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“Um estar entre o céu e o chão” Arte, beleza e... Drummond de Andrade Shara Lylian de Castro Lopes, Licenciada em Letras e amante e praticante de dança contemporânea; fotos: Jairo Galvão Éindiscutível a posição privilegiada da sensibilidade à estética e ao belo na constituição de ser humano. Não é à toa que a arte é manifestação humana desde a pré-história, encontrada inclusive através de desenhos rupestres que representavam ritos artísticos, sagrados ou de outra ordem, seguidos na história, por registros escritos acerca de tais manifestações desde a antiguidade. Assim, ao lado da música, teatro, literatura, cinema e outras formas de arte, encontramos a dança, tida por muitos estudiosos como uma das principais manifestações artísticas e culturais utilizadas pelo homem com inúmeras finalidades como: condicionar o corpo, no âmbito da educação física; libertar a alma, sensibilizar o espírito, interagir com os outros e representar a realidade de forma cênica, no âmbito cultural; desenvolver múltiplas habilidades mentais e corporais, no DANÇA: REALIDADE EM FORMA CÊNICA âmbito da saúde; comunicar-se com divindades, no âmbito religioso; sensualizar, e, até mesmo, entreter. Nesse percurso milenar da dança, várias transformações se deram, estilos ascenderam e decaíram dando lugar a outros, em virtude daquilo que as épocas e contextos sociais solicitavam para o momento e, desse modo, a sociedade presenciou estilos de dança clássicos, modernos, até chegarmos à dança contemporânea, todos quase sempre acompanhados de outras manifestações culturais como a literatura e a música, por exemplo. A quebra de paradigmas e posturas clássicas, no entanto, foram balizares para a evolução e estabelecimento da dança contemporânea por parte dos artistas, à época da revolução tecnológica e cultural que acontecia em todo o mundo dos séculos XX e XXI e que forneceriam a esse movimento artístico recursos mais interativos como iluminação, som e outros contribuintes para a execução e continuidade da dança. 96 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
“A dança? Não é movimento, súbito gesto musical É concentração, num momento, da humana graça natural. No solo não, no éter pairamos, nele amaríamos ficar. A dança - não vento nos ramos: seiva, força, perene estar. Um estar entre céu e chão, novo domínio conquistado, onde busque nossa paixão libertar-se por todo lado... Onde a alma possa descrever suas mais divinas parábolas sem fugir a forma do ser, por sobre o mistério das fábulas.” Drummond de Andrade Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 97
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