com a entrada na puberdade (Sprinthall & Collins, 2011) e termina aos 19/20 anos, após ojovem ter realiza<strong>do</strong> uma série de taref<strong>as</strong> que lhe permitem alcançar a adultícia, nomeadamentea construção de uma identidade própria e <strong>do</strong> sentimento de autonomia (Ferreira & Nel<strong>as</strong>,2006; Mendes, 2009; Sampaio, 2010). No entanto, nos di<strong>as</strong> de hoje, a puberdade inicia-secada vez mais ce<strong>do</strong> e a entrada na idade adulta ocorre cada vez mais tarde, devi<strong>do</strong> aoprolongamento da situação de dependência em relação aos pais, resultante de <strong>factores</strong> sociais,educativos, pessoais e económicos (Sampaio, 1997, cit. por Ferreira & Nel<strong>as</strong>, 2006; Sampaio,2010). Mais ainda, <strong>as</strong>pectos como o sexo, etnia, meio geográfico e condição socio-económicae cultural, também interferem no estabelecimento de limites temporais estáveis (Ferreira &Nel<strong>as</strong>, 2006).Retoman<strong>do</strong> a ideia de que a a<strong>do</strong>lescência é um perío<strong>do</strong> de sofrimento emocional(Outeiral, 1994), de facto, o desejo de permanecer criança e ao mesmo tempo de se tornaradulto, coloca o jovem diante de conflitos interiores, os quais são gera<strong>do</strong>res de ansiedade(Almeida, Rêgo, Rodrigues & Simões, 2007).Segun<strong>do</strong> Cordeiro (2009), a a<strong>do</strong>lescência é uma f<strong>as</strong>e com alguns riscos, apesar da suanormalidade, e com alguma carência de <strong>factores</strong> protectores, resiliência e conhecimento. Éuma f<strong>as</strong>e caracterizada por uma normal instabilidade, dúvid<strong>as</strong>, angústi<strong>as</strong> e “abanões”afectivos. No entanto, a dificuldade na adaptação às mudanç<strong>as</strong> que a caracterizam, aumenta avulnerabilidade <strong>do</strong> jovem a<strong>do</strong>lescente no seu desenvolvimento social e emocional (Coleman& Hendry, 2003).Transformações e Característic<strong>as</strong> da A<strong>do</strong>lescênciaMudanç<strong>as</strong> Fisiológic<strong>as</strong>A PuberdadeA puberdade é uma f<strong>as</strong>e que marca o início da a<strong>do</strong>lescência (Almeida et al., 2007;Sprinthall & Collins, 2011) e pode ser definida como o processo de desenvolvimento no qualocorrem transformações no indivíduo que começam na imaturidade física e vão até àmaturidade biológica (Cole, Cole & Lightfoot, 2005), culminan<strong>do</strong> no aparecimento <strong>do</strong>scaracteres sexuais secundários e na capacidade de reprodução (Cordeiro, 2009). Nestesenti<strong>do</strong>, ocorrem grandes transformações na capacidade, tamanho e forma <strong>do</strong> corpo.43
Associad<strong>as</strong> às mudanç<strong>as</strong> pubertári<strong>as</strong> surgem <strong>as</strong> preocupações com o corpo e <strong>as</strong> dúvid<strong>as</strong>acerca da normalidade <strong>do</strong>s acontecimentos (Almeida et al., 2007). A tomada de consciênciadess<strong>as</strong> alterações leva a uma desorganização e reorganização psicológica e requer a aceitaçãode uma imagem corporal em mudança (Ferreira & Nel<strong>as</strong>, 2006).O Cérebro <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescenteDurante a a<strong>do</strong>lescência, a organização e funcionamento cerebral sofrem vári<strong>as</strong> alterações.Em primeiro lugar, verificam-se mudanç<strong>as</strong> ao nível <strong>do</strong> lobo frontal e d<strong>as</strong> respectiv<strong>as</strong> funções(e.g., memória). Segun<strong>do</strong>, há um aumento significativo da substância branca, o que reflecteum aumento da comunicação neuronal e, consequentemente, um aumento da eficiência nosprocessos neuronais. Por fim, a substância cinzenta atinge um pico no início da puberdade etende a decrescer no final da a<strong>do</strong>lescência, ocorren<strong>do</strong> neste perío<strong>do</strong>, um aumento <strong>do</strong> númerode sinapses – sinaptogénese, o qual poderá estar <strong>as</strong>socia<strong>do</strong> ao aumento hormonalcaracterístico desta etapa (Cole et al., 2005).Esta libertação hormonal parece ter implicações quer ao nível <strong>do</strong> aumento de peso eestatura característico <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> pubertário (Pataki, 2009, cit. por Sampaio, 2010), quer aonível <strong>do</strong> comportamento e humor <strong>do</strong> jovem (Mendes, 2009).A diminuição <strong>do</strong> número de sinapses no final da a<strong>do</strong>lescência poderá reflectir umaconsolidação da eficácia <strong>do</strong> funcionamento cerebral e uma melhoria d<strong>as</strong> vi<strong>as</strong> neuronais.Porém, vários <strong>factores</strong> podem influenciar estes processos, nomeadamente o consumo deálcool e drog<strong>as</strong> (Cole et al., 2005).Mudanç<strong>as</strong> Psicológic<strong>as</strong>O Desenvolvimento CognitivoNa a<strong>do</strong>lescência, ocorrem grandes transformações n<strong>as</strong> capacidades de pensar, racicionar eresolver problem<strong>as</strong> (Sprinthall & Collins, 2011).Ten<strong>do</strong> em conta a perspectiva piagetiana, quan<strong>do</strong> o a<strong>do</strong>lescente entra no estádio d<strong>as</strong>operações formais, o seu pensamento torna-se progressivamente mais flexível e abstracto(Cole et al., 2005; Coleman & Hendry, 2003; Dolle, 2005; Sprinthall & Collins, 2011).Assim, o pensamento a<strong>do</strong>lescente, isto é, o pensamento formal, é caracteriza<strong>do</strong> por uma maiorcapacidade para pensar acerca d<strong>as</strong> relações lógic<strong>as</strong> de um problema (Cole et al., 2005), pensar44
- Page 1 and 2: A RELAÇÃO ENTRE FACTORES PSICOLÓ
- Page 3: AGRADECIMENTOSEm primeiro lugar, n
- Page 7 and 8: LISTA DE TABELASTabela 1. Análise
- Page 9 and 10: Neste sentido, face às intensas al
- Page 11 and 12: 2. MÉTODO2.1. Delineamento de Inve
- Page 13 and 14: Sozinho/a 5 6,3%Colégio 1 1,3%Esta
- Page 15 and 16: Perturbação do Comportamento Alim
- Page 17 and 18: nenhum diagnóstico de PCA, as nota
- Page 19 and 20: 2) Aceitação Social - AC (2. 10,
- Page 21 and 22: entanto, segundo Spence (1997), é
- Page 23 and 24: Para a análise das PCA, Insatisfa
- Page 25 and 26: Quanto ao Sexo, verificaram-se dife
- Page 27 and 28: Tabela 6. Distribuição da Compet
- Page 29 and 30: Para a Raça, foram encontradas dif
- Page 31 and 32: 4. DISCUSSÃOO primeiro objectivo e
- Page 33 and 34: vários estudos, segundo os quais,
- Page 35 and 36: Observa-se também que o Autoconcei
- Page 37 and 38: Perturbações de Ansiedade General
- Page 39 and 40: poderão estar relacionados com o f
- Page 41 and 42: 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAssu
- Page 43 and 44: Croll, J. (2005). Body Image and Ad
- Page 45 and 46: Lewis-Fernandez, R., Hinton, D., La
- Page 47 and 48: Shaw, H., Ramirez, J., Trost, A., R
- Page 49: ANEXO A“Revisão de Conceitos”C
- Page 53 and 54: De acordo com a perspectiva de Erik
- Page 55 and 56: modificada por factores pessoais (e
- Page 57 and 58: CAPÍTULO III - PERTURBAÇÕES DO C
- Page 59 and 60: Perturbações do Comportamento Ali
- Page 61 and 62: Outro aspecto que parece estar rela
- Page 63 and 64: atribuído pela pessoa a essa mesma
- Page 65 and 66: categorias; 2) é multidimensional,
- Page 67 and 68: comportamentais. Por outro lado, o
- Page 69 and 70: A ansiedade patológica pode ser re
- Page 71 and 72: de perder o controlo ou de enlouque
- Page 73 and 74: ou tensão interior; 2) Fadiga fác
- Page 75 and 76: Candeias, M. (1999). A auto-represe
- Page 77 and 78: Grogan, S. (2008). Body Image: Unde
- Page 79 and 80: Russo, J., Brennan, L., Walkley, J.
- Page 81 and 82: ANEXO B“Consentimento Informado
- Page 83 and 84: II. Perceived Competence for Adoles
- Page 85 and 86: Exacta/ComoeuMais ouMenoscomoeuםם
- Page 87 and 88: III Inventário de Perturbação do
- Page 89 and 90: NuncaRaramenteÀs vezesComfrequênc
- Page 91 and 92: NuncaÀs VezesFrequentementeSempre1
- Page 93 and 94: Fiabilidade dos InstrumentosReliabi
- Page 95 and 96: ValidNíveis de Autoconceito Global
- Page 97 and 98: Estado CivílTests of NormalityKolm
- Page 99 and 100: Test Statistics aCE AS CA AR C AI A
- Page 101 and 102:
CEASCAAFARCAIAETests of NormalityPr
- Page 103 and 104:
scasT SA SP PA GAMann-Whitney U 361
- Page 105 and 106:
Análise da Relação entre Imagem
- Page 107:
Model Summary bModel R R Square Adj