativa ,162 19 ,200 * ,942 19 ,281BD Discrepância Ideal ,164 25 ,083 ,868 25 ,004Discrepância Positiva ,084 36 ,200 * ,981 36 ,774Discrepância Negativa ,168 19 ,166 ,906 19 ,062EDRC Discrepância Ideal ,180 25 ,036 ,866 25 ,004Discrepância Positiva ,127 36 ,154 ,940 36 ,049*. This is a lower bound of the true significance.a. Lilliefors Significance CorrectionLSDMultiple ComparisonsDependent Variable (I) PercIC (J) PercIC Mean Difference (I-J) Std. Error Sig. 95% Confidence IntervalLower Bound Upper BoundDiscrepância NegativaDiscrepância Ideal -17,162105 * 5,570272 ,003 -28,25393 -6,07028Discrepância Positiva -35,508772 * 5,189794 ,000 -45,84297 -25,17457Rank of DT Discrepância IdealDiscrepância Negativa 17,162105 * 5,570272 ,003 6,07028 28,25393Discrepância Positiva -18,346667 * 4,764754 ,000 -27,83450 -8,85883Rank of BDDiscrepância PositivaDiscrepância NegativaDiscrepância IdealDiscrepância PositivaDiscrepância NegativaDiscrepância Negativa 35,508772 * 5,189794 ,000 25,17457 45,84297Discrepância Ideal 18,346667 * 4,764754 ,000 8,85883 27,83450Discrepância Ideal 5,401053 5,219404 ,304 -4,99211 15,79421Discrepância Positiva -28,370614 * 4,862892 ,000 -38,05387 -18,68736Discrepância Negativa -5,401053 5,219404 ,304 -15,79421 4,99211Discrepância Positiva -33,771667 * 4,464625 ,000 -42,66187 -24,88146Discrepância Negativa 28,370614 * 4,862892 ,000 18,68736 38,05387Discrepância Ideal 33,771667 * 4,464625 ,000 24,88146 42,66187Discrepância Ideal ,655789 5,569536 ,907 -10,43457 11,74615Discrepância Positiva -28,642544 * 5,189109 ,000 -38,97538 -18,30971Rank of EDRC Discrepância IdealDiscrepância Negativa -,655789 5,569536 ,907 -11,74615 10,43457Discrepância Positiva -29,298333 * 4,764125 ,000 -38,78492 -19,81175Discrepância PositivaDiscrepância Negativa 28,642544 * 5,189109 ,000 18,30971 38,97538Discrepância Ideal 29,298333 * 4,764125 ,000 19,81175 38,78492*. The mean difference is significant at the 0.05 level.98


CEASCAAFARCAIAEAC GDTBBDEDRCCE AS CA AF AR C AI AE AC G DT B BD EDRCPearson Correlation 1 ,084 ,046 ,451 ** ,230 * ,469 ** ,140 ,520 ** ,565 ** -,363 ** -,238 * -,274 * -,346 **Sig. (2-tailed) ,458 ,688 ,000 ,040 ,000 ,217 ,000 ,000 ,001 ,033 ,014 ,002N 80 80 80 79 80 80 79 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,084 1 ,433 ** ,421 ** ,457 ** -,098 ,266 * ,414 ** ,646 ** -,335 ** -,143 -,335 ** -,349 **Sig. (2-tailed) ,458 ,000 ,000 ,000 ,387 ,018 ,000 ,000 ,002 ,205 ,002 ,002N 80 80 80 79 80 80 79 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,046 ,433 ** 1 ,313 ** ,352 ** -,145 ,118 ,353 ** ,538 ** -,336 ** -,368 ** -,507 ** -,470 **Sig. (2-tailed) ,688 ,000 ,005 ,001 ,198 ,300 ,001 ,000 ,002 ,001 ,000 ,000N 80 80 80 79 80 80 79 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,451 ** ,421 ** ,313 ** 1 ,406 ** ,169 ,275 * ,721 ** ,782 ** -,605 ** -,367 ** -,656 ** -,648 **Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,005 ,000 ,137 ,015 ,000 ,000 ,000 ,001 ,000 ,000N 79 79 79 79 79 79 78 79 79 79 79 79 79Pearson Correlation ,230 * ,457 ** ,352 ** ,406 ** 1 ,076 ,062 ,459 ** ,633 ** -,338 ** -,140 -,324 ** -,332 **Sig. (2-tailed) ,040 ,000 ,001 ,000 ,501 ,585 ,000 ,000 ,002 ,214 ,003 ,003N 80 80 80 79 80 80 79 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,469 ** -,098 -,145 ,169 ,076 1 ,112 ,330 ** ,346 ** -,073 -,025 ,004 -,043Sig. (2-tailed) ,000 ,387 ,198 ,137 ,501 ,325 ,003 ,002 ,521 ,828 ,971 ,702N 80 80 80 79 80 80 79 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,140 ,266 * ,118 ,275 * ,062 ,112 1 ,251 * ,511 ** -,253 * -,065 -,209 -,236 *Sig. (2-tailed) ,217 ,018 ,300 ,015 ,585 ,325 ,026 ,000 ,024 ,568 ,065 ,036N 79 79 79 78 79 79 79 79 79 79 79 79 79Pearson Correlation ,520 ** ,414 ** ,353 ** ,721 ** ,459 ** ,330 ** ,251 * 1 ,762 ** -,630 ** -,476 ** -,640 ** -,693 **Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,001 ,000 ,000 ,003 ,026 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000N 80 80 80 79 80 80 79 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,565 ** ,646 ** ,538 ** ,782 ** ,633 ** ,346 ** ,511 ** ,762 ** 1 -,583 ** -,347 ** -,593 ** -,619 **Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,002 ,000 ,000 ,000 ,002 ,000 ,000N 80 80 80 79 80 80 79 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation -,363 ** -,335 ** -,336 ** -,605 ** -,338 ** -,073 -,253 * -,630 ** -,583** 1 ,520 ** ,743 ** ,918 **Sig. (2-tailed) ,001 ,002 ,002 ,000 ,002 ,521 ,024 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000N 80 80 80 79 80 80 79 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation -,238 * -,143 -,368 ** -,367 ** -,140 -,025 -,065-,476 ** -,347** ,520 ** 1 ,473 ** ,696 **Sig. (2-tailed) ,033 ,205 ,001 ,001 ,214 ,828 ,568 ,000 ,002 ,000 ,000 ,000N 80 80 80 79 80 80 79 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation -,274 * -,335 ** -,507 ** -,656 ** -,324 ** ,004 -,209-,640 ** -,593** ,743 ** ,473 ** 1 ,903 **Sig. (2-tailed) ,014 ,002 ,000 ,000 ,003 ,971 ,065 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000N 80 80 80 79 80 80 79 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation -,346 ** -,349 ** -,470 ** -,648 ** -,332 ** -,043 -,236 * -,693 ** -,619** ,918 ** ,696 ** ,903 ** 1Sig. (2-tailed) ,002 ,002 ,000 ,000 ,003 ,702 ,036 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000N 80 80 80 79 80 80 79 80 80 80 80 80 80Sig. (2-tailed) ,002 ,033 ,114 ,000 ,000 ,006 ,190 ,000 ,000 ,001 ,000 ,000 ,000N 80 80 80 79 80 80 79 80 80 80 80 80 80CorrelationsDT B BD EDRC sc<strong>as</strong>T SA SP OC PA PIF GAPearson Correlation 1 ,520 ** ,743 ** ,918 ** ,294 ** ,111 ,424 ** ,139 ,216 ,201 ,191DT Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 ,008 ,329 ,000 ,218 ,054 ,074 ,089N 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,520 ** 1 ,473 ** ,696 ** ,345 ** ,144 ,512 ** ,268 * ,250 * ,053 ,285 *B Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 ,002 ,201 ,000 ,016 ,025 ,641 ,011N 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,743 ** ,473 ** 1 ,903 ** ,364 ** ,268 * ,274 * ,183 ,338 ** ,304 ** ,245 *BD Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 ,001 ,016 ,014 ,104 ,002 ,006 ,028N 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,918 ** ,696 ** ,903 ** 1 ,384 ** ,214 ,433 ** ,219 ,315 ** ,237 * ,270 *EDRC Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 ,000 ,056 ,000 ,051 ,004 ,034 ,016N 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,294 ** ,345 ** ,364 ** ,384 ** 1 ,725 ** ,622 ** ,724 ** ,826 ** ,692 ** ,839 **sc<strong>as</strong>T Sig. (2-tailed) ,008 ,002 ,001 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000N 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,111 ,144 ,268 * ,214 ,725 ** 1 ,233 * ,523 ** ,541 ** ,497 ** ,493 **SA Sig. (2-tailed) ,329 ,201 ,016 ,056 ,000 ,038 ,000 ,000 ,000 ,000N 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,424 ** ,512 ** ,274 * ,433 ** ,622 ** ,233 * 1 ,333 ** ,353 ** ,298 ** ,528 **SP Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,014 ,000 ,000 ,038 ,003 ,001 ,007 ,000N 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,139 ,268 * ,183 ,219 ,724 ** ,523 ** ,333 ** 1 ,510 ** ,439 ** ,553 **OC Sig. (2-tailed) ,218 ,016 ,104 ,051 ,000 ,000 ,003 ,000 ,000 ,000N 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,216 ,250 * ,338 ** ,315 ** ,826 ** ,541 ** ,353 ** ,510 ** 1 ,453 ** ,650 **PA Sig. (2-tailed) ,054 ,025 ,002 ,004 ,000 ,000 ,001 ,000 ,000 ,000N 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,201 ,053 ,304 ** ,237 * ,692 ** ,497 ** ,298 ** ,439 ** ,453 ** 1 ,483 **PIF Sig. (2-tailed) ,074 ,641 ,006 ,034 ,000 ,000 ,007 ,000 ,000 ,000N 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80Pearson Correlation ,191 ,285 * ,245 * ,270 * ,839 ** ,493 ** ,528 ** ,553 ** ,650 ** ,483 ** 1GA Sig. (2-tailed) ,089 ,011 ,028 ,016 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000N 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80**. Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).*. Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).99


Model Summary bModel R R Square Adjusted R Square Std. Error of the Estimate Durbin-Watson1 ,928 a ,861 ,856 3,334 1,875a. Predictors: (Constant), Fobia Social, Insatisfação Corporal, Auto-Estimab. Dependent Variable: Risco de Perturbação <strong>do</strong> Comportamento AlimentarModelRegressionSum ofSquares5248,515ANOVA adf3MeanSquare1749,505FSig.157,345 ,000 b1 Residual 845,035 76 11,119Total6093,55079a. Dependent Variable: Risco de Perturbação <strong>do</strong> ComportamentoAlimentarb. Predictors: (Constant), Fobia Social, Insatisfação Corporal, Auto-EstimaModelUnstandardizedCoefficientsB Std.ErrorCoefficients aStandardizedCoefficientsBetatSig.CollinearityStatisticsTolerance VIF(Constant) 5,956 3,726 1,599 ,114Auto-Estima1-1,485 ,693 -,126 -2,145 ,035 ,528 1,895Insatisfação Corporal ,747 ,054 ,776 13,953 ,000 ,590 1,696Fobia Social ,468 ,130 ,169 3,592 ,001 ,828 1,208a. Dependent Variable: Risco de Perturbação <strong>do</strong> Comportamento AlimentarModel Dimension EigenvalueCollinearity Diagnostics aCondition IndexVariance Proportions(Constant) Auto-Estima Insatisfação Corporal Fobia Social1 3,746 1,000 ,00 ,00 ,00 ,0112 ,173 4,656 ,00 ,08 ,00 ,443 ,075 7,080 ,00 ,08 ,29 ,434 ,007 23,238 1,00 ,84 ,70 ,13a. Dependent Variable: Risco de Perturbação <strong>do</strong> Comportamento AlimentarResiduals Statistics aMinimum Maximum Mean Std. Deviation NPredicted Value 18,72 53,31 31,32 8,151 80Residual -6,039 13,511 ,000 3,271 80Std. Predicted Value -1,546 2,698 ,000 1,000 80Std. Residual -1,811 4,052 ,000 ,981 80a. Dependent Variable: Risco de Perturbação <strong>do</strong> Comportamento Alimentar100

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