imagem mental e representação social - Escola de Arquitetura - UFMG

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porque construímos, mas construímos e temos
construído porque habitamos, isto é, enquanto
somos habitantes " (Heidegger, 1951 p. 167). Há
uma reciprocidade entre o ambiente e os padrões
culturais, de modo que formas físicas e formas
sociais se determinam umas às outras, como
afirma Malard (1995). Essa condição interativa
entre homem e espaço deve ser considerada um
componente dinâmico da percepção ambiental,
característica presente também nos conceitos de
representação social e imagem mental.
Para Piaget (1978) a representação pode significar
tanto uma "imagem" mental (um símbolo
concreto) quanto conceitos (abstratos). Há uma
continuidade entre formas perceptivas e
representações figuradas ( 7 )e as imagens visuais
necessitam de esquemas motores e perceptivos
prévios, adquiridos pela vivência (ação e
exploração do indivíduo no meio ao longo do
tempo), resultando num novo tipo de esquema
avançado, que é a abstração. O termo
representação é, portanto, usado em dois sentidos
diferentes, ou seja, como pensamento
(independente de esquemas sensório-motores) e
como imagem mental ou recordação-imagem.
Por sua vez o conceito de representação social,
segundo Moscovici (1978), diferencia-se da
opinião e da "Eikonics" ( 8 ), por estar inserida
num universo de fenômenos sociais, como a
linguagem e a transmissão de valores e
conhecimentos. Os sistemas simbólicos que
compõem a cultura são transformados e
interiorizados de modo individual e nessa
transformação nasce a representação, que é social
porque contém valores e julgamentos tomados da
experiência grupal. Considera-se que a criação das
representações sociais ocorra em conjunção com
outro fenômeno, que denominamos eventos.
Consideram-se eventos as atividades humanas no
espaço que implicam em interações entre as coisas
e outras pessoas ( 9 ) (MALARD, 1992). O
homem não é um objeto isolado, mas está
implicado numa forma social, em exercício de
suas atividades, através dos eventos. Os termos
"forma social" e "eventos" possuem, desse
modo, o mesmo valor, e os termos "espaço
físico" e "forma física" referem-se à mesma
categoria de fenômenos, que é o espaço vivido
como o compreende Merleau-Ponty (1971).
Os eventos podem ser agrupados em categorias ,
ou padrões, correspondendo a uma forma física
(casa, rua, praça, por exemplo). Cada conjunto de
formas físicas está relacionado a uma forma social
que pode ser parcialmente representada no espaço.
A representação social foi compreendida, desse
modo, através da interpretação das intenções
observadas na ordenação dos conjuntos de formas
físicas. Essa representação foi registrada através da