Guia do Vereador - Sebrae
Guia do Vereador - Sebrae
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GUIA<br />
DO VEREADOR<br />
EMPREENDEDOR<br />
A confiança que você deposita na pequena empresa,<br />
o eleitor deposita nas urnas.
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
SEBRAE SP<br />
UNIÃO DOS VEREADORES DO ESTADO DE SÃO PAULO (UVESP)<br />
Conselho Deliberativo<br />
Presidente<br />
Fábio de Salles Meirelles (FAESP)<br />
ACSP Associação Comercial de São Paulo<br />
ANPEI Associação Nacional de PD&E das Empresas Inova<strong>do</strong>ras<br />
Banco Nossa Caixa S.A.<br />
FAESP Federação da Agricultura <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo<br />
FIESP Federação das Indústrias <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo<br />
FECOMERCIO Federação <strong>do</strong> Comércio <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo<br />
ParqTec Fundação Parque de Alta Tecnologia de São Carlos<br />
IPT Instituto de Peasquisas Tecnológicas<br />
Secretaria de Esta<strong>do</strong> de Ciência, Tecnologia,<br />
Desenvolvimento Econômico e Turismo<br />
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas<br />
SINDIBANCOS Sindicato <strong>do</strong>s Bancos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo<br />
CEF Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal<br />
BB Superintendência Estadual <strong>do</strong> Banco <strong>do</strong> Brasil<br />
Diretor Superintendente<br />
Ricar<strong>do</strong> Luiz Tortorella<br />
Diretores Operacionais<br />
José Milton Dallari Soares<br />
Paulo Eduar<strong>do</strong> Stabille de Arruda<br />
Gerentes Executivos<br />
Alessandro Paes <strong>do</strong>s Reis<br />
Regina Maria Borges Bartolomei<br />
Waldir Catanzaro<br />
Assessoria De Políticas Públicas<br />
Silvério Crestana – Gerente<br />
José Sávio J. Henrique<br />
Júlio César Durante<br />
José Alberto Andrade Cunha Neto<br />
Dulcineide Rezende<br />
Andréa de Araújo Dias<br />
Pedro Orlan<strong>do</strong> Galletta Filho<br />
Unidade Organizacional De Gestão Do Conhecimento<br />
Manfre<strong>do</strong> Archimor Paes – Gerente<br />
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
Coordenação geral <strong>do</strong> <strong>Guia</strong><br />
Silvério Crestana – Assessoria de Políticas Públicas<br />
Conteú<strong>do</strong> e produção<br />
Flávia Guerra Barbieri – FGB Consult<br />
Valdeci Neves – Expansão Delta<br />
Mariam Dimitri – Dimitri & Martins Consultoria<br />
Julia Sant’Anna<br />
Ali Ahmad Hassan – U.O. Gestão <strong>do</strong> Conhecimento<br />
Maria Regina Macha<strong>do</strong> – Revisão<br />
Design gráfico<br />
Victor Nosek<br />
Presidente de Honra<br />
Walter Feldman – São Paulo<br />
Diretoria Executiva<br />
Presidente: Sebastião Misiara<br />
Superintendente-executivo: Paulo Marcondes<br />
Superintendente de Comunicação: Silvia Melo<br />
1º Vice-presidente: Nequinho Desanti (Santana Parnaíba)<br />
2º Vice-presidente: Celso Alves (Aparecida)<br />
Secretária geral: Maria Terezinha de Jesus Pedrosa (S. J. Boa Vista)<br />
Diretores: Eugenio José Zuliani (Olímpia)<br />
Rodrigo Antonio Correa (Santa Fé <strong>do</strong> Sul)<br />
Tesoureiro-executivo: Osval<strong>do</strong> Caiel Filho (Barretos)<br />
Diretoras <strong>do</strong> Defam<br />
Fátima Yao (Capão Bonito),<br />
Aparecida Benedita Rodrigues (Rio Claro),<br />
Maria das Graças Berar<strong>do</strong> (Orlândia) e<br />
Reinalma Montalvão (Caçapava)<br />
Diretor-executivo e de relações com os esta<strong>do</strong>s<br />
Rogelio Barcheti (Avaré)<br />
Conselho fiscal<br />
Roberto Abe (Campos <strong>do</strong> Jordão),<br />
Maria Augusta Lopes Vilarinho (Barretos),<br />
Paulo Roberto Saponga de Oliveira (Itapeva),<br />
Manoel Kenji Chicaoka (Registro) e<br />
Francisco Antonio Paes (Palmares Paulista)<br />
Suplentes conselho fiscal<br />
Ademir Cleto (Tatuí),<br />
Elpidio Tencarte (Andradina),<br />
Silvia Maria Guilardi (Águas de São Pedro),<br />
João Boesso Neto (Boracéia),<br />
José Faleiros de Almeida Filho (Barretos)<br />
Assessores de comunicação regional<br />
Dickinson Girardi (Barretos), Francisco Arten (S. J. Boa Vista)<br />
Assessora de relações públicas: Luciana Viana (Praia Grande)<br />
Departamento jurídico: Marcelo Apareci<strong>do</strong> Coutinho (Areias),<br />
Silvio Gontijo de Abreu (Barretos), João Batista Costa (Holambra)<br />
Coordena<strong>do</strong>res Regionais:<br />
Agnal<strong>do</strong> Moreno (Santana Parnaíba), Andre Luiz Crepaldi (Martinópolis),<br />
Andre Queiroz Guimarães (Louveira), Anésio Ferreira de Campos (Cajamar),<br />
Antonio Edval<strong>do</strong> Costa “Dunga” (Araçatuba),<br />
Antonio Marcos Gava Junior (Barra Bonita), Apareci<strong>do</strong> Fernandes Junior (Avaré),<br />
Carlos Alberto Soares (Penápolis), Carlos Domingos Pupin (Batatais),<br />
Djalma Rodrigues (Arandu), Edmilson Francisco Chulé Ferreira (Capão Bonito),<br />
Elio Donizete Jardim (Tuiuti), Ercias Muniz (Juquiá), Erick Carbonari (Itatiba),<br />
Etelvino Nogueira (São Roque), Fábio Borges Barbosa (Apiaí),<br />
Francisco Eduar<strong>do</strong> Rossi (Dracena), Geral<strong>do</strong> Oliveira Campos (Alumínio),<br />
Gustavo Sarzi Sartori (Bragança Paulista), Helio Go<strong>do</strong>y (Sorocaba),<br />
Hélio Keichi Mori (São Miguel Arcanjo), Iram Daier Brunhani (Holambra),<br />
Ival<strong>do</strong> Sobral de Luna (Presidente Epitácio), Jamil Ono (Andradina),<br />
João Malveste (Orlandia), Joao Rodrigo Morales (Iaras), João Trida (Praia Grande),<br />
Joaquim Ortega “Chiquito” (Mirandópolis), Joel Bernar<strong>do</strong> Lima (Guapiara),<br />
José Carlos Borgo (Jaú), José Eduar<strong>do</strong> Pinheiro Candeo (Jales),<br />
José Fernan<strong>do</strong> de Oliveira (B. J. <strong>do</strong>s Perdões),<br />
José Geral<strong>do</strong> Celestino de Oliveira (Itatinga),<br />
José Geral<strong>do</strong> Pacheco da Cunha Filho (Porto Feliz), José Ricar<strong>do</strong> Car<strong>do</strong>zo Barreto (Avaré),<br />
José Ricar<strong>do</strong> Dias (Santo André),Julio César Marques Dias (Candi<strong>do</strong> Mota),<br />
Leandro da Silva (Igarapava), Luiz Antonio de Moraes “Maguila” (Porto Ferreira),<br />
Luiz Carlos Mota (São José <strong>do</strong>s Campos),<br />
Marcos Silveira (Tarumã), Maria Augusta Lopes Vilarinho (Barretos),<br />
Mario Acácio Ancona (Amparo),Maurício Massao Ogawa (Garça),<br />
Nelson Luiz Benevenutto (Novo Horizonte), Osmarino Leite (Rancharia),<br />
Paulo Gama (Suzano), Paulo Sassaki (Ibiúna), Paulo Tarzã (Itapeva),<br />
Plínio Cesar Firmino (São Simão), Pollyana F. G. Winther Araújo (Taubaté),<br />
Ronal<strong>do</strong> Herculano (Itatiba), Salomão Jorge Cury (Colina),<br />
Silvia Maria Abade Guilardi (Águas de São Pedro), Vagner de Paiva Casadei (Lins),<br />
Valter Cavina (Marília), Witter Francisco Soffner (Dois Córregos).<br />
Políticas Públicas Municipais de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
GUIA<br />
DO VEREADOR<br />
EMPREENDEDOR<br />
Políticas Públicas Municipais de 1 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
CRIANDO UM OLHAR DIFERENTE<br />
Este é um <strong>do</strong>cumento histórico para os Verea<strong>do</strong>res. A Uvesp aceitou o desafio de<br />
formular o “<strong>Guia</strong> <strong>do</strong> Verea<strong>do</strong>r Empreende<strong>do</strong>r” junto com o <strong>Sebrae</strong>-SP como contribuição<br />
inestimável aos candidatos às eleições de 2008. Defendemos nestas páginas idéias que<br />
contribuirão para acelerar o desenvolvimento sustentável e valorizar o papel <strong>do</strong> Verea<strong>do</strong>r<br />
como agente de mudanças.<br />
O Verea<strong>do</strong>r bem informa<strong>do</strong> é um atento agente de desenvolvimento local, intimamente<br />
vincula<strong>do</strong> à base de produção, à base da força <strong>do</strong> trabalho. Acima de tu<strong>do</strong>, é uma liderança<br />
comprometida com o bem-estar social <strong>do</strong> seu povo.<br />
A missão <strong>do</strong> Verea<strong>do</strong>r <strong>do</strong> futuro é lutar pela<br />
melhoria da qualidade <strong>do</strong>s serviços públicos,<br />
pela otimização de recursos arrecada<strong>do</strong>s no<br />
combate ao desemprego. É ouvir o contribuinte,<br />
interpretar seus anseios, lutar pelo ingresso <strong>do</strong>s<br />
empreende<strong>do</strong>res na formalidade e dar forma às<br />
soluções que conduzirão ao atendimento das<br />
demandas populares. As ações possíveis são muitas.<br />
Os resulta<strong>do</strong>s, com a ajuda de cada Verea<strong>do</strong>r, serão<br />
promissores.<br />
A Uvesp cumpre seu papel de articula<strong>do</strong>r de forças<br />
ao atuar em parceria com o <strong>Sebrae</strong>-SP e aproximar<br />
os Verea<strong>do</strong>res das leis municipais que podem<br />
fomentar a criação de novas empresas.<br />
“Cabe à Uvesp levar o<br />
Verea<strong>do</strong>r a entender que a<br />
Câmara Municipal não pode<br />
ser gargalo inibi<strong>do</strong>r da criação<br />
da micro e pequena empresa<br />
e que o pequeno empresário,<br />
é, na maioria <strong>do</strong>s casos, um<br />
lider no município. Além de<br />
gera<strong>do</strong>ra de emprego e renda,<br />
a micro e pequena empresa é<br />
também um fator decisivo de<br />
legitimidade da economia de<br />
merca<strong>do</strong>.”<br />
As idéias estão neste <strong>Guia</strong> e tornam os caminhos infinitamente mais curtos e mais baratos<br />
para a consolidação <strong>do</strong> desenvolvimento sustentável. Se transformada em base de consultas<br />
para os candidatos aos legislativos municipais, a publicação poderá criar um olhar diferente<br />
sobre a ação legislativa. O próximo mandato poderá ser um marco na emancipação<br />
político-financeira <strong>do</strong>s municípios brasileiros.<br />
Sebastião Misiara<br />
Presidente da Uvesp<br />
Políticas Públicas Municipais de 2 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
MENSAGEM AOS CANDIDATOS<br />
Quanto maior for a participação <strong>do</strong>s pequenos<br />
negócios na renda gerada, maior será a<br />
distribuição da riqueza no município.<br />
A sociedade globalizada faz com que novas formas de pensar e agir sejam necessárias para o<br />
desenvolvimento sustentável das nações. É preciso transformar boas idéias em soluções viáveis,<br />
sempre no senti<strong>do</strong> de atender aos anseios da população, e em sintonia com a modernidade.<br />
O desenvolvimento pelo viés <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>rismo é algo novo, que deve ser<br />
compreendi<strong>do</strong> e irradia<strong>do</strong> em suas possibilidades, para estimular a concepção de propostas<br />
inova<strong>do</strong>ras, com o poder de transformar realidades.<br />
Neste contexto, o verea<strong>do</strong>r é a principal ponte entre a comunidade e o poder público<br />
e tem muito a contribuir para o fortalecimento da cultura empreende<strong>do</strong>ra, geração de<br />
trabalho e renda em sua cidade.<br />
O desenvolvimento municipal seguramente passa pelo apoio aos micro e pequenos<br />
negócios. No Brasil são as micro e pequenas empresas que geram a maior parte <strong>do</strong>s postos<br />
formais de trabalho. Segun<strong>do</strong> o IBGE mais de 57% das pessoas com carteira assinada estão<br />
empregadas em estabelecimentos como farmácias, padarias, lojas, lanchonetes, pequenas<br />
fábricas, confecções e pequenas propriedades rurais.<br />
Elas estão entranhadas no teci<strong>do</strong> social brasileiro, e são vetores da melhoria da qualidade<br />
de vida, da dignidade e da prosperidade.<br />
Em outubro de 2007, o <strong>Sebrae</strong>-SP e a UVESP realizaram um seminário para debater<br />
a inserção <strong>do</strong>s temas relaciona<strong>do</strong>s ao empreende<strong>do</strong>rismo e às micro e pequenas<br />
empresas, nas eleições municipais deste ano, e optou-se pela elaboração de um <strong>Guia</strong><br />
descreven<strong>do</strong> boas práticas que são lideradas por verea<strong>do</strong>res e que ajudam a mudar a<br />
realidade de seus municípios.<br />
A consolidação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> seminário, apresentadas neste <strong>Guia</strong> <strong>do</strong> Verea<strong>do</strong>r<br />
Empreende<strong>do</strong>r, demonstrou que as questões levantadas não se restringem a alguns<br />
municípios ou regiões <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> de SP. Boa parte das demandas se origina na necessidade<br />
de uma postura mais empreende<strong>do</strong>ra para os verea<strong>do</strong>res e verea<strong>do</strong>ras, seja estimulada pela<br />
oportunidade de desenvolvimento presente no cenário macroeconômico brasileiro ou pela<br />
restrição imposta pela nova legislação relativa ao exercício <strong>do</strong> mandato.<br />
Acreditamos que este <strong>Guia</strong> poderá ser de boa utilidade para inspirar os candidatos<br />
inova<strong>do</strong>res, que estejam acompanhan<strong>do</strong> os acontecimentos referentes ao crescimento <strong>do</strong><br />
país, e que queiram contribuir para que seu município aproveite as janelas de oportunidade<br />
que se abrem.<br />
Fábio de Salles Meirelles<br />
Presidente <strong>do</strong> Conselho Deliberativo <strong>do</strong> <strong>Sebrae</strong>-SP<br />
Políticas Públicas Municipais de 3 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
O VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
As Câmaras Municipais são as instituições brasileiras que mais discutem e enfrentam as<br />
contradições e dificuldades da comunidade. E os Verea<strong>do</strong>res constituem os líderes mais<br />
próximos da população, conviven<strong>do</strong> com seus sonhos, necessidades e frustrações. E por<br />
esta aproximação tornam-se os maiores conhece<strong>do</strong>res da realidade <strong>do</strong>s pequenos negócios<br />
nos municípios. Portanto, acreditamos que Verea<strong>do</strong>res com visão empreende<strong>do</strong>ra e<br />
inova<strong>do</strong>ra podem contribuir muito para melhorar o ambiente empreende<strong>do</strong>r das cidades.<br />
O crescimento constante <strong>do</strong> desempenho das micro e pequenas empresas no<br />
desenvolvimento da economia brasileira faz surgir uma demanda por políticas públicas de<br />
fomento ao empreende<strong>do</strong>rismo. É neste contexto que o legislativo exerce papel fundamental,<br />
ao formular leis que incentivem o desenvolvimento das pequenas empresas, que respondem<br />
hoje por 99% das empresas registradas no Esta<strong>do</strong> de São Paulo e 20% <strong>do</strong> PIB.<br />
Neste <strong>Guia</strong> <strong>do</strong> Candidato Empreende<strong>do</strong>r para Verea<strong>do</strong>res reunimos os pontos de<br />
convergência entre o que os diretores da União <strong>do</strong>s Verea<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo e<br />
os técnicos <strong>do</strong> <strong>Sebrae</strong>-SP apostam como possíveis políticas públicas de apoio aos pequenos<br />
negócios, que podem auxiliar na construção da plataforma política <strong>do</strong>s Verea<strong>do</strong>res.<br />
Apresentamos aqui exemplos de iniciativas de sucesso, privilegian<strong>do</strong> temas que contribuam<br />
para o desenvolvimento das pequenas empresas e, por conseqüência, para o crescimento<br />
sustentável das cidades.<br />
Nosso objetivo é que este cardápio de informações sirva de apoio para a construção de<br />
modelos de ações que acelerem o crescimento <strong>do</strong> município, independentemente <strong>do</strong>s<br />
gestores que estarão à frente delas, para que os projetos implanta<strong>do</strong>s por eles tenham<br />
continuidade pelos seus sucessores.<br />
Ricar<strong>do</strong> Luiz Tortorella<br />
Diretor Superintendente <strong>do</strong> <strong>Sebrae</strong>-SP<br />
Paulo Eduar<strong>do</strong> Stabile de Arruda<br />
Diretor Técnico <strong>do</strong> <strong>Sebrae</strong>-SP<br />
José Milton Dallari Soares<br />
Diretor Administrativo-Financeiro <strong>do</strong> <strong>Sebrae</strong>-SP<br />
Políticas Públicas Municipais de 4 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
ÍNDICE<br />
POR QUE APOIAR OS PEQUENOS NEGÓCIOS? ...............................................6<br />
1. Verea<strong>do</strong>r como agente de desenvolvimento .....................................................7<br />
2. A razão da inclusão produtiva ..................................................................................8<br />
3. Pequenos negócios promovem a distribuição<br />
de renda e ajudam a fixar a riqueza na região ...................................................10<br />
4. Diferenças entre as pequenas cidades e as de maior porte ............................12<br />
5. Lei Geral Municipal: o novo estatuto da pequena empresa ............................14<br />
POLÍTICAS DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS .................................17<br />
1. Facilitar a abertura e o funcionamento de micro e pequenas empresas ......18<br />
2. Oferecer tratamento tributário favoreci<strong>do</strong> e diferencia<strong>do</strong> às micro e<br />
pequenas empresas ................................................................................................20<br />
3. Planejar e estruturar o desenvolvimento <strong>do</strong> município<br />
com sustentabilidade ambiental ...........................................................................22<br />
4. Promover o desenvolvimento de merca<strong>do</strong>s e o uso <strong>do</strong> poder<br />
de compras <strong>do</strong> município .......................................................................................25<br />
5. Incentivar programas de sustentabilidade ambiental .......................................28<br />
6. Ampliar o acesso à tecnologia ............................................................................31<br />
7. Fortalecer o associativismo ..................................................................................34<br />
8. Facilitar o acesso ao crédito e aos serviços financeiros ...............................36<br />
9. Desenvolver a educação empreende<strong>do</strong>ra e a capacitação profissional .......38<br />
10. Liderar as mudanças e transformações no município:<br />
o que o Verea<strong>do</strong>r pode e não pode fazer ............................................................40<br />
COMO ESTRUTURAR O MUNICÍPIO PARA APOIAR<br />
OS PEQUENOS NEGÓCIOS .....................................................................................43<br />
Passo a passo para o Verea<strong>do</strong>r empreende<strong>do</strong>r defender um programa<br />
de apoio aos pequenos negócios durante o seu mandato ...................................44<br />
Políticas Públicas Municipais de 5 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
POR QUE<br />
APOIAR<br />
OS PEQUENOS<br />
NEGÓCIOS?<br />
Políticas Públicas Municipais de 6 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
1. VEREADOR COMO AGENTE DE<br />
DESENVOLVIMENTO<br />
Em nossa história, as Câmaras Municipais sempre buscaram traduzir os anseios<br />
populares. Aos poucos, homens e mulheres eleitos livremente, se organizaram para<br />
realizar as aspirações políticas de seus representa<strong>do</strong>s. Um passa<strong>do</strong> de árduas lutas.<br />
Hoje os Legislativos Municipais têm a consciência das desafiantes responsabilidades que<br />
lhes incumbem: promover o desenvolvimento socioeconômico e abrir perspectivas de<br />
progresso em to<strong>do</strong>s os setores da cidade.<br />
Como primeiro agente político <strong>do</strong> país e mais próximo <strong>do</strong> cidadão, o Verea<strong>do</strong>r deve<br />
ter presente o seu dever para com a sociedade, qual seja contribuir para a geração de<br />
empregos e bem-estar social da população. Chegou a vez de cada Verea<strong>do</strong>r mostrar a<br />
sua força de forma criativa, sua capacidade de ser um empreende<strong>do</strong>r político atento às<br />
oportunidades que podem se traduzir em conquistas para o seu município.<br />
Políticas Públicas Municipais de 7 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
2. A RAZÃO DA INCLUSÃO PRODUTIVA<br />
A principal razão para apoiar os pequenos negócios é a inclusão produtiva. Mais empresas,<br />
mais empregos, mais cidadania. Os resulta<strong>do</strong>s na economia local não deixam dúvidas: uma<br />
política integrada de apoio aos pequenos negócios tem a capacidade de gerar bons números<br />
sobre o crescimento da renda, <strong>do</strong>s empregos e da arrecadação para os municípios.<br />
Os pequenos negócios são 99% de todas as empresas paulistas, oferecem quase 60% das<br />
oportunidades de emprego e representam cerca de 20% <strong>do</strong> produto interno bruto (PIB).<br />
De acor<strong>do</strong> com a Lei Geral, as microempresas são as que faturam até R$ 240 mil por<br />
ano e empresas de pequeno porte são as que obtém de R$240 mil a R$ 2,4 milhões de<br />
faturamento bruto anual.<br />
O desemprego afeta a vida da população e a economia de um município. No caso <strong>do</strong> Brasil,<br />
são exatamente as micro e pequenas empresas as maiores gera<strong>do</strong>ras de postos formais<br />
de trabalho. Em 1996, este segmento oferecia 50,6% das oportunidades. Sua participação<br />
relativa cresceu 13% em 2002, quan<strong>do</strong> os micro e pequenos negócios empregavam 57,2%<br />
<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res com carteira assinada, segun<strong>do</strong> o IBGE.<br />
Número de pessoas<br />
ocupadas nas empresas formais<br />
1996 2002<br />
Micro e Pequenas Empresas<br />
Médias e Grandes Empresas<br />
Em milhões<br />
de pessoas<br />
10,9<br />
10,7<br />
Percentual<br />
50,6%<br />
49,4%<br />
Em milhões<br />
de pessoas<br />
15,8<br />
11,8<br />
Fonte: IBGE, Cadastro Central de Empresas - CEMPRE; elaboração SEBRAE – UED.<br />
Percentual<br />
57,2%<br />
42,8%<br />
Além <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res formalmente emprega<strong>do</strong>s, mais de 13 milhões de brasileiros se<br />
sustenta realizan<strong>do</strong> atividades informais sem carteira assinada ou trabalhan<strong>do</strong> por conta<br />
própria. É importante destacar que as empresas informais geram relações informais com<br />
seus fornece<strong>do</strong>res, compra<strong>do</strong>res e, conseqüentemente, com seus trabalha<strong>do</strong>res, resultan<strong>do</strong><br />
em empregos informais e sem os benefícios trabalhistas garanti<strong>do</strong>s por lei. O apoio aos<br />
micro e pequenos negócios estimula a legalização de empresas.<br />
De 2000 a 2004, segun<strong>do</strong> a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) <strong>do</strong> Governo Federal,<br />
foram criadas no país mais de 924 mil novas empresas formais, sen<strong>do</strong> 910 mil de micro e<br />
pequeno porte. Com isso, a participação total das micro e pequenas empresas chegou a 5<br />
milhões, ou seja, 98,4% <strong>do</strong> total de empresas em atividade no país. Apesar <strong>do</strong>s anima<strong>do</strong>res<br />
números, no Esta<strong>do</strong> São Paulo 29% <strong>do</strong>s novos micro e pequenos negócios são encerra<strong>do</strong>s<br />
antes mesmo de completar um ano de existência. Em cinco anos, 56% deles já foram extintos.<br />
Políticas Públicas Municipais de 8 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
Em resumo, o apoio aos pequenos negócios revela muitas vantagens como estratégia para<br />
promover o desenvolvimento <strong>do</strong> município:<br />
• As micro e pequenas empresas geram quase a metade <strong>do</strong> total de empregos formais (com<br />
carteira assinada) cria<strong>do</strong>s no país. Cada estabelecimento tem poucos emprega<strong>do</strong>s, mas,<br />
juntos, eles se tornam os principais emprega<strong>do</strong>res da cidade.<br />
• Os pequenos negócios necessitam de políticas simples e de baixo custo cujos resulta<strong>do</strong>s<br />
são expressivos na geração de renda e trabalho. Exemplos: reduzir a burocracia e a carga<br />
de tributos municipais, criar incentivos fiscais para a implantação e expansão de negócios,<br />
organizar as atividades informais, entre outras.<br />
• Inclusão social e produtiva: os pequenos negócios absorvem pessoas com poucos anos<br />
de escolaridade ou sem acesso a programas de qualificação profissional, dan<strong>do</strong><br />
oportunidades a parcelas desfavorecidas da população.<br />
Merca<strong>do</strong> Municipal de Barretos<br />
Políticas Públicas Municipais de 9 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
3. PEQUENOS NEGÓCIOS PROMOVEM A<br />
DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E AJUDAM A FIXAR<br />
A RIQUEZA NA REGIÃO<br />
O Brasil está entre os países com os piores índices de distribuição de renda <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />
Poucos têm muito e muitos não têm quase nada: os 10% mais ricos da população detêm<br />
75% da renda produzida no país.<br />
Quanto maior for a participação <strong>do</strong>s pequenos<br />
negócios na renda gerada, maior será a<br />
distribuição da riqueza no município.<br />
Por esses e outros motivos o apoio aos pequenos negócios pode ser visto como uma<br />
estratégia de melhor distribuição de renda. A legalização das empresas – seguida da<br />
formalização da situação de seus funcionários – e a produção de riqueza de forma menos<br />
concentrada mostram como o investimento em pequenos negócios é fundamental para os<br />
municípios que querem se desenvolver de forma mais igualitária e com inclusão social.<br />
Além das grandes diferenças entre a renda de ricos e pobres, também se pode observar<br />
no Esta<strong>do</strong> de São Paulo altos índices de desigualdade regional. Isso significa que, enquanto<br />
algumas cidades têm altas receitas e melhores condições de se desenvolver, outras<br />
enfrentam grandes limitações orçamentárias. Uma das estratégias utilizadas para combater<br />
a desigualdade regional é buscar a fixação das riquezas nos municípios.<br />
Um exemplo é o setor rural. É preciso pensar na permanência <strong>do</strong> agricultor no campo<br />
e na construção positiva e complementar entre o rural e o urbano nas cidades paulistas.<br />
Os municípios precisam se articular com os governos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e da União para obter<br />
os melhores resulta<strong>do</strong>s da produção agrícola sem diminuir as oportunidades para os<br />
pequenos produtores rurais. O Esta<strong>do</strong> de São Paulo tem se destaca<strong>do</strong> na produção de<br />
cana-de-açúcar, laranja, grãos, carnes, frutas. É necessário planejamento para que as políticas<br />
públicas possam estimular a diversificação de culturas da produção paulista.<br />
Situação semelhante ocorre nos centros urbanos. Muitas cidades não conseguem oferecer<br />
empregos para to<strong>do</strong>s e é comum que trabalha<strong>do</strong>res se desloquem diariamente para<br />
municípios vizinhos, contribuin<strong>do</strong> para a produção de riqueza e arrecadação de outro lugar<br />
Políticas Públicas Municipais de 10 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
em virtude da escassez de empregos locais. Sem empresas emprega<strong>do</strong>ras não há estímulo<br />
para a expansão <strong>do</strong> comércio e <strong>do</strong>s serviços. Um ciclo muito negativo para a economia<br />
local: empregos e compras não acontecem na cidade.<br />
O ideal é que o dinheiro circule na cidade. Os pequenos negócios são a forma mais<br />
eficiente de se iniciar o processo de fixação da riqueza local em qualquer segmento da<br />
economia. Investi<strong>do</strong>res de fora também são bem-vin<strong>do</strong>s, desde que também ajudem a<br />
fortalecer os pequenos negócios locais. Ficam os investimentos, os empregos, o melhor<br />
atendimento à população, entre outros benefícios.<br />
O município que realizar um bom diagnóstico da economia vai ajudar a identificar<br />
vocações, potencialidades e oportunidades de negócios. O <strong>Sebrae</strong>-SP, Seade, IBGE, CEPAM,<br />
Secretarias e as universidades paulistas já possuem perfis municipais, indica<strong>do</strong>res e<br />
diagnósticos fáceis de serem utiliza<strong>do</strong>s. Para mais informações, visite o Observatório da<br />
Micro e Pequena Empresa em http://www.sebraesp.com.br ou<br />
http://www.seade.gov.br/produtos/perfil/<br />
Também é necessário avaliar o potencial de compras da cidade. Uma política de compras<br />
públicas pode fortalecer os negócios e promover a competitividade local. Prefeitura,<br />
Câmara Municipal, hospitais, escolas etc. podem comprar no próprio município e fortalecer<br />
a economia da cidade. Em pouco tempo a melhoria da oferta e da qualidade de produtos<br />
e serviços atrai os consumi<strong>do</strong>res. Em conseqüência <strong>do</strong> melhor resulta<strong>do</strong> das vendas das<br />
empresas são gera<strong>do</strong>s mais empregos. Dessa forma é possível incrementar a economia <strong>do</strong><br />
município, fixan<strong>do</strong> a riqueza onde ela é produzida e proporcionan<strong>do</strong> qualidade de vida aos<br />
cidadãos.<br />
Municípios vizinhos que vivem problemas semelhantes podem implantar programas comuns<br />
de desenvolvimento. Esta também é uma alternativa para fixar a riqueza na região. Juntos<br />
serão mais fortes e mais capazes de oferecer oportunidades a investi<strong>do</strong>res. Bons exemplos<br />
surgem de Consórcios Intermunicipais, sen<strong>do</strong> eles das mais diversas finalidades.<br />
Políticas Públicas Municipais de 11 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
4. DIFERENÇAS ENTRE AS PEQUENAS<br />
CIDADES E AS DE MAIOR PORTE<br />
O Brasil possui 5.564 municípios. Poucos, no entanto, conquistaram os avanços econômicos<br />
e sociais deseja<strong>do</strong>s. Faltam recursos financeiros para enfrentar os principais desafios: saúde,<br />
educação, infra-estrutura, segurança e desenvolvimento.<br />
Parte da solução para este complexo problema vem da iniciativa privada: empregos<br />
geram renda, que movimentam a economia local, que aumentam a arrecadação de<br />
tributos, que possibilitam mais investimentos públicos. Um ciclo positivo e sustentável.<br />
Mas para que as empresas possam dar sua contribuição ao desenvolvimento precisam<br />
de um ambiente favorável aos negócios, ou seja, menos burocracia, tributação justa e<br />
estímulos à competitividade.<br />
Seja qual for o tamanho da<br />
cidade, apostar nos pequenos<br />
negócios é uma estratégia<br />
vence<strong>do</strong>ra para promover o<br />
desenvolvimento.<br />
Com base em da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IBGE, 72% <strong>do</strong>s municípios <strong>do</strong> Brasil têm população inferior a 20<br />
mil habitantes. Com algumas exceções, essas 4.002 cidades <strong>do</strong> país mantêm uma economia<br />
estimulada e sustentada em torno <strong>do</strong>s pequenos negócios.<br />
Apesar da importância desta constatação, classificar as cidades usan<strong>do</strong> como critério o<br />
número de habitantes não garante o sucesso da política de apoio ao setor empresarial. Não<br />
há dúvidas de que cidades pequenas e grandes exigem políticas diferenciadas. Entretanto,<br />
no que se refere ao apoio aos pequenos negócios como estratégia complementar de<br />
promoção <strong>do</strong> desenvolvimento, as ações se diferenciam pelo perfil empresarial e não pelo<br />
tamanho das cidades.<br />
Análise da densidade empresarial possibilita ação estratégica<br />
Não há uma política “para cidades pequenas” e outra “para cidades grandes”. A criação de<br />
políticas locais de apoio aos pequenos negócios deve ser planejada de acor<strong>do</strong> com o perfil<br />
Políticas Públicas Municipais de 12 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
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empresarial da cidade. Os tipos principais de municípios lista<strong>do</strong>s a seguir auxiliam nesta<br />
classificação.<br />
Cidade com muitos pequenos negócios e sem grandes empresas:<br />
Este é o perfil da maioria das cidades brasileiras. Grande parte <strong>do</strong>s casos observa<strong>do</strong>s<br />
mostra que dar prioridade a ações que beneficiem o surgimento e a expansão <strong>do</strong>s<br />
pequenos negócios é uma estratégia de sucesso para a geração de mais empregos, aumento<br />
da formalidade, atração de investimentos sustentáveis e fortalecimento da economia local.<br />
Cidade com poucos negócios e poucas grandes empresas:<br />
Há cidades onde se instalaram uma ou duas grandes empresas. Nesses contextos, as<br />
companhias costumam impulsionar o desenvolvimento econômico <strong>do</strong> município por meio<br />
da geração de emprego e da cadeia produtiva criada no entorno delas. Em muitos casos,<br />
o progresso da cidade torna-se diretamente relaciona<strong>do</strong> à prosperidade das grandes<br />
empresas. Apoiar pequenos negócios significa, portanto, não apenas defender-se <strong>do</strong>s riscos<br />
da dependência como também criar estratégias de desenvolvimento produtivo sustentável<br />
buscan<strong>do</strong> identificar o perfil <strong>do</strong> município em questão.<br />
Cidade com poucos pequenos negócios e sem grandes empresas:<br />
Com raras exceções, essas são cidades estagnadas, onde a economia local depende da<br />
renda <strong>do</strong>s aposenta<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>s empregos da Prefeitura. Especialmente nesses casos, o apoio<br />
aos pequenos negócios mostra-se como o primeiro passo para reativar a economia, evitar<br />
o êxo<strong>do</strong> e garantir aumento de arrecadação.<br />
Cidade com muitos pequenos negócios e muitas grandes empresas:<br />
Com estruturas econômicas e produtivas mais complexas, essas cidades representam 28%<br />
das existentes no Brasil. Nesses casos, uma análise mais específica sobre cada situação é<br />
necessária. De qualquer forma, os pequenos negócios são importantes mecanismos de<br />
combate aos altos índices de desemprego observa<strong>do</strong>s nesses contextos.<br />
Os tipos principais de municípios lista<strong>do</strong>s são uma interpretação <strong>do</strong> cenário geral, mas<br />
não podem ser o único instrumento de planejamento. Ainda assim fica evidente que o<br />
estímulo aos pequenos negócios mostra-se útil aos gestores públicos <strong>do</strong>s diferentes<br />
perfis municipais pela promoção da redução <strong>do</strong>s riscos de dependência, pelo estímulo à<br />
reativação da economia estagnada ou como estratégia de inclusão social e produtiva.<br />
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5. LEI GERAL MUNICIPAL:<br />
O NOVO ESTATUTO DA PEQUENA EMPRESA<br />
Desde a Constituição de 1988, o tratamento adequa<strong>do</strong> à realidade das micro e pequenas<br />
empresas é previsto na lei maior <strong>do</strong> país. Desde então, foram aprovadas algumas<br />
legislações que asseguram benefícios para as empresas de menor porte, processo que<br />
culminou com a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Sancionada pelo presidente<br />
da República em 2006, esta lei complementar prevê a unificação e simplificação da<br />
arrecadação de impostos, a criação de mecanismos que priorizem micro e pequenos<br />
negócios como fornece<strong>do</strong>res de compras governamentais, a simplificação na abertura e<br />
no encerramento de empresas, entre outras medidas.<br />
Essa nova Lei deve ser regulamentada por esta<strong>do</strong>s e municípios. É essencial que a lei saia<br />
<strong>do</strong> papel. No Esta<strong>do</strong> de São Paulo mais de 60 municípios já sancionaram uma Lei Geral<br />
Municipal e mais de cem municípios estão elaboran<strong>do</strong> suas leis. Além de facilitar a vida das<br />
empresas, a implantação da Lei Geral no município estimula a formalização <strong>do</strong>s negócios e<br />
resulta em aumento da arrecadação. No médio prazo, os pequenos negócios se tornarão<br />
os principais propulsores <strong>do</strong> desenvolvimento municipal, fazen<strong>do</strong> com que a economia<br />
local aqueça e tenha maior dinâmica. Os primeiros sinais <strong>do</strong> aumento da arrecadação com<br />
o Simples Nacional foram percebi<strong>do</strong>s a partir de julho de 2007. Além disso, a elevação<br />
da atividade econômica estimulará o aumento da cota de recursos federais destina<strong>do</strong>s<br />
ao Fun<strong>do</strong> de Participação <strong>do</strong>s Municípios, o que também beneficiará a capacidade<br />
administrativa local.<br />
Esta arrancada para o desenvolvimento no município pode e deve ser liderada pelo<br />
Verea<strong>do</strong>r. A falta de recursos em grande parte das cidades não impede a realização de<br />
ações que dêem início a este círculo virtuoso <strong>do</strong> crescimento por meio <strong>do</strong> estímulo às<br />
micro e pequenas empresas. Neste guia, o candidato empreende<strong>do</strong>r encontrará alguns<br />
caminhos que poderão auxiliá-lo a incluir os pequenos negócios no seu plano para o<br />
desenvolvimento local.<br />
O objetivo fundamental da Lei Geral é viabilizar uma série de incentivos para o<br />
estabelecimento e a manutenção <strong>do</strong>s negócios no setor. Com a criação da Lei Geral<br />
Municipal, gestores locais poderão aplicar em suas cidades os mecanismos de tratamento<br />
diferencia<strong>do</strong> que proporcionam:<br />
• regime unifica<strong>do</strong> de apuração e recolhimento <strong>do</strong>s tributos;<br />
• desoneração tributária;<br />
• simplificação <strong>do</strong> processo de abertura, alteração e encerramento das micro e pequenas<br />
empresas;<br />
• facilitação <strong>do</strong> acesso ao crédito e ao merca<strong>do</strong>;<br />
• preferência às micro e pequenas empresas nas compras públicas;<br />
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• estímulo à inovação tecnológica;<br />
• incentivo ao associativismo.<br />
Até maio de 2008, 362 <strong>do</strong>s 5.564 municípios <strong>do</strong> país já haviam aprova<strong>do</strong> suas respectivas<br />
leis. No mesmo perío<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong> de São Paulo contabilizou 62 entre as 645 cidades<br />
paulistas onde a Lei Geral Municipal já é uma realidade. Bons modelos de Leis estão<br />
disponíveis. Bons exemplos são Itararé, o primeiro município paulista a regulamentar a<br />
Lei Geral, e Barretos, que obteve destaque na última edição <strong>do</strong> Prêmio <strong>Sebrae</strong> Prefeito<br />
Empreende<strong>do</strong>r.<br />
MAPA DA REGULAMENTAÇÃO DA LEI GERAL NOS MUNICÍPIOS PAULISTAS<br />
Atualiza<strong>do</strong> em 19/05/2008<br />
Caso seu município ainda não tenha aprova<strong>do</strong> a Lei Geral Municipal,<br />
indique ao Executivo os passos que devem ser segui<strong>do</strong>s:<br />
1º Promover a formação de uma equipe para regulamentá-la, buscan<strong>do</strong> a<br />
participação de representantes <strong>do</strong>s empresários, da Câmara <strong>do</strong>s Verea<strong>do</strong>res e das<br />
Secretarias municipais.<br />
Políticas Públicas Municipais de 15 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
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2º Definir o foco <strong>do</strong> apoio aos pequenos negócios de acor<strong>do</strong> com a vocação de<br />
cada município.<br />
3º Escolher os principais artigos da Lei Geral Municipal que devem ser imediatamente<br />
implementa<strong>do</strong>s.<br />
4º Redigir e formatar a proposta de regulamentação.<br />
5º Articular a discussão e aprovação na Câmara Municipal.<br />
6º Sancionar a lei e investir na divulgação das novidades para empresários e sociedade<br />
em geral.<br />
7º Tirar a lei <strong>do</strong> papel. Articular com instituições estaduais e federais a oferta de serviços<br />
de crédito, tecnologia etc. previstos na legislação municipal.<br />
Para participar das discussões e solucionar dúvidas sobre a Lei Geral, procure o <strong>Sebrae</strong><br />
mais próximo ou visite o site http://leigeral.sp.sebrae.com.br/<br />
Debate sobre a Lei Geral Municipal na Câmara de Rancharia<br />
Políticas Públicas Municipais de 16 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
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POLÍTICAS<br />
DE APOIO AOS<br />
PEQUENOS<br />
NEGÓCIOS<br />
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1. FACILITAR A ABERTURA E O<br />
FUNCIONAMENTO DE MICRO E PEQUENAS<br />
EMPRESAS<br />
Os projetos de desenvolvimento local basea<strong>do</strong>s no incentivo à atuação de micro e<br />
pequenas empresas não é responsabilidade apenas <strong>do</strong> Executivo, mas de to<strong>do</strong>s os atores<br />
políticos municipais.<br />
A pesquisa Doing Business, realizada pelo Banco Mundial, atualizada em 2007, mostra que<br />
entre to<strong>do</strong>s os países da América <strong>do</strong> Sul apenas Bolívia, Equa<strong>do</strong>r e Venezuela têm pior<br />
cenário que o Brasil para a realização de negócios. Dos 178 países pesquisa<strong>do</strong>s, o Brasil é o<br />
122 o coloca<strong>do</strong>. O mapa <strong>do</strong> Planeta <strong>do</strong>s Negócios pode ser visita<strong>do</strong> em:<br />
http://rru.worldbank.org/businessplanet/<br />
Entre os motivos que interferem na legalização de empresas e seu funcionamento pleno<br />
estão a dificuldade de abertura, formalização e expansão de suas atividades. O excesso<br />
de burocracia e os altos custos <strong>do</strong> processo, além de favorecerem a sonegação, inibem<br />
a legalização <strong>do</strong>s empreendimentos, estimulan<strong>do</strong> de maneira decisiva o crescimento da<br />
informalidade.<br />
A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa compatibiliza e integra procedimentos legais de<br />
distintos órgãos e esferas de governo, estratégias que já vinham sen<strong>do</strong> desenvolvidas em alguns<br />
esta<strong>do</strong>s e municípios <strong>do</strong> país. A novidade é que a simplificação no tratamento da burocracia<br />
poderá agora ser ampliada aos três âmbitos de governo: municipal, estadual e federal.<br />
Confira abaixo algumas das medidas que fazem parte da lei e foram desenvolvidas<br />
visan<strong>do</strong> à desburocratização. O apoio <strong>do</strong>s Verea<strong>do</strong>res é fundamental para que elas sejam<br />
regulamentadas nos municípios por meio da Lei Geral Municipal.<br />
• Criar a Sala <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>r para estabelecer a unicidade no processo de registro e de<br />
legalização das empresas. Isso evita a duplicidade de exigências e diminui o tempo para a<br />
abertura de negócios.<br />
• Divulgar informações, orientações e instrumentos, de forma integrada e consolidada,<br />
que permitam pesquisas prévias às etapas de registro, alteração e baixa<br />
<strong>do</strong>s micro e pequenos negócios.<br />
• Simplificar e uniformizar as exigências quanto à segurança sanitária, metrologia, controle<br />
ambiental e prevenção contra incêndios, para os fins de registro e legalização.<br />
• Dispensar a vistoria prévia e instituir o Alvará de Funcionamento Provisório pelo<br />
município, caso a atividade apresente baixo grau de risco, hipótese em que a vistoria se<br />
realizará após o início das atividades.<br />
Políticas Públicas Municipais de 18 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
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• Reunir to<strong>do</strong>s os órgãos municipais na Sala <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>r, agilizan<strong>do</strong> e<br />
desburocratizan<strong>do</strong> o atendimento ao empresário.<br />
• Sugerir a a<strong>do</strong>ção de leis que limitem o tempo de abertura e de encerramento das<br />
micro e pequenas empresas. Alguns programas já implanta<strong>do</strong>s dão prazo de 5 dias<br />
para o processo.<br />
As reformas precisam da participação <strong>do</strong> legislativo municipal. Por meio de frentes<br />
parlamentares os Verea<strong>do</strong>res podem interagir com o Executivo e garantir a regulamentação<br />
<strong>do</strong>s dispositivos acima.<br />
Desburocratização pioneira<br />
Depois de várias tentativas de atrair grandes empresas, Itararé voltou-se<br />
ao apoio a micro e pequenos negócios em 2006. O município mostrou<br />
habilidade política em investir no setor sen<strong>do</strong> a primeira cidade <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong> de São Paulo a promulgar a Lei Geral Municipal. Atualmente, os<br />
alvarás de funcionamento <strong>do</strong>s estabelecimentos em processo de criação<br />
são expedi<strong>do</strong>s na hora da apresentação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos necessários<br />
para a abertura de uma empresa. Com o caminho traça<strong>do</strong>, Itararé<br />
investiu em parcerias para a capacitação profissional, além de projetos<br />
de reciclagem, patrulha agrícola e renovação <strong>do</strong> distrito industrial.<br />
Os pequenos negócios formais e informais são os maiores gera<strong>do</strong>res de postos de<br />
trabalho no país. A fórmula de sucesso é simples. Quanto mais fácil for gerir uma<br />
empresa, maiores serão as oportunidades de emprego em um município e melhor será a<br />
distribuição de renda.<br />
Benefícios espera<strong>do</strong>s:<br />
Distrito industrial de Itararé<br />
• mais empresas abertas e formalizadas;<br />
• melhor comunicação entre empresários e poder público;<br />
• diminuição de custos operacionais e tempo para abertura e encerramento de negócios;<br />
• aumento da arrecadação municipal.<br />
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2. OFERECER TRATAMENTO TRIBUTÁRIO<br />
FAVORECIDO E DIFERENCIADO ÀS MICRO E<br />
PEQUENAS EMPRESAS<br />
Políticas de redução de tributos, associadas a outras medidas de apoio, buscam aumentar<br />
a taxa de formalização de micro e pequenas empresas. Aplicadas a segmentos específicos,<br />
estas políticas fortalecem a vocação municipal e contribuem para o desenvolvimento local.<br />
Essas ações são iniciativa <strong>do</strong> Executivo. No entanto os Verea<strong>do</strong>res podem participar das<br />
discussões desde o início da formulação <strong>do</strong> projeto de lei.<br />
A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas já prevê avanços nesse senti<strong>do</strong>. Por meio<br />
dela, foi cria<strong>do</strong> o regime especial unifica<strong>do</strong> de arrecadação de tributos e contribuições<br />
no âmbito nacional. O Simples Nacional, ou Supersimples, como é mais conheci<strong>do</strong>, reduz<br />
a complexidade no pagamento de impostos, incorporan<strong>do</strong> o ISS (municipal) e o ICMS<br />
(estadual) ao conjunto de tributos federais que formam o Simples (IRPJ, IPI, PIS, Cofins,<br />
CSLL e INSS).<br />
Outras medidas tributárias que podem ser aplicadas aos pequenos<br />
negócios em seu município:<br />
• cobrança proporcional <strong>do</strong> Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU): quanto menor o<br />
porte da empresa, menor o imposto e vice-versa;<br />
• cobrança <strong>do</strong> IPTU com desconto proporcional à contratação de novos colabora<strong>do</strong>res,<br />
especialmente em atividades intensivas em mão-de-obra;<br />
• isenção das taxas de licença de localização, de inscrição cadastral, de licenciamento e de<br />
vigilância sanitária, de licenciamento e controle ambiental para MPE;<br />
• criação <strong>do</strong> tributo revitalização - desconto no pagamento de tributos municipais para<br />
estimular ações de recuperação e embelezamento de prédios;<br />
• redução <strong>do</strong> ISS para empresas enquadradas no Simples Nacional, respeitan<strong>do</strong> o piso de 2%.<br />
• valores diferencia<strong>do</strong>s de ISS para setores empresariais estratégicos.<br />
A criação ou isenção de taxas é um tema que merece toda a atenção <strong>do</strong> Verea<strong>do</strong>r. Em<br />
muitos municípios onde os recursos próprios para investimentos em obras e projetos<br />
são escassos, são criadas taxas que oneram a atividade empresarial. Os pequenos<br />
negócios pagam mais tributos e perdem competitividade. É importante que o Verea<strong>do</strong>r<br />
tenha conhecimento sobre taxas de alvará, de letreiro, de renovação e de fiscalização de<br />
seu município.<br />
A renúncia fiscal também deve ser vista com cautela, uma vez que há riscos de redução<br />
da receita municipal sem a certeza de que a implantação de novos negócios gerará uma<br />
quantidade compensa<strong>do</strong>ra de empregos. Em alguns casos, o município pode deixar de<br />
Políticas Públicas Municipais de 20 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
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arrecadar, a empresa não gerar empregos e faltar receita para investir no atendimento aos<br />
cidadãos. Mas a redução de tributos diferencia<strong>do</strong>s para os pequenos negócios reverte-se<br />
em formalização de empresas e geração de receita para o município. É importante fazer<br />
estu<strong>do</strong> com uma equipe técnica para avaliar os impactos antes de aprovar uma legislação<br />
ampla de isenção fiscal.<br />
Benefícios espera<strong>do</strong>s:<br />
• maior arrecadação em médio prazo;<br />
• maior satisfação e apoio <strong>do</strong> empresaria<strong>do</strong> ao poder público;<br />
• maior índice de legalização de empresas.<br />
Desoneração em consenso<br />
Em Osasco, a revisão tributária envolveu não apenas<br />
o Legislativo e o Executivo, mas contou com a<br />
participação de diferentes setores da sociedade civil<br />
por meio <strong>do</strong> Fórum Municipal de Desenvolvimento<br />
Econômico Sustenta<strong>do</strong>. A redução da alíquota <strong>do</strong> ISS<br />
para 81 categorias beneficiou 13.721 microempresas.<br />
Além disso, a revisão tributária fez baixar o IPTU<br />
de mais de 93% <strong>do</strong>s 7,6 mil estabelecimentos<br />
contribuintes. A desoneração se reverteu em maior<br />
arrecadação para o município que foi investida nas<br />
ações da agenda positiva de desenvolvimento, tais<br />
como: incuba<strong>do</strong>ra de empreendimentos solidários, posto<br />
Osasco Legal e muitas outras.<br />
Posto<br />
Osasco Legal<br />
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3. PLANEJAR E ESTRUTURAR O MUNICÍPIO<br />
PARA O DESENVOLVIMENTO<br />
O Verea<strong>do</strong>r pode atuar de diversas formas na promoção de estratégias de desenvolvimento<br />
de seu município baseadas nas atividades de micro e pequenas empresas. Por ser o<br />
representante direto <strong>do</strong> povo, o Verea<strong>do</strong>r tem entre suas principais funções acompanhar<br />
o dia-a-dia da população de sua cidade e buscar a integração entre os diversos grupos da<br />
sociedade e o poder público. Para que isso aconteça de maneira bem-sucedida, é necessário<br />
trabalhar a partir de diagnósticos, levantamentos e propostas de ações consideran<strong>do</strong> a<br />
vocação e a realidade local, com suas características próprias e limitações.<br />
É comum que as necessidades de merca<strong>do</strong> surjam naturalmente. Entretanto, muitas<br />
atividades cujo potencial econômico é identifica<strong>do</strong> por meio de estu<strong>do</strong>s específicos<br />
necessitam de incentivos para se iniciarem.<br />
Em geral, a apresentação de um plano de desenvolvimento sistêmico que conte com um<br />
orçamento específico e descreva ações e parceiros envolvi<strong>do</strong>s é uma atividade realizada<br />
pelo Poder Executivo. Mas há exemplos de casos em que o projeto de desenvolvimento<br />
basea<strong>do</strong> no apoio aos pequenos negócios surgiu de sugestões <strong>do</strong> Legislativo.<br />
Abaixo, segue uma lista de sugestões sobre como o Verea<strong>do</strong>r pode<br />
contribuir para o desenvolvimento local nas suas funções de legisla<strong>do</strong>r,<br />
fiscaliza<strong>do</strong>r, administra<strong>do</strong>r e assessor:<br />
• Participar ativamente da elaboração ou atualização <strong>do</strong> Plano Diretor e <strong>do</strong><br />
Plano Plurianual (PPA) <strong>do</strong> município.<br />
• Apresentar projeto de lei que cria data comemorativa <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>rismo.<br />
Uma ação política que cria mais oportunidades para o debate <strong>do</strong> tema por autoridades<br />
públicas e civis <strong>do</strong> município.<br />
• Como fiscaliza<strong>do</strong>r, pode buscar garantir que o orçamento municipal priorize<br />
investimentos para a promoção da economia local.<br />
• O Verea<strong>do</strong>r também é responsável pela forma como a Câmara Municipal é administrada.<br />
Um projeto de resolução pode sugerir a reestruturação física e de recursos humanos da<br />
instituição, priorizan<strong>do</strong> a capacitação <strong>do</strong>s funcionários para o tratamento de<br />
questões sobre o desenvolvimento local.<br />
• Criar uma frente parlamentar em prol das micro e pequenas empresas.<br />
• Por meio de indicação, o Verea<strong>do</strong>r realiza seu papel de assessoramento,<br />
sugerin<strong>do</strong> medidas de interesse público a partir da observação de demandas existentes<br />
na sociedade. A criação de consórcios interrmunicipais de desenvolvimento<br />
econômico – buscan<strong>do</strong> parcerias com vizinhos para atrair investimentos e divulgar o<br />
potencial turístico, por exemplo – é uma ação que pode ser realizada.<br />
Políticas Públicas Municipais de 22 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
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Um grave problema enfrenta<strong>do</strong> por municípios brasileiros, sobretu<strong>do</strong> por aqueles<br />
situa<strong>do</strong>s no interior <strong>do</strong> país, refere-se à inexistência de infra-estrutura e serviços públicos<br />
adequa<strong>do</strong>s para o desenvolvimento de atividades econômicas. A produção de uma cidade<br />
não pode prosperar sem que sejam boas as condições de estradas, pontes, rede de esgoto,<br />
rede de abastecimento de água, telefonia, internet banda larga, comunicação, energia<br />
elétrica, coleta de águas pluviais, distribuição de gás e os serviços de segurança, saúde e<br />
educação. Investir em projetos simples e baratos pode trazer grandes benefícios para o<br />
desenvolvimento de micro e pequenas empresas.<br />
Planejan<strong>do</strong> para crescer<br />
O município de São João da Boa Vista é pioneiro na<br />
implantação de uma ampla estratégia de planejamento<br />
para o desenvolvimento. Por intermédio da Câmara<br />
Setorial de Indústria, a cidade deu início em 2006 a<br />
um programa de revitalização de micro e pequenos<br />
negócios. As 21 empresas que aderiram à primeira<br />
etapa <strong>do</strong> projeto receberam um diagnóstico de seu<br />
processo de produção e gestão, além de sugestões de<br />
melhorias que contribuiriam para o seu crescimento.<br />
Por meio da Agência de Desenvolvimento, o governo<br />
também realiza um projeto de captação de empresas,<br />
as quais recebem <strong>do</strong>ações de área com infra-estrutura<br />
completa, isenção de tributos, entre outros.<br />
Empresária de São João da Boa Vista<br />
Políticas Públicas Municipais de 23 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
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Veja abaixo algumas sugestões <strong>do</strong> que pode ser leva<strong>do</strong> a discussão na<br />
Câmara Municipal:<br />
• implantação de merca<strong>do</strong>s municipais;<br />
• construção de espaço para realização de feiras de negócios;<br />
• articulação pública-privada para melhorar o acesso à Internet;<br />
• parcerias com empresas privadas interessadas em investir em telecomunicações;<br />
• apoio a programas de qualificação e saúde <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r.<br />
Benefícios espera<strong>do</strong>s:<br />
• Promover o crescimento de maneira planejada.<br />
• Identificar a vocação da cidade para a atividade produtiva.<br />
• Gerar bom ambiente para a realização de negócios.<br />
Debate Câmara Municipal<br />
Políticas Públicas Municipais de 24 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
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4. PROMOVER O DESENVOLVIMENTO<br />
DE MERCADOS E O USO DO PODER DE<br />
COMPRAS DO MUNICÍPIO<br />
Desonerar os empresários e desburocratizar o processo de abertura e encerramento<br />
de negócios são fatores importantes para promover o desenvolvimento local, mas o<br />
sucesso de to<strong>do</strong> o processo depende principalmente da capacidade <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r de<br />
alcançar os merca<strong>do</strong>s. Sem vender seus produtos é impossível se manter, gerar empregos e<br />
movimentar a economia.<br />
Ações políticas devem também buscar mecanismos que priorizem as micro e pequenas<br />
empresas como fornece<strong>do</strong>ras de bens e serviços. Com isso, o dinheiro circula na própria<br />
cidade, cria merca<strong>do</strong> para os pequenos e fortalece a economia local.<br />
Promover o desenvolvimento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> local, regional e exportação<br />
A promoção das empresas locais pode contar com a ajuda <strong>do</strong> poder público para ampliar<br />
os espaços de comércio. Nesse senti<strong>do</strong>, há uma série de medidas que o Verea<strong>do</strong>r pode<br />
a<strong>do</strong>tar para ajudar a conectar empresários e clientes:<br />
• Apoiar a realização de feiras e exposições que atraiam consumi<strong>do</strong>res das regiões<br />
próximas e estimulem a produção local.<br />
• Apoiar a organização de missões comerciais que levem ao município potenciais agentes<br />
de merca<strong>do</strong> e a divulgação <strong>do</strong>s produtos locais.<br />
• Organizar grupos e associações de produtores com objetivos comerciais conjuntos.<br />
• Estimular compra e venda de produtos entre as empresas locais.<br />
A competição global pode também oferecer novas possibilidades de merca<strong>do</strong>, conectan<strong>do</strong><br />
os produtores de seu município com o mun<strong>do</strong> inteiro.<br />
Além de verificar se o seu município já incorporou tais medidas, o Verea<strong>do</strong>r pode também<br />
se tornar um promotor de estratégias de exportação e sugerir a realização de parcerias<br />
para a contratação de empresas especializadas em comércio exterior para estudarem o<br />
potencial de exportação <strong>do</strong>s produtos locais<br />
Priorizar as pequenas empresas nas compras governamentais<br />
Uma das estratégias públicas mais eficientes para promover o merca<strong>do</strong> local é criar<br />
incentivos às micro e pequenas empresas para a participação em licitações públicas. Um <strong>do</strong>s<br />
capítulos da Lei Geral é inteiramente dedica<strong>do</strong> a esta questão. Veja abaixo que benefícios<br />
podem ser concedi<strong>do</strong>s ao setor com a regulamentação da Lei Geral Municipal:<br />
Políticas Públicas Municipais de 25 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
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• No município que regulamentar a Lei Geral as compras de até R$ 80 mil são<br />
preferenciais para as micro e pequenas empresas.<br />
• Com a regulamentação, a comprovação de regularidade fiscal <strong>do</strong>s pequenos negócios<br />
será exigida apenas no momento de assinatura <strong>do</strong> contrato com o governo.<br />
Essa medida simplifica o processo de licitação, uma vez que apenas das vence<strong>do</strong>ras se<br />
confere as certidões de regularidade fiscal.<br />
• A Lei Geral Municipal permite, ainda, a preferência na contratação de pequenas empresas<br />
em caso de empate.<br />
Bom exemplo de casa<br />
Altinópolis tinha um merca<strong>do</strong> enfraqueci<strong>do</strong> pelo<br />
costume de seus habitantes de comprar “fora de<br />
casa”. O município observou, então, que precisava<br />
dar o exemplo e buscou potencializar a economia<br />
local priorizan<strong>do</strong> os negócios da cidade nas compras<br />
governamentais. O volume das aquisições públicas<br />
no próprio município, que estava estaciona<strong>do</strong> em R$<br />
600 mil e envolvia apenas 30 fornece<strong>do</strong>res, elevouse<br />
para R$ 3,9 milhões e abrangeu um número<br />
muito maior de empresas locais, em especial as de<br />
micro e pequeno porte. O aumento das compras no<br />
município significou o incremento de R$ 150 mil por<br />
mês nas receitas <strong>do</strong> comércio local.<br />
Altinópolis<br />
Políticas Públicas Municipais de 26 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
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O <strong>Sebrae</strong>-SP estima que as mudanças provoquem um aumento considerável de merca<strong>do</strong>.<br />
O setor, que atualmente fornece 17% das compras governamentais, passaria a ser<br />
responsável por 30% delas, o que indicaria uma injeção de recursos financeiros na<br />
economia de cerca de R$ 17 bilhões por ano só no Esta<strong>do</strong> de São Paulo. Além <strong>do</strong>s<br />
mecanismos sugeri<strong>do</strong>s pela Lei Geral, a Prefeitura e a Câmara <strong>do</strong>s Verea<strong>do</strong>res podem criar<br />
instrumentos alternativos para dar um impulso em favor <strong>do</strong>s micro e pequenos negócios:<br />
• alocar verbas de compra de merendas diretamente às escolas, que priorizariam<br />
fornece<strong>do</strong>res locais;<br />
• por meio de um site na internet ou anúncios em out<strong>do</strong>ors, a Prefeitura pode aumentar a<br />
divulgação de processos licitatórios, tornan<strong>do</strong>-os mais inclusivos.<br />
Políticas de expansão de merca<strong>do</strong> e, mais especificamente, de inclusão em processos de<br />
compras governamentais beneficiam diretamente os empreende<strong>do</strong>res locais e fazem a<br />
economia crescer.<br />
Benefícios espera<strong>do</strong>s:<br />
• Geração de emprego e renda.<br />
• Dinamização <strong>do</strong> comércio local.<br />
• Aumento da qualidade <strong>do</strong>s produtos ofereci<strong>do</strong>s e de seu valor agrega<strong>do</strong>.<br />
• Aumento da arrecadação.<br />
Políticas Públicas Municipais de 27 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
5. INCENTIVAR PROGRAMAS DE<br />
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL<br />
Gerar lucros e conservar o meio ambiente. Essa combinação que até recentemente<br />
não parecia possível pode ser implantada em nível municipal e ajudar a promover o<br />
desenvolvimento local. A preservação <strong>do</strong> planeta depende de ações <strong>do</strong> dia-a-dia <strong>do</strong>s<br />
cidadãos e principalmente <strong>do</strong> poder público. Se isso puder ser feito em conjunto com as<br />
medidas de promoção de crescimento econômico, ainda melhor.<br />
Há muito a fazer na gestão ambiental municipal. A Constituição de 1988 autoriza<br />
municípios a legislar sobre esse tema no que diz respeito a eventos que aconteçam em seu<br />
território e que têm interesse direto com a sua população.<br />
Os debates de nível municipal relaciona<strong>do</strong>s ao meio ambiente são os mais varia<strong>do</strong>s e<br />
vão desde a coleta de lixo ou proteção de mananciais à concessão de autorização para a<br />
instalação de uma indústria. Além <strong>do</strong>s problemas de caráter urbano, há questões no âmbito<br />
rural, como a depredação <strong>do</strong> solo, a mineração mal-planejada e o uso de agrotóxicos.<br />
O Verea<strong>do</strong>r pode ser o responsável por levar à agenda pública a questão ambiental. Veja<br />
algumas idéias que podem ser colocadas em prática:<br />
• Criar o Conselho Municipal de Meio Ambiente.<br />
• Apresentar projeto de lei para a criação <strong>do</strong> IPTU Verde, estimulan<strong>do</strong> mora<strong>do</strong>res a<br />
preservar áreas verdes através de descontos no imposto.<br />
• Averiguar a existência de instrumentos de política ambiental em seu município, como<br />
um projeto cuida<strong>do</strong>so de zoneamento, principalmente da região rural. Para isso é<br />
importante conhecer o Plano Diretor da cidade e ficar atento às suas revisões.<br />
• Buscar mecanismos de capacitação de funcionários da Prefeitura para avaliação de<br />
impacto ambiental.<br />
• Viabilizar o desenvolvimento de um consórcio ambiental com os municípios vizinhos<br />
para tratar da busca de soluções para problemas em torno <strong>do</strong> manejo de recursos<br />
hídricos e <strong>do</strong> lixo.<br />
• Reunir representantes de associações para planejar uma estratégia de educação civil<br />
ambiental, promoven<strong>do</strong> reciclagem e economia de energia.<br />
• Sugerir a criação de programas de coleta seletiva, promoven<strong>do</strong> a geração de emprego<br />
e renda.<br />
• Procurar meios de integração aos avanços na produção bioenergética de acor<strong>do</strong> com o<br />
perfil de seu município.<br />
• Promover o ecoturismo onde existem atrativos naturais ou estrutura voltada para<br />
o turismo.<br />
• Verificar a possibilidade de criar Áreas de Preservação Ambiental (APA) nas cabeceiras<br />
<strong>do</strong>s rios e matas ciliares.<br />
Políticas Públicas Municipais de 28 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
É importante que haja uma integração ao debate com as outras esferas de governo<br />
por meio de <strong>do</strong> Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), órgão que integra<br />
União, esta<strong>do</strong>s e municípios em torno <strong>do</strong> tema. Muitas vezes entender o conjunto de<br />
instrumentos jurídicos não é tarefa simples, e buscar assessoria nesse senti<strong>do</strong> pode ser<br />
útil para alcançar competência e cooperação. Órgãos como o Instituto Brasileiro de<br />
Administração Municipal (Ibam) oferecem cursos na área de gestão ambiental dirigi<strong>do</strong>s a<br />
técnicos municipais.<br />
Mais árvores e menos imposto<br />
As ruas de São Carlos estão bem mais<br />
arborizadas depois que o IPTU Verde foi instituí<strong>do</strong><br />
na cidade. Contribuintes que tiverem árvores<br />
em suas calçadas ou áreas permeáveis no seu<br />
terreno obtêm descontos de até 4% no imposto<br />
predial. A política que incentiva a participação<br />
da sociedade na preservação <strong>do</strong> meio ambiente<br />
e no embelezamento da cidade já apresenta<br />
bons resulta<strong>do</strong>s. Após a criação <strong>do</strong> IPTU Verde,<br />
houve um aumento significativo na distribuição<br />
de mudas pelo Horto Municipal. A reciclagem<br />
também é uma iniciativa muito valorizada, com<br />
destaque para os blocos de concreto.<br />
Reciclagem de blocos em São Carlos<br />
Segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente (MMA), até 2006 apenas 8% <strong>do</strong>s<br />
municípios brasileiros possuíam secretarias, fun<strong>do</strong>, conselho ou legislação ambiental.<br />
Diante disso, foi cria<strong>do</strong> o Programa Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais<br />
(PNC), uma inciativa conjunta <strong>do</strong> MMA, esta<strong>do</strong>s e prefeituras que busca fortalecer o<br />
Políticas Públicas Municipais de 29 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
papel <strong>do</strong> município neste tema. Representantes das prefeituras têm recebi<strong>do</strong> treinamento<br />
em to<strong>do</strong> país sobre elementos práticos de licenciamento e gestão ambiental.<br />
Seu município já faz parte deste programa?<br />
Para ampliar a agenda ambiental <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo, o governo lançou o Programa<br />
Município Verde, que prioriza a transferência de recursos às cidades que cumprirem metas<br />
relacionadas à política de meio ambiente estadual. Para saber como participar e tomar a<br />
dianteira deste projeto em seu município, visite:<br />
http://www.ambiente.sp.gov.br/municipioverde/<br />
Em Birigui, por exemplo, projetos ambientais beneficiam a natureza e o bolso <strong>do</strong>s cidadãos.<br />
Em 2007, um conjunto habitacional equipa<strong>do</strong> com coletores de energia solar foi entregue<br />
a mora<strong>do</strong>res de baixa renda com a previsão de economizar até 50% nas despesas com<br />
a conta de luz. Birigui tornou-se o primeiro município brasileiro a ser converti<strong>do</strong> numa<br />
cidade solar, o que foi possível por uma lei municipal que incentiva as construtoras a<br />
a<strong>do</strong>tar a energia solar nos empreendimentos imobiliários. Como se vê, há muito o que um<br />
Verea<strong>do</strong>r pode fazer para transformar sua cidade em exemplo para to<strong>do</strong> o país.<br />
As questões ambientais estão em ascensão e há muito sen<strong>do</strong> debati<strong>do</strong> no âmbito público.<br />
Municípios já podem se inserir no merca<strong>do</strong> de crédito de carbono, negocian<strong>do</strong> a venda<br />
de carbono a países estrangeiros. Um fun<strong>do</strong> cria<strong>do</strong> pela Prefeitura com esta verba pode<br />
ser volta<strong>do</strong> ao desenvolvimento sustentável. Dessa forma, o município se insere no debate<br />
global, aumenta sua arrecadação e investe em sustentabilidade.<br />
Benefícios espera<strong>do</strong>s:<br />
• Cidade mais bonita.<br />
• Preservação <strong>do</strong> futuro.<br />
• Melhoria da qualidade de vida da população.<br />
• Aumento <strong>do</strong> potencial turístico.<br />
• Maior arrecadação.<br />
• Inclusão no debate político sobre meio ambiente.<br />
Políticas Públicas Municipais de 30 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
6. AMPLIAR O ACESSO A TECNOLOGIA<br />
O acesso a tecnologia é extremamente importante para um projeto de desenvolvimento<br />
local basea<strong>do</strong> na geração de emprego e renda. Por meio dele, micro e pequenos negócios<br />
podem se tornar mais competitivos, com produtos de melhor qualidade.<br />
Quan<strong>do</strong> se fala em tecnologia, algumas pessoas tendem a pensar em máquinas sofisticadas<br />
e computa<strong>do</strong>res de última geração. Em muitos municípios, no entanto, avanço tecnológico<br />
significa a compra de tratores por agricultores familiares organiza<strong>do</strong>s em cooperativas.<br />
Ter acesso a tecnologia significa ter mais informação e mais capacidade de produção. As<br />
melhorias observadas tanto no processo produtivo quanto nas características <strong>do</strong> produto<br />
geram maior valor agrega<strong>do</strong>, que levam a lucros maiores e representam um diferencial a<br />
favor <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r.<br />
Algumas das principais questões sobre acesso a tecnologia são a utilização da internet e<br />
de outras fontes de informação e comunicação; o conhecimento de modernas técnicas de<br />
produção agrícola; a utilização de ferramentas que aumentem a capacidade produtiva; a<br />
aplicação de procedimentos que melhorem a qualidade de produtos e serviços.<br />
Veja algumas das possíveis ações:<br />
• formular uma política municipal para inovação e acesso a tecnologia em parceria com<br />
universidades e órgãos de assistência e pesquisa rural, como a Embrapa, ITAL e IAC.<br />
• criar fun<strong>do</strong>s e legislações de incentivo que ajudem a melhorar o acesso a tecnologia.<br />
Conforme previsto na Lei Geral, os fun<strong>do</strong>s podem garantir 20% <strong>do</strong>s recursos para<br />
micro e pequenas empresas.<br />
• estimular o desenvolvimento de incuba<strong>do</strong>ras de empresas e parques tecnológicos. As<br />
incuba<strong>do</strong>ras possibilitam o desenvolvimento de empresas de alta capacidade de inovação<br />
com menor índice de mortalidade.<br />
• buscar assessoria em instituições especializadas na qualificação empresarial.<br />
• criar projetos coletivos de investimento em pesquisa e aquisição de equipamentos e<br />
maquinário modernos.<br />
• desenvolver projetos regionais e municipais de investimento e educação tecnológica em<br />
parceria com o governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>.<br />
• buscar apoio em institutos e agências para que os produtos com perfil de exportação se<br />
adaptem às mais diversas normas exigidas pelos merca<strong>do</strong>s externos, sejam elas sanitárias,<br />
metrológicas ou ambientais. Procurar o Instituto de Pesquisas Tecnológicas pode ser o<br />
primeiro passo. Visite o site:<br />
http://www.ipt.br/atendimento/poderPublico/.<br />
Estão previstos na Lei Geral os incentivos para investimentos em inovação com a alocação<br />
Políticas Públicas Municipais de 31 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
A Lei Geral das Micro e Pequenas<br />
Empresas reconhece o investimento<br />
em tecnologia como prioritário.<br />
de um mínimo de 20% <strong>do</strong>s recursos federais, estaduais e municipais aplica<strong>do</strong>s em pesquisa,<br />
desenvolvimento e capacitação tecnológica exclusivamente aos pequenos negócios por<br />
parte de instituições públicas de fomento à tecnologia. O <strong>Sebrae</strong> estima que, por força<br />
deste dispositivo, poderá ser destina<strong>do</strong> anualmente R$ 3 bilhões aos pequenos negócios<br />
em to<strong>do</strong> o país.<br />
Inovan<strong>do</strong> para crescer<br />
Em parceria com o governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, São José <strong>do</strong>s Campos<br />
criou em 2006 seu Parque Tecnológico para promover o<br />
contato direto entre empresas, instituições de pesquisa e o<br />
merca<strong>do</strong>. O Centro de Desenvolvimento de Tecnologia em<br />
Aeronáutica foi implanta<strong>do</strong> no parque e oferece um curso de<br />
especialização. Já em 2007, o município formalizou o Arranjo<br />
Produtivo Local Aeroespacial, que reúne empresários, gestores<br />
públicos e pesquisa<strong>do</strong>res na realização de consultorias,<br />
treinamento, compras e vendas conjuntas.<br />
Incuba<strong>do</strong>ra de empresas de São José <strong>do</strong>s Campos<br />
Políticas Públicas Municipais de 32 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
Como principal ponte entre o poder público e o cidadão comum, o Verea<strong>do</strong>r precisa estar<br />
atento às possibilidades de captação <strong>do</strong>s recursos ofereci<strong>do</strong>s. Para isso, é importante que tenha<br />
capacidade de reunir a população em torno de uma agenda de desenvolvimento tecnológico.<br />
Benefícios espera<strong>do</strong>s:<br />
• Geração de empregos de alta qualificação.<br />
• Aumento da qualidade de produtos e serviços ofereci<strong>do</strong>s.<br />
• Aumento <strong>do</strong> valor agrega<strong>do</strong> da produção.<br />
• Maior capacitação local.<br />
• Menor dependência de oscilações externas.<br />
Enxerto de mudas em Novo Horizonte<br />
Políticas Públicas Municipais de 33 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
7. FORTALECER O ASSOCIATIVISMO<br />
Com o passar <strong>do</strong>s anos, a estrutura econômica de uma cidade vai se tornan<strong>do</strong> mais<br />
complexa. Num contexto onde a competição é cada vez mais acirrada, o associativismo<br />
mostra-se como uma boa estratégia de organização de entidades <strong>do</strong>s mais diversos tipos.<br />
A valorização das atividades de micro e pequenas empresas passa pelo apoio <strong>do</strong>s<br />
órgãos públicos à construção e à manutenção de associações que ajudarão também na<br />
identificação de necessidades, potencialidades e vocações <strong>do</strong> município.<br />
Se por qualquer motivo o Legislativo quiser mobilizar os empresários de sua cidade,<br />
fica muito fácil se isso for feito em parceria com uma associação empresarial. O mesmo<br />
se aplica para artesãos, feirantes ou agricultores familiares que possuem uma entidade<br />
própria. Por meio de associações, sejam elas de empreende<strong>do</strong>res formais ou informais,<br />
os Verea<strong>do</strong>res podem facilitar a criação de espaços de participação e de diálogo com a<br />
sociedade civil.<br />
Então, é fundamental apoiar e valorizar as associações já existentes ou novas. E o Verea<strong>do</strong>r<br />
tem um importante papel nesse senti<strong>do</strong>. Priorizan<strong>do</strong> o atendimento coletivo, ele ajuda a<br />
sociedade a se articular.<br />
Entre as estratégias para fomentar o associativismo, o Verea<strong>do</strong>r pode:<br />
• Apresentar projetos de lei que visem ao apoio a setores produtivos.<br />
• Sugerir a criação de um programa municipal de incentivo a associações para conceder<br />
assistência técnica e administrativa, apoiar a busca por merca<strong>do</strong> e capacitação tecnológica.<br />
• Estimular o fornecimento, por parte da iniciativa privada, de equipamentos para aprimorar<br />
as atividades de cooperativa<strong>do</strong>s. Um tritura<strong>do</strong>r de embalagens plásticas, por exemplo,<br />
pode ser usa<strong>do</strong> por muitos cata<strong>do</strong>res de lixo e servir como um estímulo simples,<br />
porém concreto, ao cooperativismo.<br />
Uma outra estratégia prevista na Lei Geral diz respeito à criação de consórcios para a<br />
compra e venda de produtos pelas empresas de pequeno porte. O objetivo principal<br />
desta ação é fazer com que micro e pequenas empresas aumentem sua competitividade<br />
e sua inserção nos novos merca<strong>do</strong>s por meio de ganhos de escala e redução de custos<br />
operacionais.<br />
As chamadas centrais de compra são exemplo vivo <strong>do</strong> que está na lei. Por meio delas,<br />
pequenos comerciantes <strong>do</strong> varejo negociam com fornece<strong>do</strong>res preços melhores já que<br />
a compra pode ser feita em larga escala. Um estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> em 2004 (pela consultoria<br />
Gouvêa de Souza & MD) indicou a existência de 188 centrais de compra no país, que já<br />
naquela época representavam a associação de mais de 11 mil pontos-de-venda.<br />
Políticas Públicas Municipais de 34 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
Benefícios espera<strong>do</strong>s:<br />
• Melhorar a capacidade de articulação de demandas sociais.<br />
• Estimular a inserção conjunta em novos merca<strong>do</strong>s.<br />
• Promover relações de solidariedade e fortalecimento de vínculos produtivos.<br />
Estimulan<strong>do</strong> a união<br />
Como forte estímulo ao associativismo, foi criada<br />
em Embu a Casa <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>r. A instituição<br />
abriga uma série de cooperativas locais e conta<br />
com a parceria da Associação Comercial, Industrial<br />
e de Serviços de Embu, da Faculdade de Taboão da<br />
Serra e <strong>do</strong> Instituto de Pesquisa, Desenvolvimento e<br />
Fortalecimento das Ações Sociais, entre outros. Com<br />
a Casa <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>r, houve uma expansão de<br />
40% no número de novos negócios no município.<br />
Posto de Atendimento ao Empreende<strong>do</strong>r de Embu<br />
Políticas Públicas Municipais de 35 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
8. FACILITAR O ACESSO AO CRÉDITO E AOS<br />
SERVIÇOS FINANCEIROS<br />
Nos últimos cinco anos apenas 36% das micro e pequenas empresas tomaram empréstimos,<br />
o que comprova a dificuldade que enfrentam para realizar seus projetos. Os governantes<br />
podem contribuir com políticas públicas para a criação de uma nova cultura financeira.<br />
O estímulo ao crédito é um <strong>do</strong>s pontos trata<strong>do</strong>s pela Lei Geral das Micro e Pequenas<br />
Empresas, que prevê políticas de apoio ao crédito por parte <strong>do</strong> Executivo, autorização de<br />
linhas de crédito pelos bancos, que poderão se articular com entidades representativas<br />
das empresas para desenvolver programas de treinamento gerencial e tecnológico. A lei<br />
também prevê a utilização de recursos financeiros <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> de Amparo ao Trabalha<strong>do</strong>r<br />
(FAT) em cooperativas de crédito destinadas aos pequenos negócios. Uma pesquisa <strong>do</strong><br />
Vox Populi para o <strong>Sebrae</strong> revela que os empresários de pequenos negócios acham que o<br />
estímulo à facilitação <strong>do</strong> crédito é o segun<strong>do</strong> ponto mais importante da Lei Geral.<br />
As micro e pequenas empresas contam hoje com várias fontes de financiamento em<br />
bancos públicos, tais como: Banco <strong>do</strong> Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de<br />
Desenvolvimento Econômico e Social, Nossa Caixa, além <strong>do</strong> Banco <strong>do</strong> Povo Paulista e <strong>do</strong>s<br />
bancos priva<strong>do</strong>s. Mas boa parte das empresas não consegue preencher as exigências <strong>do</strong>s<br />
bancos, que envolvem uma série de garantias reais e fia<strong>do</strong>r. Os empreende<strong>do</strong>res informais<br />
também enfrentam restrições para obter crédito bancário.<br />
Os Verea<strong>do</strong>res poderão, portanto, estimular a aproximação entre bancos e empresários<br />
conhecen<strong>do</strong> melhor algumas iniciativas que vêm se consolidan<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong> como<br />
instrumentos de apoio aos empreende<strong>do</strong>res:<br />
• Cooperativas de crédito formadas por empresários <strong>do</strong> próprio município com o objetivo<br />
de reduzir as tarifas bancárias e criar uma nova alternativa de investimento, além de<br />
manter a poupança no local.<br />
• Sistema de Garantias de Crédito, uma alternativa prevista na Lei Geral. Grupos de<br />
empreende<strong>do</strong>res asseguraram garantias aos empréstimos toma<strong>do</strong>s junto a bancos<br />
e instituições de microcrédito. Servem para substituir as garantias tradicionais, como<br />
máquinas, equipamentos e imóveis.<br />
• Banco <strong>do</strong> Povo Paulista e outras instituições de microcrédito emprestam também para<br />
negócios informais, e podem ser dinamiza<strong>do</strong>s com indicações de Verea<strong>do</strong>res.<br />
Em alguns casos, o Verea<strong>do</strong>r pode ter papel fundamental no desenvolvimento dessas<br />
estratégias. Pode ser de sua autoria o projeto de lei que autoriza a instalação de uma<br />
unidade <strong>do</strong> Banco <strong>do</strong> Povo em sua cidade. Dessa forma, o programa, que em muitos<br />
municípios já está em vigor, terá o fun<strong>do</strong> de investimento dirigi<strong>do</strong> especificamente ao<br />
município em questão, facilitan<strong>do</strong> o acesso ao crédito.<br />
Políticas Públicas Municipais de 36 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
O Verea<strong>do</strong>r preocupa<strong>do</strong> com a questão <strong>do</strong> crédito a micro e pequenos empresários<br />
também precisa estar a par <strong>do</strong>s empréstimos concedi<strong>do</strong>s por meio <strong>do</strong> FAT.<br />
Para mais informações visite:<br />
Benefícios espera<strong>do</strong>s:<br />
http://www.mte.gov.br/fat/default.asp<br />
• Maiores chances de sucesso <strong>do</strong>s pequenos negócios.<br />
• Melhores condições de obtenção de empréstimo.<br />
• Oferta de crédito para empreende<strong>do</strong>res informais.<br />
• Abertura, estruturação e expansão de negócios.<br />
Crian<strong>do</strong> capital<br />
Depois de identificar que um <strong>do</strong>s entraves<br />
ao desenvolvimento de pequenos negócios<br />
era a falta de acesso ao crédito, a cidade<br />
de Lins criou o Fun<strong>do</strong> Municipal de<br />
Desenvolvimento Solidário, Econômico<br />
e Tecnológico. Por lei, pelo menos 20%<br />
de suas verbas devem ser destinadas<br />
a iniciativas associativistas. Em 2007, o<br />
fun<strong>do</strong> tinha R$ 200 mil de reserva. Um<br />
ano depois, este valor havia triplica<strong>do</strong>,<br />
chegan<strong>do</strong> a R$ 630 mil.<br />
Casa <strong>do</strong> artesão de Lins<br />
Políticas Públicas Municipais de 37 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
9. DESENVOLVER A EDUCAÇÃO<br />
EMPREENDEDORA E A CAPACITAÇÃO<br />
PROFISSIONAL<br />
O acesso a informação e conhecimento pode ser a chave para o sucesso de muitos<br />
projetos. Num mun<strong>do</strong> de economias cada vez mais competitivas e integradas, uma boa idéia<br />
é cada vez mais valorizada. A capacitação é, portanto, a melhor forma de dar ferramentas<br />
para estimular boas idéias e transformá-las em realidade.<br />
Por meio da criação de programas de educação empreende<strong>do</strong>ra, os municípios podem<br />
capacitar estudantes, trabalha<strong>do</strong>res e candidatos a empresário de acor<strong>do</strong> com as vocações<br />
<strong>do</strong> município. Mais atentos e cientes das condições de produção e logística local, eles darão<br />
grandes contribuições à economia.<br />
Veja abaixo algumas idéias de políticas de estímulo à capacitação profissional e ao<br />
empreende<strong>do</strong>rismo:<br />
• Propor um projeto de lei para incluir o empreende<strong>do</strong>rismo no ensino fundamental<br />
com o objetivo de transformar a visão de futuro das comunidades.<br />
• Oferecer cursos para melhorar as habilidades profissionais de empresários e<br />
trabalha<strong>do</strong>res.<br />
• Garantir que os treinamentos estejam integra<strong>do</strong>s com as vocações e atividades<br />
produtivas <strong>do</strong> município.<br />
• Propor um programa de bolsas de estu<strong>do</strong>s a trabalha<strong>do</strong>res em parceria com as<br />
empresas locais.<br />
Para citar alguns bons exemplos, o empreende<strong>do</strong>rismo já é disciplina escolar em municípios<br />
como São José <strong>do</strong>s Campos (SP), Santa Fé <strong>do</strong> Sul (SP), Lins (SP), Três Passos (RS), Santa Rita<br />
<strong>do</strong> Sapucaí (MG) e Guarapuava (PR). Nessas cidades, os alunos já se mostram socialmente<br />
mais ativos e com maior ímpeto para iniciar negócios. As atividades se expandem também<br />
para fora das salas de aula. A prefeitura de São José <strong>do</strong>s Campos, por exemplo, criou a Feira<br />
<strong>do</strong> Jovem Empreende<strong>do</strong>r Joseense, onde os alunos expõem ao merca<strong>do</strong> suas idéias de<br />
negócio. Santa Fé <strong>do</strong> Sul (SP) liderou o projeto da Prefeitura Mirim. Fornecen<strong>do</strong> noções gerais<br />
da cidade, além de tratar de aspectos sobre turismo e empreende<strong>do</strong>rismo, os educa<strong>do</strong>res<br />
estimulam as crianças a pensarem como cidadãos e futuros agentes de merca<strong>do</strong>.<br />
Para contribuir para a qualificação <strong>do</strong>s profissionais que já atuam nos negócios da cidade,<br />
é importante que o Verea<strong>do</strong>r conheça a fun<strong>do</strong> a produção local. Um bom diagnóstico <strong>do</strong><br />
município pode mostrar quais setores e profissões mais precisam de gente preparada. Nesse<br />
senti<strong>do</strong>, um relatório publica<strong>do</strong> pelo governo de São Paulo é uma grande contribuição<br />
aos projetos de capacitação. Na Caravana <strong>do</strong> Trabalho foi produzi<strong>do</strong> um novo diagnóstico<br />
Políticas Públicas Municipais de 38 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
para o Programa Estadual de Qualificação Profissional, as oportunidades de trabalho nas<br />
regiões administrativas estaduais foram investigadas para que fossem defini<strong>do</strong>s os cursos<br />
profissionalizantes que devem ser prioriza<strong>do</strong>s de acor<strong>do</strong> com as características locais.<br />
Para mais informações, visite o site:<br />
Benefícios espera<strong>do</strong>s:<br />
http://www.emprego.sp.gov.br/diagnostico/menu.htm.<br />
• fortalecimento da cultura empreende<strong>do</strong>ra;<br />
• empresários e funcionários mais bem treina<strong>do</strong>s.<br />
• empresas mais eficientes.<br />
• merca<strong>do</strong> mais atualiza<strong>do</strong> às tendências.<br />
• estímulo ao surgimento e ao fortalecimento de lideranças locais.<br />
• integração da educação formal com a educação para o trabalho, forman<strong>do</strong> cidadãos<br />
empreende<strong>do</strong>res.<br />
Da sala de aula para o merca<strong>do</strong><br />
No projeto Braços Abertos, 16 turmas de a<strong>do</strong>lescentes entre 14 e 16<br />
anos têm aulas de relações comerciais, vendas e empreende<strong>do</strong>rismo no<br />
Senac de Riberão Preto. O projeto é reconheci<strong>do</strong> pelo Ministério Público<br />
<strong>do</strong> Trabalho como o melhor programa de aprendizagem <strong>do</strong> país em<br />
órgão governamental. Além <strong>do</strong>s módulos teóricos, os jovens realizam<br />
estágios em empresas. A maioria sai <strong>do</strong> curso com emprego garanti<strong>do</strong>.<br />
Projeto Braços Abertos de Ribeirão Preto<br />
Políticas Públicas Municipais de 39 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
10. LIDERAR AS MUDANÇAS E<br />
TRANSFORMAÇÕES NO MUNICÍPIO: O QUE<br />
O VEREADOR PODE E O QUE NÃO PODE<br />
Há um enorme espaço político de ação ainda não explora<strong>do</strong> por grande parte <strong>do</strong>s<br />
Verea<strong>do</strong>res. A maioria <strong>do</strong>s eleitores não sabe que o legisla<strong>do</strong>r municipal tem um<br />
importante papel como agente de mudança e que a sua atividade vai muito além da<br />
administração de demandas sociais e assistenciais da comunidade.<br />
Cabe ao Verea<strong>do</strong>r garantir que a administração municipal esteja sen<strong>do</strong> realizada de<br />
maneira ética e financeiramente sustentável. Sem o Verea<strong>do</strong>r, o prefeito não pode aprovar<br />
leis. O orçamento municipal não pode ser implanta<strong>do</strong> sem o seu voto, por exemplo.<br />
Uma das principais atribuições <strong>do</strong> Verea<strong>do</strong>r é elaborar leis de interesse <strong>do</strong> município.<br />
São poucas as matérias cujo Executivo tem exclusividade de apresentação de projeto de lei.<br />
Há muito espaço, portanto, para agir. Outra importante função diz respeito a seu papel como<br />
fiscaliza<strong>do</strong>r, por meio <strong>do</strong> qual o Verea<strong>do</strong>r controla a gestão <strong>do</strong>s recursos pelo Executivo. O<br />
legisla<strong>do</strong>r é também o principal elo de ligação entre o Executivo e a comunidade.<br />
Políticas Públicas Municipais de 40 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
Mudanças legislativas realizadas no Brasil nas últimas décadas vêm acarretan<strong>do</strong> importantes<br />
transformações no comportamento das Câmaras Municipais. A Lei de Responsabilidade<br />
Fiscal, por exemplo, fez aumentar em muito o papel <strong>do</strong> Verea<strong>do</strong>r na administração pública,<br />
uma vez que o município não pode gastar mais <strong>do</strong> que arrecada e que cabe também ao<br />
Legislativo zelar por este compromisso.<br />
O Verea<strong>do</strong>r criativo pode ser ativo na produção de leis voltadas ao desenvolvimento<br />
local. Cabe ao Verea<strong>do</strong>r garantir que o que está dan<strong>do</strong> certo deve ser manti<strong>do</strong> ou mesmo<br />
continua<strong>do</strong>. A fiscalização é uma ótima ferramenta para isso e também serve como<br />
fortalecimento e valorização <strong>do</strong> papel <strong>do</strong> Verea<strong>do</strong>r.<br />
Um agente de mudanças não é apenas aquele que cria leis, mas também o que garante<br />
que as leis já aprovadas sejam seguidas e que gerem frutos de desenvolvimento. Por isso,<br />
é importante que se tenha um bom conhecimento das leis já vigentes no município para<br />
jogar a favor da legislação.<br />
Um bom exemplo nesse senti<strong>do</strong> vem da Câmara Municipal de São Paulo. Um projeto<br />
de emenda à Lei Orgânica envia<strong>do</strong> ao Legislativo com a assinatura de mais de 400<br />
organizações participantes <strong>do</strong> movimento apartidário Nossa São Paulo foi aprova<strong>do</strong> na<br />
Câmara, obrigan<strong>do</strong> os próximos prefeitos a divulgarem o Plano de Metas de seu governo.<br />
A medida, que mostrou a interação bem-sucedida entre Verea<strong>do</strong>res e a população, cria<br />
condições práticas para a sociedade acompanhar e cobrar resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Executivo.<br />
Debate da UVESP na Câmara Municipal de Porto Ferreira<br />
Políticas Públicas Municipais de 41 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
Para ser capaz de fazer uma avaliação crítica consistente <strong>do</strong>s projetos que passam pela<br />
Câmara, o Verea<strong>do</strong>r pode contar com a ajuda de uma equipe multidisciplinar capaz de<br />
analisar cuida<strong>do</strong>samente a matéria. Especialistas de diversas formações - direito, economia,<br />
urbanismo etc. - emitem pareceres a respeito <strong>do</strong>s projetos de lei em tramitação. Esses<br />
relatórios ficam disponíveis para toda a casa legislativa, uma vez que a equipe não é<br />
subordinada a nenhum gabinete e serve a to<strong>do</strong>s. Obviamente, manter uma equipe depende<br />
de verba administrativa. Caso não tenha condições de manter uma consultoria permanente,<br />
a Câmara pode contratar serviços esporádicos.<br />
O Verea<strong>do</strong>r tem algumas possibilidades de aprimoramento e capacitação para o<br />
cumprimento de seu mandato. A Uvesp oferece capacitação e informação qualificada.<br />
Para mais informações, visite o site:<br />
http://www.uvesp.com.br<br />
A motivação para a vida política costuma ser o desejo de mudança. Verea<strong>do</strong>res chegam<br />
às Câmaras com a crença de que é possível fazer diferente. Mas ao assumir o cargo,<br />
o desconhecimento e a complexidade da função afastam muitos legisla<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s seus<br />
objetivos, deixan<strong>do</strong>-os presos a questões cotidianas. Querer mudar e saber como fazê-lo é<br />
a chave para o sucesso de um bom mandato.<br />
São inúmeras as maneiras criativas e simples de se tornar um Verea<strong>do</strong>r ativo e engaja<strong>do</strong> no<br />
desenvolvimento local de maneira coordenada e eficaz. Basta começar.<br />
Políticas Públicas Municipais de 42 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
COMO<br />
ESTRUTURAR<br />
O MUNICÍPIO<br />
PARA APOIAR<br />
OS PEQUENOS<br />
NEGÓCIOS<br />
Políticas Públicas Municipais de 43 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
A leitura <strong>do</strong> capítulo anterior oferece dicas e caminhos para a criação<br />
de políticas específicas (redução da burocracia, geração de empregos,<br />
criação de programas de sustentabilidade ambiental etc.). A seguir,<br />
sugerimos um “Passo a Passo” para o Verea<strong>do</strong>r empreende<strong>do</strong>r implantar<br />
um programa de apoio aos pequenos negócios durante seu mandato.<br />
1. Formar uma comissão legislativa sobre micro e pequenas empresas<br />
Por meio de um projeto de resolução, o Verea<strong>do</strong>r pode sugerir a formação de uma<br />
comissão legislativa especial sobre micro e pequenas empresas. Caberá à comissão iniciar<br />
processo de investigação sobre as atuais condições de atuação <strong>do</strong>s pequenos negócios<br />
principalmente no que diz respeito a tributos, compras municipais e outros temas públicos<br />
de direta relação com o merca<strong>do</strong>. A formação de um grupo de Verea<strong>do</strong>res dispostos a se<br />
dedicar à questão é o primeiro estágio.<br />
2. Chamar o Executivo para debate<br />
De posse das informações reunidas, a comissão poderá convidar representantes da<br />
Prefeitura para debater possibilidades de ação conjunta. A integração entre os Verea<strong>do</strong>res e<br />
secretários municipais poderá dar bons frutos.<br />
3. Elaborar um diagnóstico <strong>do</strong> setor produtivo e estratégias de capacitação<br />
Integradas, autoridades <strong>do</strong> Legislativo e <strong>do</strong> Executivo poderão se dedicar a elaborar um<br />
diagnóstico sobre as capacidades produtivas <strong>do</strong> município. O trabalho conjunto poderá<br />
gerar melhores possibilidades de financiamento para contratação de consultorias externas.<br />
4. Buscar alianças com representantes da população<br />
Associações de empresários, sindicatos e demais representantes da população municipal<br />
serão extremamente importantes para desenvolver um programa realmente condizente<br />
com as necessidades locais.<br />
O diálogo estabeleci<strong>do</strong> de forma organizada poderá gerar mais satisfação e apoio popular,<br />
o que facilitará a elaboração <strong>do</strong> programa de apoio a micro e pequenas empresas e sua<br />
tramitação.<br />
5. Buscar cooperação com agentes externos<br />
Buscar apoio <strong>do</strong> governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> poderá ser útil para encontrar estratégias de<br />
financiamento de ações públicas. A realização de consórcios intermunicipais deverá<br />
fortalecer a iniciativa e angariar ainda mais apoio.<br />
Políticas Públicas Municipais de 44 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
Entrar em contato com universidades e centros de pesquisa interessa<strong>do</strong>s em estabelecer<br />
incuba<strong>do</strong>ras e parques tecnológicos por meio de parcerias poderá gerar ainda mais adeptos<br />
aos planos <strong>do</strong> município.<br />
6. Desenvolver programa de apoio a micro e pequenas empresas<br />
Com uma ampla base de apoio, sustentada por atores internos, externos, governamentais e<br />
de merca<strong>do</strong>, o programa tem maiores chances de ser desenvolvi<strong>do</strong> de maneira mais eficaz<br />
e eficiente. Já contan<strong>do</strong> com ampla adesão, a iniciativa terá apelo político e será tratada<br />
como prioritária.<br />
7. Garantir acompanhamento<br />
Uma vez aprova<strong>do</strong>, o programa precisa contar com acompanhamento contínuo para<br />
garantir que to<strong>do</strong>s estejam fazen<strong>do</strong> a sua parte. A força política <strong>do</strong> Verea<strong>do</strong>r é um <strong>do</strong>s<br />
principais fatores para o Executivo priorizar suas ações.<br />
Quan<strong>do</strong> implanta<strong>do</strong>, o programa necessitará de aprimoramentos. É função <strong>do</strong> Verea<strong>do</strong>r<br />
garantir que to<strong>do</strong> o trabalho não seja esqueci<strong>do</strong> para que a iniciativa possa gerar frutos<br />
constantes.<br />
Grupo de trabalho elaboran<strong>do</strong> a Lei Geral Municipal de Jaboticabal<br />
Políticas Públicas Municipais de 45 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
Este trabalho baseia-se em um histórico de atuação <strong>do</strong> <strong>Sebrae</strong>-SP nos municípios paulistas e foi elabora<strong>do</strong><br />
a partir de discussões com a União de Verea<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo (Uvesp) e técnicos <strong>do</strong> <strong>Sebrae</strong>-<br />
SP. O conteú<strong>do</strong> começou a ser desenvolvi<strong>do</strong> no dia 31 de outubro de 2007 com técnicos, dirigentes e<br />
Verea<strong>do</strong>res de todas as regiões:<br />
Adelson José Ribeiro/Ass. Parlamentar de Sorocaba; Ademir Cleto/Verea<strong>do</strong>r de Tatuí; Almira Ribas Garms/Verea<strong>do</strong>ra de Paraguaçu;<br />
Amauri <strong>do</strong> Amaral Campos/Uvesp – Jornal <strong>do</strong> Interior; André Queiroz Guimarães/Verea<strong>do</strong>r de Louveira; Anésio de Campos/Uvesp;<br />
Antonio Marcos Gava Júnior/Verea<strong>do</strong>r de Barra Bonita; Camila Alcântara Souza/Ass. de Imprensa Câmara Municipal Itararé; Carlos<br />
Peixoto/Verea<strong>do</strong>r de Taubaté; Edgar Nobrega Gomes/Verea<strong>do</strong>r de São Caetano <strong>do</strong> Sul; Edgar de Souza/Verea<strong>do</strong>r Câmara de<br />
Lins; Élio Donizeti de Lima Jardim/Verea<strong>do</strong>r de Tuiuti; Ercias Muniz de Lima/Verea<strong>do</strong>r de Juquiá; Flávia Guerra Barbieri/consultora<br />
Uvesp; Helio Apareci<strong>do</strong> de Go<strong>do</strong>y/Verea<strong>do</strong>r de Sorocaba; Iroá Nogueira Lima Carvalho/<strong>Sebrae</strong>-SP; José Alberto Andrade Cunha<br />
Neto/<strong>Sebrae</strong>-SP; José Cane<strong>do</strong> Jr/<strong>Sebrae</strong>-SP; José Carlos Cavalcante/<strong>Sebrae</strong>-SP; José Donisete de Camargo/Presidente da Câmara<br />
Municipal de Itararé; José Edinar<strong>do</strong> Esguetini/Presidente Câmara Municipal de Matão; José Fernan<strong>do</strong> de Oliveira/Verea<strong>do</strong>r de Bom<br />
Jesus <strong>do</strong>s Perdões; José Ricar<strong>do</strong> Dias/Verea<strong>do</strong>r de Santo André; José Sávio J. Henrique/<strong>Sebrae</strong>-SP; Julio Cesar Durante/<strong>Sebrae</strong>-SP;<br />
Luiz Antonio de Moraes/Verea<strong>do</strong>r de Porto Ferreira; Luiz Carlos Mota/Verea<strong>do</strong>r de São José <strong>do</strong>s Campos; Marcelo Mambrini/<br />
Verea<strong>do</strong>r de Franca; Marco Antonio Alves Jorge – KIM/Presidente da Câmara Municipal de Americana; Marco Aurélio Manaf/<br />
<strong>Sebrae</strong>-SP; Marcos Gomes Godinho/Gabinete <strong>do</strong> Verea<strong>do</strong>r Edgar – Câmara Municipal de São Caetano <strong>do</strong> Sul; Maria Eugenia Ruiz<br />
Borba/<strong>Sebrae</strong>-SP; Mariana Camargo Marques/<strong>Sebrae</strong>-SP; Marimar Gui<strong>do</strong>rzi de Paula/<strong>Sebrae</strong>-SP; Maurício Lazari da Silva/Verea<strong>do</strong>r<br />
de Nova Campina; Milton Dallari/<strong>Sebrae</strong>-SP; Paulo Eduar<strong>do</strong> Stabile de Arruda/<strong>Sebrae</strong>-SP; Paulo Eugenio Pereira Junior/Verea<strong>do</strong>r<br />
de Mauá; Paulo Fiorilo/Verea<strong>do</strong>r de São Paulo; Paulo Marcondes/Uvesp; Paulo Roberto Saponga de Oliveira/Secretaria <strong>do</strong> Meio<br />
Ambiente; Reinal<strong>do</strong> Correia/Imprensa Câmara Municipal de Matão; Ricar<strong>do</strong> E. Covello/<strong>Sebrae</strong>-SP; Ricar<strong>do</strong> Tortorella/<strong>Sebrae</strong>-SP;<br />
Roberto Bergamaschi/Ass. Verea<strong>do</strong>r Paulo Eugênio – Câmara Municipal de Mauá; Roberto Carlos Calez/Verea<strong>do</strong>r de Penápolis;<br />
Rodrigo Antonio Correa/Verea<strong>do</strong>r de Santa Fé <strong>do</strong> Sul; Sebastião Misiara/Presidente Uvesp; Silvana Resende/Verea<strong>do</strong>ra de Ribeirão<br />
Preto; Silvério Crestana/<strong>Sebrae</strong>-SP; Silvia Mello/Uvesp; Valdeci Neves/consultor Expansão Delta; Valter Moura Júnior/Associação<br />
Comercial e Industrial de São Bernar<strong>do</strong> <strong>do</strong> Campo.<br />
A versão final foi aprovada no dia 28 de maio de 2008 com a participação de um Grupo de Trabalho<br />
constituí<strong>do</strong> por técnicos, dirigentes e Verea<strong>do</strong>res:<br />
Ali Ahmad Hassan/<strong>Sebrae</strong>-SP; Anésio Ferreira de Campos/Verea<strong>do</strong>r de Cajamar; Antonio Marcos Gava Júnior/Verea<strong>do</strong>r de Barra<br />
Bonita; Flávia Guerra Barbieri/ Uvesp; José Sávio J. Henrique/<strong>Sebrae</strong>-SP; Julia Sant’Anna/ jornalista FGB Consult; Luiz Antonio de<br />
Moraes “Maguila”/Verea<strong>do</strong>r de Porto Ferreira; Luiz Carlos Mota/Verea<strong>do</strong>r de São José <strong>do</strong>s Campos; Paulo Marcondes/Uvesp;<br />
Roberto Carlos Calez/Verea<strong>do</strong>r de Penápolis; Rodrigo Antonio Correa/Verea<strong>do</strong>r de Santa Fé <strong>do</strong> Sul; Witter Francisco Soffner/<br />
Verea<strong>do</strong>r de Dois Córregos.<br />
Políticas Públicas Municipais de 46 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
Consulte também outras<br />
publicações de políticas públicas <strong>do</strong> <strong>Sebrae</strong> – SP<br />
1. <strong>Guia</strong> <strong>do</strong> Candidato Empreende<strong>do</strong>r – Prefeito. <strong>Sebrae</strong>-SP 2008<br />
2. Prêmio <strong>Sebrae</strong> Prefeito Empreende<strong>do</strong>r – <strong>Guia</strong> Paulista 2007/2008<br />
3. Como e por que implantar a Lei Geral Municipal. São Paulo. 2007<br />
4. Manacá em Flor – Programa de Formação de lideranças municipais em<br />
políticas públicas de apoio às micro e pequenas empresas. 2006/2007<br />
5. Prêmio <strong>Sebrae</strong> Prefeito Empreende<strong>do</strong>r – <strong>Guia</strong> Paulista 2005/2006<br />
6. Prefeito Empreende<strong>do</strong>r – Parceiro <strong>do</strong>s Pequenos Negócios.<br />
<strong>Sebrae</strong>-SP e CEPAM. 2006<br />
7. Políticas Públicas Municipais de apoio às Micro e Pequenas Empresas.<br />
São Paulo, 2005<br />
8. Temas em Debate: As Micro e Pequenas Empresas e<br />
as Compras Governamentais. São Paulo, 2004.<br />
9. A Força <strong>do</strong> Manacá. Programa de formação de lideranças municipais<br />
em políticas públicas de apoio às micro e pequenas empresas. 2004<br />
10. Prêmio <strong>Sebrae</strong> Prefeito Empreende<strong>do</strong>r – <strong>Guia</strong> Paulista 2003/2004<br />
11. Prêmio <strong>Sebrae</strong> Prefeito Empreende<strong>do</strong>r – <strong>Guia</strong> Paulista 2001/2002<br />
Políticas Públicas Municipais de 47 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR<br />
Da<strong>do</strong>s Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)<br />
(Câmara Brasileira <strong>do</strong> Livro, SP, Brasil)<br />
<strong>Guia</strong> <strong>do</strong> verea<strong>do</strong>r empreende<strong>do</strong>r : políticas públicas municipais de apoio às micro e<br />
pequenas empresas / [organiza<strong>do</strong>res Silvério Crestana, Flávia Guerra Barbieri].<br />
– – São Paulo : SEBRAE, 2008.<br />
Realização: Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (SEBRAE-SP)<br />
e UVESP - União <strong>do</strong>s Verea<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo.<br />
1• Empreende<strong>do</strong>rismo 2• Planejamento regional – Brasil – São Paulo (Esta<strong>do</strong>)<br />
3• Profissionais – Qualificação 4• Verea<strong>do</strong>r Empreende<strong>do</strong>r – <strong>Guia</strong>s – São Paulo (Esta<strong>do</strong>)<br />
I• Crestana, Silvério. II• Barbieri, Flávia Guerra.<br />
08 - 05 160 CDD - 352. 34098161<br />
Índices para catálogo sistemático:<br />
1• São Paulo : Esta<strong>do</strong> : Verea<strong>do</strong>res empreende<strong>do</strong>res :<br />
<strong>Guia</strong>s 352.34098161<br />
Copyrigth 2008, <strong>Sebrae</strong>-SP Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Esta<strong>do</strong> de São Paulo<br />
É PERMITIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL MEDIANTE A CITAÇÃO DA FONTE.<br />
SEBRAE-SP<br />
Assessoria de Políticas Públicas<br />
Rua Vergueiro, 1.117 19 o andar<br />
Paraíso CEP 01504-001 São Paulo SP<br />
www.sebraesp.com.br<br />
Políticas Públicas Municipais de 48 Apoio às Micro e Pequenas Empresas
As experiências de municípios que decidiram apoiar os pequenos negócios<br />
estão descritas em detalhes no site <strong>do</strong> <strong>Sebrae</strong> www.sebrae.com.br<br />
Mais informações podem ser obtidas nas unidades <strong>do</strong> <strong>Sebrae</strong>-SP<br />
ALTO TIETÊ<br />
Av. Francisco Ferreira Lopes, 345<br />
Vila Lavínia<br />
CEP 08735-970 Mogi das Cruzes<br />
Tel/Fax: (11) 4722-8244<br />
ARAÇATUBA<br />
Rua Cussy de Almeida Júnior, 1.167<br />
B. Higienópolis<br />
CEP 16010-400<br />
Tel.: (18) 3622-4426 Fax: (18) 3622-2116<br />
BAIXADA SANTISTA<br />
Avenida Dona Ana Costa, 416/418 Gonzaga<br />
CEP 11060-002 Santos<br />
Tel.: (13) 3289-5818 Fax: (13) 3289-4644<br />
BARRETOS<br />
Av. Treze, 767 Centro<br />
CEP 14780-270<br />
Tel/Fax: (17) 3323-2899<br />
BAURU<br />
Av. Duque de Caxias, 20-20 Vila Cárdia<br />
CEP 17011-066<br />
Tel.: (14) 3234-1499 Fax: (14) 3234-2012<br />
BOTUCATU<br />
Rua Dr. Car<strong>do</strong>so de Almeida, 2.015 Lavapés<br />
CEP 18.602-130<br />
Tel/Fax: (14) 3815-9020<br />
CAPITAL LESTE<br />
R. Monte Serrat, 427 Tatuapé<br />
CEP 03312-000<br />
Tel/Fax: (11) 2225-2177<br />
CAPITAL NORTE<br />
R. Dr. Olavo Egídio, 690 Santana<br />
CEP 02037-001<br />
Tel.: (11) 2976-2988 Fax: (11) 2950-7992<br />
CAPITAL OESTE<br />
R. Pio XI, 675 Lapa<br />
CEP 05060-000<br />
Tel/Fax: (11) 3832-5210<br />
CAPITAL SUL<br />
R. A<strong>do</strong>lfo Pinheiro, 712 Santo Amaro<br />
CEP 04734-001<br />
Tel/Fax: (11) 5522-0500<br />
CENTRO PAULISTA<br />
Avenida Espanha, 284 Centro<br />
CEP 14801-130 Araraquara<br />
Tel.: (16) 3332-3590 Fax: (16) 3332-3566<br />
Rua XV de Novembro, 1.677 Centro<br />
CEP 13560-240 São Carlos<br />
Tel/Fax: (16) 3372-9503<br />
FRANCA<br />
Rua Ângelo Pedro, 2.337 São José<br />
CEP 14403-416<br />
Tel.: (16) 3723-4188 Fax: (16) 3723-4483<br />
GRANDE ABC<br />
Rua Cel. Fernan<strong>do</strong> Prestes, 47 Santo André<br />
CEP 09020-110<br />
Tel/Fax: (11) 4990-1911<br />
GUARATINGUETÁ<br />
Rua Duque de Caxias, 100 Centro<br />
CEP 12501-030<br />
Tel.: (12) 3132-6777 Fax: (12) 3132-2740<br />
GUARULHOS<br />
Rua Luiz Faccini, 441 Centro<br />
CEP 07110-000<br />
Tel/Fax: (11) 6440-1009<br />
MARÍLIA<br />
Av. Sampaio Vidal, 45 Barbosa<br />
CEP 17501-441<br />
Tel.: (14) 3422-5111 Fax: (14) 3413-3698<br />
OSASCO<br />
Rua Primitiva Vianco, 640 Centro<br />
CEP 06016-004<br />
Tel/Fax: (11) 3682-7100<br />
OURINHOS<br />
Av. Horácio Soares, 1.012<br />
CEP 19907-020<br />
Tel/Fax: (14) 3326-4413<br />
Jd. Paulista<br />
PIRACICABA<br />
Av. Independência, 527 Centro<br />
CEP 13419-160<br />
Tel.: (19) 3434-0600 Fax: (19) 3433-8281<br />
PRESIDENTE PRUDENTE<br />
Rua Major Felício Tarabay, 408 Centro<br />
CEP 19010-051<br />
Tel.: (18) 3222-6891 Fax: (18) 3221-0377<br />
RIBEIRÃO PRETO<br />
Rua Inácio Luiz Pinto, 280 Alto da Boa Vista<br />
CEP 14025-680<br />
Tel.: (16) 3621-4050 Fax: (16) 3621-8241<br />
SÃO JOÃO DA BOA VISTA<br />
Rua Getúlio Vargas, 507 Centro<br />
CEP 13870-100<br />
Tel.: (19) 3622-3166 Fax: (19) 3622-3209<br />
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO<br />
Rua Dr. Presciliano Pinto, 3.184<br />
Jd. Alto Rio Preto<br />
CEP 15020-000<br />
Tel.: (17) 3222-2777 Fax: (17) 3222-2999<br />
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS<br />
Rua Santa Clara, 690 Vila Adyanna<br />
CEP 12243-630<br />
Tel.: (12) 3922-2977 Fax: (12) 3922-9165<br />
SOROCABA<br />
Rua Cesário Mota, 60 Centro<br />
CEP 18035-200<br />
Tel.: (15) 3224-4342 Fax: (15) 3224-4435<br />
SUDESTE PAULISTA<br />
Av. Andrade Neves, 1811 Jardim Chapadão<br />
CEP 13070-000 Campinas<br />
Tel.: (19) 3243.0277 Fax: (19) 3242-6997<br />
Rua Suiça, 149 Jardim Cica<br />
CEP 13206-770 Jundiaí<br />
Tel.: (11) 4587-3540 Fax: (11) 4587-3554<br />
SUDOESTE PAULISTA<br />
Rua Arioval<strong>do</strong> de Queiroz Marquez, 100<br />
Centro<br />
CEP 18400-560 Itapeva<br />
Tel.: (15) 3522-4444 Fax: (15) 3522-4120<br />
VALE DO RIBEIRA<br />
Rua José Antonio de Campos, 297 Centro<br />
CEP 11900-000 Registro<br />
Tel/Fax: (13) 3821-7111<br />
VOTUPORANGA<br />
Rua Wilson de Souza, 4405 San Remo<br />
CEP 15502-052<br />
Tel.: (17) 3421-8366 Fax: (17)3421-5353
EM RESUMO, APOIAR OS PEQUENOS<br />
NEGÓCIOS SIGNIFICA:<br />
1. Facilitar a abertura e o funcionamento de pequenas empresas é<br />
estimular o crescimento.<br />
O excesso de burocracia atrapalha o empreende<strong>do</strong>rismo.<br />
Quanto mais empresas, mais emprego e mais desenvolvimento.<br />
2. Tratamento tributário favoreci<strong>do</strong> e diferencia<strong>do</strong> a micro<br />
e pequenas empresas estimula a produtividade.<br />
A expansão <strong>do</strong>s novos negócios será comprovada com o aumento<br />
da arrecadação de impostos a médio prazo.<br />
3. Planejar custa pouco e abre espaço para diversos potenciais<br />
não explora<strong>do</strong>s.<br />
4. O poder público pode ser o maior cliente <strong>do</strong>s pequenos negócios.<br />
A competição é grande, mas com boas idéias e estímulo<br />
um município pode se destacar como pólo produtivo.<br />
5. Uni<strong>do</strong>s e organiza<strong>do</strong>s, os setores produtivos locais têm maior<br />
poder de barganha e ação.<br />
Com a troca e a integração de atividades complementares,<br />
to<strong>do</strong>s só têm a ganhar.<br />
6. O poder público pode estimular a facilitação de concessão ao crédito.<br />
O acesso a capital inicial precisa ser defendi<strong>do</strong> para que iniciativas de<br />
pequenos negócios com grande potencial não sejam desperdiçadas.<br />
7. Criatividade e tecnologia juntas funcionam a serviço <strong>do</strong> crescimento.<br />
Ter acesso à tecnologia significa ter maior capacidade de produção com<br />
maior valor agrega<strong>do</strong>.<br />
8. No mun<strong>do</strong> competitivo, educação é tu<strong>do</strong>.<br />
Funcionários e empresários capacita<strong>do</strong>s produzem melhor e fazem o<br />
município crescer junto com eles.<br />
9. Fazer a cidade prosperar e conservar o meio ambiente<br />
é uma receita que dá certo.<br />
Mediante políticas ambientais bastante práticas,<br />
o município pode atrair turistas, promover o bem-estar e gerar recursos.<br />
10. O mandato na Câmara Municipal é dinâmico e criativo.<br />
Conhecen<strong>do</strong> bem o município e os instrumentos legislativos,<br />
o Verea<strong>do</strong>r pode inovar.
COMPROMISSOS DE CAMPANHA<br />
Candidato<br />
Município