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Notas técnicas - Diário Catarinense

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à fronteira agropecuária ao norte de Mato Grosso, vêm potencializando o processo<br />

de concentração agrária na região.<br />

Pode-se afirmar que a monocultura da soja ou do binômio soja-milho, além<br />

do algodão, fez por reforçar a desigualdade que marcava a propriedade da terra em<br />

uma região historicamente ocupada por uma pecuária ultraextensiva. Assim, ao<br />

contrário das áreas do Rio Grande do Sul e do Paraná, precursoras da introdução<br />

e consolidação da agroindústria da soja no Sul do País a partir dos anos de 1970,<br />

na Região Centro-Oeste esta lavoura alcançou uma escala de tecnificação que<br />

influenciou a concentração fundiária nestes recortes.<br />

Na Região Norte, a presença de grandes estabelecimentos na fronteira agropecuária<br />

contrasta com o domínio de pequenas propriedades de produtores posseiros,<br />

denominados ribeirinhos, que com a pesca artesanal e sua produção familiar, basicamente<br />

de subsistência, historicamente ocuparam os recursos dos rios e os solos<br />

de várzea fertilizados naturalmente pelas cheias sazonais.<br />

Este o contexto em que se observa a presença de municípios com alta desigualdade<br />

na distribuição de terras, como os do sudoeste do Pará, que se inserem<br />

crescentemente à fronteira agropecuária, quer pela expansão de pastagens, quer<br />

pela produção de soja e milho, e aqueles que, como os do noroeste do Amazonas –<br />

cujos baixos índices de desigualdade na estrutura fundiária revelam o domínio do<br />

ribeirinho e sua pequena lavoura de subsistência – onde se concentra a produção<br />

de mandioca como base alimentar tradicional da cultura indígena e cabocla, assim<br />

como do pequeno comércio local de farinha.<br />

Finalmente, na Região Sudeste, observa-se uma complexa convivência entre<br />

áreas de forte, média e pequena desigualdade na concentração de terras, em geral<br />

associadas a antigos processos de ocupação, como nas áreas de colonização europeia<br />

do Espírito Santo e Rio de Janeiro, assim como as áreas de pequenos e médios<br />

estabelecimentos no sul de Minas Gerais. Por outro lado, observa-se que a especialização<br />

em lavouras modernizadas, como as de cana-de-açúcar, em São Paulo,<br />

repele o produtor com menor grau de capitalização.<br />

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