Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental56Fonte: IBGE - Base de informações municipais do Brasil; Bases do PNRH (2005)Figura 10 - Situação ambiental <strong>da</strong> Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental
4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaOs outros minerais não metálicos produzidos no Estado são:areia, argila, fosfato e caulim. A areia é extraí<strong>da</strong> principalmenteem leitos de rios nas regiões <strong>da</strong> mata e agreste, nos Municípiosde Igarassu, Itapissuma, Goiana, São Lourenço <strong>da</strong> Mata, Pau<strong>da</strong>lho,Jaboatão, Limoeiro, Passira, Pombos e Barreiros.TurismoNo Brasil, a população costuma tirar férias próximo aoslocais relaciona<strong>da</strong>s com água, como praias, lagos, rios e estânciashidrominerais. Dessa forma, as diversas regiões quetêm recursos hídricos próprios para balneabili<strong>da</strong>de entramnum processo de expansão <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des econômicas liga<strong>da</strong>sao setor terciário e à deman<strong>da</strong> de lazer <strong>da</strong>s populaçõesurbanas, este é o caso <strong>da</strong> Região Hidrográfica Atlântico NordesteOriental.Entretanto, o que se vê na maior parte dessas áreas é aquase total despreocupação para manter a integri<strong>da</strong>de doecossistema, reforçando a necessi<strong>da</strong>de de se estabelecer políticaslocais para preservação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s águas utiliza<strong>da</strong>spara o “Turismo e Lazer”.O litoral <strong>da</strong> <strong>região</strong> estu<strong>da</strong><strong>da</strong> é palco de grandes transformaçõesprovoca<strong>da</strong>s pelo turismo: construções de grandeshotéis na linha de costa, destruição de cordões dunares, poluição<strong>da</strong>s águas, aterramentos de mangues, produção delixo. Além desses, pode-se ressaltar a especulação imobiliáriaque provoca a expulsão do homem nativo para outrasáreas distantes do seu habitat.Em contraparti<strong>da</strong>, condomínios fechados são construídos,<strong>da</strong>ndo novas feições ao local e, até mesmo, privatizandoáreas que outrora eram de uso comum relegando,portanto, as comuni<strong>da</strong>des locais, juntamente com suas culturas,seus costumes, suas crenças. É possível observar, acomercialização de áreas de encostas de morros, cordõesdunares e áreas de apicum e manguezal, além <strong>da</strong> ocupaçãoindevi<strong>da</strong>, nas margens dos rios e lagoas.Em algumas partes <strong>da</strong> <strong>região</strong>, as áreas de mangues e dunasestão sendo utiliza<strong>da</strong>s como depósitos de lixo a céu aberto.Também há a presença de esgotos domésticos, especialmentenas regiões costeiras. É possível observar restos de construçãocivil e lixo doméstico em várias locali<strong>da</strong>des, provocandouma maior pressão nessas áreas, considera<strong>da</strong>s como filtrosambientais e berço de reprodução de diversas espécies.Pode-se citar como exemplo <strong>da</strong> ausência de políticasadequa<strong>da</strong>s, o ineficiente gerenciamento costeiro regional,a falta de ordenamento <strong>da</strong> pesca e a ausência de uma políticade regularização fundiária para garantir o espaço devi<strong>da</strong> e de trabalho dos pescadores artesanais e de suas famílias.Este espaço está sendo ameaçado pela especulaçãoimobiliária, situação que se agrava diante do poder econômicoque passa a valorizar os terrenos de praia para osseus investimentos.Diante de todo esse quadro, presencia-se, também, atentativa <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des de construir uma outra lógicade uso e ocupação do espaço que tenha na sua essênciaa soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de, o respeito à natureza, às culturas locais, adistribuição mais eqüitativa <strong>da</strong>s riquezas produzi<strong>da</strong>s, quesão pré-requisitos básicos em qualquer proposta de desenvolvimentosustentável.Em várias locali<strong>da</strong>des <strong>da</strong> costa <strong>da</strong> Região Hidrográfica estu<strong>da</strong><strong>da</strong>(como, por exemplo, no litoral do Ceará), verificaseo aparecimento de movimentos sociais e de organizaçõescomunitárias que lutam para a regularização dos espaçosde assentamento, o direito ao livre acesso ao litoral e a participaçãono turismo. Esta última ação ocorre por meio <strong>da</strong>proposição de um modelo de turismo comunitário que integrea ativi<strong>da</strong>de turística às ativi<strong>da</strong>des já realiza<strong>da</strong>s historicamentena zona costeira, tais como a pesca artesanal, apequena agricultura e o artesanato.No Brasil, o turismo associado aos recursos hídricos podeser agrupado em três segmentos principais:• o turismo e lazer no litoral;• o turismo ecológico e a pesca;• o turismo e lazer nos lagos e reservatórios interioresA sustentabili<strong>da</strong>de dos diversos aproveitamentos dos recursoshídricos precisa proporcionar a integração dos componentessociais, ambientais e econômicos. A sustentabili<strong>da</strong>depara o setor de Turismo e Lazer pode ser alcança<strong>da</strong>com a adoção de práticas de prevenção e controle <strong>da</strong> degra<strong>da</strong>çãodo meio ambiente associa<strong>da</strong> à garantia <strong>da</strong> atrativi<strong>da</strong>de<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de turística perante os usuários e a garantia deinstalações e áreas de entorno.57