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a relação entre factores psicológicos e as perturbações do ...

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CAPÌTULO IV – AUTO-ESTIMA E AUTOCONCEITOEnquadramento Histórico da Auto-Estima e AutoconceitoEm termos históricos, William James foi o primeiro autor a analisar o autoconceito de umponto de vista psicológico. Em 1890, o autor propõe a existência de <strong>do</strong>is componentes <strong>do</strong> self:“Eu” (“I-self”) e o “Mim” (“Me-self”). O primeiro corresponderia à dimensão maissubbjectiva, ou seja, ao Eu enquanto conhece<strong>do</strong>r, que organiza e interpreta <strong>as</strong> experiênci<strong>as</strong> <strong>do</strong>indivíduo. O segun<strong>do</strong> representaria a dimensão mais objectiva, isto é, o Eu enquanto objectoconheci<strong>do</strong> (e.g., self material, self social e self espiritual) (Cole et al., 2005; Fox, 1997). Nestesenti<strong>do</strong>, considera que o self global é simultaneamente “Eu” (sujeito que conhece e observa) e“Mim” (sujeito alvo d<strong>as</strong> autopercepções), sen<strong>do</strong> o que cada pessoa sabe sobre si, resulta<strong>do</strong> d<strong>as</strong>característic<strong>as</strong> dest<strong>as</strong> du<strong>as</strong> dimensões <strong>do</strong> self.Para James, o autoconceito organiza-se de forma hierárquica, estan<strong>do</strong> o self espiritual notopo da hierarquia e considera a auto-estima como o resulta<strong>do</strong> da discrepância <strong>entre</strong> o nívelde sucesso que a pessoa consegue alcançar e o nível de sucesso que a mesma desejariaalcançar, isto é, a discrepância <strong>entre</strong> o self real e o self ideal.Posteriormente, surgiu o interesse pela perspectiva interaccionista, que se refere àinfluência <strong>do</strong> meio ambiente na construção <strong>do</strong> autoconceito e autoestima. De acor<strong>do</strong> com acorrente <strong>do</strong> interaccionismo simbólico, a construção <strong>do</strong> autoconceito e da auto-estima resultade um processo de internalização, através <strong>do</strong> qual o indivíduo se apropria <strong>do</strong>s valores eopiniões <strong>do</strong>s outros acerca de si próprio (Harter, 1999, cit. por Peixoto, 2003).Ten<strong>do</strong> em conta o conceito de “espelho” de Cooley (1902, cit. por Peixoto, 2003), éatravés da forma como os outros nos vêem que construímos representações sobre nóspróprios. Para Mead (1934, cit. por Peixoto, 2003), o self, ao mesmo tempo “Eu” e “Mim”, éo produto de um processo social, isto é, é socialmente regula<strong>do</strong> e regula<strong>do</strong>r da vida social.Assim, segun<strong>do</strong> a autora, <strong>as</strong>sumir o papel <strong>do</strong>s outros e interiorizar <strong>as</strong> su<strong>as</strong> atitudes é umrequisito para a construção <strong>do</strong> self.Em suma, de acor<strong>do</strong> com esta perspectiva, os indivíduos respondem aos estímulosenvolventes de acor<strong>do</strong> com o significa<strong>do</strong> que os outros têm para si, significa<strong>do</strong> esse que éfruto da interacção social e é altera<strong>do</strong> pela interpretação <strong>do</strong> indivíduo, consoante o contexto dainteracção.Por fim, pode-se ainda considerar a abordagem fenomenológica da auto-estima e <strong>do</strong>autoconceito. Segun<strong>do</strong> Rogers (s.d.), o impacto de uma experiência depende <strong>do</strong> significa<strong>do</strong>55

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