possibilidades (Sprinthall & Collins, 2011) e testar hipóteses não apen<strong>as</strong> da realidade concreta(Dolle, 2005) – raciocínio hipotético -; capacidade para planear e planificar taref<strong>as</strong> (Cole etal., 2005; Sprinthall & Collins, 2011); capacidade para metapensar (Sprinthall & Collins,2003, cit. por Mendes, 2009); e capacidade para reflectir sobre os seus pontos de vista e os<strong>do</strong>s outros (Sprinthall & Collins, 2011) através da aquisição de uma teoria da mente cada vezmais sofisticada (Cole et al., 2005).Est<strong>as</strong> alterações têm implicações importantes n<strong>as</strong> competênci<strong>as</strong> <strong>do</strong> jovem relativamenteao mo<strong>do</strong> de comunicação, à forma como se relaciona com o outro, tomada de decisões enegociação (Coleman & Hendry, 2003).A Identidade e o EuResponder à questão “quem sou eu” é um processo particularmente complexo (Cole etal., 2005) e que envolve mais <strong>do</strong> que uma lista de auto-descrições (Moshman, 2004, cit. porCole et al., 2005).William James (1842-1910, cit. por Cole et al., 2005), propõe a existência de <strong>do</strong>iscomponentes <strong>do</strong> self: “Mim” (dimensão mais objectiva, isto é, o que uma pessoa sabe de siprópria) e o “Eu” (dimensão mais subjectiva, ou seja, aquele que guia e dirige o self). Maistarde, Harter (1999, cit. por Cole et al., 2005) inclui no “Eu” diferentes dimensões:“consciência <strong>do</strong> self” (apreciação <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> interno próprio – e.g., necessidades, pensamentose emoções); “actividade <strong>do</strong> self” (sentimento de ser autor de pensamentos e acções ao longo<strong>do</strong> tempo); “continuidade <strong>do</strong> self” (noção de que a pessoa se mantém a mesma ao longo <strong>do</strong>tempo); e “coerência <strong>do</strong> self” (sentimento de um self único e coerente).Assim, o grande dilema para um jovem que se deseja integrar na sociedade é existir <strong>entre</strong>desempenhar os papéis apropria<strong>do</strong>s e o Eu. Se, por um la<strong>do</strong>, é importante poder desempenharos papéis correctos nos diversos contextos sociais e posteriormente <strong>as</strong> regr<strong>as</strong> adequad<strong>as</strong> aess<strong>as</strong> situações, por outro, é igualmente importante manter elementos de individualidade, ouseja, o Eu (Coleman & Hendry, 2003). Mais ainda, a construção e manutenção <strong>do</strong>autoconceito na a<strong>do</strong>lescência é um processo b<strong>as</strong>tante complexo na medida em que existemdiversos <strong>factores</strong> que contribuem para est<strong>as</strong> alterações, tais como modificações físic<strong>as</strong>,crescimento intelectual, crescente independência emocional, maior tomada de decisõesrelacionad<strong>as</strong> com valores, comportamentos sexuais, escolha de amigos, f<strong>as</strong>e deexperimentação de diferentes papéis e por aí adiante (Coleman & Hendry, 2003).45
De acor<strong>do</strong> com a perspectiva de Erik Erikson (1902-1994), a principal tarefa daa<strong>do</strong>lescência é a resolução da “crise de identidade” e a subsequente construção da mesma.Trata-se de um processo que integra <strong>as</strong> transformações pessoais, <strong>as</strong> exigênci<strong>as</strong> sociais e <strong>as</strong>expectativ<strong>as</strong> em relação ao futuro e envolve a construção <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> de unidade e oreconhecimento <strong>do</strong> mesmo por parte <strong>do</strong>s outros. No entanto, perante <strong>as</strong> su<strong>as</strong> própri<strong>as</strong>transformações e uma sociedade em constante mudança e com regr<strong>as</strong> incoerentes, a tarefa <strong>do</strong>a<strong>do</strong>lescente torna-se mais difícil (Cole et al., 2005; Sprinthall & Collins, 2011).Para o autor, a b<strong>as</strong>e da personalidade adulta é a forma como nos vêmos a nós próprios ecomo os outros nos vêem. Perante um autoconceito estável e positivo, o jovem irádesenvolver uma identidade pessoal estável, com confiança em si mesmo, nos outros ecomprometer-se-á com os valores humanos universais. C<strong>as</strong>o contrário, resultará umaidentidade difusa (Sprinthall & Collins, 2011).Em suma, a a<strong>do</strong>lescência é um momento de luta para determinar a natureza <strong>do</strong> Eu, paraconsolidar uma série de escolh<strong>as</strong>, num to<strong>do</strong> coerente, que constitua a sua pessoa, diferente <strong>do</strong>spais e de outr<strong>as</strong> influênci<strong>as</strong> formativ<strong>as</strong> (Coleman & Hendry, 2003) e, desse mo<strong>do</strong>, construír <strong>as</strong>ua identidade.Mudanç<strong>as</strong> SociaisA Relação de ParesNa a<strong>do</strong>lescência, os jovens tendem a p<strong>as</strong>sar mais tempo com os pares <strong>do</strong> que com os paisou outros adultos. Os grupos de pares aumentam e diversificam-se e <strong>as</strong> amizades ou relaçõesmais próxim<strong>as</strong> intensificam-se (Cole et al., 2005).Assim, os pares ocupam um papel central, na medida em que oferecem apoio social forada família, ou seja, proporcionam um conjunto alternativo de valores e opiniões, contribuempara o desenvolvimento de competênci<strong>as</strong> sociais e para a formação da identidade (Coleman &Hendry, 2003; Sprinthall & Collins, 2011).Apesar <strong>do</strong>s seus <strong>as</strong>pectos positivos, o grupo também poderá ter um impacto negativo nodesenvolvimento. Desta forma, face à pressão <strong>do</strong> grupo, à necessidade comum aos jovens deser aceite no grupo, às própri<strong>as</strong> característic<strong>as</strong> de personalidade e a ambientes familiares maisdestrutura<strong>do</strong>s, os jovens poderão a<strong>do</strong>ptar comportamentos desajusta<strong>do</strong>s ou desenvolverperturbações psicológic<strong>as</strong> (Cole et al., 2005; Coleman & Hendry, 2003; Sprinthall & Collins,2011).46
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