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Nr 1095 - GOB-SC

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1<br />

JB NEWS<br />

Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal<br />

www.radiosintonia33 – jbnews@floripa.com.br<br />

Informativo <strong>Nr</strong>. 1.095<br />

Filiado à ABIM sob nr. 007/JV<br />

Loja Templários da Nova Era nr. 91<br />

Quintas-feiras às 20h00 - Templo: Obreiros da Paz - Canasvieiras<br />

Editoria: IrJeronimo Borges – JP-2307-MT/<strong>SC</strong><br />

Florianópolis (<strong>SC</strong>) - domingo, 01 de setembro de 2013<br />

Índice:<br />

Bloco 1 - Almanaque<br />

Bloco 2 - Opinião: Ir Paulo César Fiuza Lima -" Ruy Olympio de Oliveira"<br />

Bloco 3 - IrJoão Ivo Girardi - Indignação - Verbete do Vade-Mécum do "Meio-Dia à Meia-Noite"<br />

Bloco 4 - IrAquilino R. Leal - Somos um País de Alienados? De Loucos? ou de Ambos?<br />

Bloco 5 - Ir João Anatalino - Uma Lenda Maçônica (Branca Dias, uma bruxa brasileira)<br />

Bloco 6 - Ir Barbosa Nunes - (Informativo Barbosa Nunes) A Cidade de Tiradentes e as obras de Aleijadinho<br />

Bloco 7 - IrPedro Juk - Perguntas e Respostas (Marcha do Aprendiz)<br />

Bloco 8 - Destaques JB - (Versos do Ir. Sinval Santos da Silveira no Fechando a Cortina)<br />

Pesquisas e artigos desta edição:<br />

Arquivo próprio - Internet - Colaboradores<br />

– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias e www.google.com.br<br />

Os artigos constantes desta edição não refletem necessariamente a opinião<br />

deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.<br />

Hoje, 01 de setembro de 2013, 244º dia do calendário gregoriano. Faltam 121 para acabar o ano.<br />

Dia da Independência do Usbequistão.<br />

Se não deseja receber mais este informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, por favor, comunique-nos


2<br />

1 - almanaque<br />

Eventos Históricos<br />

Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas.<br />

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70 - Destruição de Jerusalém pelo Imperador Romano, Tito.<br />

655 - Papa Martinho I é exilado por Constantino II.<br />

827 - É eleito o Papa Valentino.<br />

1010 - Batalha de Acabatalbazar, as tropas de Suleiman II de Córdoba derrotam as tropas<br />

espanholas comandadas pelo Conde de Urgel.<br />

1081 - Início do pontificado do Papa Lúcio III, como sucessor do Papa Alexandre III.<br />

1081 - Lando di Sezza se torna no antipapa Inocêncio III.<br />

1231 - Frederico II, Sacro Imperador Romano-Germânico promulga o código "Liber<br />

Augustalis".<br />

1271 - Teobaldo Visconti se torna Papa Gregório X como sucessor de Clemente IV, mas<br />

seria consagrado e coroado apenas em 27 de março de 1272.<br />

1422 - Henrique VI é declarado Rei da Inglaterra, com menos de 9 meses de idade,<br />

porém a sua coroação só ocorreria em 6 de novembro de 1429.<br />

1482 - Tártaros da Criméia saqueiam Kiev, hoje na Ucrânia.<br />

1494 - Com a morte de Ferdinando I, Rei de Nápolis, em 1494, Carlos VIII da França, O<br />

Afável,toma o título de rei de Nápolis e de Jerusalém e invade a Itália.<br />

1511 - V Concílio de Latrão, ocorrido na cidade de Pisa, na Itália, convocado por Luís<br />

XII da França e Maximiliano I, Sacro Imperador Romano-Germânico, em oposição à<br />

Liga Santa, criada pelo Papa Júlio II.<br />

1524 - Recesso de Malmö, na Suécia, tratado de paz entre a Suécia e a Dinamarca.<br />

1804 - Descoberto o asteróide 3, 3 Juno, por Karl Harding<br />

1902 - Viagem à Lua, de Georges Méliès, considerado o primeiro filme de ficçãocientífica,<br />

é lançado na França.<br />

1923 - Grande sismo de Kantō provoca mais de 100 000 mortos no Japão e arrasa<br />

Yokohama<br />

1939 - A Alemanha invade a Polónia, despoletando a Segunda Guerra Mundial<br />

1961 - Iugoslávia: representantes de 25 nações se reúnem em Belgrado para a primeira<br />

Conferência de Países Não-Alinhados<br />

1969 - Um golpe de Estado na Líbia instala o coronel Muammar al-Gaddafi no poder<br />

1972 - Bobby Fischer vence campeonato mundial de xadrez


3<br />

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<br />

1983 - Caças soviéticos derrubam avião civil sul-coreano que invadiu seu espaço aéreo<br />

(Vôo KAL 007)<br />

1985 - São encontrados, pela primeira vez, restos do Titanic, por uma expedição<br />

americana e francesa<br />

1991 - Independência do Uzbequistão<br />

2004 - Terroristas tchetchenos sequestram centenas de pessoas na Ossétia do Norte dando<br />

início ao Massacre de Beslan.<br />

2006 - Em Portugal, é publicado o último número do Jornal O Independente.<br />

feriados e eventos cíclicos<br />

<br />

<br />

<br />

Feriado em Ipaba, Minas Gerais - Dia de Nossa Senhora da Penha, padroeira da cidade.<br />

o Outros:<br />

Aniversário de Fundação da cidade de Formoso do Araguaia - Tocantins<br />

Aniversário de Fundação da cidade de Mogi das Cruzes - São Paulo<br />

fatos maçônicos do dia<br />

(Fontes: “O Livro dos Dias” 17ª edição e arquivo pessoal)<br />

1722 Nasce Karl Gotthelf, Barão von Hund, criador do Rito da Estrita<br />

Observância.<br />

1769 Primeira referência ao Grau de Mestre de Marca feita em Ata do Capítulo<br />

Phoenix do Real Arco nr. 257, de Portsmouth, Inglaterra.<br />

1868 Fundação da Loja Lealdade nr. 183, de Florianópolis (<strong>GOB</strong>/<strong>SC</strong>)<br />

1952 Fundação da Loja Fraternidade Blumenauense nr. 6, de Blumenau.<br />

(GL<strong>SC</strong>)<br />

1994 Fundação da Loja Harmonia e Trabalho nr. 2.816, de Florianópolis<br />

(<strong>GOB</strong>/<strong>SC</strong>)


4<br />

2 - OPINIão - Ruy Olympio de Oliveira<br />

Ir Paulo César Fiuza Lima<br />

Foto extraída do site <strong>GOB</strong>/<strong>SC</strong><br />

RUY OLYMPIO DE OLIVEIRA<br />

Um Homem Muito Além de Seu Tempo<br />

Paulo César Fiuza Lima (*)<br />

Corria o ano de 1966. Era inverno. Amanhecer de mais um dia gelado em Rio do Sul,<br />

no Alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina.<br />

Lembro-me bem: escondido sob a coberta de penas, relutava em sair da cama e iniciar<br />

todo aquele ritual que antecedia a ida à escola.<br />

Lá fora, só o latido de algum cão vagabundo e mal-dormido misturava-se ao tilintar das<br />

garrafas de leite (garrafas, sim) que o leiteiro ia deixando de porta em porta.<br />

Encontrava-me ainda entre um "Levanta, filho! Tá na hora". E o "deixe-me dormir mais<br />

um pouquinho", quando, lá da rua, ressoava um som que me era muito conhecido.<br />

Eram passos ligeiros... quase marciais... vigorosos. Passos que escutava todas as<br />

manhãs. Quase um despertador...<br />

Era o sinal! Não havia como postergar a temível decisão: Hora de levantar!<br />

Lá fora, só de calção e camiseta de física, aquele homenzarrão de poucos cabelos na<br />

cabeça e muitos distribuídos pelo resto do corpo, saltitava pelas ruas calçadas de<br />

paralelepípedos. Era o Promotor Público (ainda não existia promotor de justiça) Ruy<br />

Olympio de Oliveira, assim mesmo, uma mescla de ipsilones e is.<br />

Eu, engatinhando na vida... Ele, já era um atleta amador que, não sei se algum dia,<br />

disputou alguma prova oficial. Numa época em que a grande maioria buscava o ócio,<br />

Dr. Ruy, como era conhecido, já nos ensinava os benefícios do culto ao corpo.<br />

Certa feita, aquela aglomeração no centro da cidade. O que é... o que não é... Quando<br />

chegamos ao campinho do G. E. Paulo Zimmermann, lá estava o Dr. Ruy testando uma<br />

de suas últimas criações: um bumerangue. Os passantes, fascinados, viam aquela<br />

coisa descrever grandes semicírculos no ar, provocando gargalhadas dos<br />

expectadores ao cair muito longe das mãos do Dr. Ruy.


5<br />

Após duas ou três vidraças quebradas do E. C. Concórdia, bem ali na extrema do<br />

Grupo, Dr. Ruy desistiu da ideia. Creio que foi dedicar-se à sua nova criação: uma gaita<br />

de fole escocesa que, por mais que ele tentasse, teimava em não produzir nada além<br />

de um som terrível, para desespero da vizinhança.<br />

Que criatura notável.<br />

Lembro que nas comemorações da Semana da Pátria, enquanto as demais<br />

autoridades, engravatadas e usando sua melhor fatiota, espremiam-se nos palanques,<br />

quem estava lá embaixo, encabeçando o grupo de escoteiros Concórdia? O Dr. Ruy, é<br />

claro. De calças curtas, peito estufado, cabeça erguida era, na vida real, o personagem<br />

que não fora em seu sonho de servir na Aeronáutica, desejo que, segundo ele mesmo<br />

afirmou, uma discromatoxia frustrou.<br />

Na vida, era meu ídolo, no escotismo, foi meu chefe.<br />

Recordo-me que também na Promotoria ele era diferente. Nunca o vi atuar num júri.<br />

Embora ele reconhecesse, mais tarde, que a área criminalista era mais vistosa, foi<br />

promotor de causas cíveis. Suas denúncias eram redigidas de forma minuciosa e,<br />

curiosamente, eram datilografadas com uma enorme margem à esquerda da folha, de<br />

modo que seus textos ocupavam da metade da página até a margem direita. Um dia,<br />

perguntei-lhe a razão. Ele, prático como sempre, ensinou-me que, assim, por mais que<br />

o processo crescesse, sua denúncia sempre poderia ser lida com facilidade.<br />

Outra vez, só Dona Emma, sua mulher, sabia por onde andava Dr. Ruy. Quando se<br />

descobriu, ele havia viajado a Curitiba, ainda naquela época uma aventura, para<br />

atender ao pedido de um jornalista a quem acabara de ser apresentado, para fazer<br />

uma pesquisa na Biblioteca Pública do Paraná, na tentativa de descobrir detalhes<br />

sobre um piloto alemão que teria sido abatido nesta região, durante a 2ª Guerra<br />

Mundial.<br />

Já na minha mocidade, tentou incutir-me as primeiras lições que me dirigissem para os<br />

caminhos da Maçonaria, embora eu não entendesse bem essas orientações. No<br />

Escotismo, enquanto as demais patrulhas eram de bichos altivos e elegantes como<br />

Águia, Leão, Lobo, etc., não entendia porque a minha era patrulha do Bode, animal feio<br />

e fedorento...<br />

Acho que, uma vez, Dr. Ruy propôs meu nome em Loja. Imagino que naquela noite,<br />

Rio do Sul viveu uma chuva de bolas pretas, pois, por dezenas de anos, nem ele nem<br />

ninguém, voltou a falar em Maçonaria comigo, o que só viria a acontecer agora, já no<br />

ocaso de minha vida. É provável que ele tivesse ficado feliz com meu ingresso na<br />

Ordem.<br />

Creio que, hoje, Dr. Ruy encontra-se num lugar muito bonito mas, conhecendo-o como<br />

conheci, não acredito que esteja descansando. Imagino que, onde quer que se<br />

encontre, ele deva estar revirando o lugar de ponta-cabeça, graças à sua genial<br />

criatividade.<br />

Ruy Olympio de Oliveira, assim mesmo, com ipsilones e is.<br />

Maravilhosa figura!<br />

Grande cidadão!<br />

Certamente, um homem muito adiante de seu tempo!<br />

São José, 30 de agosto de 2.013.<br />

(*) O autor é Mestre Maçom da<br />

BARSLSRegeneração Catarinense – nº 138<br />

Or de Florianópolis (<strong>SC</strong>) - pcfiuzalima@yahoo.com.br


6<br />

3 - Verbete da Semana do váde-mecum maçônico,<br />

"Do Meio-Dia à Meia-Noite" - indignação - Ir João Ivo Girardi<br />

O autor, Ir. João Ivo Girardi ( joaogira@terra.com.br ) é da Loja “Obreiros<br />

de Salomão” nr. 39 (Blumenau). Acompanhe todos os domingos no JB News,<br />

um dos mais de 3.000 verbetes de sua obra de 700 páginas intitulada “Vade-<br />

Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite", cujo artigo de hoje foi extraído.<br />

INDIGNAÇÃO<br />

A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar<br />

as coisas como estão; a coragem, a mudá-las. (S. Agostinho).<br />

1. O que é Indignação?: Fico a me perguntar qual seria o significado da palavra Indignação, num<br />

período em que esse sentimento parece tomar conta dos brasileiros. Por várias razões que ferem<br />

os meus princípios, constantemente me vejo indignado. Para mim, a indignação nada mais do que é o<br />

sentimento de repúdio a algo com o qual não concordamos, mas vai muito além disso. Refere-se a<br />

um aspecto por demais inusitado, não previsível para as pessoas de bom senso. Os escândalos que<br />

presenciamos constantemente, com atitudes que chegam a nos surpreender são passíveis do<br />

sentimento de indignação.<br />

2. Ética na política brasileira: um grito de indignação: O dicionário nos define o sentimento de<br />

indignação com as seguintes palavras: Sentimento de cólera despertado por ação indigna; ódio,<br />

raiva. Desprezo, repulsa, aversão. Nada parece mais exato do que essas palavras para definirem o<br />

sentimento que se apossa crescentemente do coração de todos os brasileiros ao presenciarem<br />

cada dia na midia e na imprensa as notícias sobre os níveis intoleráveis a que chegou a falta de<br />

ética e a corrupção entre os nossos políticos. É moeda corrente entre nós o fato de vermos<br />

representantes parlamentares eleitos com o voto popular legislarem em causa própria, para<br />

aumentarem os próprios salários e benefícios, enquanto discutem dias e meses para aumentar<br />

irrisoriamente o salário mínimo. Os aumentos de ganhos salariais vêm por sua vez acompanhados<br />

de atos de nepotismo intoleráveis, quando os políticos em questão encontram sinuosos caminhos<br />

para incluir nos benefícios e benesses dos quais se fazem possuidores parentes e amigos,<br />

desperdiçando iniquamente o suado dinheiro do povo, que deveria estar sendo canalizado para<br />

geração de empregos e projetos sociais. Como se não bastasse isto, as medidas provisórias se<br />

fazem e desfazem com a rapidez e a efemeridade de um relâmpago. E o que fora decidido ontem<br />

já não o é mais hoje nem o será amanhã, deixando a opinião pública completamente desnorteada e<br />

perplexa, sem saber a que se ater. Por outro lado, a violência sobe em ritmo assustador. O povo<br />

se cansa e o grande perigo é que ele perca a capacidade de indignar-se. A indignação, embora não<br />

esteja incluída nos moldes das virtudes clássicas, não deixa de ter seu elemento de virtude. É uma<br />

escala de valores que é agredida, são princípios que são pisoteados, é a credibilidade naqueles que<br />

deviam ser os guardiães da justiça e do direito e que são, ao contrário, os primeiros a agir contra


7<br />

tudo isso. A ética é a parte da Filosofia que estuda os juízos de apreciação referentes à conduta<br />

humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a<br />

determinada sociedade, seja de modo absoluto. A ética, portanto, é o estudo dos valores que<br />

regem a conduta humana subjetiva e social. É o parametro que temos para julgar as ações que<br />

beneficiam ou prejudicam a vida humana neste mundo e nesta sociedade. Parece que neste<br />

momento da história do Brasil, nossos políticos perderam completamente seus parametros<br />

éticos. E a impunidade os ajuda no seu esforço de destruir e lançar ladeira abaixo as referências<br />

que fazem a vida humana tolerável e serena e geram orgulho no coração das novas gerações de<br />

pertencerem a determinado país. Infelizmente nosso país não tem se esmerado nem se destacado<br />

nisso. Pelo contrário, em recente pesquisa feita sobre quais as instituições que mereceriam maior<br />

credibilidade no Brasil, os políticos ficaram em último lugar. Senhores, é hora de mudar esse<br />

estado de coisas. A paciência do cidadão tem limite. Por outro lado, é importante que os cidadãos<br />

não permaneçam de braços cruzados vendo as coisas acontecerem. Indignar-se é preciso. O Brasil<br />

merece. E sobretudo precisa de cidadãos indignados, que gritem contra a maré de corrupção que<br />

infesta sua política e suas instituições para finalmente poder caminhar em direção a um futuro<br />

mais risonho , onde reinem a paz, a justiça e o direito. (Maria Clara Bingemer).<br />

3. A Cara do Brasil: Outro dia, ao chegar ao Rio de Janeiro, tomei um taxi. O motorista, jeito<br />

carioca, extrovertido, foi logo puxando papo, de olhono retrovisor.<br />

- A senhora é de Brasília, não é? - Sim - respondi.<br />

- É, eu a reconheci. E como é que a senhora aguenta conviver com aqueles ladrões lá do Planalto<br />

Central? Não deve ser moleza.<br />

O sujeito disparou a falar de políticos, do tanto que eles são asquerosos, corruptos... Desfiou um<br />

rosário de adjetivos comuns à politicagem nacional. Brasília é o palco mais visível dessas<br />

mazelas e nem poderia deixar de ser. Afinal, o país inteiro olha para lá. O taxista era só<br />

mais um crítico, aparentemente atento. Ele sabia dar nomes aos bois que pastavam tranquilamente<br />

no orçamento da união, que se espreguiçavam impunimente sob a sombra da imunidade parlamentar<br />

ou de leis feitas em benefício próprio. E que, de tempos em tempos, se refrescavam nas águas<br />

eleitoreiras. O carro seguia em alta velocidade; a distância parecia esticada. Vi uma bandeira três<br />

disparada. Lá pelas tantas, quando já estávamos dentro de um segundo túnel escuro, o condutor<br />

falante sugeriu um dia sem corrupção.<br />

- Já pensou - disse ele - se uma vez por ano esses homens não roubassem?<br />

- Interessante - a exclamação me escapou aos lábios.<br />

- Sim - continou entusiasmado -, seria uma economia e tanto.<br />

Nessa hora me dei conta de que estávamos percorrendo o caminho mais longo para o meu destino.<br />

Chegava a ser irracional, a quantia de voltas para acertar o rumo. Deixei.<br />

- Os economistas comentam - tagalerava ele - que somos um país rico. Não deveria existir déficit<br />

da previdência, os impostos nem precisariam ser tão altos, o serviço público poderia ser de<br />

primeira. O problema é que quanto mais se arrecada, mais escorre pelo ralo, tamanha a<br />

roubalheira.<br />

Tão observador, será que ainda se lembrava em quem tinha votado para deputado ou senador na<br />

última eleição? Fiz a pergunta e, depois de algum silêncio, a resposta foi não. Pena.


8<br />

Caímos num engarrafamento, cenário perfeito para aquele juiz de plantão tecer mais comentários<br />

sobre o malfeito.<br />

- Veja como são as coisas, os riquinhos ociosos da Zona Sul, que deveriam pensar em quem tem<br />

pressa, acham que são donos do pedaço e vão embicando seus carros, furando fila, costurando de<br />

uma faixa a outra, querendo levar vantagem. A gente, que é motorista de táxi, tem que ficar<br />

atento, porque os guardas estão de olho, qualquer coisinha eles multam. Mas eles fazem vista<br />

grossa para as vans que transportam pessoas ilegalmente. Elas param onde querem, estão tomando<br />

os nossos passageiros. Como não tem ônibus para todo mundo e táxi fica caro, muita gente<br />

prefere ir de van.<br />

Por falar em "caro", a interminável corrida já estava me saido um absurdo... Resolvi pontuar<br />

algumas coisas.<br />

- Por que o senhor escolheu o caminho mais longo? Ele tentou justificar:<br />

- É que eu estava fugindo do congestionamento.<br />

- Mas acabamos caindo no pior deles - retruquei. E por que o senhor está usando bandeira três se<br />

não tenho bagagem no porta-malas nem é feriado hoje? - continuei questionando.<br />

Ele disse que estava na três para compensar a provável falta de passageiro na volta. Claro que não,<br />

eu sabia. Finalmente, consegui chegar ao endereço pretendido. Fiz mais um teste com o "probo"<br />

cidadão: paguei com uma nota mais alta e pedi nota fiscal. Ele me devolveu o troco a menos e disse<br />

que o seu talão de notas havia acabado.<br />

- Veja como são as coisas, seu moço - emendei. O senhor veio de lá aqui destilando a ira de um<br />

trabalhador honesto. No entanto, se aproveitou do fato de eu não saber andar na cidade,<br />

empurrou uma bandeirada, andou acima da velocidade permitida, furou sinal, deu voltas, fingiu que<br />

me deu o troco certo e diz que não tem nota fiscal! O brasileiro esperto quis interromper, mas era<br />

a minha vez de falar.<br />

- O senhor acha mesmo que os ladrões são aqueles que estão em Brasília? Que diferença há entre<br />

o senhor e eles? Eu sabia que estava correndo o risco de uma reação violenta, mas não me contive.<br />

Os "homens" do Planalto Central são o extrato fiel da nossa sociedade. Quantos taxistas desse<br />

porte vemos dirigindo instituições? Bons de discurso... Na prática... Desembarquei com a lição<br />

latejando em mim. Quantas vezes, como fez esse taxista, usamos espelhos apenas como retrovisor<br />

para reter histórias alheias? Nossas caras, tão deformadas, tão retocadas, tão disfarçadas, onde<br />

estão? Onde as escondemos que não aparecem no espelho? Sem a verdade que liberta, jamais<br />

estaremos livres de nós mesmos. Ainda sonho com um Brasil de cara nova... A começar por minha<br />

própria cara. (Delis Ortiz - jornalista, repórter especial da TV Globo, em Brasília).<br />

MAÇONARIA<br />

1. Mensagem de um Grão Mestre, pela passagem do Dia do Maçom: - Mais um vinte de<br />

agosto que passamos juntos. Mas uma oportunidade para demonstrarmos o orgulho de<br />

pertencermos a uma Ordem que congregou e congrega homens revestidos de princípios básicos<br />

bem definidos, dentre os quais o da Justiça ou da Igualdade, da defesa intransigente em favor<br />

da absoluta liberdade de consciência, que fortalecido pelo princípio da fraternidade, faz como<br />

que tenhamos deveres para com nós mesmos e nossas famílias, com a Pátria e com a<br />

humanidade. Neste ano de 2013 acompanhamos o despertar do Gigante, pela indignação assumida<br />

pela juventude deste nosso País, que foi às ruas demonstrar a sua insatisfação com os rumos que<br />

vivemos, fruto da ação desordenada daqueles que tinham a obrigação sublime de conduzir os seus


9<br />

conterrâneos em direção ao bem estar geral, com a correta destinação dos impostos<br />

arrecadados. Vimos os aproveitadores, em defesa das correntes políticas que defendem,<br />

utilizar-se de tais movimentos buscando proveito próprio, possibilitando, com a falta de<br />

compromisso, que vândalos se infiltrem e, também aproveitadores, tentem fazer deste nosso País<br />

o caos. Em nossos estudos nos deparamos com épocas em que foi determinante que a ordem<br />

sobrepujasse o caos, fazendo com que os princípios básicos de cidadania, que são os nossos<br />

princípios maçônicos, restaurassem o direito de pensarmos com as nossas próprias cabeças,<br />

sempre respeitando os limites de nosso próximo, uma vez que guiados pelo amor. Aprendemos que<br />

a Maçonaria, enquanto Instituição, não é revolucionária, mas que as grandes revoluções foram<br />

pensadas e executadas, em grande parte das vezes, por Maçons, comprometidos em preservar o<br />

respeito entre os seres humanos e propiciar-lhes, por seu aperfeiçoamento, a oportunidade de<br />

utilizar-se do exercício do amor para atingir a felicidade. Neste momento, em que o positivo<br />

clamor popular nos envolve, manifestando principalmente a indignação contra a corrupção<br />

desenfreada, cabe a cada um de nós, avaliando o orgulho de sermos verdadeiros Maçons e das<br />

possibilidades que a vida nos dá, fazer detido exame de consciência para compreender se nos<br />

constituímos em exemplos vivos dos princípios éticos e morais que defendemos, pois é o que nos<br />

cabe oferecer à essa juventude, tão carente de exemplos positivos e que precisa ter em quem se<br />

espelhar para encontrar o verdadeiro caminho de uma sociedade mais justa e perfeita.<br />

Assumamos o papel que cabe a cada um no atual contexto, de modo que no futuro, possam dizer<br />

que a Maçonaria, por seus membros, mais uma vez, no ano de 2013, conseguiu fazer prevalecer<br />

a ordem sobre o caos que se pretendia implantar ou, se preferirem, que já estava instalado.<br />

(Iraci da Silva Borges – Grão Mestre Grande Loja do Paraná (CMSB).<br />

2. A Maçonaria que tem participado ativamente de revoluções mundo a fora, o que pode<br />

fazer pelo Brasil? Quem responde é um maçom: Seria muito interessante relatarmos<br />

orgulhosamente que os políticos maçons são exemplo de conduta, ou será que não?! Nesse caso<br />

então seria melhor nos calarmos, se não tivermos a coragem para expurgarmos nossa própria<br />

infâmia. Reflitamos e tenhamos todos a esperança de dias melhores, quando falarmos menos e<br />

agirmos mais. (Daniel F. de Souza).<br />

3. Respeito à autoridade: A Maçonaria através de seus rituais nos ensina que devemos respeito<br />

às autoridades constituídas democraticamente... mas até que ponto devemos esse respeito?<br />

Talvez Einstein nos ajude a responder, disse ele: Para me punir por meu desprezo pela autoridade,<br />

o destino fez de mim mesmo uma autoridade.<br />

4. Rituais: (...) Se vos tornardes maçons não tereis de combater apenas vossas paixões e<br />

trabalhar para vosso aperfeiçoamento, mas tereis, ainda, de combater outros inimigos da<br />

Humanidade, como sejam os hipócritas, que a enganam; os pérfidos que a defraudam; os<br />

ambiciosos que a usurpam; e os corruptos e sem princípios, que abusam da confiança dos povos.<br />

Quando os homens são puros, as leis são desnecessárias; quando são corruptos, as leis são<br />

inúteis. (Disraeli).


10<br />

4 - Aquilino r. leal<br />

O Ir Aquilino R. Leal<br />

escreve neste espaço às<br />

quartas e domingos<br />

SOMOS UM PAÍS DE ALIENADOS?<br />

DE LOUCOS? OU AMBOS?<br />

Aquilino R. Leal<br />

Fato: Dia meu aniversário, um domingo de céu azul anil, saio com „DonaMarocas‟, dois<br />

filhos (lowtons), a nora e o „Pouca Sombra‟ (netinho) para almoçar em um restaurante<br />

„chic‟... No calor da festa e no calor do dia mesmo sendo inverno, junho é o mês do<br />

meu aniversário, levantam um brinde e fazem-me encher, pela segunda vez no almoço,<br />

meu copo com a deliciosa Heineken. Tudo documentado com minha Sony Full HD...<br />

Alegria e somente alegria que momentos depois se torna pesadelo. Sou parado numa<br />

blitz... Me multam, em verdade roubam, em R$ 1.960,00 (2012), tenho a carteira<br />

aprendida enquanto berro: FORAM APENAS DOIS COPOS DE CERVEJA! HOJE É<br />

MEU ANIVERSÁRIO! 66 ANOS NO LOMBO E TOTALMENTE CON<strong>SC</strong>IENTE! Me<br />

ameaçam prender o carro e se não fosse feliz intervenção do meu filho mais velho<br />

estaria preso!<br />

Meses depois, outubro, aniversário da „patroa‟... Temente com novo roubo limito-me a<br />

um refrigerante e a um par de bombons Ferrero tirados da caixa dada pela nora... Me<br />

engasgo com eles, vou à farmácia mais próxima e tomo àquele xarope que promete<br />

tirar a tosse em cinco segundos... Na volta sou parado numa blitz... Me multam, em<br />

verdade roubam, em R$ 1.960,00 (2012), tenho a carteira aprendida enquanto entre<br />

uma crise de tosse e outra berro: FORAM APENAS DOIS BOMBONS E UM PAR DE<br />

COLHERES DESTE MALDITO XAROPE! Arbitrariamente ameaçam prender o carro e<br />

mesmo com a intervenção do meu filho mais velho fui preso e minha cara estampada<br />

na TV por um desses famigerados programas televisivos que inundam todas as tardes.<br />

Chega novembro, mês do aniversário de Ricardo, filho mais velho e também lowton...<br />

Nos reunimos no restaurante „chic‟ para celebrar o acontecimento; precavido abstenhome<br />

de qualquer bebida, bombons, xaropes etc. Quase na hora de voltar vou ao<br />

banheiro e delicio-me com um tremendo baseado, meio<br />

doidão não dispenso a pedra de crack e meio cambaleante<br />

cheiro cocaína... Todos percebem o meu estado DOIDÃO,<br />

mas meus 66 anos calam a boca de todos; dirigindo apenas<br />

de cueca, sozinho, volto para casa. Sou parado numa blitz,<br />

sou dispensado do bafômetro pese meu sacrifício de me<br />

manter em pé; documentos em dia, carro em dia, sem uma<br />

gota de „arcool‟ e o conselho: “Doutor, está muito frio,


11<br />

melhor é o senhor vestir-se. Tenha uma boa viagem.” Como resposta coloquei o meu<br />

dedo médio em riste fazendo o característico e bem conhecido sinal... Arranquei como<br />

um louco e mais que contente comentei com meus botões mesmo quase pelado:<br />

“Desta vez vocês não me pegaram seus ff.‟. da p.‟.!” Minha alegria no entanto não<br />

durou muito, o „efeito DOIDÃO‟ se acentuou...acabei atropelando um ciclista que<br />

calmamente circulava pela ciclovia; nunca mais irá pedalar com tanta esperteza a<br />

menos que coloque uma perna mecânica! Fui parar na delegacia entrando pela porta<br />

dianteira e saindo pela mesma momentos depois... Até hoje ainda aguardo o<br />

julgamento... Com o carro danificado pelo forte impacto com o „desatento‟ ciclista faço<br />

sinal para um taxi e ainda meio peladão, mas muito DOIDÃO, acabo entrando em casa,<br />

naquele exato momento percebo que ela esta sendo roubada, atiro contra o suposto<br />

meliante um paralelepípedo atingindo-o mortalmente na cabeça, imediatamente após<br />

sinto uma mão feminina em meu ombro, entendo o gesto como o afago feminino de<br />

uma fora da lei e lá mesmo, ao lado do corpo do companheiro morto a estupro... Devia<br />

estar gostando já que seus gritos chamaram a atenção de vizinhos e pela segunda vez<br />

naquele dia visitei o delegado dando-me um pito por estar nu: “Seu delega, como eu<br />

podia „papar‟ àquela bandida gostosona estando vestido?” Ele me alerta que ela não é<br />

bandida e tampouco seu companheiro, em verdade marido, morto e muito menos a<br />

casa que eu tinha invadido era a minha!! Pois bem, mais um outro processo cujo<br />

julgamento aguardo em liberdade e enquanto isso vou escrevendo minhas crônicas na<br />

certeza que se for condenado o meu advogado reverterá a pena para umas cestas<br />

básicas ou, quando muito, para o regime semiaberto. Ainda bem que nesse dia não<br />

ingeri álcool senão estaria preso, incomunicável, cercado por inúmeros repórteres sob<br />

o comando do „dá pena‟ e fu#!#@!<br />

Estou amaldiçoando meus 66 anos! Se eu tivesse menos de 18 anos eu poderia tomar<br />

os bombons, xaropes, me embriagar, matar, assaltar, estuprar, roubar, fazer o que eu<br />

quisesse que não tinha „pobrema‟ algum. “Sou di menor” diria e ao completar maior<br />

idade... Ficha limpa, tudo zerado! E a custo zero! A Vara da Juventude e da Infância<br />

estaria lá protegendo-me com sua vara!<br />

Mas claro que ainda tenho uma chance... Vou candidatar-me para um alto cargo no<br />

governo, ou ser empossado como deputado, eleito presidente, ministro, senador etc. e<br />

aí posso larapiar milhões e milhões do povo, do erário... Se me pegarem devo passar<br />

uns 10 anos num resort na Bahia em companhia da amante e de inúmeras<br />

gostosonas... É certo que não sei para que tanta „muiê‟ mas com todo o „dinheirão‟ é<br />

possível comprar muito „azulzinho‟!<br />

Conclusão: Se você tomar uma taça de vinho no almoço e sair dirigindo poderá ser<br />

qualificado como um criminoso perigosíssimo, mesmo sem ter infringido alguma norma<br />

de trânsito. Ao passo que quem bebeu guaraná no almoço e desrespeitar o semáforo<br />

vermelho, causando colisão da qual resultem mortos, este receberá tratamento tal que<br />

não será preso, não sofrerá restrição do direito de dirigir, responderá ao processo em<br />

liberdade e, se condenado por homicídio culposo, terá de fornecer cestas básicas para<br />

o MST!<br />

Brasil, o país da corrupção, da impunidade, das injustiças, da incoerência... Uma salva<br />

de palmas para a classe política como um todo e duas salvas de palmas para este<br />

povo capacho que aceita tudo calado, não se revolta e ainda vota nesses<br />

incompetentes; uma tríade de salva de palmas para esse povinho que participa de uma<br />

passeata a favor da liberação da marijuana ou da comunidade gay mas que dorme em<br />

seus leitos macios quando a passeata é contra a corrupção, contra a impunidade...<br />

Salva de palmas para esse mesmo povinho que se alegra pelo construção/reforma de


12<br />

estádios monumentais e deixa morrer seus filhos por falta de verbas para os hospitais...<br />

E nós como maçons que estamos fazendo? O que a Maçonaria está fazendo nesse<br />

sentido? Distribuindo folders e colocando uns poucos outdoors em algumas avenidas<br />

movimentadas para se promover, apenas para declarar-se não morta ainda que<br />

suspirando? Tristemente dizemos: "Homines sunt ejusdem farinae".[1]<br />

[1] Homens da mesma farinha.<br />

“A primeira condição para modificar a realidade consiste em conhecê-la.” (Eduardo<br />

Galeano).<br />

“O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas,<br />

e as pessoas idiotas estão cheias de certezas.” (Bukowski).<br />

... ...<br />

Material assinado pelo Ir Aquilino R. Leal, engenheiro eletricista, professor<br />

universitário, aposentado, iniciado em 03 de setembro de 1976 no Templo<br />

Tiradentes (São Cristóvão – Rio de Janeiro - Brasil), elevado em 28 de abril de<br />

1978 e exaltado em 23 de março de 1979 ocupando o veneralato em 05 de julho<br />

de 1988.<br />

É fundador de duas Lojas Maçônicas, entre elas a Loja Stanislas de Guaita 165 –<br />

Rio de Janeiro, ambas trabalhando no REAA.<br />

Desde 2008 é colaborador permanente do FOLHA MAÇÔNICA<br />

(folhamaconica@gmail.com), atualmente com a responsabilidade de três colunas<br />

semanais: A POLÊMICA NA FOLHA, EUREKA (TUREKA E NÓSREKA) e ENQUETE<br />

INÚTIL. Gerencia o ‘Ponto Cultural do Folha Maçônica’<br />

(http://sdrv.ms/QobWqH) onde estão postados mais de 15 mil títulos sobre a<br />

Ordem e afins para livremente baixar.<br />

Também colaborador permanente, desde março de 2013, com duas colunas<br />

mensais, do mensário espanhol RETALES DE MASONERÍA.


13<br />

5 - lenda maçõnica - Branca Dias, uma bruxa brasileira<br />

Ir João Anatalino<br />

UMA LENDA MAÇÔNICA<br />

Branca Dias, uma bruxa brasileira<br />

Bruxa, diziam que ela era. E talvez fosse mesmo. Não<br />

foram poucos os que a viram lavar a cabeça, em atitude<br />

ritual, no entardecer da sexta-feira e permanecer em jejum<br />

até as horas vésperas do sábado, murmurando estranhas<br />

orações e balançando a cabeça, para cima e para baixo,<br />

como se estivesse recebendo um demônio.<br />

A par disso, ela também se recusava a comer certos<br />

alimentos muito apreciados pelo povo da aldeia,<br />

especialmente carne de porco. Como pode alguém não<br />

gostar de carne de porco? Isso era incompreensível para o<br />

bom povo da aldeia.<br />

Aliás, como alguém pode dizer que é pecado comer carne de porco? Mas ela<br />

dizia que era. Não só carne de porco, mas também lebres e caranguejos, ostras e<br />

camarões. E outros bichos que eles tanto gostavam.<br />

E também não misturava, na mesma refeição, leite e carne. Justificava esse<br />

estranho comportamento com uma sentença não menos esquisita, que parecia saída<br />

do livro de São Cipriano: “não cozinharás a carne do cordeiro no leite da sua mãe.”<br />

Coisa de bruxa mesmo.<br />

Havia também outras coisas estranhas que ela fazia. Uma delas era nunca tocar<br />

num defunto, e quando alguém, em sua família, morria, ela jogava fora toda a água que<br />

havia em casa. Falava ainda umas coisas esquisitas a respeito das almas e dos<br />

espíritos. Dizia que as almas das pessoas que morriam, quando eram da mesma<br />

família, se juntavam com as almas das pessoas vivas, formando uma espécie de<br />

espírito chamado gigô[1], que tomava conta da família. Ela, por exemplo, dizia, tinha<br />

consigo o espírito do marido que havia morrido.<br />

Mas o pior de tudo era o ódio que ela tinha de padres. A vista de um padre e de<br />

um crucifixo, para ela era como a visão de um demônio. “Te arrenego, coisa ruim”,<br />

muita gente dizia que ela murmurava, toda vez que alguém lhe apresentava uma cruz<br />

com a imagem do Cristo crucificado.<br />

Fora isso, tinha também fama de benzedeira. Costumava dar estranhos passes<br />

em seus filhos e alunos, murmurando estranhas palavras numa língua desconhecida,<br />

que segundo se dizia, era a língua dos anjos renegados que haviam sido expulsos do<br />

céu pelas hostes do Arcanjo Gabriel.<br />

Porém, o que mais incomodava o bom povo da aldeia era aquela escola que ela<br />

fundara na aldeia, para ensinar boas maneiras às moças. Pois todas as raparigas da<br />

aldeia queriam estudar nela, para aprender a ler, a costurar, a bordar, a andar, a


14<br />

sentar-se, coisas que, num lugar como aquele e naquela época, só podiam mesmo ser<br />

inspirações do demônio. Mas a danada era mesmo cativante, pois todas as moças<br />

prendadas do lugar iam lá aprender com ela esses tratos de moça fina, que diziam ser<br />

próprias das donzelas da Corte. Como todas esperavam, um dia, se casar com<br />

senhores de alta posição e ir parar na Corte de El Rey, então era preciso aprender<br />

essas finuras.<br />

Diziam uns que ela tinha vindo de Portugal já marcada como bruxa pela Santa<br />

Inquisição. Que tinha sido condenada lá na metrópole por conta dessas práticas<br />

heréticas, mas tendo abjurado suas crenças malignas e se arrependido, fora autorizada<br />

a vir para o Brasil para se juntar ao marido, que para aqui se arribara no contingente de<br />

colonos trazidos por Duarte Coelho para ocupar a capitania de Pernambuco. Mas tendo<br />

chegado ao Brasil, terra ainda inóspita e de pouca civilização, sentindo-se menos<br />

vigiada pelo Santo Ofício, ela voltara a praticar suas heresias, montando no engenho<br />

do marido uma “esnoga” [2], espécie de igreja sem santos, onde ensinava aos<br />

escravos, caboclos e índios do lugar uma estranha religião, cuja deusa era chamada de<br />

“Tora”, que segundo ela, seria a única fonte da verdade religiosa que Deus queria que<br />

o povo aprendesse. Todo o resto, mesmo as coisas que o padre falava nas missas não<br />

prestava, pois a única verdade vinha da tal “Tora”.[3]<br />

Se mais não bastasse para ela ser considerada uma verdadeira bruxa, tinha ainda<br />

aquela mania, que ela cultivava, de estocar em sua casa artigos de prataria. Ela<br />

gostava de coisas feitas com esse metal. Ora, todo mundo sabe que a prata é um<br />

metal que tem poderes sobrenaturais. Lobisomens só podem ser mortos com balas de<br />

prata. Os alquimistas trabalhavam com prata em suas estranhas manipulações; prata é<br />

metal que tem estreita ligação com a lua e exerce estranha influência sobre o espírito<br />

das mulheres. Tudo isso só prova que quem tem ligações com esse metal só pode ser<br />

simpático ao maligno.<br />

E ela tinha muitos objetos de prata em casa, os quais foram a primeira coisa que<br />

os padres mandaram confiscar. Só que antes deles botarem a mão no tesouro dela, a<br />

danada mandou jogar tudo dentro de um lago. E por causa disso, o lago ficou<br />

encantado. Suas águas, que eram escuras, tornaram-se claras como uma noite de lua<br />

cheia, o que uma vez mais provava que aquela mulher era mesmo uma verdadeira<br />

bruxa.<br />

E para entornar mais ainda o caldo, ela era danada de sedutora. Dizem que<br />

justamente o padre que havia sido encarregado de extrair-lhe as confissões do seu<br />

conúbio com Satanás acabou se apaixonando por ela. Nessa época, ela era uma<br />

jovem viúva, e dizem, muito bonita. Caído de amores por ela, mas não podendo<br />

usufruir publicamente desse amor, já que sua profissão de fé o impedia, ele se<br />

contentou em esticar o quanto pode o processo, para evitar que ela fosse condenada e<br />

mandada para a metrópole, para lá ser queimada na fogueira.<br />

Ela, tanto quanto se sabe, jamais cedeu aos desejos lascivos do padre, mas,<br />

segundo se diz, foi esperta o suficiente para mantê-lo na esperança, de um dia,<br />

satisfazer-lhe os prazeres. Assim, ela conseguiu esticar o processo até sua morte, sem<br />

ser conduzida, em vida, à fogueira. Morreu no cárcere, sem ser sentenciada.<br />

Mas mesmo depois de morta, o processo inquisitório prosseguiu. Até que, trinta<br />

anos depois de sua morte, seus ossos foram desenterrados e mandados para a<br />

metrópole para serem queimados. Afinal de contas ela era bruxa, e estas, mesmo<br />

depois de mortas, ainda continuam a exercer suas maléficas influências.<br />

O que pesou, nessa judiciosa decisão tomada pelos santos padres, foram as<br />

histórias que passaram a ser contadas a respeito dessa estranha mulher. Pois diziam


15<br />

que ela aparecia todos os anos na beira do lago onde jogara a sua prataria, nas noites<br />

de lua cheia, no plenilúnio do mês de agosto. E que sua alma morava naquele lago,<br />

onde ficara guardando a prataria que em vida atirara ali. E diziam também que quem se<br />

aventurava a mergulhar naquele lago em busca do tal tesouro perdido nunca mais<br />

voltava. Só seus ossos eram encontrados depois na beira do lago, mas já em forma de<br />

cinzas.<br />

Lenda ou realidade, essa mulher realmente existiu. Uns dizem que sua história<br />

aconteceu na Paraíba, outros dizem que em Pernambuco. Mas seja onde for, a<br />

verdade é que em ambos os estados ainda se contam muitas histórias sobre uma<br />

mulher loura, vestida de branco, que costuma aparecer nas estradas e nas margens<br />

dos rios, assombrando caminhoneiros e viajantes desavisados. A quem consegue<br />

vencer o pavor que esse espectro provoca, ela conta a sua triste história. Diz que seu<br />

nome é Branca Dias e que foi processada e torturada pela Inquisição, tendo depois<br />

seus ossos queimados numa fogueira.<br />

Afirma que nunca foi bruxa, mas apenas uma mulher que se recusou a abjurar a<br />

sua fé. Vitima da intolerância, do fanatismo religioso e da ditadura espiritual que alguns<br />

grupos tentam impor sobre os outros, o seu espírito só encontrará a paz quando a<br />

humanidade toda entender que Deus é um só, mas a forma de cultuá-lo é decisão<br />

individual.<br />

Na Paraíba existe uma Loja maçônica com esse nome e não são poucos os<br />

maçons que fazem dela a sua heroína, na luta contra a intolerância e o fanatismo<br />

religioso.<br />

________________<br />

Nota: Branca Dias foi uma mulher de nacionalidade portuguesa que viveu, segundo alguns<br />

autores, na Paraíba, segundo outros em Pernambuco, em fins do século XVI ou meados do<br />

Século XVIII. Sendo de origem judaica, era considerada cristã-nova, ou seja, uma judia<br />

convertida ao Cristianismo. Acusada pela Igreja pela prática de Judaísmo, foi condenada<br />

como herética pela Igreja Católica, mas morreu na masmorra, tendo seus ossos<br />

incinerados em Lisboa. A ignorância do povo da colônia, que pouco sabia das práticas<br />

dessa religião, criaram para ela uma auréola de bruxa, no que foi amplamente secundado<br />

pela intolerância e pelo fanatismo dos padres que conduziram o seu processo. A<br />

condenação de Branca Dias é um dos poucos registros de caça as bruxas que se tem notícia<br />

no Brasil. Sua história foi explorada em vários livros e já foi objeto de uma instigante peça<br />

teatral escrita por Dias Gomes e estrelada no teatro e na televisão por Regina Duarte no<br />

papel da protagonista.<br />

[1] A grafia correta é gilgou. Nota do autor.<br />

[2] Sinagoga<br />

[3] A Torá, ou Pentateuco, conjunto dos cinco primeiros livros do Velho Testamento,<br />

que se supõe terem sido escritos por Moisés.<br />

--<br />

João Anatalino<br />

www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br


16<br />

6 - informativo barbosa nunes<br />

Ir Barbosa Nunes - Grão-Mestre Geral Adjunto do <strong>GOB</strong><br />

INFORMATIVO BARBOSA NUNES<br />

CIDADE DE TIRADENTES E AS OBRAS DE ALEIJADINHO<br />

Artigo 134 de Barbosa Nunes publicado no Jornal Diário da Manhã, edição de 31 de agosto de 2013.<br />

Pela fidalguia e hospitalidade mineira acrescentada pela fraternidade maçônica, fui<br />

recebido no Aeroporto Internacional de Confins Tancredo Neves, em Belo Horizonte, pelo<br />

militar e membro do Conselho Federal do Grande Oriente do Brasil, Lindenberg Castorino<br />

da Costa, que me assistiu da mesma forma no retorno a Goiânia. Disse-me orgulhosamente<br />

ter participado por vários anos, integrando o planejamento e a construção do terminal aéreo,<br />

realizada pelo Ministério da Aeronáutica e governo mineiro.<br />

Conduzido pelo Grão-Mestre Amintas de Araújo Xavier, percorremos o roteiro das<br />

cidades históricas de Minas Gerais, chegando a Tiradentes, cidade nos pés da Serra de São<br />

José. Pelas suas ruas de pedras do Centro Histórico, misturam-se igrejas barrocas,<br />

pousadinhas, pousadas em casarões em estilo colonial, restaurantes românticos, ateliês e<br />

lojinhas de artesanato. Tiradentes, fundada por volta de 1702, é cidade tombada pelo então<br />

Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1938. A cidade se destaca pelo<br />

Festival de Cinema Internacional e Festival Cultura e Gastronomia, dois eventos que atraem<br />

centenas de milhares de pessoas.<br />

Durante o deslizar tranquilo do veículo entre serras e morros de Minas Gerais, o<br />

comunicativo Amintas contou histórias sobre São João Del Rei, Congonhas, Mariana, Ouro<br />

Preto e Tiradentes. Após muitas curvas, a rodovia margeou Congonhas do Campo. Neste<br />

ponto fui levado a Basílica do Senhor Jesus de Matosinhos, que abriga as doze estátuas dos


profetas, esculpidas em pedra sabão, por Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como<br />

“Aleijadinho”, que viveu de 1730 a 1814, filho do carpinteiro português, Francisco Lisboa e<br />

de uma escrava negra.<br />

É o maior artista da escultura brasileira de todos os tempos. Filho bastardo, mestiço,<br />

carregou no corpo e na alma, além dos preconceitos, uma doença não definida até hoje, que<br />

foi privando o artista dos dedos dos pés e das mãos, deformando-o. Teve uma força maior<br />

que a sua doença e esta força o impulsionava a continuar produzindo as obras que o iriam<br />

imortalizar. Foi sepultado quase que como um indigente em uma vala comum e foi negado a<br />

ele, mínimo reconhecimento.<br />

O conjunto apresenta os quatro principais profetas do Antigo Testamento - Isaias,<br />

Jeremias, Ezequiel e Daniel, em posição de destaque na ala central da escadaria.<br />

Os, Baruc (não foi profeta), Oséias, Jonas, Joel, Abdias, Amós, Naum, Habacuc, estão<br />

em esculturas de proporções muito distorcidas. Uns afirmam que pela doença de<br />

Aleijadinho, que dificultava o manejo do cinzel, outros se inclinam para identificar uma<br />

intencionalidade expressiva, que se apresenta em uma gesticulação variada e teatral, imbuída<br />

de significados simbólicos e até com propósitos ocultos na composição do conjunto.<br />

Nos profetas de Aleijadinho a simetria é rigorosa. O profeta da extrema esquerda está<br />

inclinado para o centro, assim como o da extrema direita. O dedo apontado para o alto do<br />

profeta da direita se casa à perfeição com dedo apontado para o alto do da esquerda.<br />

Os seis profetas de um lado falam de temas otimistas e têm expressões alegres, os seis<br />

do outro lado, alertam para flagelos e horrores, retratados com fisionomias sérias e graves.<br />

Há dezenas ângulos retos nas esculturas dos 12 profetas. Se se pegar um conjunto de três<br />

profetas, quaisquer deles, cria-se um triângulo equilátero. Os guias turísticos dizem de que há<br />

relação com a maçonaria. Alguns estudiosos veem um templo maçônico com os profetas em<br />

posicionamento normal de uma Loja. Ao fundo, a igreja como se fosse o altar maçônico,<br />

tendo o céu como a abóboda celeste.<br />

Outro fato muito citado é que Aleijadinho ao escolher quais profetas retratar em pedra<br />

sabão, compôs o seu próprio nome. No posicionamento dos gestos, muitos historiadores<br />

maçons encontram sinais maçônicos.<br />

Marilei Vasconcelos, pesquisadora, distinguiu nos profetas uma série de símbolos<br />

maçônicos e Isoldi Venturele, atribuiu a Aleijadinho inclinações políticas libertárias.<br />

Aleijadinho não foi maçom, mas o seu pai, mestre de obras e arquiteto português, foi<br />

maçom ativo. Na certidão de batismo, consta que Aleijadinho nasceu escravo, sendo<br />

alforriado, conforme dados aceitos pelo museu Aleijadinho, localizado em Ouro Preto.<br />

Seguimos viagem e quinze quilômetros após chegamos à cidade de Tiradentes. Fomos<br />

recepcionados pelos maçons das Lojas “Umbral das Vertentes” e “Liberdade e Fraternidade<br />

Pradense”, respectivamente Gelson Inácio da Silva, Valmir Neves Lombello, Tarcísio<br />

17


18<br />

Nonato de Paula, Gabriel Campos de Oliveira, Júlio de Pilar Bolognani, César Murilo<br />

Trindade Velho, Manoel Messias de Alves Lima, Cláudio Márcio Ferreira, Marco Antônio<br />

da Silva Rios, Luiz Cláudio da Silva e Gustavo Rodrigues Dias, que nos levaram aos pratos da<br />

culinária mineira, em amplo restaurante e suas varandas, com um fumegante fogão contendo<br />

tutu mineiro, linguiça, frango ao molho pardo, feijão tropeiro, leitão à pururuca, frango com<br />

“orapronobis”, crocante torresmo à pururuca, couve e angu, frango com quiabo, não faltando<br />

a tradicional cachaça, seguido por canudo de doce de leite, pé de moleque, canjica, queijo<br />

fresco, este símbolo maior das iguarias de Minas Gerais e derivados, como pão de queijo e<br />

coalhada, além de ambrosia e outras delícias. A comida mineira é substanciosa e como bom<br />

mineiro, Amintas disse: “Comida com sustança”.<br />

Nos deslocamos pelas ladeiras da cidade, entre pedras altas e baixas que não permitem<br />

um andar equilibrado, muito menos para mulheres portando salto alto, mas chegamos ao<br />

objetivo da viagem realizada, que era por indicação que agradeço, do Grão-Mestre Amintas<br />

de Araújo Xavier, participar da solenidade e receber o Colar do Mérito Cívico Joaquim José<br />

da Silva Xavier “Alferes Tiradentes”, concedido pela Ordem dos Cavaleiros da Inconfidência<br />

Mineira, acompanhado do certificado assinado pelo Comendador Grão Colar, Celso Rafael<br />

de Oliveira.<br />

A Ordem dos Cavaleiros da Inconfidência Mineira é uma instituição cívica, filantrópica<br />

e cultural, que tem como pilar do seu objetivo social, um dos mais importantes movimentos<br />

sócio/culturais e históricos do Estado de Minas Gerais, a INCONFIDÊNCIA MINEIRA.<br />

Tem na sua essência uma das mais importantes premiações ao reconhecimento de pessoas<br />

físicas e jurídicas que prestam comprovados serviços à história, cultura e sociedade. É<br />

seguidora dos princípios tradicionais da Ordem dos Cavaleiros Hospitaleiros, de Vila Rica,<br />

criada na antiga capital de Minas Gerais, possivelmente pelo inconfidente Tomás Antônio<br />

Gonzaga, por volta de 1789, atuando em Tiradentes na época da Colônia.<br />

Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, membro da AGI, delegado de polícia aposentado, professor e<br />

maçom do Grande Oriente do Brasil -barbosanunes@terra.com.br.


19<br />

7 - perguntas e respostas<br />

Ir Pedro Juk<br />

O presente bloco<br />

é produzido pelo Ir. Pedro Juk.<br />

Loja Estrela de Morretes, 3159<br />

Morretes - PR<br />

marcha do aprendiz<br />

Um Respeitável Irmão que solicita a não divulgação do seu nome e Loja a que<br />

pertence, REAA, Oriente de Curitiba, Estado do Paraná apresenta a questão seguinte:<br />

Aprendemos, há muitos anos, que no REAA o Aprendiz não deve<br />

levantar o pé do chão durante a marcha, e sim arrastá-lo, porque ainda está<br />

ligado à matéria, ao material, a Terra. Não sabe andar, não sabe falar (apenas<br />

soletrar...), também ainda não se acostumou à luz que acabou de receber, por<br />

isso vai “tateando”. Arrasta o pé esquerdo para frente e depois une o calcanhar<br />

direito, sem tirá-lo do chão, ao calcanhar esquerdo, formando um esquadro.<br />

No último ERAC, um dos trabalhos apresentados criticou o arrastar de pés na<br />

Marcha do Aprendiz. Fomos consultar o Manual do Grau 1 e o Manual de<br />

Procedimentos Ritualísticos, e efetivamente nenhum deles aborda o arrastar de<br />

pés.<br />

Com isso ficamos em dúvida e já não temos a mesma segurança para transmitir<br />

aos Aprendizes as considerações esotéricas que nos foram passadas. Estamos a<br />

tanto tempo repetindo um erro?


20<br />

Considerações:<br />

Essa prática do arrastar dos pés fez parte por muito tempo na concepção da<br />

Marcha do Aprendiz e a sua idade. Puríssima invenção. O Aprendiz<br />

tradicionalmente dá os passos normais unindo-os pelos calcanhares em<br />

esquadria iniciando com o pé esquerdo ou direito conforme o Rito. De fato a<br />

idade do Aprendiz de Maçonaria em alguns arcabouços doutrinários, como é o<br />

caso do Rito Escocês, está associado à infância, porém longe de ser distinguida<br />

pelo arrastar dos pés ou ligações com a matéria. O titubear dos passos com a<br />

dificuldade de locomoção figurada está diretamente ligada à Primeira Viagem e<br />

nunca à Marcha. Já no primeiro Ritual Escocês do simbolismo datado de 1.804 os<br />

passos se apresentam como normais e nunca arrastando os pés.<br />

Por esse sentido é que o Ritual, bem como o Manual de Procedimentos não<br />

preconiza o arrastar dos pés.<br />

O ato de juntar os pés em esquadria está ligado diretamente à tradição operativa<br />

e a pedra angular da obra, onde era ensinada ao Aprendiz iniciado a colocação<br />

dos pés junto à pedra esquadrejada no canto nordeste da construção, fato que<br />

viria formar a esquadria com os pés unidos pelos calcanhares. É dessa antiga<br />

prática que está à associação com a 47ª Proposição de Euclides ou o Teorema de<br />

Pitágoras. Davam-se a partir da pedra angular três passos em direção ao Sul;<br />

dela davam-se outros quatro em direção do Ocidente. A união desses dois<br />

extremos deveria ser fechada com cinco passos. O resultado preciso desse<br />

triângulo retângulo dava, e ainda dá o canto em esquadria (square). Daí se<br />

esquadrejava o canto, nivelava-se e aprumava-se. Aliás, essa é prática atual nas<br />

atuais marcações das construções.<br />

A Loja é um canteiro e nele se constrói um novo Homem. Nesse particular não<br />

cabem definições ocultistas e místicas, a despeito que esse pensamento não<br />

pode ser unânime em um espaço que a grande arte está na convivência e não<br />

opiniões pessoais e dogmáticas.<br />

Se ainda existem ritos que preconizem o arrastar dos pés, o que não é o caso do<br />

Rito Escocês Antigo e Aceito seria necessária à compreensão da sua proposta<br />

doutrinária para elucidar o ato.<br />

T.F.A.<br />

PEDRO JUK<br />

jukirm@hotmail.com<br />

JUN/2013<br />

Na dúvida pergunte ao JB News ( jbnews@floripa.com.br )<br />

que o Ir Pedro Juk responde ( jukirm@hotmail.com )<br />

Não esqueça: envie sua pergunta identificada pelo nome completo, Loja, Oriente, Rito e Potência.


21<br />

8 - destaques jb<br />

Lojas Aniversariantes da GL<strong>SC</strong><br />

Data Nome Oriente<br />

01/09 Fraternidade Blumenauense Blumenau<br />

05/09 Fraternidade Chapecoense Chapecó<br />

08/09 Sentinela do Sul Tubarão<br />

17/09 Universo Florianópolis<br />

17/09 Universo II Florianópolis<br />

17/09 Universo III Florianópolis<br />

20/09 Acácia da Arte Real Florianópolis<br />

Lojas Aniversariantes do GO<strong>SC</strong><br />

Data Nome Oriente<br />

03/09/1993 Treue Freundschaft Florianópolis<br />

09/09/1969 Liberdade E Justiça Canoinhas<br />

09/09/1991 Cavaleiros Da Luz Blumenau<br />

16/09/2003 Ordem E Fraternidade Florianópolis<br />

18/09/2009 Colunas Do Oriente Tijucas<br />

20/09/1948 Luiz Balster Caçador<br />

20/09/2008 Acácia Da Serra Rio Negrinho


22<br />

Lojas Aniversariantes do <strong>GOB</strong>/<strong>SC</strong><br />

Data Nome Oriente<br />

01.09.64 Harmonia e Trabalho - 2816 Florianópolis<br />

03.09.05 Retidão e Cultura - 3751 Florianópolis<br />

08.09.04 Cruzeiro do Sul - 3631 Florianópolis<br />

09.09.10 Reg. Guabirubense - 4100 Brusque<br />

10.09.96 Reg. Lagunense - 2984 Laguna<br />

11.09.10 Cruz e Sousa de Estudos e Pesquisas Florianópolis<br />

do Rito de York<br />

12.09.23 Paz e Amor V - 0998 São Francisco do Sul<br />

12.09.97 Otávio Rosa 3184 São Pedro de Alcântara


23<br />

Notícias do <strong>GOB</strong>/<strong>SC</strong>:<br />

O Eminente Irmão Wagner Sandoval Barbosa, Grão Mestre do Grande Oriente do<br />

Brasil - Santa Catarina, recebeu, em Sessão realizada no Palácio do Lavradio no Rio<br />

de Janeiro, presidida pelo Ir. Alberto Coelho, o Título de Membro Honorário das Lojas<br />

Comércio e Artes nº 001, União e Tranquilidade nº 002 e Esperança de Nichteroy<br />

nº 003, fundadoras do Grande Oriente do Brasil em 1822.<br />

A Sessão, muito prestigiada, contou com a presença do Grão Mestre Geral do <strong>GOB</strong>,<br />

Soberano Ir. Marcos José da Silva, Grão Mestre Geral Adjunto, Sapientíssimo Ir.<br />

Eurípedes Barbosa Nunes, Presidente da SAFL, Sapientíssimo Ir. Ademir Cândido<br />

da Silva, Grão Mestre Distrital da Grande Loja Unida da Inglaterra, Ir. Collin Foster,<br />

diversos Grão Mestres Estaduais e vários convidados especiais.<br />

Os Irmãos homenageados foram:<br />

Euripedes Barbosa Nunes - Grão Mestre Geral Adjunto do <strong>GOB</strong><br />

Ademir Candido da Silva - Presidente da SAFL<br />

Manoel Rodrigues de Castro - Ex-GMG<br />

Fernando Colacioppo - Secretario Geral Adj. de Comunicação do <strong>GOB</strong><br />

Matheus Casado Martins - Assessor Especial do GMG<br />

Amintas de Araújo Xavier - Grão Mestre do <strong>GOB</strong>-MG<br />

Jorge Colombo Borges - Grão Mestre do <strong>GOB</strong>-RS


24<br />

Wagner Sandoval Barbosa - Grão Mestre do <strong>GOB</strong>-<strong>SC</strong><br />

Dalmo Wilson Louzada - Grão Mestre do <strong>GOB</strong>-PR<br />

Aderaldo Pereira de Oliveira - Grão Mestre do <strong>GOB</strong>-PB<br />

Benilo Allegretti - Grão Mestre do <strong>GOB</strong>-MS<br />

Luiz Adive Palmeira - Grão Mestre Adjunto do <strong>GOB</strong>-MS<br />

Francisco José de Souza - Grão Mestre do <strong>GOB</strong>-PI<br />

Edimo Muniz de Pinho - Grão Mestre do <strong>GOB</strong>-RJ<br />

Harley Correia da Cunha - MI da Loja Academia Maçônica de Estudos nº 4008)<br />

O Eminente Ir. Wagner Sandoval Barbosa, Grão<br />

Mestre do Grande Oriente do Brasil - Santa<br />

Catarina falou em nome dos homenageados.<br />

clique abaixo e acompanhe o link fotográfico:<br />

https://picasaweb.google.com/103634428674850958508/WagnerSandoval<br />

BarbosaTitulo?authkey=Gv1sRgCKb82_SUs8GbWA#


25<br />

Caro Jeronimo Borges, para seu conhecimento A Agenda dos Veneráveis Por<br />

Cortesia de nossos patrocinadores:<br />

Mecon Contábil http://www.candinho.com.br ABCEL Assistência Funerária<br />

http://www.abcel.com.br Hoffman Advogados http://hoffmanadvogados.com.br e<br />

Telecinagem http://telecinagem.com.br<br />

Setembro<br />

01 Dia do 50º Aniversário da Loja Fraternidade de Ribeirão Pires.<br />

01 Dia do 453º Aniversário da Cidade de Mogi das Cruzes.<br />

02 Labor Day. Dia do Trabalho nos Estados Unidos.<br />

05 Ano Novo Judáico de 5774.<br />

07 Dia da Independência do Brasil.<br />

07 Sessão Cívica a partir das 8 horas no Capítulo De Molay Pilares (RP) com todas<br />

as Lojas de Ribeirão Pires.<br />

07 Dia do 10º Aniversário da Loja Universitária Luz do Oriente.<br />

08 Posse da II Gestão Administrativa da Assembléia Eterna Aliança nº 33 da<br />

Ordem do Arco Íris às 10 horas no templo da loja Luz do Oriente.<br />

11 Iniciação ao Grau 4 na Loja Perfeição Luz do Oriente.<br />

12 Pompas Fúnebres em homenagem a Nelson Calsavara Garcia na Loja<br />

Fraternidade São Caetano.<br />

14 Magna Branca na Loja Universitária Luz do Oriente. Décimo Aniversário..<br />

14 Yon Kippur - Dia do Perdão.<br />

18 Elevação ao Grau 18 na Loja Capitular Luz do Oriente.<br />

18 Magna Branca na Loja Renascença (Santo André). Palestra do Irmão Pedro<br />

Gregori.<br />

19 Dia do 47º Aniversário da Loja 28 de Julho.<br />

19 Festa dos Tabernáculos.<br />

20 Dia do 19º Aniversário da Loja Bento Gonçalves.<br />

20 Dia do 143º Aniversário da Unificação da Italia.<br />

21 Assembléia Geral Deliberativa e Legislativa na GLESP.<br />

21 Dia da Árvore.<br />

21 Magna de Iniciação na Loja Luzes do Universo (SBC).<br />

21 Cerimônia Cívica de Troca do Pavilhão Nacional no Monumento do Ipiranga as<br />

10 horas. Pela Associação Comercial de São Paulo e Movimento Cívico em Defesa<br />

do Parque e Monumento da Idependência.<br />

22 Equinócio da Primavera.<br />

23 Dia do 10º Aniversário da Loja Luzes da Reflexão (SBC).<br />

27 Tradicional Almoço Mensal no Hotel Acácia a partir das 11 horas.<br />

30 Dia da Secretária.<br />

---------------------------------------------<br />

Solicitamos às Lojas do Grande ABC que nos enviem suas agendas e links para enriquecer<br />

nossas informações.


26<br />

AGENDE-SE:<br />

C O N V I T E<br />

João Eduardo Noal Berbigier, Grão-Mestre da Grande Loja de Santa Catarina<br />

Alaor Francisco Tissot, Grão-Mestre do Grande Oriente de Santa Catarina<br />

Wagner Sandoval Barbosa, Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil - Santa<br />

Catarina<br />

Convidam Vossa Excelência e Excelentíssima família para participarem da Sessão<br />

Magna Pública Comemorativa ao Dia da Independência, a realizar-se no dia 02 de<br />

setembro de 2013, amanhã, às 20h00, no Templo da Grande Loja de Santa<br />

Catarina, na Av. Pequeno Príncipe, 1002, Campeche, Florianópolis.<br />

Traje: Passeio Completo<br />

Maçons com Paramentos Simbólicos.<br />

Rádio Sintonia 33 e JB News.<br />

Música, Cultura e Informação o ano inteiro.<br />

Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal<br />

www.radiosintonia33.com.br


27<br />

1 - Ela é a neta (com 11 anos de idade) de Luciano Pavarotti e<br />

lamentavelmente o Grande Pavarotti nunca a viu cantar.<br />

http://www.youtube.com/watch_popup?v=-LymQnwB5bw&vq=la<br />

2 - RUA DAS PORTAS DE STO. ANTÃO - Aconteceu esta coisa linda<br />

na nossa Lisboa! Uma música portuguesa com certeza!!!!!!!!! Que<br />

pena que eu não estava lá!!!!<br />

http://www.youtube.com/watch?v=K1YThf3yhQo<br />

3 - Para refletir...Leandro Karnal - O mal primordial: o orgulho nosso de<br />

cada dia - cultura<br />

https://www.youtube.com/watch?v=cpxVd5whW9U<br />

4 - Espetáculo de rara beleza.<br />

http://www.youtube.com/embed/rv7dGhj5UlA


28<br />

fechando a cortina<br />

O Ir Sinval Santos da Silveira,<br />

Grande Orador da GL<strong>SC</strong><br />

escreve aos domingos neste espaço<br />

NA SEMANA DA PÁTRIA QUE HOJE SE INICIA!<br />

HOMENAGEM À MINHA PÁTRIA<br />

Transfiro a honra de te saudar, revivendo a memória<br />

de gloriosos filhos teus.<br />

Do homem nada restou.<br />

Da sua mulher, somente a louca morte pode explicar.<br />

Dos seus quatro filhos, com a palavra o impiedoso<br />

bacilo de Koch, que a nenhum perdoou.<br />

Do gênio, restou o que a história registrou.<br />

Deposito aos teus pés, os doces poemas, missal<br />

e broquéis, que somente tu, Pátria Brasileira,<br />

és merecedora.<br />

Berçados nos sentimentos, na nobreza de uma<br />

inteligência literária, sem precedente, sou, apenas,<br />

o recadeiro de um homem, meu ilustre conterrâneo,<br />

que gargalhou da estúpida vida que o destino lhe reservou.


Cuida, hoje, dos jardins no infinito, colhendo flores soltas<br />

no ar.<br />

Meu nobre Poeta, que orgulho tenho de ser o teu<br />

conterrâneo, e poder saudar a tua Pátria, nesta<br />

semana tão festiva e solene.<br />

A minha Pátria, também.<br />

Falei com a tua alma, João, aquela tal de Cruz e<br />

Sousa, o maior e inigualável artista, o mago das<br />

letras e dos pensamentos.<br />

Determinou-me que não me deixasse levar pelas<br />

correntes da razão, pela realidade dos<br />

acontecimentos pois, certamente, sucumbiria como<br />

sua mulher, louco de tanta decepção.<br />

Neste ponto, João, te peço perdão, por ordem dos<br />

meus sentimentos, por uma obrigação de fidelidade<br />

ao meu País, que está mergulhado numa convulsão social.<br />

Parafraseando um irônico político brasileiro, e com<br />

as minhas alterações:<br />

Nunca se mentiu tanto, neste País.<br />

Nunca se teve, neste País, tantos compromissos<br />

espúrios, e estranhos aos interesses da Nação Brasileira.<br />

O povo pode haver engolido tudo isto, mas não digeriu.<br />

Está devolvendo o fermentado veneno da decepção.<br />

Cabe, assim, aos que te amam, retraçar os teus rumos.<br />

É do povo, teus filhos, a obrigação desta correção,<br />

tenha o nome que tiver pois, embora contrário à<br />

violência, não se curva à indiferença.<br />

A maçonaria está procurando cumprir a sua parte,<br />

como historicamente sempre o fez.<br />

Abandonou as trincheiras da observação para,<br />

em campo aberto, dizer não à corrupção, um<br />

basta às mentiras, sim à educação, saúde,<br />

segurança, e a tantas outras coisas mais...<br />

Não se pode mais permitir que te exponham<br />

à ridicularização, perante outros povos, pelos<br />

sucessivos fracassos, de uma política equivocada<br />

ou, o que é mais grave, mal intencionada.<br />

Neste vendaval de decepções, busco alento<br />

nos exemplos de um verdadeiro guerreiro, quase lenda.<br />

Um homem de bem, Um padrão moral !<br />

29


30<br />

Valente, honesto e decente, legou aos teus<br />

filhos, Pátria Brasileira, a imagem da humildade<br />

e do respeito, com absoluta lealdade aos<br />

superiores e subordinados.<br />

Um sertanista, diriam alguns.<br />

Para outros, um desbravador, a quem muito<br />

deve a tua história, minha Pátria.<br />

Ao presenciar estes momentos políticos, deve<br />

estar chorando de tristeza.<br />

Decepcionado.<br />

Mas diria, ainda, aos seus comandados, frente<br />

às nações indígenas, das quais herdou o sangue<br />

valente do guerreiro:<br />

Morrer, se preciso for. Matar, jamais."<br />

Recebe o fraterno abraço do teu digno filho,<br />

Cândido Mariano da Silva Rondon, o muito<br />

respeitosamente, Marechal Rondon.<br />

Finalmente, um grande homem, certamente da<br />

estatura moral e patriótica do Marechal Rondon,<br />

vive uma enorme angústia em sua alma.<br />

Não pela maldita corda que o assassinou, mas<br />

pelo desejo de gritar, bem alto, por todo o teu<br />

território.<br />

Desabafa, Patriota e Mártir, Tiradentes:<br />

AGORA QUE CONQUISTAMOS A INDEPENDÊNCIA<br />

TERRITORIAL, A ABOLIÇÃO DA E<strong>SC</strong>RAVTURA,<br />

A PROCLMAÇÃO DA RREPÚBLICA, TEMOS QUE<br />

CONQUISTAR A DECECÊNCIA POLÍTICA E<br />

ADMINISTRATIVA.<br />

Avante Maçonaria.<br />

A história te aguarda.<br />

Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com/<br />

* Sinval Santos da Silveira - Obreiro da ARLS.·.<br />

Alferes Tiradentes nr. 20 e Grande Orador da GL<strong>SC</strong>

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