15.05.2015 Views

Prosa - Academia Brasileira de Letras

Prosa - Academia Brasileira de Letras

Prosa - Academia Brasileira de Letras

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A música sacra cristã: das origens à atualida<strong>de</strong><br />

ligados ao Antigo Testamento: “Israel no Egito”, “Salomão”, “Jefté”, “Débora”,<br />

“Ester”, “Sansão”, “Saul”. A todos, entretanto, supera, pela beleza e expressivida<strong>de</strong>,<br />

o “Messias”, escrito em 1741. Mais do que todos os outros oratórios<br />

han<strong>de</strong>lianos, o “Messias” alcançou vasta popularida<strong>de</strong> e alguns dos seus<br />

coros, especialmente o “Aleluia”, com que se encerra a segunda parte, incorporaram-se<br />

ao repertório <strong>de</strong> todos os conjuntos corais do mundo.<br />

Josef Haydn (1732-1809), além <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> oratório sacro, que po<strong>de</strong> ser<br />

colocado entre as maiores obras do gênero (“Criação”), e <strong>de</strong> um grandioso<br />

“Stabat Mater”, <strong>de</strong>ixou gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> missas, as mais belas que o século<br />

XVIII nos legou: “Lord Nelson”, “Para o tempo <strong>de</strong> guerra, “Cellensis”, “Santa<br />

Cecília”, entre outras. O caráter quase sempre jubiloso <strong>de</strong> suas missas valeu-lhe<br />

muitas críticas, porque não se coadunavam com a natureza severa da<br />

música sacra, a que a Igreja estava habituada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os tempos medievais. Mas é<br />

inegável o sentimento <strong>de</strong> espiritualida<strong>de</strong> no gran<strong>de</strong> compositor austríaco, mestre<br />

<strong>de</strong> tantas obras-primas, e que utilizou para a música sacra até os recursos<br />

puramente instrumentais, como, por exemplo, na monumental série intitulada<br />

“As sete últimas palavras da cruz”, escrita para quarteto <strong>de</strong> cordas.<br />

Não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser curioso que Mozart (1756-1791), tendo dominado todos<br />

os gêneros <strong>de</strong> composição, compondo obras magistrais em todos eles, não<br />

houvesse se interessado tanto pela forma oratoriana, na qual produziu apenas<br />

duas peças e que não estão entre as maiores do seu acervo: “O <strong>de</strong>ver do primeiro<br />

mandamento” e “Betulia liberata”. Em compensação, <strong>de</strong>ixou-nos vinte missas,<br />

numerosos motetes, antífonas, litanias, coroando sua obra com o sublime<br />

“Requiem”, que <strong>de</strong>ixou inacabado, mas foi completado por um seu amigo e<br />

discípulo.<br />

Na escola italiana são muitos os autores do glorioso settecento, que <strong>de</strong>ixaram<br />

importantes obras sacras: Vivaldi é autor <strong>de</strong> diversos salmos e <strong>de</strong> um oratório<br />

sacro-militar, intitulado “O triunfo <strong>de</strong> Judite”; Alessandro Scarlatti com um<br />

“Stabat Mater”, a “Paixão segundo São João” e a “Missa <strong>de</strong> Santa Cecília”;<br />

Pergolesi com o seu inspirado “Stabat Mater”; Stra<strong>de</strong>lla, com uma cantata <strong>de</strong><br />

Natal e um oratório sobre São João Batista, e tantos outros. Os franceses dos<br />

185

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!