PCA. Idade e GéneroSegun<strong>do</strong> a literatura, o pico para o desenvolvimento de AN ocorre por volta <strong>do</strong>s 16/17anos, sen<strong>do</strong> o padrão semelhante para a BN (Bravender et al., 2010; Ogden, 2002). Asprofund<strong>as</strong> alterações que ocorrem na a<strong>do</strong>lescência tornam este perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> desenvolvimentoparticularmente vulnerável para o desenvolvimento de PCA (Bravender et al., 2010; Fonseca,2011). Ao deparar-se com a transformação de um corpo de criança num corpo adulto, a perdade peso torna-se uma meta para qu<strong>as</strong>e to<strong>do</strong>s os a<strong>do</strong>lescentes, geran<strong>do</strong> uma preocupaçãoconstante em fazer diet<strong>as</strong> e um nível eleva<strong>do</strong> de insatisfação. Porém, a forma como oa<strong>do</strong>lescente lida com essa insatisfação pode ser determinante para a a<strong>do</strong>pção de umcomportamento ajusta<strong>do</strong> ou não (Carvalho et al., 2009).Em relação ao género, os estu<strong>do</strong>s têm mostra<strong>do</strong> algum<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> a este nível. Assim,tanto a AN como a BN são mais frequentes no sexo femino (Downs et al., 2007; Kerremans,Claes & Bijttebier, 2010; Ogden, 2002; Russo, Brennan, Walkley, Fr<strong>as</strong>er & Greenway, 2011).Apesar disso, a prevalência de AN m<strong>as</strong>culina parece estar a aumentar sobretu<strong>do</strong> em gruposvulneráveis tais como modelos e bailarinos (Buckley, Freyne & Walsh, 1991, cit. por Ogden,2002). No entanto, os rapazes parecem desenvolver mais comportamentos no senti<strong>do</strong> deaumentar a m<strong>as</strong>sa muscular, de extremo culto <strong>do</strong> corpo e outr<strong>as</strong> atitudes e comportamentos<strong>as</strong>socia<strong>do</strong>s à dismorfia muscular (e.g., Labre, 2002, cit. por Ricciardelli & McCabe, 2004).Por outro la<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> Woodside et al. (2001, cit. por Ricciardelli & McCabe, 2004),quan<strong>do</strong> se consideram <strong>as</strong> PCASOE, est<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> de género tendem a atenuar-se.Factores de Risco para o Desenvolvimento de PCADeterminar a causa d<strong>as</strong> PCA é um processo muito complexo, já que se trata de umfenómeno multifactorial. Porém, os estu<strong>do</strong>s têm-se preocupa<strong>do</strong> em identificar alguns <strong>factores</strong>de risco que, embora sejam apresenta<strong>do</strong>s, em geral, de forma separada, se inter-relacionam einfluenciam.Segun<strong>do</strong> a literatura, parece existir uma vulnerabilidade genética bem como algum<strong>as</strong>alterações n<strong>as</strong> vi<strong>as</strong> e funções neuronais (Klump, Bylik, Kaye, Tre<strong>as</strong>ure & Tyson, 2009;Morgan, Vecchiatti & Negrão, 2002: Seabra, 2011). Contu<strong>do</strong>, separar a genética <strong>do</strong> meioambiente é um processo difícil e inadequa<strong>do</strong> (Costin, 2007).53
Outro <strong>as</strong>pecto que parece estar relaciona<strong>do</strong> com <strong>as</strong> PCA é o IMC. Assim, vários estu<strong>do</strong>revelam a existência de uma correlação positiva <strong>entre</strong> o IMC e <strong>as</strong> PCA (Bjornely, Nordahl &Holmen, 2011; Downs et al., 2007; Russo et al., 2011).Ao IMC pode-se <strong>as</strong>sociar outro <strong>as</strong>pecto específico da a<strong>do</strong>lescência, isto é, a puberdade.Desta forma, alterações de peso e forma corporal característic<strong>as</strong> <strong>do</strong> sexo feminino, levammuit<strong>as</strong> vezes a níveis eleva<strong>do</strong>s de insatisfação corporal e, consequentemente, ao uso deméto<strong>do</strong>s de controlo de peso, tais como diet<strong>as</strong> (Ricciardelli & McCabe, 2004; Shisslak &Crago, 2001), o que revela um maior risco de PCA no sexo feminino. No entanto, para osrapazes o efeito d<strong>as</strong> alterações pubertári<strong>as</strong> ainda é pouco consensual (Ricciardelli & McCabe.2004).Ao nível psicológico, <strong>as</strong> PCA têm uma relação significativa com a baixa auto-estima,auto-avaliação negativa, insatisfação corporal, ansiedade, depressão, alterações relacionais,consumo de álcool e outr<strong>as</strong> substânci<strong>as</strong>, temperamento, personalidade, perd<strong>as</strong> eacontecimentos traumáticos (Bjornely et al., 2011; Costarelli et al., 2011; Downs et al., 2007;Fonseca, 2011; Kerremans et al., 2010; Morgan et al., 2002; Ricciardelli & McCabe, 2004;Russo et al., 2011; Seabra, 2011; Shisslak & Crago, 2001).Relativamente à relação <strong>entre</strong> os <strong>as</strong>pectos familiares e <strong>as</strong> PCA podem-se destacar alguns<strong>factores</strong> de risco, nomeadamente obesidade familiar, presença de PCA, negligência, hiperprotecção,conflitos familiares, perda parental, separação parental, hipervalorização <strong>do</strong> peso eforma corporal e psicopatologia parental (Bacalhau & Moleiro, 2010; Fonseca, 2011; Morganet al., 2001; Shisslak & Crago, 2001).Por fim, e não menos importantes, os <strong>factores</strong> socioculturais também têm um impactosignificativo n<strong>as</strong> PCA, sobretu<strong>do</strong> na a<strong>do</strong>lescência. Variáveis como raça/etnia, nível socioeconómicoe excesso de exercício parecem ter uma forte relação com esta problemática(Ricciaderlli & McCabe, 2004). Por outro la<strong>do</strong>, numa sociedade onde os padrões de belez<strong>as</strong>ão extremamente valoriza<strong>do</strong>s, muito reforça<strong>do</strong>s pelos media, os níveis de insatisfaçãocorporal tendem a aumentar, levan<strong>do</strong> a um maior risco de PCA (Costin, 2007; Morgan et al.,2002; Ricciardelli & McCabe, 2004; Schisslak & Crago, 2001). Para além disso, a pressãoexercida pelos pares também parece ter um grande impacto (Ricciardelli & McCabe, 2004;Schisslak & Crago, 2001).54
- Page 1 and 2:
A RELAÇÃO ENTRE FACTORES PSICOLÓ
- Page 3:
AGRADECIMENTOSEm primeiro lugar, n
- Page 7 and 8:
LISTA DE TABELASTabela 1. Análise
- Page 9 and 10: Neste sentido, face às intensas al
- Page 11 and 12: 2. MÉTODO2.1. Delineamento de Inve
- Page 13 and 14: Sozinho/a 5 6,3%Colégio 1 1,3%Esta
- Page 15 and 16: Perturbação do Comportamento Alim
- Page 17 and 18: nenhum diagnóstico de PCA, as nota
- Page 19 and 20: 2) Aceitação Social - AC (2. 10,
- Page 21 and 22: entanto, segundo Spence (1997), é
- Page 23 and 24: Para a análise das PCA, Insatisfa
- Page 25 and 26: Quanto ao Sexo, verificaram-se dife
- Page 27 and 28: Tabela 6. Distribuição da Compet
- Page 29 and 30: Para a Raça, foram encontradas dif
- Page 31 and 32: 4. DISCUSSÃOO primeiro objectivo e
- Page 33 and 34: vários estudos, segundo os quais,
- Page 35 and 36: Observa-se também que o Autoconcei
- Page 37 and 38: Perturbações de Ansiedade General
- Page 39 and 40: poderão estar relacionados com o f
- Page 41 and 42: 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAssu
- Page 43 and 44: Croll, J. (2005). Body Image and Ad
- Page 45 and 46: Lewis-Fernandez, R., Hinton, D., La
- Page 47 and 48: Shaw, H., Ramirez, J., Trost, A., R
- Page 49 and 50: ANEXO A“Revisão de Conceitos”C
- Page 51 and 52: Associadas às mudanças pubertári
- Page 53 and 54: De acordo com a perspectiva de Erik
- Page 55 and 56: modificada por factores pessoais (e
- Page 57 and 58: CAPÍTULO III - PERTURBAÇÕES DO C
- Page 59: Perturbações do Comportamento Ali
- Page 63 and 64: atribuído pela pessoa a essa mesma
- Page 65 and 66: categorias; 2) é multidimensional,
- Page 67 and 68: comportamentais. Por outro lado, o
- Page 69 and 70: A ansiedade patológica pode ser re
- Page 71 and 72: de perder o controlo ou de enlouque
- Page 73 and 74: ou tensão interior; 2) Fadiga fác
- Page 75 and 76: Candeias, M. (1999). A auto-represe
- Page 77 and 78: Grogan, S. (2008). Body Image: Unde
- Page 79 and 80: Russo, J., Brennan, L., Walkley, J.
- Page 81 and 82: ANEXO B“Consentimento Informado
- Page 83 and 84: II. Perceived Competence for Adoles
- Page 85 and 86: Exacta/ComoeuMais ouMenoscomoeuםם
- Page 87 and 88: III Inventário de Perturbação do
- Page 89 and 90: NuncaRaramenteÀs vezesComfrequênc
- Page 91 and 92: NuncaÀs VezesFrequentementeSempre1
- Page 93 and 94: Fiabilidade dos InstrumentosReliabi
- Page 95 and 96: ValidNíveis de Autoconceito Global
- Page 97 and 98: Estado CivílTests of NormalityKolm
- Page 99 and 100: Test Statistics aCE AS CA AR C AI A
- Page 101 and 102: CEASCAAFARCAIAETests of NormalityPr
- Page 103 and 104: scasT SA SP PA GAMann-Whitney U 361
- Page 105 and 106: Análise da Relação entre Imagem
- Page 107: Model Summary bModel R R Square Adj